Conhecemos Sávio, um rapaz muito alegre e animado, que quase sempre pegava o mesmo elevador que a gente. Ele gostava de ouvir nossas histórias, isso quando Kamis permitia que ele subisse conosco. Achava nosso grupo animado e sempre sorria ao nos ver. Há tempos ele nos pedia para contar um caso que acontecera à ele mesmo, e um dia o chamamos para que ele nos contasse sua experiência.
Sávio iniciou a narrativa, porém não deu tempo sequer dele começar a contar e logo tivemos que descer e ir trabalhar. Ele combinou com a gente de tomarmos um sorvete na sorveteria próximo ao prédio que trabalhávamos, na hora do nosso almoço, ou ao final do expediente, já que estaríamos todos tranquilos. Conseguimos conciliar de estarmos todos em uma praça, há dois quarteirões do prédi
- Não tive tempo para dizer nada ou agradecer pela suposta preocupação, e confesso que o preconceito arraigado, que por vezes negamos, me fez nem tentar formular palavra. Ele também não queria que eu dissesse nada, pelo jeito só me avisava de algo. Ele não possuía relógio, imaginei que era daquelas pessoas que estão acostumadas a saberem a hora mais ou menos. Quando me falou para ir embora dali, daquele banco, me informando que ainda não eram três horas da manhã, não pensei no momento como ele poderia saber que horas eram. Ele parecia com pressa e até assustado de ser visto por alguém ali, mas ainda assim, se desviou de seu caminho para me alertar. Apenas dei um meio sorriso a ele e chacoalhei a cabeça concordando, pensei em esquizofrenia, tivemos uma vizinha que sofria com essa doença e às vezes se tornava paranói
“ Mas o meu ceticismo sempre me atrapalhou. A falta de crença no sobrenatural, as perguntas que sempre me fiz, por não acreditar em nada que não pudesse ser provado, me deixaram sem entender e sem poder questionar qualquer coisa. Por falta de saber como proceder, fechei meus olhos com força, procurei respirar pausadamente e dizer a mim mesmo que eu era um cara adulto, que nunca havia acreditado em coisas sobrenaturais, em fantasias, em assombrações. Meu subconsciente estava me pregando peças, só podia ser isso. Ouvindo minha respiração que se tornava mais clara e pausada, pude também perceber duas coisas:”“ A primeira era que eu tinha novamente o controle de minhas pernas, já a segunda coisa, era que não era só minha respiração que eu ouvia agora. Mas volto a repetir, parei de
“ Ele estava colado em mim, olhando tudo o que me acontecia em minha frente, apenas um piscar de olhos e ele não estava mais à minha frente. Senti o toque de uma mão gelada em meu ombro direito, um apertar leve. Como ele fez aquilo? Me perguntei com o coração aos pulos. Virei-me rapidamente para olhar em seus olhos, mas ele se materializou em minha frente novamente, sempre com aquele sorriso enviesado nos lábios ressequidos. O desespero era grande, me sentia mal, gosto de vômito na boca, minhas pernas a tremerem feito loucas, sentia que o suor encharcava minhas costas e ainda sentia o gelo de sua mão em meu ombro, que se destacava com o gelo que subia do banco e gelava minhas pernas, meus pés e minha cintura, por ter sido o seu toque ainda mais gelado. Nada estava bem comigo e ele apenas sorria. Só queria ir para minha casa, esquecer aquilo tudo.”
“ Ele agora dava passos vagarosos ao redor do banco para se achegar a mim. Pude notar, apesar do desconforto de meu corpo alquebrado, que ele dera a volta pelo banco, de forma que não passasse debaixo da luz que estava novamente acesa. No momento percebi, mas estava ocupado em respirar e me arrastar, conferindo onde mais doía. Quando ele estava próximo a mim, se ajoelhou e pensei que o fim finalmente chegara. Ele não tinha força alguma para me enviar para o outro lado. Mal havia se esforçado para me atacar, imaginei que nada pudesse fazer, mesmo porque, não sabia se conseguiria tocá-lo. Já sabia que ele não era humano, o ceticismo havia ido embora bem antes do ataque físico.”“ Se havia qualquer dúvida, havia morrido com aquele ataque físico, que nem um professor de qualquer tipo de modalidade de lu
O CONTO DE KAYLA, SIAH E KIETHCAPÍTULO FINALAs histórias de meu amigos, foram discutidas, escrutinadas e debatidas por nós naquele exímio espaço por muito tempo, porém agora era minha vez de contar, colaborar com uma também:Minha história, minha contribuição de uma, além de ser uma história real, o personagem dela, Siah, ainda vive e mora próximo de minha casa. Kayla, como curiosa e ansiosa que sempre foi, ficou em polvorosa querendo saber logo qual era a história, e para piorar, ela queria o conhecer; Ela sempre ia à minh
" Ela fez amizade com a senhora Mariah, é óbvio. Ela conheceu também e se emocionou com Lu Feitosa, que o visitava quase diariamente. Nesses seis anos, Lu nunca mais quis saber de outra pessoa, ela amava Siah, e quando ele tivera alta do hospital, ela ajudou a mãe na fisioterapia. Mesmo ele fazendo com profissionais, ela achava que se ela também fizesse, ele poderia se recuperar mais rápido e nunca desistira. Ele era agora um mero projeto do que fora. Parecia que ele havia diminuído para metade de seu tamanho, teve problemas neurológicos devido ao tempo que ficou na mata, ou pelas diversas convulsões ou até mesmo devido ao ataque, que lhe causou traumatismo craniano. Porém, Lu e a senhora Mariah, não desistiram dele. Ele babava, o restante dos dentes que sobraram, teve que ser tirados pois ele se mordia e se feria. Usava fraldas e era alimentado na boca. Seu pai compra
Quando minha doce Kayla estava fora de perigo, apenas com o olhar e alguns sorrisos, encantou a todos os médicos e enfermeiros, como não podia deixar de ser em se tratando dela.Minha dor era quase física quando passado seis semanas que ela estava internada, ela pediu que não me deixasse mais a visitar. Eu me neguei, briguei com médicos, enfermeiros e até sua família que me proibiram de vê-la, diziam que era o pedido dela, e tinham que respeitar, que depois ela decidiria quando saísse dali. Me envergonho em dizer que gritei, dei murros na parede em frente ao seu quarto de hospital, fui retirado por seguranças que me levaram até a rua e tiveram ordens expressas de que não eram para me deixar entrar.Não me é difícil imaginar como ela conseguiu escrever c
Jamais pensei que isso pudesse acontecer… nem em meu maior pesadelo, eu poderia imaginar que aquilo aconteceria com Kayla...Lembro-me de como tudo começou, e não tem um dia sequer que eu não queira voltar ao passado e mudar tudo!Era somente eu não subir naquele elevador, pegar as escadas, ainda que eu trabalhasse no décimo segundo andar. Poderia ainda ter escolhido outro trabalho em outra cidade, outro estado… mas as coisas nunca são como desejamos.Não culpo ninguém, pois fui eu quem apresentei á Kayla essa tragédia. Fui eu quem despertei nela a curiosidade, já latente que ela tinha, mas eu ainda não a conhecia.Talvez, penso hoje, se eu tivesse, como os out