A química entre Kayla e eu foi instantânea; Nosso encontro oficial foi duas semanas após o seu “Pois é, não é?”, e foi um dos melhores dias da minha vida. Nos encontramos em um Shopping na hora do almoço, e parecia que já nos conhecíamos há anos.
Fomos aplaudidos por nossos amigos pelo nosso namoro que se iniciava, é claro.
Nossa vida era meio corrida, mas sempre arrumávamos um tempo aos fins de semana para estarmos juntos, pois ambos levávamos quase sempre serviço para casa.
Minha vida tomou um rumo diferente depois que começamos a namorar, meus pais a adoraram de imediato e minha mãe sempre a roubava de mim quando eu a levava em casa.
Kamis foi afastada do trabalho por estar em uma gravidez de risco, ela tinha que ficar de repouso o máximo que pudesse, mas nos acompanhava todos os dias no nosso cantinho através do viva voz do celular de algum de nós; ela nos ligava exatamente às sete da manhã, e por vezes ficávamos só a escutando chorar, xingar o marido e soluçar em um choro sem nexo, seus hormônios mexiam demais com ela, e tínhamos muita paciência com ela. Por vezes ela xingava, gritava com um de nós por achar que estávamos fazendo sinal com a boca ou careta, coisa que não faríamos com ela, para em seguida pedir desculpas e dizer que nos amava, que éramos a sua famíla e que ela estava ficando monstruosa de gorda, quando na verdade, como ela mesmo se esquecia que havia nos dito dias antes, o médico a parabenizava por estar em ótimo estado e peso.
Houve dias em que ela mal nos cumprimentava e já iniciava a conversa dizendo que odiava o marido ou ele a odiava, para depois dizer que ele era um marido exemplar e paciente com ela. Outras vezes ainda, dizia que ele estava dormindo no sofá, pois ela não suportava o cheiro dele, por mais que ele tomasse banho e não passasse nenhum tipo de desodorante ou nada químico.
Sofremos e sorrimos com ela em toda a sua gravidez.
Já fazia quase um ano que Kayla e eu namorávamos, e os oito do elevador, continuavam todos juntos e firmes. Várias histórias eram contadas, muitas risadas, muitos conselhos.
Kayla me surpreendia a cada dia com sua sagacidade, ela era o oposto de mim, que sempre fui reservado. Fomos uma vez á um barzinho muito aclamado, ela linda como sempre, aquele dia, usava um macacão jeans largo com um blusinha preta por baixo com um desenho do Mickey que brilhava no escuro. Ela me puxou para dançar e recusei por não saber dançar. Ela disse que também não sabia, que era apenas se chacoalhar e sentir a música, e não ficou chateada por eu ficar sentado bebendo minha cerveja enquanto ela deslizava sozinha pelo salão, ela tinha luz própria.
Em dado momento, após as onze da noite, o DJ anunciou que a partir daquele momento, podiam pedir músicas ou cantar Karaokê quem quisesse. Claro que Kayla deu seu gritinho e grudou no microfone.
Essa é uma das imagens que jamais sairão da minha cabeça.
Ela não era afinada e não se incomodava com isso. Foi aplaudida de pé por quase todas as músicas que cantou. Ela cantou desde músicas atuais, e músicas que foram lançadas quando ela nem era nascida. Para meu espanto ainda maior, ela subiu em uma mesa próxima do palco, ajudada pelo Dj, e veio de mesa em mesa, pedindo licença, o pessoal tirando suas bebidas e seus petiscos para que ela passasse por cima da mesa e veio á nossa mesa, com seu Mickey estampado na blusinha aceso em uma luz fluorescente, cantando, bela, jovem, cheia de vida, ao meu encontro… ela cantava para mim, ela estava feliz e contagiava a todos. Essa era a minha garota.
Por fim ela cantou uma música linda “Só quero você”, e ofereceu ao rapaz mais lindo que estava ali, e que a fazia feliz e completa. Todos riram e perguntaram se era para eles, eu fingi que não era para mim, mas disfarçava o nó na garganta, ao ver aquela linda moça, cantando na frente de estranhos, alegre... e que me amava, me senti o cara mais sortudo do mundo e fiquei, apesar de vermelho de vergonha pelas atenções que se voltaram para mim aplaudindo, envaidecido por ser a mim que ela amava.
O CONTO DE PETER
Foi quando tudo começou a dar errado, e minha vida se desmanchou qual um castelo de areia levado pelas ondas…
- Bem amigos, lá vai. Essa história minha mãe nos contava quando éramos crianças e eu sempre me arrepiava ao ouvi-la; Não sei de quem ela ouviu, mas em várias ocasiões ela nos contava essa história: - Começou Peter, não sei quem, decidiu que devíamos contar histórias e lendas.- Havia um pai que ficara viúvo com uma filha pequena, porém logo ele voltou a se casar - Peter começou a narração. - A garota era linda, educada e meiga. Tinha uns cinco anos, e a madrasta logo de início já não se afeiçoou à pequena. Implicava com ela, achava motivos para que ela fosse corrigida pelo pai e por mais que a menina fosse doce, ela passava cada dia mais a odiá-la."A garota tinha os cabelos lindos
O CONTO DE TRYNDADE- Bem, eu também me lembro de inúmeras histórias de minha infância. Algumas eu creio que vá mudando conforme as gerações se passam. A que vou contar para vocês hoje, aconteceu com meu irmão mais velho e meu saudoso pai; meu pai era alcóolatra, e nos contava diversos contos, que podíamos até pôr em dúvida, porém essa história, meu irmão estava junto e até hoje ele nos conta como foi, e nos garante a veracidade. Nunca duvidamos do meu irmão, nem quando aconteceu, nem agora." Éramos bastante irmãos, como vocês já sabem, e quando pequenos, vivíamos implorando a nosso pai que nos levasse com ele ao bar. Ele sempre encontrava os amigos à noite em um boteco após escu
O CONTO DE WEV:- Nossa, em minha família há muitas histórias - Começou Wev, nosso garoto especial, todo sorridente, como sempre, com seus fones de ouvidos caídos no pescoço e seu chiclete esquecido - Essa que vou contar, não é nada sobrenatural, como a de vocês, mas ficou gravada em minha cabeça:" Por onde começar? Ah sim, vou contar de quando minha irmã mais velha ficou presa - Começou o garoto, ele e Kayla eram, sem dúvida os mais animados do nosso grupo e nos fazia dar boas risadas todos os dias. - Lá, ela conheceu muitas mulheres e muitas histórias… Nossa, mas deixe primeiro eu falar de minha irmã e sua rebeldia, motivo esse que a levou a ser presa. Ela sempre foi a ovelha negra da família e, apesar dos apelos de minha mãe, e
" Quando a carcereira passou, por volta das vinte horas , batendo com o cassetete nas barras, ela ficou rígida. A carcereira avisou que a luz se apagaria em meia hora, e que não queria barulhos ou bagunça após as luzes terem se apagado.”“ Uns dez minutos antes que as luzes fossem apagadas, a obesa olhou pra ela sorrindo e avisou:- Magrelinha, quando as luzes se apagarem, todas vocês vão me chupar, ok? Uma por uma até eu gozar, se eu já tiver gozado antes do rodízio ficar completo, não parem até que eu tenha gozado novamente. Fui clara? - Continuava Wev." Todas chacoalharam a cabeça em concordância, resignadas. Á Luccy não passou despercebido que isso acontecia todos os dias, e que elas já se h
O CONTO DE KEYLAKeyla era alegre e tagarela. Falava rápido e por vezes tínhamos que a interromper para que repetisse o que dissera, pois quanto mais empolgada ou nervosa ficasse, mais rápido ela falava.Seu conto também era uma história que aconteceu à ela mesma quando era uma garotinha do segundo ano escolar. Ela dizia que odiava quando ouvia pessoas tirarem sarro sobre a lenda da loira do banheiro, porque ela havia passado por uma situação na infância que a havia traumatizado até hoje. Quando a questionamos se ela havia visto a tal loira, ela começou sua história:- Não, eu nunca vi a loira, porém tenho certeza de que ela esteve sim naquele banheiro de minha escola quando eu era criança. E vou lhes explicar o porqu&eci
" Eu não tinha medo como a maioria das meninas, apesar de meio cética, confesso que não ia ao banheiro sozinha,vai que né?”" Pois bem, em um dia como outro qualquer, lá estava eu sentada no pátio da escola. Aquele dia, tinham servido biscoitos de água e sal e uma caneca de leite com chocolate. Eu degustava tranquila, quando percebi um par de pés à minha frente. Sandálias brancas de marca, branquinha sem nem um arranhado. Levantei os olhos e me deparei com Letty a me observar; ela estava apreensiva, tinha um meio sorriso nos lábios e percebi que estava desinquieta, ela passava uma perna na outra, no típico movimento de vontade fazer xixi.”"Continuei mastigando e levantei uma sobrancelha em sinal de interrogação á ela, que me perguntou:
- Ela resolveu enfrentar seu medo sozinha para fazer sua necessidade antes de voltar para a classe. Eu, em minha arrogância juvenil, a deixei ir sozinha por pura pirraça ou maldade mesmo. Todos fomos entrevistados pelo diretor e em seguida pela própria Polícia, incansavelmente, e por vários dias. A Policial que me entrevistou era meiga e gentil. E eu queria mais do que ela saber o que havia acontecido naquele banheiro. Ela sorria e dizia que não podia dar informações da investigação em curso, e me crivava de perguntas. Não sei porque eu nunca consegui dizer que Letty havia me pedido para acompanhá-la… não era medo, isso eu sei. Creio que eu negando para todos, me sentisse menos culpada e passasse a também acreditar que a culpa não era minha. A única coisa que consegui tirar da investigadora, foi que a encontraram sozinha na
O CONTO DE ANGEL- Bem gente, como vocês, eu tenho inúmeras histórias para contar- Começou Angel, que por incrível que pareça, tem o corpo, o rosto e os cabelos de um anjo, além da voz angelical. Sempre zoamos seu modo delicado de ser, parecia uma bonequinha delicada ao falar. Sua educação sempre foi admirável .Muitas vezes, nós saíamos da pose de pessoas equilibradas e começávamos a falar um por cima do outro, interrompendo um ao outro, mas nunca Angel. Ela era de uma paciência admirável. Seus cabelos eram claros e todo cheio de cachos, o que lembrava mesmo um anjo. Sua estatura era diminuta perto de nós todos, e por vezes a chamávamos de nosso chaveirinho, ou dizíamos que ela era café com leite, o que a irritava muito, e hoje não consigo evitar um sorriso quando me lemb