O tempo parecia como se tivesse parado, o homem que puxei até mim fazendo com que nossos lábios se encontrasse não parecia ter achado ruim o que eu fiz.
Como nosso lábios estavam se encontrando de boca fechada, então era somente um selinho. Mas então em fração de segundo, o homem havia colocado a mão na minha nuca, e com nosso lábios ainda se tocando ele sussurrou. — você tem que abrir a boca — sussurrou me encarando. — o que ? — já estava tonta, apesar da bebida fraca, como não havia comido nada o dia todo, pareceu que subiu naquela hora, já que me sentia quente. — você tem que abrir a boca pra minha língua entrar — sussurrou de uma forma em que parecia que fosse me devorar em qualquer momento. Era hipnotizante e quando estava por abrir minha boca, ouvi a risada alta de meu marido e recobrei o sentido. Olhei para a direção que meu marido estava antes e ele estava se aproximando da direção onde estava, soltei a gravata do homem na qual estava segurando. — Desculpe, foi um engano! — disse já me apressando para sair da boate. Assim que sai, chamei um táxi pra voltar, já que eles já estavam parados lá na frente e não corria o risco de ver Caio saindo enquanto pedia ou esperava um Uber. Cheguei em casa, vi a mesa que havia colocado para pedir o divórcio. sentei, comecei a comer a comida fria enquanto chorava. Fui para cama e dormi, acordei no dia seguinte com algum batendo as panelas na cozinha, fui até lá, era Caio, preparando algo rápido pra ele comer. — Ah, bom dia, acabou o leite? — perguntou remexendo na geladeira. — Está na dispensa — respondi. — Pega lá pra mim, ein, tem remédio pra ressaca? — Você bebeu ontem? não disse que ia fazer horas extras —Ah, o pessoal que ficou fazendo hora extra decidiu sair pra beber num barzinho familiar, então eu fui junto, acabei bebendo demais. — Não temos remédio pra ressaca mais — disse mesmo sabendo que tinha sim. — Falando nisso, você saiu ontem a noite? Meu coração parou, e derrubei a caixinha de leite que ele havia pedido para eu pegar. — Não, fiz janta e comi em casa, porquê? — pergunto pegando a caixinha de leite. — Hmm, eu vi algum que parecia você, só que ela tava mais ajeitada, lá no barzinho. — Assim, entendi. — Vou voltar tarde hoje a noite, não me espere — Fala se apressando para sair da casa. Apesar de ter descoberto 2 traiçõe sno mesmo dia e planejado me divorciar, ainda não o fiz, por que ainda me apego a alguém que claramente não me faz e nem quer o meu bem? Por que ainda insisto? Será que no fundo eu penso que ele pode mudar e ser uma melhor pessoa, que não foi em quase dez anos juntos.. quem sabe, a duvida toma conta e não sei que rumo tomar. Eu seria capaz perdoar de fato a traição dele, ele era gentil, ele era amável, ou será que estou apegada a um Caio que não exite mais ou que nunca sequer existiu, tenho medo. No fundo tenho medo, de sentir falta dele ou das pouquissimas coisas que ele ja fez por mim. Dou risada, mas de minha própria desgraça, porque no fundo, sei que ele não é bom e que o Caio que conhecia não é mais o mesmo que saiu por essa porta dizendo que ia trabalhar, me sinto perdida. Enquanto estava no sofá perdida entre pensamentos e me sentindo uma derrotada, ouço um barulho, era de um telefone, mas não era o meu e com certeza não era o do meu marido, já que ele saiu e atendeu o telefone na rua, mas... que barulho é esse. Andei pela casa, e o som parecia que vinha do cômodo que eu não tinha acesso, ironia, minha casa, mas ainda assim, tinha um cômodo restrito na qual eu não podia entrar de jeito nenhum. Por algum milagre, a porta não estava trancada, talvez pela pressa de hoje cedo, ele se esqueceu de trancar, minha curiosidade falou mais alto, então entrei. Era um escritorio, tinha as coisas que comprei para ele, tudo organizado, tinha nossas coisas de quando começamos a namorar, nossa foto no casamento, os livros e cadernos que comprei, as canetas que comprei a anos atras que até haviam acabado a tinta se encontravam lá, parecia que o tempo havia parado em nossa melhor época, antes de que ele quisesse se tornar advogado. Lá, poor algum motivo, me cheiravav a lembranças. O telefone tocou mais uma vez, ele estava dentro da gaveta da escrivaninha dele, escrivaninha que achei que ele havia jogado fora, peguei o telefone, quem estava chamando era um contato com o nome A. nele, eu peguei e atendi. Ficou um silêncio, esperei a pessoa do outro lado da linha responder, mas aparentemente ela tambem, então decidi quebrar o gelo. —Alou? alguém aí ainda? ainda em silêncio, eu vejo se a ligação ainda estava ocorrendo e de fato estava. —Deve ter ligado sem querer, preciso ir — falo e quando vou pressionar o botão pra desligar ouço algo. — o que? disse algo? — É você não é docinho? — diz a voz do outro lado do telefone. Fiquei incrédula, primeiro a secretária, depois a prima e agora, um homem, não é possível. — Sério, essa é a gota d'água, não bata esse filho da mãe me trair com a secretária e com a prima dele, agora com um homem também? — falei em tom de raiva, mas não gritei, na verdade, era para eu ter pensado isso e não ter falado em voz alta. — Como é que é docinho? — a voz do outro lado parecia uma pessoa ofendida mas que se segurava para não dizer coisa pior. — só falei isso porque reconheci sua voz, não era você na boate na noite anterior? Meu coração parou, eu havia esquecido.Meu coração parou e veio o flashback do que tinha acontecido " — você tem que abrir a boca — o que ? — você tem que abrir a boca pra minha língua entrar. " a lembrança foi tão impactante que acabei deixando o celular cair. No desespero, me abaixo para pegar o celular e na hora de levantar, bato com a cabeça na gaveta que havia deixado aberta. —AHHGR Ainda no chão agachada com uma das mãos na cabeça e a outra segurando o celular, ao olhar para a gavetana qual havia batido, vejo uns papéis grudado. ouço uns murmuros do outro lado do telefone, mas não entendi o que o tal A. estava dizendo, desliguei o telefone e o botei no chão. olhando para os papéis, no qual estavam colados, peguei eles e comecei a ler, palavra por palavra, folha por folha. Era um documento em que eu transferia meus bens tudo para o Caio, qualquer bem que adquirisse durante nosso relacionamento era dele. E pra piorar, eu achei o suposto documento em que eu assinei ao me casar, o que a certidão
— Um filho... HAHAHAHAAHAHAHAHAH — Comecei a rir histericamente — já sei, isso é uma pegadinha né, só pode, ontem e hoje foram os dias de me pregar uma peça, é isso né, onde descobri que ele me traía com a secretária dele que inclusive é conhecida como a namorada dele no trabalho, descobri que me trai com a prima dele também em uma boate, hoje descubro que a casa, carro que conquistei não são meus, ele me deu golpe, descubro que não estou casada e agora descubro que ele tem um filho de uns 5 anos, parece fazer sentido pra você? — Bom, se você coloca dessa forma, me parece um absurdo mesmo — diz ele concordando a cabeça junto comigo. — Tá zombando de mim? — Não, mas o que me interessa mesmo é dinheiro docinho, você que vai pagar? — Só pode estar brincando, ele que vai pagar. — Ah, tudo bem — o rosto dele que estava suave estampando um sorriso cínico, se fechou — Liga para ele. Ele agora parecia assustador, aquele momento a frase um lobo em pele de cordeiro nunca fez tanto sen
Consegui com muito esforço depois de anos trabalhando no pesado, conquistar minha casa própria, um carro bom e um marido amoroso. Conheci Caio ainda no ensino médio, ele me pareceu um bom rapaz, me prometeu vida de princesa, que eu era única e que sempre estaria comigo. Acreditei nessas doces palavras. Quando acabou o ensino médio, eu passei em uma faculdade pública, mas ele não conseguiu, e teria que pagar por uma. Então ele deu a ideia de eu começar a trabalhar para pagar a faculdade dele e depois que ele se formasse, eu começasse a minha, como eu já tinha passado uma vez, seria fácil passar de novo e se eu não passasse me prometeu que pagaria pela minha. Mais uma vez, preferi acreditar nele, e trabalhei, trabalhei muito, estava exausta, tinha que trabalhar no meio de semana, fazer as tarefas de casa, cozinhar, e trabalhar aos fins de semana, pois ele quis fazer Direito e custava muito caro a faculdade. Ele não podia me ajudar em nada, já que estava estudando muito, embora
Ele ganhava bem, mas eu não sabia com o que ele gastava, e ele ficava bravo quando eu perguntava sobre. Em um dia, que precisei sair de casa, para ir até a editora, pois estavam com planos para adaptar um de meu livros, precisam da opinião da autora. Esse dia não avisei ao meu marido que iria sair de casa, somente sai, até porque eu havia esquecido completamente da reunião que havia sido marcada a meses, e lembrei em cima da hora, peguei um Uber até a editora, todos eram bem simpáticos, finalizamos a reunião. Como havia passado muito tempo desde a última vez que tinha saído, resolvi andar um pouco, lá perto estava a empresa em que meu marido trabalhava. Resolvi passar por lá para comprimentar ele, mas não o encontrei, pelo contrário, soube de algo devastador. Ao chegar, e procurar por ele, a recepcionista respondeu educamente que ele havia saído para almoça com a namorada dele. ... Namorada? do que essa recepcionista está falando? penso comigo mesma enquanto me afundo