Acordei com o chamado insistente do meu telefone. Abri os olhos e olhei nome de Therry.
- Oi... – eu disse com voz sonolenta.
- Bom dia, querida. Sou eu.
- Sim, Therry. O que houve?
- Só estou ligando para avisar que não irei participar do churrasco hoje. Vou ver meu pai que ele está doente.
Eu levantei da cama preocupada:
- O que houve com seu pai?
- Nada grave eu acho, mas melhor ir até lá e me certificar do que realmente aconteceu.
- Sim... Também acho. Melhoras para ele. Fique bem. Qualquer coisa que precisar é só me chamar.
- Não vai ficar triste por eu não poder estar aí com você°
- Não se preocupe... Família em primeiro lugar. – eu disse.
- Beijo... Vou sentir saudades.
- Beijo.
Eu fiquei um pouco preocupada. Tomara que não fosse nada sério com o pai dele. Eu não conhecia o pai de Therry e na verdade nunca nem falamos sobre ele. Mas achei legal ele ficar preocupado. Ele não era o tipo de homem que se preocupava com qualquer coisa a não ser ele mesmo. Lembrei-me que eu ainda tinha que terminar o namoro com ele e não queria que demorasse mais tempo. Enfim, ele havia feito o correto a fazer naquele dia. E eu estava livre dele no domingo. Fiquei aliviada de certo modo.
Olhei para o lado e não vi Samantha na cama dela. Fui ao banheiro e Helena estava saindo, enrolada na toalha.
- Sua fuga ontem não foi nada legal. – disse ela secando o cabelo.
Eu fiz uma cara de desentendida e sentei no sofá:
- Poderia fazer aquele café que só você sabe fazer? – pedi.
- De forma alguma. Vou fazer o que você fez com Jonathan.
- O que eu fiz? – perguntou fingindo não entender.
- Quer mesmo que eu responda? Imaturidade seria a palavra, eu acho. Você tem algum problema com os homens não resolvido da infância? – ela perguntou. – Esqueci que a psicóloga é você, embora não pareça.
- Puxa, Helena, você está tão chateada assim? – perguntei.
- Estou chateada por você e não com você, Ari.
- Não entendi.
- Eu queria que você se divertisse, só isso.
Olhei para os lados e perguntei:
- Onde está Samantha?
- Levantou cedo e foi ajudar Gisa nos preparativos do almoço.
- Pois bem, então posso falar... Queria que eu me divertisse com Jonathan?
- O quê? Jonathan é nosso vizinho, melhor amigo de Daniel... Por acaso eu sugeri que você namorasse ele ou algo do tipo? Era só sair com amigos, nada além disso. Por acaso você imaginou que eu estava planejando algo com você e ele?
- Eu... Não sei. – confessei.
- Ari, não tinha nada de mal no que estávamos fazendo. Eu jamais jogaria você nos braços dele ou vice versa. Eu sou amiga de Samantha, esqueceu?
- Me desculpe.
Helena não falou nada e foi para o quarto. Eu fui para o banho. Ela tinha razão. Eu tinha agido de forma imatura. Nem parecia uma adulta. Mas eu até estava disposta a ficar mais tempo ali, não fosse ele ter me molhado e me tocado. O toque dele realmente mexeu comigo. Mas eu não falaria com ela sobre aquilo. Por mais que Helena fosse minha amiga, minha melhor amiga, eu não estava preparada para falar sobre aquilo com ninguém, nem comigo mesma. Por isso procurei pensar em outra coisa. Estava quente. Eu coloquei um short Jeans curto e uma blusa branca fresca e um pouco decotada. Desci era 11 horas e todos já estavam na piscina.
Gisa estava na água e logo perguntou:
- Não diga que não vai entrar na água, Ari.
-Claro que não. Acabei de tomar um belo banho. – eu disse.
- Quer dizer que estamos sendo trocados pelo chuveiro? – perguntou Jonathan no outro canto da piscina.
- Terão que aceitar. – eu disse.
Gisa olhou rindo para Jonathan e eu entendi muito bem o que eles fariam. Tentei correr, mas não sei como ele foi tão rápido. Ele me pegou no colo como se eu fosse uma pluma e se jogou na piscina comigo. Quando me molhei segurei no pescoço dele e ele não me soltou. Eu olhei para ele e me desvencilhei imediatamente, olhando para Samantha, que observava tudo de longe. Aquilo costumava acontecer antes de ele e ela namorarem, mas até então ele não era o amor da vida de outra pessoa, então eu não me sentia mal quando acontecia. Este lance de os rapazes nos jogarem na água e pegarem no colo era bem comum. Assim como nós os jogarmos na água.
Eu subi e coloquei meu biquíni. Não me deixariam ficar fora da água. Enquanto aproveitávamos o sol e nos refrescávamos na piscina, os homens preparavam a carne. Com exceção de Fábio, que nunca ajudava em nada. Ele só aproveitava o dia e tudo que lhe era oferecido. Talvez se sentisse assim por ser o namorado da dona do prédio. Eu não conseguia gostar dele, mesmo que tentasse. Parecia-me que tudo que saía da boca dele era mentira. Ele era um garoto, tenho que admitir. Gisa era 6 anos mais velha que ele. Não sei se por isso ela se sentia tão insegura com relação a ele. Eu achava Gisa linda. Ela tinha pele clara e cabelo vermelho vivo, que ela pintava regularmente. Os cachos desproporcionais caíam até o meio das costas. Ela sempre se achava acima do peso, embora eu achasse que estava muito bem o peso para ela. Os olhos verdes emolduravam o rosto bonito e sempre bem maquiado complementado com um belo batom vermelho, seu preferido. Ela era divertida e muito inteligente.
Percebi Samantha cabisbaixa e sozinha, bebendo num canto. Coloquei um short e fui até ela.
- Tudo bem por aqui? – perguntei.
- Ari, Jonathan nem olha para mim. É como se eu nem existisse para ele.
- Não deixe ele perceber que você está assim por causa dele, amiga. Seja forte.
- Por que eu fui escolher ele para amar? – lamentou ela.
- Samantha, tem certeza que é amor?
- Absoluta certeza... Infelizmente.
- Dê tempo ao tempo... Tudo vai se resolver, eu tenho certeza.
- E seu eu o perdi para sempre?
- Ele não é o único homem no mundo. Se perder ele encontrará outro.
- Ariane, você não entende: Jonathan é o homem da minha vida.
- Carlos gosta de você e não consegue nem disfarçar.
- O que você sugere?
- Parta para outra, Samantha. Tenta Carlos, que realmente valoriza você.
- Carlos nunca fez meu tipo. Eu acho que ele não tem nada a ver com Jonathan.
- E precisa ter algo parecido com Jonathan? – eu perguntei rindo. – Eu acho que quanto mais diferente for, melhor para você esquecer ele de vez.
- Acho que prefiro seguir seu conselho de dar tempo ao tempo e não de tentar algo com Carlos.
- Então ponha um sorriso neste rosto que você não é assim. O almoço de domingo é o dia mais legal da semana, quando todos estamos juntos.
- Tudo bem, vamos voltar a tentar ser feliz. – disse ela.
Samantha logo voltou à conversa, como se nada estivesse acontecendo. Agora era minha vez. Eu precisava conversar com Jonathan e esclarecer o que havia acontecido na noite anterior. Precisava lhe dar uma explicação. Procurei-o com olhar e senti meu coração bater descompassadamente quando percebi o olhar dele sobre mim. Ele sorriu ironicamente e eu desviei meu olhar. Será que Helena tinha razão e ele tinha algum interesse por mim, talvez de tempos atrás? E como eu nunca percebi? Ou eu estava ficando louca e imaginando coisas? Eu queria também conversar com ele sobre Samantha, mesmo sabendo que eu não tinha nada a ver com aquilo, mas ela era minha amiga e eu não suportava ver o sofrimento dela. Precisava saber o que ele pensava sobre o término, se havia ou não possibilidade de voltarem. Por que eu desviava o olhar do dele? Novamente nossos olhares se cruzaram e eu fingi que só passava o olhar por ele. Por que ele mexia comigo daquela forma? Eu sempre achei ele lindo, mas nunca senti frio na barriga com olhares dele. haviam tido olhares antes dos últimos dias? Céus, ele era proibido para mim. Eu não podia pensar nele, olhar para ele e nem sequer sonhar com aquele homem.
- Oi.
Olhei assustada para Carlos.
- Nossa, não pensei que você fosse tão assustada. – disse ele rindo.
- É que... Eu estava pensando... Não esperava. – tentei argumentar meu pulo.
- Cara de quem está com problemas. – observou ele.
- Eu? Imagine... Que tipo de problemas uma mulher como eu poderia ter? Eu resolvo problemas. – falei rindo.
- Vejamos: dinheiro, trabalho, homens, saúde...
Eu ri:
- Está tudo certo comigo. Só pensando mesmo.
- E Samantha? Vi você falando com ela há tempo atrás... Ela estava tão calada.
- Hum, eu sabia que falar comigo era só um pretexto para saber de Samantha. – brinquei.
- Não, nada disso. – ele tentou explicar-se preocupado.
- Estou brincando, relaxa. Eu sei o que você sente por Samantha... Aliás, acho que todo mundo aqui sabe. – falei olhando para os lados. – Mas Samantha ama outro homem.
- Ela não ama Jonathan. Quer ele porque não o tem. Ela só é obsecada por ele. – ele disse tranquilamente.
- Eu sinto dizer, mas acho que desta vez realmente ela está apaixonada.
- Quer dizer que eu tenho que desistir? Que não há nenhuma chance?
Eu fiquei um pouco surpresa com o quanto fui direta com ele. Pensei novamente nas palavras e disse:
- Acho que tem que tentar diretamente com ela, Carlos. Não vai conseguir nada falando comigo sobre isso.
- Então quer dizer que você não está disposta a me ajudar? – ele perguntou.
Olhei para ele. Eu gostava de Carlos. Era um homem responsável, maduro e inteligente. Ele era bonito. Moreno, alto, barba grossa e bem feita. Diziam que ele era de origem árabe, mas eu nunca soube se realmente era. De nós todos ele era o que mais trabalhava. Era médico. Além do trabalho no hospital, vivia viajando para todos os lados em congressos e cursos de especialização. Era um homem que qualquer mulher quereria ter por perto, principalmente se ele fosse apaixonado por ela.
- Bem, na verdade eu acho que posso ajudar sim, Carlos. Porque estaria de alguma forma ajudando minha amiga também.
Ele deu um sorriso largo:
- Obrigado.
- Que fique bem claro que faço isso por minha amiga, entendeu?
- E não vai se arrepender. Se quer a felicidade dela, pode contar comigo.
- Espero não me arrepender mesmo.
- Como forma de agradecimento por sua atenção, a convido para jantar em meu apartamento amanhã.
- Celso, você não está com segundas intenções comigo, não é mesmo? – perguntei olhando nos olhos dele, sinceramente.
- Se deixei transparecer isso, me desculpe. Não que você não seja desejável, mas eu... Só tenho olhos para Samantha, infelizmente. O jantar realmente foi um convite como forma de agradecimento. Sei que é amanhã é segunda, mas é o meu dia de folga. Hoje à noite eu trabalho.
- Sabe que podem pensar outras coisas a nosso respeito não é mesmo?
- E você se importa com isso? – ele perguntou divertido.
- Na verdade, não. – eu disse rindo.
- Então, ótimo. Espero você às 20 h e convido outra pessoa para não pensarem que é um jantar romântico. – disse ele.
- Estarei lá.
Saí dali e fui me juntar a Gisa, Fábio, Samantha e Mari. Fábio estava excepcionalmente amoroso com Gisa naquele dia, não largando ela sozinha um minuto. Ela parecia bem feliz. Gisa gostava dele, eu tinha certeza. E eu tentava de alguma forma gostar dele e aceitá-lo, pois era o namorado dela.- E Therry, por que não veio? – perguntou Mari.- Foi visitar o pai... Disse que ele não estava passando bem.- O pai? Que pai? Therry não tem pai vivo. – falou Mari confusa.Mari e Therry eram bem chegados. Talvez até amigos. Então se ela dizia aquilo, não havia dúvidas de que ele havia mentido para mim.- Como assim? – perguntei interessada.- Bem... – ela ficou um pouco sem jeito e pensativa. – Ele morreu... Tenho quase certeza.- Quase? – perguntei, certa de que ela tentava encobrir Therry ao perceber que havia falado demais.- Bem, tenho certeza. – ela confirmou.Eu fiquei ali, atônita com a coragem de Therry em mentir para mim daquela forma. Eu sabia que não tínhamos nada muito sério, apenas
As piscinas do clube funcionavam durante todo o verão e o clube não parava o funcionamento no inverno. Antes de Gisa colocar a piscina no Dreamworld nós costumávamos passar os domingos ali. Mas eu não sentia falta do clube. Gostava dos nossos finais de semana no nosso mundinho privativo.- Eu tenho saudades daqui. – disse Jonathan indo diretamente para o bar.- Eu também. – menti para não ter que explicar o porquê não tinha saudades.- Mas eu gosto muito do Dreamworld também. Sinto-me mais a vontade lá.- Sim. – confirmei.- Os nossos almoços de domingo juntos é a melhor parte da semana. Quando não fazemos isso parece que não teve domingo. – ele disse.- Eu... Penso a mesma coisa.- Hum, temos alguns pensamentos em comum. – disse ele rindo ironicamente.- Acho que mera coincidência. – observei mais que depressa.- Pode ser... Quem sabe? – ele disse.Eu não tentei entender o que ele quis dizer. Pelo contrário, eu só queria que ele pegasse aquelas cervejas e que fôssemos embora o mais r
Eu estava descendo do carro quando ele disse:- Ariane...Eu virei para ele e perguntei:- O que foi?- Não esqueça o que aconteceu hoje.- Eu já esqueci. – menti saindo do carro.Ele levou a cerveja e entramos no Dreamworld novamente, como se nada tivesse acontecido. Percebi que Samantha pareceu não ficar muito a vontade ao perceber que eu havia saído com Jonathan. Dava para ver nos olhos dela.- Que demora. – disse Mari abrindo uma cerveja gelada. – O almoço já está pronto há tempos.Gisa abraçou ela por trás e fez cócegas, dizendo:- Está com ciúmes, Mari?- Claro que não. – falou ela seriamente.Gisa abriu uma lata também e disse:- Que bom que conseguiram mais cervejas ou o que seria do nosso churrasco?Eu ia falar, mas Samantha me puxou para o lado, perguntando:- Por que você foi com ele? – a voz dela era baixa para não ser ouvida por ninguém.- Se acalme, Samantha. Está tudo bem. – eu disse.- Poderia ter dito não quando ele te convidou... Daí ele poderia ter me convidado.- M
Quando chegamos ao apartamento me dei conta que já estava quase anoitecendo. Parecia que cada vez ficávamos mais tempo reunidos no domingo. Tomei um banho, coloquei meu pijama e fiz um sanduíche, a única comida que eu sabia preparar. Sentei no sofá e liguei a televisão, embora não prestasse atenção em nada. Estava um pouco nervosa pela conversa com Samantha. Ela deveria estar mais ainda. Logo ela saiu do banho e sentou no sofá ao meu lado, com as pernas para cima, vestindo roupão e com uma toalha envolvendo os cabelos úmidos.- Pois bem, Ari, agora me conte tudo que você conversou com Jonathan.Fiquei até um pouco confusa. Será que ela sabia o que tinha acontecido?- Como assim? – perguntei um pouco desnorteada.- O que falaram sobre mim? – perguntou ela ansiosa.Respirei aliviada. Por um momento pensei que ela pudesse ter suspeitado de algo.- Sim, conversamos sobre você.- Então não me deixe assim... Fale logo. – pediu ela olhando nos meus olhos.- Bem... É complicado, Samantha.- E
A segunda-feira passou rápido. Eu tive que aplicar alguns testes em pessoas que haviam feito seleção para algumas empresas. Essa era minha função. Colaborar com o RH, sendo que nem sempre minha opinião era escutada. Eu tinha alguns colegas legais, o dono da empresa era simpático e jovem e algumas vezes me convidou para sair e eu sempre recusei de forma gentil, pois jamais passava pela minha cabeça me envolver com meu chefe, por mais charmoso que ele fosse. Eu não gostava muito de trabalhar lá, mas foi o que apareceu na minha área logo que cheguei à cidade. Ainda tinha intenção de montar um consultório e fazer consultas particulares, mas o lugar onde eu trabalhava me remunerava bem e me dava estabilidade financeira. Então me faltava coragem de arriscar.Quando cheguei ao Dreamworld percebi que as luzes do apartamento de Therry estavam acesas. Fiquei pensando se deveria ou não ir até lá e conversar com ele de uma vez para acabar tudo entre nós. Achei estranho ele não me procurar, nem se
Quando cheguei, Samantha avisou:- Therry esteve aqui.- Therry? Ele nem me ligou. – falei.- Ele disse que viu você acompanhada no clube e tudo mais... Estava brabo e não conseguia disfarçar. Queria tomar satisfações conosco. O bom é que pelo visto ele não tem certeza de quem estava com você. Ele não reconheceu Jonathan.- Melhor assim. Não acho bom envolver Jonathan nisso tudo. Ele não tem nada a ver comigo. – falei.- Ari... Cuide-se. – falou Samantha.- Por que está dizendo isso?- Eu... Não gosto muito de Therry e da maneira como ele fala às vezes. É muito grosseiro.- Eu sei. Já percebi isso algumas vezes. Ele não aceita algumas coisas se não são do agrado dele. Tenta sempre prevalecer sua vontade. E tem mudanças de humor bem rápidas. Mas eu não tenho medo dele.- Eu tenho e acho que você deveria cuidar-se quanto a ele.- Não acho que ele faria alguma coisa contra Ariane. – disse Helena. – Ele parece gostar dela, embora ele seja realmente estranho algumas vezes.- Eu realmente n
Helena foi dormir e eu fiquei ali um tempo no sofá, pensando na vida e tentando não pensar em Jonathan. Eu tinha medo de pensar demais e descobrir o que eu pudesse sentir por ele. Depois de um tempo me deu sono e fui deitar. Samantha ainda estava acordada. As luzes estavam apagadas, mas dava para perceber que ela estava chorando.- Você está bem? – perguntei alisando os cabelos dela no escuro e sentando ao lado dela na cama.- Helena foi muito dura comigo.Eu a abracei. Samantha não costumava ser muito emotiva e o fato de ela estar chorado significava que realmente estava magoada e doída por dentro.- Não chore, Samantha. Eu tenho certeza que Helena não fez por mal.- A verdade dói tanto, Ari...- Você vai superar isso, Samantha. Você sempre foi uma mulher forte.- Eu amo Jonathan. Isso não é uma obsessão. Magoa-me o fato de não acreditarem nos meus sentimentos, como se eu não fosse capaz de amar um homem. Vocês me julgam pelo meu passado.- Não...Eu falei não, mas no fundo ela tinha
Meu celular tocou e eu vi o nome de Therry. Fiquei um pouco nervosa, mas atendi.- Ari?- Oi, Therry.- Quero que você venha até o meu apartamento. Precisamos conversar.Eu fiquei pasma com o autoritarismo dele e a forma de falar. Respirei fundo e disse:- Acho que não temos mais nada para conversar, Therry.- Tem certeza?- Sim, eu tenho. E quero que você não me ligue mais.- Você pensa que eu sou otário, Ariane? Não, eu não sou. Eu vi você no clube domingo.- Pois saiba que eu também o vi. E creio que este seja o motivo que ficamos há dias sem nos falar não é mesmo? Achei que o que vimos, bastasse. Para nós dois.Ele ficou calado um tempo depois disse, em tom mais calmo:- Me viu?- Sim, vi você muito bem acompanhado. Nosso namoro não ia bem há tempos e você sabe disso, Therry. Acabou. Sei que não é legal fazermos isso por telefone, mas já que só nos falamos assim, não há porque retomarmos este assunto.- Você acha que eu sou o tipo de homem que leva fora por telefone, Ariane?- E v