- Eu gosto muito de você, Ari.
- Por que será que não acredito tanto assim nas suas palavras? – eu disse rindo.
Realmente eu não conseguia identificar muito bem os sentimentos de Therry. Por vezes eu achava que ele gostava de mim com sinceridade, outras que ele simplesmente estava me usando para não ficar sozinho, assim como eu estava fazendo com ele. Não, eu não me sentia culpada por isso, afinal, nós dois nos beneficiávamos neste relacionamento de alguma forma. E eu não queria me apaixonar por ele... Acho que nem que tentasse, conseguiria, pois eu via muitos defeitos em Therry, que acredito que não veria se gostasse dele. Eu o achava convencido, embora lindo. Detestava que ele fumava o tempo todo, embora vivesse na academia e pregava uma vida saudável que ele não levava. Ele não tinha muito compromisso com nada. Eu não gostava muito das mudanças de humor dele, mas sempre acabava perdoando e nem sei o porquê.
- Therry, eu acho melhor você ir embora. Daqui há pouco Helena e Samantha chegam e...
- E o que tem? Somos namorados. Então qual o problema de elas chegarem e me verem aqui? Você não paga por este apartamento tanto quanto elas? – falou ele bravo.
- Na verdade eu estou cansada. – Menti. – Tive um dia cheio e quero dormir.
- Então prometa que esta semana reservará um horário na sua agenda só para mim... Quem sabe podemos almoçar ou jantar juntos, só nos dois?
- Combinado. – falei contrariada, para ele ir embora mesmo.
Ele levantou do sofá, me deu um beijo rápido e saiu.
Quando ele saiu eu deitei no sofá e respirei aliviada. Cada vez menos eu gostava da presença dele na minha casa. Acho que estava na hora de terminar definitivamente aquele namoro ruim, que não contribuía em nada na minha vida. Ele estava me deixando sem espaço e eu não gostava disso.
Helena abriu a porta, com cara de cansada.
- Como foi seu dia, amiga? – perguntei.
- Bom, dentro do possível. E o seu?
- Tentando fazer com que melhore. – admiti.
Ela foi para o quarto e voltou de pijamas e pantufa e sentou comigo no sofá.
- Um café para acompanhar as mágoas? – perguntou ela rindo.
- Por que não? – eu disse rindo também. Eu que deveria fazer um café para ela que estava chegando depois de mim, mas sabia que elas não gostavam da minha presença na cozinha para nada, nem mesmo para o preparo de um simples café. Talvez isso se deva ao meu péssimo dom para cozinhar.
Logo senti o cheiro de café passado por toda a casa e como louca saí do sofá e fechei a janela para o aroma não ir embora. Sentei de novo no sofá e Helena voltou com duas xícaras de pretos sem açúcar, como gostávamos.
- Estou pronta para você se confessar.
- Ah, amiga e como eu preciso. – eu disse deitando a cabeça no ombro dela depois de saborear aquele café perfeito.
- Como você consegue ter tantos problemas e ainda resolver os das outras pessoas?
Eu ri:
- Eu já disse que não é assim, Helena. Psicólogos não resolvem os problemas dos outros... Bom seria se fosse tão simples resolver o problema das pessoas, em especial aquelas que nem conhecemos.
- Mas você poderia pelo menos prever os problemas antes de entrar neles, não é mesmo? Você sempre foi muito correta e centrada. Tem coisas que dá para perceber antes, Ari.
- Sim, parece que eu procuro os problemas às vezes...
- Pois então... Ainda bem que você tem a mim, uma amiga fiel, leal e maravilhosa. – disse ela rindo. – E Samantha, que é bem legal também, mas não tanto quanto eu.
Eu ri alto:
- Concordo com você. Em tudo.
- Pois bem, o que está acontecendo entre você e Therry?
- Você já sabia do que eu ia falar, não é mesmo?
- Claro... Nem precisa ser sua melhor amiga para saber que isso é um problema.
- Eu não suporto mais ficar com ele. – confessei.
- Dá para perceber quando vocês estão juntos, Ari. Mas parece que ele gosta de você. Vejo sinceridade no olhar dele quando diz que você é importante e coisas deste tipo. Você sabe que eu não gosto muito dele, mas vou sentir pena dele quando você acabar.
- Eu não queria que tudo ficasse tão sério... Não era para ser assim. Nem sei como chegamos a este namoro, sendo que eu nunca quis. Na verdade, não tenho intenção de me relacionar seriamente com ninguém neste momento, principalmente com alguém que não mexe com meu coração de forma alguma. E ele tem forçado demais a presença dele na minha vida nos últimos dias. Estou me sentindo sufocada.
- Precisa dizer isso a ele... Não com todas estas palavras, óbvio.
- Eu sei... Já passou da hora de acabar o que nem deveria ter começado. Mas me falta coragem... Não quero magoar ele.
- Acho que ele vai sentir muito... Não há como evitar.
- Preciso ter coragem e dizer para ele a verdade o mais rápido possível. Não dá para levar isso por muito tempo, pois ele pode criar ainda mais expectativas.
- Concordo.
- Mas agora vamos deixar minha vida de lado e falar do nosso eterno problema, nossa amiga Samantha.
- Hum... – disse Helena tomando todo o café de uma vez e fazendo uma careta.
- Onde ela está? Já deveria estar em casa.
- Ela está no bar da quadra acima.
- Fazendo o que no bar?
- Olhando para Jonathan.
- Samantha não pode fazer isso. – falei furiosa.
- Não temos o que fazer, Ari. Ela é adulta.
- Mas eles não estão mais juntos, ela mesma acabou tudo.
- Pois bem, está arrependida e decidiu que ama Jonathan.
- Como ela pode fazer isso? Sabia que ele tinha outra, viu ele com ela e ainda assim se rebaixa desta forma?
- Ela fez o que deveria ter feito na época... Terminou o namoro.
- Sim, ela fez bem terminar com ele. Jonathan foi um ordinário, um... Nem tenho palavras para o que ele fez. Mas não sei se odeio mais ele por ter traído ela ou ela por correr atrás dele como se nada tivesse acontecido.
- Como eu disse, ela é adulta. Não há nada que possamos fazer, afinal, ela não ouve nossos conselhos.
- Mas somos amigas dela, precisamos intervir, não acha?
- Não. Não acho. No momento ela não aceita opiniões e só vamos ficar brigadas se insistirmos. Vamos segurar ela quando for preciso, mais adiante. – disse Helena calmamente.
- Helena, não podemos deixá-la cair. – contestei. Eu não suportava a forma como Samantha se humilhava para Jonathan.
- Não vou fazer nada, Ari. Samantha não nos ouve. Na verdade, ela não ouve ninguém.
- Eu... Vou falar com Jonathan.
- Talvez fosse uma boa ideia... Mas o que ele vai dizer? Que não gosta dela. E o que você pode fazer a respeito? Nada. Não há como obrigar ele a gostar de Samantha.
- E se ele gosta dela? Talvez faz bem para o ego dele vê-la correndo atrás desta forma. – cogitei.
- Estou quase convencida que Jonathan nunca sentiu nada por Samantha.
- Idiota... É isso que ele é. – falei com raiva quando pensei naquele par de olhos verdes.
- Não diga isso... Jonathan é um cara legal. Merece nossa consideração.
- Helena, não acredito no que estou ouvindo. – realmente, eu não conseguia acreditar que minha amiga estava defendendo Jonathan e não Samantha.
- Ari, Samantha sabia desde o início que não havia futuro. Ela praticamente obrigou Jonathan a ficar com ela. Insistiu tanto que ele não teve saída. Bem sabemos que ele nunca ficou tanto tempo com alguém como ficou com ela. Seis meses... Longos, na minha opinião. Nunca vi ele se envolver tanto tempo. E ela foi feliz, mesmo sabendo que não era como ela sempre sonhou. Ele nunca mentiu sobre quem e como ele era.
- Que discurso horrível, Helena. Está dizendo que ela deveria aproveitar enquanto durou e era isso?
- Eu sou a única que consigo ver os dois lados, não é mesmo? Já pensou em Jonathan nesta história? Não, você só pensa na Samantha, porque ela é nossa amiga. E não somos culpadas pelas atitudes dela, Ari. Avisamos ela tudo que poderia acontecer antes de ela começar o relacionamento com ele, de forma quase forçada. Eu conheço Jonathan e você sabe disso. Ele e Daniel são amigos há muito tempo. Ele não é um cara ruim. Ele nunca prometeu nada para ela. Foi errado sim ao traí-la e ela fez correto em terminar com ele. O que eu não vejo sentido é em agora ela ficar arrependida e viver atrás dele.
- Eu entendo... – falei mesmo não entendendo muito. Na minha opinião Helena ainda defendia Jonathan e eu não via defesa para ele.
- Além do mais, eu tenho minhas desconfianças nesta história toda...
- Desconfianças? Quais seriam? – perguntei curiosa.
- Talvez eu esteja enganada... Já tentei falar com Daniel sobre este assunto, mas ele não fez muita questão.
- Fale logo, Helena.
- Eu acho que ele olha para você com segundas intenções.
- Quem, Jonathan? – perguntei me segurando para não rir.
- Sim.
Comecei a rir com vontade. Helena só podia estar louca.
- Estou falando sério. – disse ela sem rir.
- Isso nunca aconteceu... Não há possibilidade...
- Nunca aconteceu de você ver ele olhando-a? Ou acha que não há possibilidade de ele ser interessado em você? E você, teria interesse nele?
- Helena... Você não pode estar falando sério. – eu disse sem rir desta vez. Não sabia a intenção de Helena ao falar todas aquelas besteiras.
- Bem, vou torcer para meus olhos e minha intuição estarem enganados. – disse ela levantando do sofá. – Porque se eu estiver certa, teremos problemas por aí.
Ela foi para a cozinha e eu tomei todo meu café de uma só vez, sentindo depois o gosto amargo mas gostoso na boca. Peguei minha xícara e fui atrás dela, que estava na pia.
- Quando você viu isso? – perguntei.
- Algumas vezes...
- Por que nunca me falou?
- Porque nunca havíamos falado sobre isso... Além do mais, Samantha sempre está conosco, então não tinha como dividir isso com você.
- Eu não vejo possibilidade de isso acontecer.
Helena me olhou nos olhos e perguntou:
- Por quê? Você é uma mulher linda, Ari... Por que ele não poderia estar interessado em você?
- Helena, pode ser só um olhar... Não quer dizer que seja de desejo ou sei lá o que.
- Ari, eu não nasci ontem. Eu não sou burra.
- Ok... Vou ficar atenta a isso. Ou será que não devo? – perguntou confusa.
- Acho que deve ficar mais esperta sim. Só não corresponda aos olhares dele, por Deus. – falou ela. – Não agora.
- Claro que eu não faria isso. – falei mais que depressa. – Só de pensar eu fico até me sentindo mal.
Helena guardou a xícara limpa e eu comecei a lavar a minha. Ela me deu um beijo e disse:
- Vou tomar um banho e vou dormir. Estou cansada mesmo.
- E o noivado?
- Otimamente ótimo. Maravilhosamente maravilhoso. – disse ela rindo.
Eu ri. Adorava quando ela falava assim. E perguntar sobre o noivado sempre trazia alegria para ela.
- Nunca vi ninguém tão apaixonada pelo futuro marido. – falei fazendo uma careta.
- Torcendo para o tempo passar logo e nos casarmos. – disse ela.
Abracei ela com força e disse:
- Você e Daniel merecem toda a felicidade do mundo... Vocês são muito especiais. E eu sou tão feliz por você...
Ela retribuiu o abraço:
- Ari, eu torço para que você também sinta o que eu sinto algum dia. E tenho certeza de que quando menos você esperar, aparecerá o homem que vai tirá-la do seu centro.
- Eu não quero me descentralizar. – eu disse convicta.
Ela riu:
- Boa noite, Ari.
- Boa noite.
Helena dormia sozinha num quarto e eu dividia o outro com Samantha. Helena tinha o privilégio de ficar com um dos quartos pela sua privacidade com Daniel. Eu e Samantha nos revezávamos quando precisávamos do quarto, sendo assim a outra dormia na sala. Óbvio que eu mais dormia na sala do que no quarto, pois Samantha tinha companhias frequentemente. Eu já tinha 22 anos, era uma mulher decidida, segura de mim, com uma boa profissão na qual eu me realizava. Mas era um pouco conservadora com relação a sexo. Para mim tinha que ter sentimento. Não precisava ser amor, pois no auge da minha idade eu ainda não conhecia este sentimento. E também não tinha pressa. Vendo que nem sempre era um mar de rosas, preferia ficar na defensiva, feliz sem sofrer por alguém. Por este motivo, havia feito amor algumas poucas vezes.Fui tomar um banho gelado, pois estava suada e depois deitei na minha cama. O quarto que eu dividia com Samantha era pequeno, pois tinha duas camas de casal. Um pequeno armário que d
Era sábado, dia de organizar o apartamento. Se eu não fizesse isso, ninguém fazia. Helena aproveitava o dia para ficar com Daniel e Samantha para hibernar até a noite. Lavei minhas roupas, varri e lavei o chão e organizei tudo que estava fora do lugar. Acabei nem vendo o lindo dia de sol que estava na rua. Quando acabei já era final de tarde e Helena já estava de volta, se preparando para sair novamente.- Iremos ao bar da esquina. – disse ela. – Vamos?- Estou cansada. Acho que vou ler um livro e depois dormir.- Ari, você sabia que existe vida lá fora? = ela me perguntou.- Além do mais não falei com Therry.- Therry não está em casa.- Como você sabe?- Nenhum movimento por lá.- Acho que não pega bem eu sair sem ele... Talvez ele fique chateado. Ele sempre convida para ir com ele e eu sempre dou uma desculpa...- Assim como faz comigo quando a convido.- Helena, eu...- Não aceito não como resposta. Sairemos as 20 h e você deverá estar pronta e bem linda.Eu suspirei baixinho e fu
Acordei com o chamado insistente do meu telefone. Abri os olhos e olhei nome de Therry.- Oi... – eu disse com voz sonolenta.- Bom dia, querida. Sou eu.- Sim, Therry. O que houve?- Só estou ligando para avisar que não irei participar do churrasco hoje. Vou ver meu pai que ele está doente.Eu levantei da cama preocupada:- O que houve com seu pai?- Nada grave eu acho, mas melhor ir até lá e me certificar do que realmente aconteceu. - Sim... Também acho. Melhoras para ele. Fique bem. Qualquer coisa que precisar é só me chamar.- Não vai ficar triste por eu não poder estar aí com você°- Não se preocupe... Família em primeiro lugar. – eu disse.- Beijo... Vou sentir saudades.- Beijo.Eu fiquei um pouco preocupada. Tomara que não fosse nada sério com o pai dele. Eu não conhecia o pai de Therry e na verdade nunca nem falamos sobre ele. Mas achei legal ele ficar preocupado. Ele não era o tipo de homem que se preocupava com qualquer coisa a não ser ele mesmo. Lembrei-me que eu ainda ti
Saí dali e fui me juntar a Gisa, Fábio, Samantha e Mari. Fábio estava excepcionalmente amoroso com Gisa naquele dia, não largando ela sozinha um minuto. Ela parecia bem feliz. Gisa gostava dele, eu tinha certeza. E eu tentava de alguma forma gostar dele e aceitá-lo, pois era o namorado dela.- E Therry, por que não veio? – perguntou Mari.- Foi visitar o pai... Disse que ele não estava passando bem.- O pai? Que pai? Therry não tem pai vivo. – falou Mari confusa.Mari e Therry eram bem chegados. Talvez até amigos. Então se ela dizia aquilo, não havia dúvidas de que ele havia mentido para mim.- Como assim? – perguntei interessada.- Bem... – ela ficou um pouco sem jeito e pensativa. – Ele morreu... Tenho quase certeza.- Quase? – perguntei, certa de que ela tentava encobrir Therry ao perceber que havia falado demais.- Bem, tenho certeza. – ela confirmou.Eu fiquei ali, atônita com a coragem de Therry em mentir para mim daquela forma. Eu sabia que não tínhamos nada muito sério, apenas
As piscinas do clube funcionavam durante todo o verão e o clube não parava o funcionamento no inverno. Antes de Gisa colocar a piscina no Dreamworld nós costumávamos passar os domingos ali. Mas eu não sentia falta do clube. Gostava dos nossos finais de semana no nosso mundinho privativo.- Eu tenho saudades daqui. – disse Jonathan indo diretamente para o bar.- Eu também. – menti para não ter que explicar o porquê não tinha saudades.- Mas eu gosto muito do Dreamworld também. Sinto-me mais a vontade lá.- Sim. – confirmei.- Os nossos almoços de domingo juntos é a melhor parte da semana. Quando não fazemos isso parece que não teve domingo. – ele disse.- Eu... Penso a mesma coisa.- Hum, temos alguns pensamentos em comum. – disse ele rindo ironicamente.- Acho que mera coincidência. – observei mais que depressa.- Pode ser... Quem sabe? – ele disse.Eu não tentei entender o que ele quis dizer. Pelo contrário, eu só queria que ele pegasse aquelas cervejas e que fôssemos embora o mais r
Eu estava descendo do carro quando ele disse:- Ariane...Eu virei para ele e perguntei:- O que foi?- Não esqueça o que aconteceu hoje.- Eu já esqueci. – menti saindo do carro.Ele levou a cerveja e entramos no Dreamworld novamente, como se nada tivesse acontecido. Percebi que Samantha pareceu não ficar muito a vontade ao perceber que eu havia saído com Jonathan. Dava para ver nos olhos dela.- Que demora. – disse Mari abrindo uma cerveja gelada. – O almoço já está pronto há tempos.Gisa abraçou ela por trás e fez cócegas, dizendo:- Está com ciúmes, Mari?- Claro que não. – falou ela seriamente.Gisa abriu uma lata também e disse:- Que bom que conseguiram mais cervejas ou o que seria do nosso churrasco?Eu ia falar, mas Samantha me puxou para o lado, perguntando:- Por que você foi com ele? – a voz dela era baixa para não ser ouvida por ninguém.- Se acalme, Samantha. Está tudo bem. – eu disse.- Poderia ter dito não quando ele te convidou... Daí ele poderia ter me convidado.- M
Quando chegamos ao apartamento me dei conta que já estava quase anoitecendo. Parecia que cada vez ficávamos mais tempo reunidos no domingo. Tomei um banho, coloquei meu pijama e fiz um sanduíche, a única comida que eu sabia preparar. Sentei no sofá e liguei a televisão, embora não prestasse atenção em nada. Estava um pouco nervosa pela conversa com Samantha. Ela deveria estar mais ainda. Logo ela saiu do banho e sentou no sofá ao meu lado, com as pernas para cima, vestindo roupão e com uma toalha envolvendo os cabelos úmidos.- Pois bem, Ari, agora me conte tudo que você conversou com Jonathan.Fiquei até um pouco confusa. Será que ela sabia o que tinha acontecido?- Como assim? – perguntei um pouco desnorteada.- O que falaram sobre mim? – perguntou ela ansiosa.Respirei aliviada. Por um momento pensei que ela pudesse ter suspeitado de algo.- Sim, conversamos sobre você.- Então não me deixe assim... Fale logo. – pediu ela olhando nos meus olhos.- Bem... É complicado, Samantha.- E
A segunda-feira passou rápido. Eu tive que aplicar alguns testes em pessoas que haviam feito seleção para algumas empresas. Essa era minha função. Colaborar com o RH, sendo que nem sempre minha opinião era escutada. Eu tinha alguns colegas legais, o dono da empresa era simpático e jovem e algumas vezes me convidou para sair e eu sempre recusei de forma gentil, pois jamais passava pela minha cabeça me envolver com meu chefe, por mais charmoso que ele fosse. Eu não gostava muito de trabalhar lá, mas foi o que apareceu na minha área logo que cheguei à cidade. Ainda tinha intenção de montar um consultório e fazer consultas particulares, mas o lugar onde eu trabalhava me remunerava bem e me dava estabilidade financeira. Então me faltava coragem de arriscar.Quando cheguei ao Dreamworld percebi que as luzes do apartamento de Therry estavam acesas. Fiquei pensando se deveria ou não ir até lá e conversar com ele de uma vez para acabar tudo entre nós. Achei estranho ele não me procurar, nem se