Anne,Respiro fundo, tentando acalmar o meu corpo. Sei que fui baixa ao beijá-lo só para que ele parasse com as perguntas e eu conseguisse pegar a chave para sair, mas eu não tive outra escolha. Depois, vendo-o passar parecendo que estava com raiva, me fez repensar o que eu fiz.Tomara que ele entenda que foi apenas um beijo e que, além de não se repetir, não vamos levar isso adiante. Ele volta olhando para mim e soltando um sorriso irônico. Onde será que esse homem foi que voltou animado desse jeito? Deve ter ido dar uma namoradinha. Safado.Depois de alguns minutos, ele volta arrumado. Olho na hora para ver se já acabou o nosso plantão, mas ainda são 02:00, e o plantão vai até às 7:00 da manhã. Onde ele pensa que vai?— Doutor, você não pode sair do hospital.— Vou resolver um problema; daqui a pouco eu volto. Cuida de tudo aí até eu voltar.— Não pode sair; pode acontecer alguma emergência. — Levanto-me e ele vai indo para o elevador, e eu o sigo.— Eu sei que você dará conta, Anne
Anne,O turno acaba, e eu procuro por ele para tomarmos café e eu já falar tudo, pois eu não vou na casa dele, pois a noite eu trabalho como socorrista. Mas ele sumiu, foi embora antes de mim. Troco de roupa e vou para minha casa, e capoto na cama.Acordo com uma buzina chata na porta da minha casa, e quando eu olho a hora, já são 18:30. Me levanto e abro a janela, vejo que está bem na minha porta, e pelo modelo do carro, é o doutor Eduardo. Corro para o banheiro, faço a minha higiene, e abro a porta para ele. Ele só desce o vidro do carro, e me chama com o dedo. Encosto a porta e vou até ele.— Entra no carro, eu disse que íamos conversar na minha casa.— Você é muito abusado, eu não vou. As 20:00 eu tenho que ir trabalhar.— Temos uma hora e meia, então vamos jantar na minha casa, e você me conta tudo. Já leva sua roupa de trabalho, que de lá você vai direto.Olho para ele desacreditada, e ele manda eu ir logo, já que o tempo está passando. Mas, como ele falou em jantar eu vou, mesm
Eduardo,Fiz tudo bonito, comprei a comida, uma mesa linda, e ela diz agora que tem que ir embora? Eu não aceito, e vou usar todo o meu charme para ela ficar. Pois a noite é toda nossa, e depois dessa confissão dela, nada melhor que terminar a noite com chave de ouro.— Anne, podemos curtir a noite só nós dois, então fica, por favor?— Eu não posso ficar, Eduardo. Você não vai me ganhar fazendo essa carinha de cachorro sem dono. Eu tenho os meus princípios, e isso não inclui dormir com você. E outra, eu tenho que ir trabalhar no SAMU.— Eu tenho certeza que não vão te mandar embora se você faltar só um dia. Fica. Posso fazer a sua noite ser a melhor que você já teve em toda sua vida. — Me aproximo mais dela, e ela volta a fugir de mim. Que droga de mulher difícil.— Não é isso... — Ela solta um suspiro pesado, e eu a olho tentando entender o que é que está acontecendo, que ela não está aceitando os meus investimentos. — Olha, eu não sou o tipo de mulher com que você está acostumado. A
Eduardo,Entramos na lanchonete e nos sentamos na mesma mesa da outra vez. Ela pede de novo o chocolate quente e um pão de queijo. Eu peço um café e um pão de queijo também, já que ela vai pagar dessa vez. Vou extrapolar, vou ensinar ela como não falar daquele jeito comigo.— O motorista da ambulância, ele é seu namorado? — Pergunto, temendo a resposta, pois eles podem ter começado a namorar, por isso ela me deu um chega pra lá.— O Beto? Não, ele não é meu namorado, ele é meu colega de trabalho. Eu já disse, e mesmo que você não acredite, eu estou falando a verdade. Eu nunca namorei com ninguém.— Desculpa a pergunta, mas é porque vocês estavam tão íntimos, você rindo para ele igual uma hiena. — Falo contra gosto, pois não gostei do jeito dos dois.— Eu não estava rindo assim. Eu estava dando risada de uma piada que ele me contou, porque ele sabe como levantar o meu astral quando eu estou triste.— Isso é uma direta para mim? Eu não sei fazer você rir? E sim, você estava rindo como u
Eduardo,Levo ela até os feridos do carro, onde tem dois adultos no banco da frente e uma criança no banco de trás. Mando as outras pessoas que não estão ligadas ao acidente para ligarem para uma ambulância.— Quer olhar a criança, e eu olho os adultos? — Ela fica só olhando. — Anne, eles precisam de você. Por favor, me ajuda. Eu não vou dar conta sozinho, e sei que você pode fazer isso. Pode me ajudar?Ela concorda com a cabeça, mas não fala nada. Ela faz uma certa força para abrir a porta, puxando com tudo. Ela deixa a criança no banco e começa a examiná-la. Respiro aliviado ao ver que ela acordou do seu bloqueio e está me ajudando. Deito um pouco o banco do motorista e examino o pai primeiro. Apesar de estar desmaiado, ele está respirando, e aparentemente está bem. Apenas com um corte na cabeça, que aparentemente foi feito pelos estilhaços do vidro, e não parece profundo.Passo para o outro lado, dando a volta no carro, e vejo como está a mulher. A situação dela está um pouco mais
Eduardo, Vejo a pequena grudada no abraço com a Anne. Ela abraça a menina e fica ali, como um verdadeiro escudo, olhando para o médico, como se fosse a mãe da menina. Essa fera vai ser uma leoa quando tiver os próprios filhos, já estou até imaginando. O médico desiste da discussão e sai do quarto. Tento me aproximar da pequena, mas ela se esconde atrás da Anne.— Calma, pequena, eu não vou te machucar. Eu vou ajudar você a ficar boa, para você sair daqui com seu papai e sua mamãe, está bem?Ela balança a cabeça para mim, e eu pergunto para Anne como ela está. Ela fala que a menina está instável, e que a dor de cabeça e a dor da barriga são pelo balanço do carro no capotamento. Ainda sim, peço para fazer uma tomografia, só para garantir. Anne prontamente se levanta e leva a pequena junto com ela.Eu continuo na sala e pego o prontuário da menina para ver o que já foi feito nela. Anne marcou todos os exames de triagem que fez com a pequena Ana. Essa Anne me surpreende a cada minuto, el
Anne,Enquanto eu dormia em meu quarto, fui despertada pelo som distante de vozes exaltadas vindas da sala. Curiosa e preocupada, me levanto da cama e me aproximei para investigar a origem da confusão. À medida que me aproximava, pude distinguir claramente as vozes de Eduardo e Beto, ambos em um tom cheio de raiva.Ao chegar na sala, me deparei com uma cena tensa. Beto, com os punhos cerrados e o rosto contorcido de fúria, encarava Eduardo com um olhar desafiador. Já o Eduardo, mantinha uma postura defensiva, os músculos tensos e os olhos fixos no Beto. O ambiente estava carregado de tensão, como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento.A sala da minha casa, que normalmente é calma, transformou-se em um ringue improvisado, onde dois vamos de brigas estavam prestes a de matarem a qualquer momento. Então intervir perguntando: — O que está acontecendo aqui?— Anne, mande ele ir embora, que ousadia desse cara ficar aqui na sua casa? — O Beto fala e Eduardo começa andar risada.
Eduardo,Espero ela me responder, e enquanto ela não responde, vou beijando esse pescocinho gostoso que ela tem. Seu perfume me deixa embriagado, louco para morder.— Vai morar comigo, Anne.— Vou... — Puxo minha cabeça para trás para olhar nos olhos dela para ver se é verdade. — Só depois do casamento. Namorados não moram juntos.— Não se dá um doce a uma criança para depois tirar. Você é só mal.— Não sou. Precisamos dormir doutor, só tempos poucas horas para descansar e voltar para o hospital.— Ok, então dorme comigo, não vou deixar a minha namorada voltar para casa dela morrendo de sono. Olha, nunca tive uma namorada, você vai ter que me ensinar como é.— Nunca namorou? Porque você é assim?— Depois te conto, agora vamos dormir.Levo ela até o meu quarto, e ela se deita bem do lado que eu durmo olho para ela, e ela nem parece perceber. Bom, eu chamei ela para dormir comigo, não vai ter outro jeito. Me deito do outro lado, mas parece que a posição para dormir não vem.— A cama est