Ele ganhava bem, mas eu não sabia com o que ele gastava, e ele ficava bravo quando eu perguntava sobre.
Em um dia, que precisei sair de casa, para ir até a editora, pois estavam com planos para adaptar um de meu livros, precisam da opinião da autora. Esse dia não avisei ao meu marido que iria sair de casa, somente sai, até porque eu havia esquecido completamente da reunião que havia sido marcada a meses, e lembrei em cima da hora, peguei um Uber até a editora, todos eram bem simpáticos, finalizamos a reunião. Como havia passado muito tempo desde a última vez que tinha saído, resolvi andar um pouco, lá perto estava a empresa em que meu marido trabalhava. Resolvi passar por lá para comprimentar ele, mas não o encontrei, pelo contrário, soube de algo devastador. Ao chegar, e procurar por ele, a recepcionista respondeu educamente que ele havia saído para almoça com a namorada dele. ... Namorada? do que essa recepcionista está falando? penso comigo mesma enquanto me afundo em pensamentos Ela até perguntou inocentemente se eu era uma cliente dele, havia dito que sim, então ela me pediu para esperar já que não fazia muito tempo desde que ele havia saído, mas resolvi me retirar. andei lentamente, como se tivesse sido derrotada, apesar de ter trabalho em empregos cansativos, nada ,e deixou tão acabada e cansada quanto ouvir algo assim. Por um momento quis acreditar que ela confundiu o meu marido com algum outro Caio, mas aí eu vi. Do outro lado da rua. Ele todo bem vestido com o terno que eu comprei, com o relógio que eu comprei, com os sapatos e gravatas que eu comprei, tudo com muito suor, beijando outra garota com o mesmo uniforme que a recepcionista da empresa de advocacia. Aí meu mundo caiu de vez, tontura e vontade de vomitar tomaram conta de mim, me apoiei no poste para não cair, e olhando para o dois. A risada tomou conta. Ri, mas de desespero, a garota que supostamente era a namorada dele, é a amiga dele da faculdade que foi testemunho de meu casamento. A secretária dele. A quanto tempo ele me traía? aquela vez no casamento, ela já era amante dele? Pensamentos invadiram minha mente. Idiota, burra, como pude ser tão tola, se ele claramente me mostrou muitos sinais negativos no relacionamento, por que fiquei? eu devia ter me separado daquela vez. A vontade era de ir atrás dele e agarrar ele e ela pelos cabelos, geralmente as amantes não tem culpa, pois os maridos são os casados e muitas vezes não falam que estão em um relacionamento já, mas nesse caso, meu marido é um vagabundo e a garota uma puta, pois ela estava em meu casamento e sabia muito bem, que ele era casado. Se duvidar, todo esse tempo eu estava sustentando ele, pra ele sustentar ela. Mas me segurei de ir até lá. A raiva se fez presente, queria me divorciar logo, mas falei comigo mesma que faria com classe, que pediria o divórcio a noite em casa. Prepararia uma bela janta e me arrumaria, coisa que não fazia em anos. Então fui embora antes de que me percebessem lá. Nem almocei, fiquei andando pelos móveis da casa, vendo que tinha mais foto dele que minhas ou de que nois dois juntos. Eu devo ter sido o burro de carga mais fácil que ele conseguiu. Como consegui ser burra, e nem a promessa que me fez de eu parar de trabalhar e estudar e ele me sustentar ele cumpriu, e provavelmente nem vai. E então fiz, fiz meu suco preferido, suco natural de melancia, fiz a minha comida preferida, Strogonoff de frango, fiz a minha sobremesa preferida, bolo de chocolate. Fiz e preparei as coisas que EU gostava, pois aquilo seria sobre mim, e não mais sobre ele, não faria os pratos chiques que ele gosta e exigia, faria os que eu gostava. Ajeitei a mesa, apaguei as luzes, fiz modo a jantar a luz de velas, me arrumei, eu me considero bonita, mas arrumada mais ainda, e então sentei e esperei, vi o sol se por e o horário dele chegar em casa se aproximando, e eu sentada. sete, oito, nove, dez e meia, já era dez horas da noite e ele ainda não havia chegado, isso significava que ele " faria horas extras e dormiria em um hotel perto do trabalho para poupar tempo", era a desculpa, mas agora, faz sentido as horas extras talvez, ele deixou de me avisar coisas com antecedência a muito tempo. Burra, nem xingamentos pesados conseguia dizer pra um cafajeste como ele e uma tola como eu. Decidi sair, pedi um Uber até o centro novamente, mas pra refrescar a mente, pensava em muitas coisas enquanto olhava pela janela do carro, e então eu vi o meu carro, o carro que eu comprei estacionado frente a uma boate. Pedi pro Uber parar para que eu pudesse descer ali mesmo, e entrei, lugar lotado, música alta, era difícil achar ele lá dentro, talvez estivesse em um dos quartos que aquela boate disponibilizava. Então resolvi me sentar no bar. O barman veio me atender, eu pedi um drink leve, afinal, não havia comido nada no dia. Quando a bebida chega ouço uma voz familiar. Era ele passando por traz de mim com uma garota agarrada ao braço dele. Quando ele passou, minha cabeça o seguiu, de fato era ele, e a garota não era a secretária, mas sim a prima dele ambos de forma carinhosa, carinhosos até demais para parentes, eu o vejo sendo carinhoso como nunca tinha sido comigo e então a vejo dando um beijo nele. Mais uma que estava como testemunha no meu casamento, mais um a que ele pegava, e eu uma idiota me sentido cada vez mais miserável. Assim que terminaram de se beijar e eu como estúpida vendo tudo sem nem fazer algo, Caio se virou para o meu lado, assim como eu conseguia enxergar ele, ele com certeza conseguiria me ver, por instinto como se estivesse fazendo algo errado, agarrei uma gravata de um homem que estava passando o fiz se curvar até mim e sem querer nosso lábios se encontraram.O tempo parecia como se tivesse parado, o homem que puxei até mim fazendo com que nossos lábios se encontrasse não parecia ter achado ruim o que eu fiz. Como nosso lábios estavam se encontrando de boca fechada, então era somente um selinho. Mas então em fração de segundo, o homem havia colocado a mão na minha nuca, e com nosso lábios ainda se tocando ele sussurrou. — você tem que abrir a boca — sussurrou me encarando. — o que ? — já estava tonta, apesar da bebida fraca, como não havia comido nada o dia todo, pareceu que subiu naquela hora, já que me sentia quente. — você tem que abrir a boca pra minha língua entrar — sussurrou de uma forma em que parecia que fosse me devorar em qualquer momento. Era hipnotizante e quando estava por abrir minha boca, ouvi a risada alta de meu marido e recobrei o sentido. Olhei para a direção que meu marido estava antes e ele estava se aproximando da direção onde estava, soltei a gravata do homem na qual estava segurando. — Desculpe, foi u
Meu coração parou e veio o flashback do que tinha acontecido " — você tem que abrir a boca — o que ? — você tem que abrir a boca pra minha língua entrar. " a lembrança foi tão impactante que acabei deixando o celular cair. No desespero, me abaixo para pegar o celular e na hora de levantar, bato com a cabeça na gaveta que havia deixado aberta. —AHHGR Ainda no chão agachada com uma das mãos na cabeça e a outra segurando o celular, ao olhar para a gavetana qual havia batido, vejo uns papéis grudado. ouço uns murmuros do outro lado do telefone, mas não entendi o que o tal A. estava dizendo, desliguei o telefone e o botei no chão. olhando para os papéis, no qual estavam colados, peguei eles e comecei a ler, palavra por palavra, folha por folha. Era um documento em que eu transferia meus bens tudo para o Caio, qualquer bem que adquirisse durante nosso relacionamento era dele. E pra piorar, eu achei o suposto documento em que eu assinei ao me casar, o que a certidão
— Um filho... HAHAHAHAAHAHAHAHAH — Comecei a rir histericamente — já sei, isso é uma pegadinha né, só pode, ontem e hoje foram os dias de me pregar uma peça, é isso né, onde descobri que ele me traía com a secretária dele que inclusive é conhecida como a namorada dele no trabalho, descobri que me trai com a prima dele também em uma boate, hoje descubro que a casa, carro que conquistei não são meus, ele me deu golpe, descubro que não estou casada e agora descubro que ele tem um filho de uns 5 anos, parece fazer sentido pra você? — Bom, se você coloca dessa forma, me parece um absurdo mesmo — diz ele concordando a cabeça junto comigo. — Tá zombando de mim? — Não, mas o que me interessa mesmo é dinheiro docinho, você que vai pagar? — Só pode estar brincando, ele que vai pagar. — Ah, tudo bem — o rosto dele que estava suave estampando um sorriso cínico, se fechou — Liga para ele. Ele agora parecia assustador, aquele momento a frase um lobo em pele de cordeiro nunca fez tanto sen
Consegui com muito esforço depois de anos trabalhando no pesado, conquistar minha casa própria, um carro bom e um marido amoroso. Conheci Caio ainda no ensino médio, ele me pareceu um bom rapaz, me prometeu vida de princesa, que eu era única e que sempre estaria comigo. Acreditei nessas doces palavras. Quando acabou o ensino médio, eu passei em uma faculdade pública, mas ele não conseguiu, e teria que pagar por uma. Então ele deu a ideia de eu começar a trabalhar para pagar a faculdade dele e depois que ele se formasse, eu começasse a minha, como eu já tinha passado uma vez, seria fácil passar de novo e se eu não passasse me prometeu que pagaria pela minha. Mais uma vez, preferi acreditar nele, e trabalhei, trabalhei muito, estava exausta, tinha que trabalhar no meio de semana, fazer as tarefas de casa, cozinhar, e trabalhar aos fins de semana, pois ele quis fazer Direito e custava muito caro a faculdade. Ele não podia me ajudar em nada, já que estava estudando muito, embora