Eu não tinha ideia do que aquelas minhas palavras implicavam, mas estava falando sério, eu queria Angela ao meu lado, se tornando o terror dos nossos inimigos, colocaríamos fogo juntos no mundo se ela quisesse.
Mas ela ergueu o corpo, apoiando as mãos em meu peito e se levantando, afastando-se de mim no mesmo instante. Da posição que eu estava consegui ver as longas pernas dela, pareciam tão macias e eu me perguntei se seriam tão macias quanto pareciam.
— Deixe de ser indecente! — ela gritou assim que notou meu olhar tratou de empurrar o vestido de volta ao lugar, tentando fazer seu melhor trabalho em se cobrir com o vestido rasgado e amassado.
Ela não tinha ideia do que era ser indecente, mas eu ia adorar levá-la na descoberta do mundo da perversidade, ensinar a ela cada coisa promiscua e indecente.
— Não acho que seja errado olhar para minha futura esposa. — falei me levantando e batendo todos os cascalhos grudados em meu corpo, vendo o estrago que tinha causado em minha roupa, não eu estivesse minimamente boa depois do sangue de todos os seguranças em minha camisa.
— Não vou ser sua esposa! Tire essa e qualquer ideia que envolva nós dois juntos, isso não vai acontecer nunca!
— Angel, Angel. — sacudi a cabeça chegando mais perto dela e tocando seu rosto, tirando um pouco da terra de sua bochecha, mas ela foi rápida em acertar um tapa na minha mão.
— Tire suas mãos de mim e pare de me chamar de Angel, meu nome é Angela Mancini! Pra você é senhorita Mancini! — a voz firme e a atitude dela e arrancaram um sorriso, ela era a mulher perfeita pra mim e nem ao menos se dava conta disso.
Levei as mãos ao meu terno e o arranquei atirando no chão, antes de levar as mãos aos botões da camisa ensanguentada, sentindo os olhos dela atentos a cada um dos meus movimentos.
— Logo vou chamá-la de Rainha da Camorra e você vai adorar isso. Não entende agora Angel, mas logo vai. — abri o último botão e ergui o rosto a encarando, só para ver que ela estava de olho em meu peito desnudo. — Gostando do que vê?
— Não! Não mesmo! — Angela desviou o rosto, envergonhada por ter sido pega me analisando.
— Tudo vai ser seu assim que disser sim diante do padre, não se preocupe. — falei a irritando ainda mais. — Agora vamos pra casa, quero esclarecer tudo antes que você continue com ideias estupidas de fugir de mim.
Comecei a andar em direção a mansão, não me importando se ela estava me seguindo ou não, Angela já devia ter percebido que não teria para onde ir estando dentro daqueles portões.
E mesmo fora deles, se eu já queria me casar com ela antes de conhecê-la, agora eu a desejava ao meu lado ainda mais, havia algo naquela pequena mulher que me fascinou, não sei se foi a força dela, a beleza ou a coragem, talvez fosse a porra do pacote completo.
O fato é que eu não deixaria que ela escapasse de mim, a teria pra mim de um jeito ou de outro e se jogasse da forma certa tinha certeza que logo comandaria não só a Camorra, mas teria a Cosa Nostra aos meus pés e o pai dela pagaria por ter brincado comigo!
Ouvi os passos incertos dela atrás de mim assim que chegamos em casa, os saltos batiam contra o chão de madeira de forma descompassada e eu me virei bem a tempo de ver que ela mancava atrás de mim. Mas Angela manteve a expressão dura não demonstrando nenhuma dor.
— Irmão, onde Frank está? — minha irmã chegou perguntando, mas assim que ela avistou a outra mulher vestida de noiva, aos trapos, ela paralisou. — O que aconteceu com você, querida?
— Seu irmão aconteceu. — ela não hesitou em dizer e ergueu uma sobrancelha me olhando com puro deboche. — Mas acho que tenho que agradecer que o demônio não decidiu colocar fogo no meu casamento.
Ela era petulante, com toda certeza o medo que ela tinha demonstrado mais cedo no carro já havia ido embora. Queria saber até quando duraria aquela pose de durona.
— Me desculpe a piada, mas realmente parece que você passou pelo inferno. Porque não vamos arrumar algo menos... menos tudo isso, pra você vestir? — Melissa foi rápida em querer ajudar, como sempre, mas nesse momento eu tinha outros planos para Angela.
— Depois, agora ela vem comigo. Temos algumas coisas a esclarecer e eu quero fazer isso o quanto antes. — ordenei e voltei a marchar, sabendo que Mel não iria me contrariar, ao menos não na frente de estranhos.
Ouvi os saltos me seguindo sem nenhuma reclamação, andamos pelo longo corredor decorado por minha mãe com várias artes caras, que eu não dava a mínima, eram apenas mais um atestado da nossa riqueza, assim como as várias casas, carros, empregados e tantos outros bens que possuíamos.
Parei na porta do meu escritório, a destranquei antes de abrir e segurar para que ela passasse na minha frente. Dando uma olhada de canto ela entrou, mancando e segurando a barra do vestido, mas com o rosto altivo, mostrando que não seria facilmente intimidada.
Mal sabia ela que eu já tinha um show totalmente pronto para convencê-la do monstro que o pai era e que estaria melhor ao meu lado.
— Aposto que seu pai lhe disse algumas mentiras sobre mim, não estou aqui para me fazer de santo, ganhei minha fama de demônio da Camorra porque realmente fiz por merecer, matei pela primeira vez aos onze anos e desde então essa lista só cresceu. — Angela levou as mãos a boca, me dizendo que essa parte tinham escondido dela. Ao menos eu estava sendo sincero. — Torturar meus inimigos se tornou uma arte e apesar de ter pessoas para fazer isso no meu lugar, eu prefiro lidar pessoalmente com esses assuntos.
— Porque está me contando isso? — sussurrou se apoiando em apenas um dos pés, me lembrando que ela estava com dor.
— Porque quero ser sincero, claro como seus pais e nenhuma outra pessoa na sua vida nunca foi. — me aproximei dela e Angela recuou um passo, mesmo mancando ela queria fugir de mim novamente. — Não quero mentir para você e dizer que sou o bom samaritano. — agarrei a cintura dela colocando um fim naquela distancia entre nós dois e as mãos dela voaram para o meu peito nu, tentando me impedir de chegar ainda mais perto.
Encarei as mãos dela me tocando, sabendo que ela estava sentindo minha pele quente, enquanto a respiração dela se tornava descompassada novamente, sacudindo seus seios no vestido apertado.
— Você... você vai... abusar de mim agora? — a pergunta gaguejada me fez odiar ainda mais o pai dela por ter colocado essas porras de ideias naquela cabecinha.
Eu tinha certeza que aquilo era parte do plano de Giovanni para me manter longe da filha, porque ele sabia que depois de me trair e a entregá-la a outro eu não deixaria barato.
— Eu poderia te tomar aqui e agora, poderia colocá-la em cima dessa mesa, arrancar seu vestido e deslizar minhas mãos por sua pele macia até encontrar sua boceta pulsando de desejo e desespero para ser chupada e depois fodida de verdade. — deslizei minhas mãos pela lateral do seu corpo e Angela se remexeu com meu contato. — Poderia cobrir sua carne com minha boca e a lamber até que a tivesse gritando e implorando por mais em baixo de mim. Então eu entraria em sua boceta apertada, reivindicando sua virgindade e te enlouquecendo de prazer.
— Ooh! — ela exclamou chocada e arquejou quando apoiei minha mão na base das costas dela e a puxei contra meu peito, colocando um fim no espaço entre nossos corpos.
— Mas eu só faria isso se dissesse que é exatamente o que quer, não faria nada contra sua vontade. — as íris dela tinham tomado um tom escuro e eu tinha certeza que ela sentia minha ereção. — E então Senhorita Mancini, é isso o que quer? — levou um segundo até que Angela engolisse em seco e sacudisse a cabeça em negação. — Ótimo, então vamos falar sobre todas as mulheres que seu pai disse que eu estuprei e torturei.
A coloquei sentada na cadeira antes de dar a volta na mesa e pegar na gaveta direita a pasta com o nome de todas elas e as suas novas vidas. entao entreguei nas mãos dela.
— O que é isso?
— Essas sãos as mulheres e as vidas que elas escolheram. — ela abriu a pasta rapidamente passando de uma para a outra, olhando as fotos para confirmar. — Não precisei torturar nenhuma delas em troca de informações, algumas fugiram dos maridos, outras dos próprios pais e de futuros horríveis que as aguardavam, duas delas também vieram de um dos prostibulos que seu pai é dono. Todas elas vieram até a Camorra em troca de abrigo, elas usaram a única coisa que tinham em troca de uma segunda chance: as informações.
— Está dizendo que você deu abrigo a essas mulheres, dinheiro e mandou algumas para outros países como queriam, apenas em troca de informações? Quer mesmo que eu acredite nessa mentira?
— Não é mentira pequeno anjo. As que escolheram partir foram levadas para o lugar que queriam, com uma nova identidade e um pouco de dinheiro para recomeçarem. — me sentei relaxado em minha cadeira, apoiando minhas mãos na mesa. — Algumas delas decidiram ficar e se aliaram a Camorra, você pode conhecê-las e perguntar diretamente a elas.
— E porque eu? O que eu tenho de tão especial para me sequestrar? Não pedi por uma segunda chance como essas mulheres e deve saber que meu pai não aceitaria uma união entre as duas máfias, mesmo que você me capturado.
— Sei disso, seu pai não se importaria com o bem estar da filha, ou não a teria entregado de bandeja aquele pedaço de merda. — rosnei não conseguindo deixar minha raiva de lado ao lembrar de Filippo com as mãos nela. — Mas eu sabia que precisava salvar meu pequeno anjo das mãos daquele idiota, você não foi feita para ele.
— E acha que fui feita para você? — ela me questionou ainda sem entender.
— Vou provar isso a você querida! Vou lhe mostrar como foi enviada a esse mundo para ser a mulher do Demônio da Camorra.
Eu ia fazer isso, ia conquistá-la e então quebrar aquelas barreiras onde a verdadeira Angela estava presa durante todos esses anos, ia transformá-la no pior pesadelo do seu pai!
Mêses atrásEu estava diante de Giovanni Mancini, o Capo da Cosa Nostra, muito atento a qualquer movimento dele, afinal sabia que ele era capaz de muitas coisas.A última vez que nossa gente tinha se encontrado foi há dois anos, quando selamos nossa trégua para focarmos nos nossos inimigos em comum, na época meu pai ainda era o Capo da Camorra, agora esse titulo era meu e o assunto é ainda mais urgente.— Os russos estão fazendo alianças, se casando e unindo as organizações. Não podemos ficar apenas os atacando para na próxima semana enviarem mais de seus homens para cá. — falei calmo e direto, meus dedos entrelaçados sobre a mesa, demonstrando uma tranquilidade que eu não sentia, afinal ainda éramos inimigos mesmo em trégua.— Concordo com você. Soube que eles estão fazendo laços com os carteis e estão com planos de se juntar aos japoneses, não podemos deixar isso acontecer ou será uma guerra ainda mais sangrenta.Ao menos ele era sensato, eu sabia que Giovanni era implacável, não se
Quando meu pai me disse que eu ia casar com Filippo para que nós tornássemos aliados e assim pudéssemos ganhar a guerra contra os russos eu não discuti, aquela era a primeira vez que meu pai falava qualquer coisa sobre os assuntos da máfia comigo.Mulheres não deveriam saber dessas coisas, não podíamos aprender a lutar, ou ir para a faculdade. Nossa função era apenas casar, ser uma esposa atenciosa e obediente, submissa a todos as vontades do marido.Era isso que éramos ensinadas desde pequenas. Essa era a forma de garantirem que não nos envolveríamos nos negócios da famiglia, nos portaríamos como bela esposas e mães obedientes.Mas desde que eu tinha encontrado com Marco Falcone algo me impulsionava a fazer as perguntas que estavam em minha cabeça. Pela primeira vez eu não me sentia forçada a guardar meus pensamentos para mim mesma.Ele me desafiava até mesmo com o olhar e as palavras dele não saíam da minha cabeça: Você pode ser a própria Diaba da Camorra ao meu lado. Aquelas palavr
Os lábios carnudos se moldaram aos meus se rendendo tão facilmente ao meu toque, eu segurava o rosto dela, mas queria mesmo estar tocando suas curvas. Maldita a hora em que prometi que me comportaria e ganharia sua confiança.Mordi o lábio inferior de Angela, querendo que ela abrisse a boca e me deixasse deslizar minha língua ali, mostrando como logo faria por todo seu corpo. O gemido que ouvi escapar dela me deixou ainda mais excitado, meu pau se apertou dentro da calça social e eu me amaldiçoei por ser levado por tão pouco com aquela garota.— Abra a boca Angel, me deixe mostra como faz. — meu pedido fez seu corpo inteiro endurecer.Mas que porra? Eu estava tentando não assustá-la, mas já parecia que ela tinha sido aterrorizada.— Para Filippo! Por favor.O nome dele deixou os lábios dela com verdadeiro medo e as feições dela estavam tomadas por nojo, bem diferente da mulher que tinha me pedido para ensiná-la a beijar.Mas agora meu pensamento estava correndo para outro lugar, imagi
Eu fiquei ali parada no banheiro sem entender porque Marco saiu rapidamente, praticamente fugindo de mim. Em um segundo o homem parecia não ser capaz de me deixar em paz, eu cheguei até a pensar que ele ficaria ali enquanto eu tomava banho.Mas no minuto seguinte ele saiu correndo, como se eu fosse seu pior inimigo. O que tinha dado nele pra sair assim?Minhas perguntas ficaram em segundo plano, pois quando virei me deparei com meu real estado no espelho. O cabelo que antes estava em penteado perfeito, agora estava bagunçado e jogado em todas as direções, meu vestido sujo e rasgado, minha maquiagem completamente arruinada.— Como é que ele quis me beijar eu estando desse jeito? — falei comigo mesma no espelho enquanto arrancava todos os grampos que ainda restavam no meu cabelo.Eu estava horrível, como um homem como Marco iria se interessar por mim? Só podia mesmo estar interessado em atingir meu pai ou Filippo. Isso ficou óbvio quando conversávamos no escritório.Marco sabia que não
Eu precisei sair do banheiro no momento em que ela perguntou sobre minha cicatriz. Eu tinha um monte delas, mas aquela em particular significava muito para mim, foi onde se deu início a minha fama de demônio da Camorra.A última coisa que eu queria naquele momento era falar sobre aquilo com ela, contar como me tornei um assassino tão novo. Eu precisava ganhar a confiança dela, já bastava todas as coisas que o pai dela havia contado fora de contexto.Mas não consegui me manter longe, mesmo que a porra do mundo estivesse pegando fogo lá fora, todos em busca de descobrirem quem tinha invadido o grande casamento da Coisa Nostra, eu só queria manter meus olhos no anjo que seria minha perdição.Eu entrei no quarto dela e assumi o lugar da minha irmã, penteando os cabelos dela. Precisava me manter perto dela o tempo todo, porque quanto antes Angela tomasse sua decisão melhor seria, tudo se resolveria bem mais rápido.— Me conte o que está acontecendo. — ela falou, mesmo que eu estivesse sent
Eu estava contra a parede, as pernas em volta do quadril de Marco sentindo todo meu corpo ser pressionado entre a parede e seu corpo, mas mesmo assim não parecia ser suficiente.Sentia uma necessidade dentro de mim clamando, implorando por mais. Mas ao mesmo tempo uma voz dentro de mim gritava me lembrando de que não tinha sido criada assim.— O que estamos fazendo? — minha voz saiu falhada quando desviei os lábios dele, recuperando meu fôlego novamente.— Quer que eu pare pequeno anjo? — ele questionou segurando meu olhar e fazendo a onda de calor se alastrar por meu corpo. — É só dizer uma palavra que eu paro.Eu não sabia o que responder, uma parte de mim gritava para continuar e descobrir até onde ele poderia me levar, o que ele me faria sentir com aqueles toques, com a boca.Porém minha parte racional gritava para por um fim naquilo e me afastar, dizendo que eu deveria me dar o respeito como minha mãe tinha me ensinado.Mas no final eu me peguei acenando de maneira negativa para
Sair de perto dos beijos quentes e do corpo macio de Angela, para ir direito aos ataques daquele dia, era um verdadeiro inferno. Aquela era a última coisa que eu teria escolhido fazer, mas a culpa era minha se os ataques estavam acontecendo, eu teria que lidar com ele agora. — Como eles invadiram nosso armazém com tanta facilidade? — questionei encarando as imagens do vídeo onde os homens da Cosa Nostra invadiam um dos nossos armazéns de drogas, matando nossos homens e saqueando nossas mercadorias. — O pessoal estava reduzido, não havia nenhuma movimentação marcada para hoje. — Nero foi o corajoso a responder e eu bufei querendo socar cada um deles. — Eles levaram dois soldados e a meia tonelada de cocaína que estava lá. Porra! Aquilo não deveria estar acontecendo, não no meio do inferno que já estávamos enfrentando com os russos e com os japoneses. Não podíamos errar assim! — Será que preciso desenhar para vocês cada pequena coisa que temos que fazer? — bati os punhos na mesa. — D
— Ainda voto para atacarmos ele na próxima semana, precisamos de alguns dias ao menos antes de outro confronto.Já era quase manhã, o dia estava prestes a raiar e estávamos nós três a entrar no lugar da reunião, viemos como Mancini havia pedido, apenas os três e em paz. Eles só não sabiam do batalhão de homens que estavam disfarçados a uma distância segura.— Eu quero rir na cara dele, me deixe fazer isso. — murmurei enquanto adentrávamos o pátio, avistando o carro dele bem perto. — Mancini, resolveu querer conversar como homens?— Não brinque comigo Falcone! Você pegou a minha filha, sequestrou a minha menininha no dia do casamento dela! Que honra você tem?Eu quis rir ao ouvi-lo falar de forma tão afetiva da garota por quem ele não tinha o menos apego, mas me contive em manter a conversa apenas no que era necessário.— Quer mesmo falar de honra? Logo você que não respondeu a minha proposta depois de toda a conversa pacífica que tivemos. Além de não me responder você foi fazer a prop