Helena dormia sozinha num quarto e eu dividia o outro com Samantha. Helena tinha o privilégio de ficar com um dos quartos pela sua privacidade com Daniel. Eu e Samantha nos revezávamos quando precisávamos do quarto, sendo assim a outra dormia na sala. Óbvio que eu mais dormia na sala do que no quarto, pois Samantha tinha companhias frequentemente. Eu já tinha 22 anos, era uma mulher decidida, segura de mim, com uma boa profissão na qual eu me realizava. Mas era um pouco conservadora com relação a sexo. Para mim tinha que ter sentimento. Não precisava ser amor, pois no auge da minha idade eu ainda não conhecia este sentimento. E também não tinha pressa. Vendo que nem sempre era um mar de rosas, preferia ficar na defensiva, feliz sem sofrer por alguém. Por este motivo, havia feito amor algumas poucas vezes.
Fui tomar um banho gelado, pois estava suada e depois deitei na minha cama. O quarto que eu dividia com Samantha era pequeno, pois tinha duas camas de casal. Um pequeno armário que dividíamos e o restante de nossas coisas deixávamos no quarto de Helena, que era mais espaçoso. Ainda assim eu gostava da forma como vivíamos. Apaguei a luz e fiquei pensando que depois de amanhã seria domingo, o dia que eu mais gostava da semana. Todos nos reuniríamos na piscina para comer carne assada. Aquele era meu programa preferido do Dreamworld, até mais que as festas. Nos divertíamos, falamos sobre a nossa semana e fazíamos planos.
Pensei em Jonathan. Estava um pouco angustiada com o que Helena havia falado. Nunca reparei os olhares dele para mim, muito menos qualquer tipo de intenção sem ser de amizade. Não poderia negar que eu achava ele lindo. Quem não achava? Eu ficava às vezes admirando as tatuagens dele, que me chamavam a atenção: dragões, pirâmides do Egito e esfinges. Quem tatuava aquilo? Claro que eu também olhava para o corpo dele. Quem não olharia? Ele era forte e não como Therry, que vivia na academia. Parecia que o corpo dele era naturalmente perfeito daquela maneira. Desde que o conheci ele nunca deixou o cabelo crescer, sempre cortando muito curto, quase raspado. Algumas vezes usava barba e outras não. Atualmente estava usando uma barba curta e bem aparada, que lhe dava um ar mais maduro. Nunca conversamos sozinhos ou sobre algo que envolvesse assuntos muito pessoais. Eu sabia quase tudo sobre ele por causa de Samantha e Helena, que era noiva do melhor amigo dele. Ainda assim nunca fui muito interessada em saber mais sobre aquele homem, exceto agora que ele fazia minha amiga sofrer. De alguma forma eu estava abalada com o que Helena me falou sobre ele estar possivelmente interessado em mim. Ela deixara bem claro que era uma desconfiança dela, mas isso me deixava com um sentimento estranho por dentro... E não era bom.
Desliguei a luz e tentei dormir, mas não conseguia. Já era mais de meia noite quando Samantha chegou. Ela ligou a luz e mesmo que não ligasse eu sentiria o perfume forte dela no quarto. Olhei-a tirando o sapato de salto tentando não fazer barulho. Ela usava um vestido vermelho curto, decotado e justo. Ficava lindo no corpo perfeito dela, mas eu jamais usaria algo parecido.
- Ari, acordei você?
- Está tudo bem. Eu não estava dormindo ainda.
- Tentei não fazer barulho, eu juro.
Ela tirou o vestido e colocou um pijama. Estava com a maquiagem um pouco borrada, mas não dava para identificar se havia chorado.
- Tudo bem? – perguntei sentando na cama.
- Como sempre. – disse ela suspirando e deitando.
Olhei para ela, tão linda, mesmo com maquiagem borrada e pijama. Pensei em como algum homem poderia recusá-la? O que restava a mim, uma mulher absolutamente normal?
- Como estava o bar? – perguntei, puxando assunto novamente.
- As mesmas pessoas de sempre... Nada muda por lá. Você deveria um dia destes comigo.
- Eu já fui uma vez com Therry. Não gostei muito.
Ela riu:
- Você tem classe, Ari. Não sei se tem mesmo jeito para bar. Você é daquelas mulheres que merece ser levada num restaurante caro, com um carro tilintando de novo, servida de pratos requintados. E tudo isso com um homem lindo e perfeito usando terno e talvez uma gravata.
Eu não pude evitar a risada alta:
- É isso que você pensa de mim? Como eu queria ser fina e requintada... Logo eu, que como de almoço sanduíche de ontem na padaria e refrigerante em lata, com um monte de homens que falam o tempo todo e nunca sequer notaram a minha presença ou me ofereceram uma cadeira para sentar, só para não comer de pé no balcão.
- Você faz isso porque quer. Sabe que tem condições de ter muito mais, inclusive no seu almoço. Você só precisa de uma roupa mais... Atraente. Aposto que todos os lugares na padaria seriam oferecidos para você.
- Quer que eu faça testes psicológicos em pessoas que serão admitidas numa empresa usando um vestido atraente? Não acho que funcionaria.
Nós duas rimos. Eu entendia o que ela queria dizer, mas estava me fazendo de tonta.
- Eu só quis dizer que somos tão diferentes... Ainda assim tão amigas. Eu sou uma mulher impulsiva, admito. Não me importo com o que pensam de mim ou reputação, entende? Sou insegura, chorona e vivo o momento... Não me importo com o que vai acontecer amanhã, porque amanhã pode não chegar.
- Eu sei como você é, Samantha. E eu acho você perfeita deste jeito, embora sejamos diferentes. É isso que é legal nas pessoas, podermos ser uma diferente da outra e ainda assim nos encontramos e dividirmos nossa vida.
- Não sou boa nem com os homens...
- Está falando do Jonathan? Como foi hoje com ele?
- Como sempre. Jonathan está cada vez mais distante de mim e eu não consigo fazer nada para evitar, Ari. Sinto-o escapando por entre os meus dedos.
- Não acha que já chega de correr atrás dele, Samantha?
- Já pensei em desistir, mas não consigo. Eu amo aquele homem.
- Ele não merece o seu amor.
- Também sei disto, Ari. Ele é egoísta, me traiu e ainda assim eu amo ele da mesma forma. Ele é inteligente, ele já viajou por vários lugares, ele fala várias línguas, ele frequentou lugares que eu jamais vou pisar os meus pés algum dia e ele nunca nem me convidou para acompanhá-lo.
- Ele frequenta o mesmo bar que você. Então ele não é tão diferente assim. Vocês moram no mesmo condomínio também. – observei para que ela não se sentisse tão inferior a ele.
- A forma como você fala parece que eu vou num boteco qualquer. – disse ela rindo e fingindo estar ofendida.
- Eu não quis dizer isso.
- Eu sei, Ari... Eu sei. Mas ele não costuma ir muito lá. Eu sou uma frequentadora mais assídua, por assim dizer. Hoje foi horrível ver ele com a Mari.
- Com a Mari? Nossa vizinha? – perguntei surpresa.
- Não estavam juntos tipo ficando, entende? Só tomavam uma bebida e conversavam. Mas ela não consegue esconder o interesse por ele. Estava lá, toda derretida... Nem notou minha presença eu acho.
- Mari não vence você numa disputa por beleza. – tentei alegrar ela um pouco.
- Como se para Jonathan isso importasse. Ele nunca foi de ligar para a aparência das pessoas. Ele consegue captar o que as pessoas tem por dentro... Ele é tão perfeito. E eu não consegui impressioná-lo nem com o que eu tenho por dentro nem por fora.
- Samantha, se você sente tudo isso por ele, por que terminou o namoro? – perguntei confusa.
- Eu me faço esta pergunta todos os dias.
- Não consigo entender.
- Ele me traiu com outra mulher. Eu vi. Ninguém me contou, então não tinha nem chance de ser uma mentira. Eu fiquei louca de ciúme. E com medo de todos saberem que eu havia sido feita de boba por ele. Meu orgulho falou mais alto.
- Eu não concordo com a traição dele, de forma alguma, Samantha. Mas ao mesmo tempo se você quisesse perdoar, teria que ter feito isso. Não pode se importar com o que os outros pensariam.
- Eu sei disto. Eu tentei consertar as coisas, mas já era tarde. Jonathan não queria mais nada comigo... Eu nem sei se algum dia ele realmente quis. – confessou ela.
- Acho que no fim tudo aconteceu como deveria ser...
- Não... Eu era pra ter aceitado a traição. Eu prefiro um pouco dele do que nada. Ver ele sem ser meu me deixa louca.
- E seu amor próprio? – perguntei perplexa.
- E desde quando eu tive, Ari? Não me importo com isso. Quando eu quero um homem eu consigo, eu vou até o fim. Mas nunca foi tão difícil conquistar alguém como aconteceu com Jonathan. De início ele resistiu ao meu charme. Então eu fiquei ainda mais animada. Parecia uma adolescente. Depois estar com ele era magnífico. Ele é um homem que chama a atenção por onde passa... E ele era meu. Ou ao menos eu pensava que era... Pois acho que ele era de todas as mulheres que quisessem. Com o tempo eu fui me apaixonando de verdade por ele, mesmo sabendo que ele não queria se envolver seriamente.
- Samantha, será que você não está mais obsecada do que apaixonada? – perguntei seriamente.
- Não... É amor. Você não sabe o que são aqueles braços te envolvendo, a boca te beijando... Eu vou conquistá-lo novamente, custe o que custar.
- Espero que consiga. – falei para dar um ponto final na conversa.
- Obrigada por me ouvir, Ari. Boa noite.
- Boa noite, Samantha.
Eu fechei os olhos e fiquei pensando nas palavras dela sobre os braços dele envolvendo e a boca beijando. Pensei nos lábios dele. Não, eu não sabia o que era os braços dele nem a boca... E nem queria. Nem sabia por que estava pensando naquilo. Eu nem podia pensar naquele homem. Acho que eu estava assim porque me abalei com o que ele estava fazendo com a minha amiga. Jamais eu teria coragem de me envolver com um homem como Jonathan. Muito menos aceitar a traição e depois correr atrás, como se nada tivesse acontecido. Mas quem era eu para criticar Samantha ou a relação dela com Jonathan? Eu namorava um homem e não sentia nada por ele e ainda assim tinha um pouco de receio em terminar e deixá-lo magoado. Eu, a amiga conselheira que não sabia resolver sua própria vida.
Era sábado, dia de organizar o apartamento. Se eu não fizesse isso, ninguém fazia. Helena aproveitava o dia para ficar com Daniel e Samantha para hibernar até a noite. Lavei minhas roupas, varri e lavei o chão e organizei tudo que estava fora do lugar. Acabei nem vendo o lindo dia de sol que estava na rua. Quando acabei já era final de tarde e Helena já estava de volta, se preparando para sair novamente.- Iremos ao bar da esquina. – disse ela. – Vamos?- Estou cansada. Acho que vou ler um livro e depois dormir.- Ari, você sabia que existe vida lá fora? = ela me perguntou.- Além do mais não falei com Therry.- Therry não está em casa.- Como você sabe?- Nenhum movimento por lá.- Acho que não pega bem eu sair sem ele... Talvez ele fique chateado. Ele sempre convida para ir com ele e eu sempre dou uma desculpa...- Assim como faz comigo quando a convido.- Helena, eu...- Não aceito não como resposta. Sairemos as 20 h e você deverá estar pronta e bem linda.Eu suspirei baixinho e fu
Acordei com o chamado insistente do meu telefone. Abri os olhos e olhei nome de Therry.- Oi... – eu disse com voz sonolenta.- Bom dia, querida. Sou eu.- Sim, Therry. O que houve?- Só estou ligando para avisar que não irei participar do churrasco hoje. Vou ver meu pai que ele está doente.Eu levantei da cama preocupada:- O que houve com seu pai?- Nada grave eu acho, mas melhor ir até lá e me certificar do que realmente aconteceu. - Sim... Também acho. Melhoras para ele. Fique bem. Qualquer coisa que precisar é só me chamar.- Não vai ficar triste por eu não poder estar aí com você°- Não se preocupe... Família em primeiro lugar. – eu disse.- Beijo... Vou sentir saudades.- Beijo.Eu fiquei um pouco preocupada. Tomara que não fosse nada sério com o pai dele. Eu não conhecia o pai de Therry e na verdade nunca nem falamos sobre ele. Mas achei legal ele ficar preocupado. Ele não era o tipo de homem que se preocupava com qualquer coisa a não ser ele mesmo. Lembrei-me que eu ainda ti
Saí dali e fui me juntar a Gisa, Fábio, Samantha e Mari. Fábio estava excepcionalmente amoroso com Gisa naquele dia, não largando ela sozinha um minuto. Ela parecia bem feliz. Gisa gostava dele, eu tinha certeza. E eu tentava de alguma forma gostar dele e aceitá-lo, pois era o namorado dela.- E Therry, por que não veio? – perguntou Mari.- Foi visitar o pai... Disse que ele não estava passando bem.- O pai? Que pai? Therry não tem pai vivo. – falou Mari confusa.Mari e Therry eram bem chegados. Talvez até amigos. Então se ela dizia aquilo, não havia dúvidas de que ele havia mentido para mim.- Como assim? – perguntei interessada.- Bem... – ela ficou um pouco sem jeito e pensativa. – Ele morreu... Tenho quase certeza.- Quase? – perguntei, certa de que ela tentava encobrir Therry ao perceber que havia falado demais.- Bem, tenho certeza. – ela confirmou.Eu fiquei ali, atônita com a coragem de Therry em mentir para mim daquela forma. Eu sabia que não tínhamos nada muito sério, apenas
As piscinas do clube funcionavam durante todo o verão e o clube não parava o funcionamento no inverno. Antes de Gisa colocar a piscina no Dreamworld nós costumávamos passar os domingos ali. Mas eu não sentia falta do clube. Gostava dos nossos finais de semana no nosso mundinho privativo.- Eu tenho saudades daqui. – disse Jonathan indo diretamente para o bar.- Eu também. – menti para não ter que explicar o porquê não tinha saudades.- Mas eu gosto muito do Dreamworld também. Sinto-me mais a vontade lá.- Sim. – confirmei.- Os nossos almoços de domingo juntos é a melhor parte da semana. Quando não fazemos isso parece que não teve domingo. – ele disse.- Eu... Penso a mesma coisa.- Hum, temos alguns pensamentos em comum. – disse ele rindo ironicamente.- Acho que mera coincidência. – observei mais que depressa.- Pode ser... Quem sabe? – ele disse.Eu não tentei entender o que ele quis dizer. Pelo contrário, eu só queria que ele pegasse aquelas cervejas e que fôssemos embora o mais r
Eu estava descendo do carro quando ele disse:- Ariane...Eu virei para ele e perguntei:- O que foi?- Não esqueça o que aconteceu hoje.- Eu já esqueci. – menti saindo do carro.Ele levou a cerveja e entramos no Dreamworld novamente, como se nada tivesse acontecido. Percebi que Samantha pareceu não ficar muito a vontade ao perceber que eu havia saído com Jonathan. Dava para ver nos olhos dela.- Que demora. – disse Mari abrindo uma cerveja gelada. – O almoço já está pronto há tempos.Gisa abraçou ela por trás e fez cócegas, dizendo:- Está com ciúmes, Mari?- Claro que não. – falou ela seriamente.Gisa abriu uma lata também e disse:- Que bom que conseguiram mais cervejas ou o que seria do nosso churrasco?Eu ia falar, mas Samantha me puxou para o lado, perguntando:- Por que você foi com ele? – a voz dela era baixa para não ser ouvida por ninguém.- Se acalme, Samantha. Está tudo bem. – eu disse.- Poderia ter dito não quando ele te convidou... Daí ele poderia ter me convidado.- M
Quando chegamos ao apartamento me dei conta que já estava quase anoitecendo. Parecia que cada vez ficávamos mais tempo reunidos no domingo. Tomei um banho, coloquei meu pijama e fiz um sanduíche, a única comida que eu sabia preparar. Sentei no sofá e liguei a televisão, embora não prestasse atenção em nada. Estava um pouco nervosa pela conversa com Samantha. Ela deveria estar mais ainda. Logo ela saiu do banho e sentou no sofá ao meu lado, com as pernas para cima, vestindo roupão e com uma toalha envolvendo os cabelos úmidos.- Pois bem, Ari, agora me conte tudo que você conversou com Jonathan.Fiquei até um pouco confusa. Será que ela sabia o que tinha acontecido?- Como assim? – perguntei um pouco desnorteada.- O que falaram sobre mim? – perguntou ela ansiosa.Respirei aliviada. Por um momento pensei que ela pudesse ter suspeitado de algo.- Sim, conversamos sobre você.- Então não me deixe assim... Fale logo. – pediu ela olhando nos meus olhos.- Bem... É complicado, Samantha.- E
A segunda-feira passou rápido. Eu tive que aplicar alguns testes em pessoas que haviam feito seleção para algumas empresas. Essa era minha função. Colaborar com o RH, sendo que nem sempre minha opinião era escutada. Eu tinha alguns colegas legais, o dono da empresa era simpático e jovem e algumas vezes me convidou para sair e eu sempre recusei de forma gentil, pois jamais passava pela minha cabeça me envolver com meu chefe, por mais charmoso que ele fosse. Eu não gostava muito de trabalhar lá, mas foi o que apareceu na minha área logo que cheguei à cidade. Ainda tinha intenção de montar um consultório e fazer consultas particulares, mas o lugar onde eu trabalhava me remunerava bem e me dava estabilidade financeira. Então me faltava coragem de arriscar.Quando cheguei ao Dreamworld percebi que as luzes do apartamento de Therry estavam acesas. Fiquei pensando se deveria ou não ir até lá e conversar com ele de uma vez para acabar tudo entre nós. Achei estranho ele não me procurar, nem se
Quando cheguei, Samantha avisou:- Therry esteve aqui.- Therry? Ele nem me ligou. – falei.- Ele disse que viu você acompanhada no clube e tudo mais... Estava brabo e não conseguia disfarçar. Queria tomar satisfações conosco. O bom é que pelo visto ele não tem certeza de quem estava com você. Ele não reconheceu Jonathan.- Melhor assim. Não acho bom envolver Jonathan nisso tudo. Ele não tem nada a ver comigo. – falei.- Ari... Cuide-se. – falou Samantha.- Por que está dizendo isso?- Eu... Não gosto muito de Therry e da maneira como ele fala às vezes. É muito grosseiro.- Eu sei. Já percebi isso algumas vezes. Ele não aceita algumas coisas se não são do agrado dele. Tenta sempre prevalecer sua vontade. E tem mudanças de humor bem rápidas. Mas eu não tenho medo dele.- Eu tenho e acho que você deveria cuidar-se quanto a ele.- Não acho que ele faria alguma coisa contra Ariane. – disse Helena. – Ele parece gostar dela, embora ele seja realmente estranho algumas vezes.- Eu realmente n