05- gota d'agua

— Um filho... HAHAHAHAAHAHAHAHAH — Comecei a rir histericamente — já sei, isso é uma pegadinha né, só pode, ontem e hoje foram os dias de me pregar uma peça, é isso né, onde descobri que ele me traía com a secretária dele que inclusive é conhecida como a namorada dele no trabalho, descobri que me trai com a prima dele também em uma boate, hoje descubro que a casa, carro que conquistei não são meus, ele me deu golpe, descubro que não estou casada e agora descubro que ele tem um filho de uns 5 anos, parece fazer sentido pra você?

— Bom, se você coloca dessa forma, me parece um absurdo mesmo — diz ele concordando a cabeça junto comigo.

— Tá zombando de mim?

— Não, mas o que me interessa mesmo é dinheiro docinho, você que vai pagar?

— Só pode estar brincando, ele que vai pagar.

— Ah, tudo bem — o rosto dele que estava suave estampando um sorriso cínico, se fechou — Liga para ele.

Ele agora parecia assustador, aquele momento a frase um lobo em pele de cordeiro nunca fez tanto sentido. O ambiente que estava descontraído agora estava tenso.

Pego meu telefone e começo a ligar para Caio, felizmente ele me atende.

— Eu disse que ia chegar tarde hoje — em tom raivoso — o que você quer?

— Um... tal de senhor A. está aqui, ele disse que você está devendo algo.

— Droga, ele te disse alguma coisa? te fez algo? — em tom de preocupação.

— Não me fez nada, mas me disse... que você tinha um filho. — disse olhando para o homem sentado no sofá me encarando.

— Merda não acredita em nada do que ele disse, é tudo mentira.

— Ele... me disse que você tinha uma amante em seu trabalho e que você pegava sua prima também.

A cara do senhor A. fica confusa e ele aponta o dedo pra ele mesmo.

— Eu? — sussurrou.

O ignoro virando pro lado para ouvir a resposta de Caio.

— Tudo mentiras, sabe que eu nunca faria isso com você né amor.

suspirei e levantei um sorriso cínico.

— Eu só acredito no que vejo.

— Sim meu amor e essa é uma das suas melhores qualidades que você tem, chama a polícia e-

— Eu te vi — interrompo o afrontando.

O silêncio tomou conta do telefone, acho que eu já não conseguia esperar mais e queria acabar tudo logo, nem que fosse por telefone.

— Vi você com sua secretária, vi você com sua prima na boate ontem a noite, de fato a pessoa que você viu no suposto barzinho era mesmo eu, vi os documentos na sua sala e agora descubro que você tem um filho — desabafo no telefone.

— Calm-

— Nem somos casados não é — digo o interrompendo.

— Ahh, isso tudo é culpa sua!!

— O que você disse Caio?

Caiu começou a gritar do outro lado do telefone ao ponto de poder ouvir tudo da sala em que o senhor A. e ela estava.

— A CULPA É SUA, VOCÊ QUE QUIS ME BANCAR, VOCÊ QUE QUIS CONTINUAR COMIGO, VOCÊ NÃO QUIS ME DAR UM FILH-

— VOCÊ ME TRAI E A CULPA É MINHA?

— É, a culpa é toda sua, você é muito inocente que qualquer um poderia te passar a perna facilmente assim como peguei a sua casa que agora é minha, te fiz de burro de carga e tudo o que você fazia era continuar rindo, a culpa é sua por não ser atraente suficiente, custava você se arrumar um pouco? tive que ir atrás de algo que não tinha em casa, você era bonita mas agora tem uma gorduras que me dão ânsia, você não é mais atraente e a culpa é sua, e ainda por cima, como tem coragem de ir atrás de outros homens enquanto me tinha? você é uma vagabunda mesmo indo em boates tarde da noite, ein, sua put-

Enquanto eu estava imóvel ouvindo queixa por queixa, o senhor A. se levantou do sofá foi até em minha direção, tomou o celular da minha mão.

— Não não, crítica ela não, a culpa é sua. E seguinte, já que claramente não a quer, vou pegar ela para mim, espero que não se importe. E por causa desse vacilo teu, tem 2 meses para me pagar tudo o que deve, TUDO.

— Não calma aí, isso é entre eu e ela, marido e mulh-

O senhor A. j**a o telefone na parede fazendo o se quebrar.

Me espantei ao princípio, o homem que estava no sofá se encontrava passado bem a minha frente, eu praticamente estava em transe ouvindo tudo o que Caio falava, que não havia percebido.

— Então, agora podemos resolver meu assunto já que quase resolvemos o seu — diz ele bem próximo de mim.

— que assunto seu? — responde me afastando para trás.

—Hmm, vai se fazer de desentendida? assim você me machuca— diz ele se aproximando no mesmo ritmo em que me afasto.

— Não sei do que você está falando eu- — quando vejo cheguei na parede.

— Docinho, sabe o quão feliz eu estava depois de ouvir sua voz no telefone desse merda? — diz ele praticamente me pressionando contra a parede. — Depois que você saiu sem nem acabarmos com nossos assuntos, me senti desesperado. Uma mulher aparece na boate — diz colocando a mãos em minha bochecha — me seduz — a mão vai descendo para o ombro passando pelo pescoço — e vai embora sem nem dizer o nome.

Apesar ele ter olhado em meus olhos o começo da conversa, seus olhos começaram a seguir suas mãos enquanto descia, quando chegou na parte do ombro pro peito, ele começou a descer só no toque do seu dedo indicador, passou pelo peito, descendo até a barriga, quando chegou na barriga, ele olhou para mim com uma expressão séria, uma em que não havia a muitos anos, como... se me desejasse.

— Você... veio atrás de mim?

— não é óbvio? como eu disse... temos assuntos pendentes docinho.

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