04- revelações

Meu coração parou e veio o flashback do que tinha acontecido

"

— você tem que abrir a boca

— o que ?

— você tem que abrir a boca pra minha língua entrar.

"

a lembrança foi tão impactante que acabei deixando o celular cair.

No desespero, me abaixo para pegar o celular e na hora de levantar, bato com a cabeça na gaveta que havia deixado aberta.

—AHHGR

Ainda no chão agachada com uma das mãos na cabeça e a outra segurando o celular, ao olhar para a gavetana qual havia batido, vejo uns papéis grudado.

ouço uns murmuros do outro lado do telefone, mas não entendi o que o tal A. estava dizendo, desliguei o telefone e o botei no chão.

olhando para os papéis, no qual estavam colados, peguei eles e comecei a ler, palavra por palavra, folha por folha.

Era um documento em que eu transferia meus bens tudo para o Caio, qualquer bem que adquirisse durante nosso relacionamento era dele. E pra piorar, eu achei o suposto documento em que eu assinei ao me casar, o que a certidão de casamento, no papel dizia que não era válido e que só era uma amostra de como seria o autêntico.

Tentei processar ali mesmo as informações, eu sei que fui burra só me casar com uma pessoa como ele, burra ao me dedicar anos de trabalho para uma pessoa que me traiu, agora...amém ter percebido que a bolada de papéis que assinei eram documentos de transferência. Burra.

Passei mal, a tontura foi tão forte, que cheguei a cair de vez no chão, pensava comigo mesmo, eu devia ter dedicado minha vida a mim, e não por outra pessoa.

Comecei a chorar, eu não entendo nada de documentos ou o que eu assinei, só sei que parece que nunca fui casada e que tudo o que eu tenho não são meus, era desesperador, documentos e essas coisas burocráticas eu deixava para meu marid- Caio, ele aproveitou que não entendo de leis e nem nada do tipo e passou a perna em mim.

EU MEREÇO, EU MEREÇO , gritava e berrava aos prantos.

depois se ficar um tempo deitada me lamentando o tempo perdido com o cafajeste do Caio. Me levantei.

Dessa vez decidida a ir embora, a sumir sem nem dizer adeus, pois já estava cansada suficiente de muitas decepções uma atrás da outra e assim deixar tudo o que era meu para trás. Arrumei minhas malas.

Depois que arrumei minhas malas, levei para a sala, sentei no sofá e vi o dia indo embora e o entardecer, vi a sala ficando em tons alaranjados e o silêncio que ela fazia, vi o quão solitário era não só a casa se não que eu também.

Sem uma amiga pois ele tinha que ser o único e sem um parente já que eles não aprovavam meu relacionamento.

Então, em meu momento de serenidade, ouço alguém bater na porta.

Achei estranho já que Caio havia dito que chegaria tarde, mas era apenas 19:30 da noite ainda.

Fui abrir a porta para ver quem era. Assim que abro a porta, um homem, alto, forte, com tatuagens cobrindo todo o braço está parado em minha varanda.

— É... desculpe, como posso ajudar? — pergunto me posicionando atrás da porta deixando apenas uma brecha para conversar.

— Assim, você me decepciona — diz ele com um sorriso cínico — é a casa do Caio né — diz ele forçando a porta e entrando dentro da casa.

Ele entrou, olhou ao redor da casa se limitando a ficar apenas na sala,e então se sentou no sofá.

— Isso é invasão de propriedade — falo tentando impor alguma autoridade — se você não se retirar, vou chamar a polícia.

O homem sentado a frente, ficou me encarando em silêncio, olhando de cima abaixo como se estivesse me analisando.

Como o encarar de volta. Mas ele apenas solta um riso de lado.

— Você fica bonita brava docinho.

Docinho, docinho, essa palavra Ecou na minha cabeça, até que lembrei, era o homem do telefone o tal do A.

— Senhor... A.? é isso, você é o homem que ligou mais cedo pro meu marido

— Marido? você é casada com o Caio?

— Sim — responde imediamemte por puro hábito — Quero dizer, NÃO, na verdade não sei, não quero falar sobre isso.

— Então docinho, Caio, tem assuntos pendentes com a organização a qual faço parte, pode me dizer onde ele está?

— Assuntos pendentes, do que você está falando?

— Ele deve muito dinheiro sabe e já está atrasado.

— Dinheiro do que você está falando? como que ele vai pegar dinheiro, quando que foi isso, eu que sustento ele e com o salário dele é difícil pensar que ele pegou dinheiro emprestado.

— Hmm... geralmente eu não revelo informações sobre nossos clientes, mas vou fazer uma exceção pra você docinho. Há 5 anos ele pediu uma quantia enorme, ele veio pagando sempre com atraso e com atraso vem juros.

— 5 anos? não faz sentido, estamos juntos há mais de 10 anos, trabalhei muito para não deixar faltar nada dentro de casa e nem pra ele.

— sabe como é, filhos são caros.

...

o silêncio percorreu a sala, enquanto o homem continuava me encarando, fiquei como estátua, cai de joelhos no chão, minhas pernas e braços estavam moles.

— Filho? de quem? do Caio? — minha voz mau saía, estava sem forças até para falar.

— Oh céus, não sabia que ele tinha um filho docinho?

— Um filho? um filho... UM FILHO!! — gritei.

Acho que foi sorte a minha, a única coisa que não tinha com esse homem que achava que era meu marido era um filho, embora sempre quisesse ter e ele sempre insistir em ter, um filho é a única coisa que me recusei a dar a ele. Na minha situação de antigamente, não poderia me dar ao luxo de ter uma criança e trabalhar todos os dias da semana para sustentar o homem que dizia que estudava para me dar uma vida melhor.

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