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02- meu passado (parte 2)

Ele ganhava bem, mas eu não sabia com o que ele gastava, e ele ficava bravo quando eu perguntava sobre.

Em um dia, que precisei sair de casa, para ir até a editora, pois estavam com planos para adaptar um de meu livros, precisam da opinião da autora.

Esse dia não avisei ao meu marido que iria sair de casa, somente sai, até porque eu havia esquecido completamente da reunião que havia sido marcada a meses, e lembrei em cima da hora, peguei um Uber até a editora, todos eram bem simpáticos, finalizamos a reunião.

Como havia passado muito tempo desde a última vez que tinha saído, resolvi andar um pouco, lá perto estava a empresa em que meu marido trabalhava.

Resolvi passar por lá para comprimentar ele, mas não o encontrei, pelo contrário, soube de algo devastador.

Ao chegar, e procurar por ele, a recepcionista respondeu educamente que ele havia saído para almoça com a namorada dele.

...

Namorada? do que essa recepcionista está falando? penso comigo mesma enquanto me afundo em pensamentos

Ela até perguntou inocentemente se eu era uma cliente dele, havia dito que sim, então ela me pediu para esperar já que não fazia muito tempo desde que ele havia saído, mas resolvi me retirar.

andei lentamente, como se tivesse sido derrotada, apesar de ter trabalho em empregos cansativos, nada ,e deixou tão acabada e cansada quanto ouvir algo assim.

Por um momento quis acreditar que ela confundiu o meu marido com algum outro Caio, mas aí eu vi. Do outro lado da rua.

Ele todo bem vestido com o terno que eu comprei, com o relógio que eu comprei, com os sapatos e gravatas que eu comprei, tudo com muito suor, beijando outra garota com o mesmo uniforme que a recepcionista da empresa de advocacia.

Aí meu mundo caiu de vez, tontura e vontade de vomitar tomaram conta de mim, me apoiei no poste para não cair, e olhando para o dois. A risada tomou conta.

Ri, mas de desespero, a garota que supostamente era a namorada dele, é a amiga dele da faculdade que foi testemunho de meu casamento. A secretária dele.

A quanto tempo ele me traía? aquela vez no casamento, ela já era amante dele?

Pensamentos invadiram minha mente.

Idiota, burra, como pude ser tão tola, se ele claramente me mostrou muitos sinais negativos no relacionamento, por que fiquei? eu devia ter me separado daquela vez.

A vontade era de ir atrás dele e agarrar ele e ela pelos cabelos, geralmente as amantes não tem culpa, pois os maridos são os casados e muitas vezes não falam que estão em um relacionamento já, mas nesse caso, meu marido é um vagabundo e a garota uma puta, pois ela estava em meu casamento e sabia muito bem, que ele era casado. Se duvidar, todo esse tempo eu estava sustentando ele, pra ele sustentar ela. Mas me segurei de ir até lá.

A raiva se fez presente, queria me divorciar logo, mas falei comigo mesma que faria com classe, que pediria o divórcio a noite em casa. Prepararia uma bela janta e me arrumaria, coisa que não fazia em anos. Então fui embora antes de que me percebessem lá.

Nem almocei, fiquei andando pelos móveis da casa, vendo que tinha mais foto dele que minhas ou de que nois dois juntos. Eu devo ter sido o burro de carga mais fácil que ele conseguiu. Como consegui ser burra, e nem a promessa que me fez de eu parar de trabalhar e estudar e ele me sustentar ele cumpriu, e provavelmente nem vai.

E então fiz, fiz meu suco preferido, suco natural de melancia, fiz a minha comida preferida, Strogonoff de frango, fiz a minha sobremesa preferida, bolo de chocolate. Fiz e preparei as coisas que EU gostava, pois aquilo seria sobre mim, e não mais sobre ele, não faria os pratos chiques que ele gosta e exigia, faria os que eu gostava.

Ajeitei a mesa, apaguei as luzes, fiz modo a jantar a luz de velas, me arrumei, eu me considero bonita, mas arrumada mais ainda, e então sentei e esperei, vi o sol se por e o horário dele chegar em casa se aproximando, e eu sentada.

sete, oito, nove, dez e meia, já era dez horas da noite e ele ainda não havia chegado, isso significava que ele " faria horas extras e dormiria em um hotel perto do trabalho para poupar tempo", era a desculpa, mas agora, faz sentido as horas extras talvez, ele deixou de me avisar coisas com antecedência a muito tempo.

Burra, nem xingamentos pesados conseguia dizer pra um cafajeste como ele e uma tola como eu.

Decidi sair, pedi um Uber até o centro novamente, mas pra refrescar a mente, pensava em muitas coisas enquanto olhava pela janela do carro, e então eu vi o meu carro, o carro que eu comprei estacionado frente a uma boate.

Pedi pro Uber parar para que eu pudesse descer ali mesmo, e entrei, lugar lotado, música alta, era difícil achar ele lá dentro, talvez estivesse em um dos quartos que aquela boate disponibilizava. Então resolvi me sentar no bar.

O barman veio me atender, eu pedi um drink leve, afinal, não havia comido nada no dia. Quando a bebida chega ouço uma voz familiar.

Era ele passando por traz de mim com uma garota agarrada ao braço dele. Quando ele passou, minha cabeça o seguiu, de fato era ele, e a garota não era a secretária, mas sim a prima dele ambos de forma carinhosa, carinhosos até demais para parentes, eu o vejo sendo carinhoso como nunca tinha sido comigo e então a vejo dando um beijo nele.

Mais uma que estava como testemunha no meu casamento, mais um a que ele pegava, e eu uma idiota me sentido cada vez mais miserável.

Assim que terminaram de se beijar e eu como estúpida vendo tudo sem nem fazer algo, Caio se virou para o meu lado, assim como eu conseguia enxergar ele, ele com certeza conseguiria me ver, por instinto como se estivesse fazendo algo errado, agarrei uma gravata de um homem que estava passando o fiz se curvar até mim e sem querer nosso lábios se encontraram.

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