Senhor M O R G A N – Narrando ♔
Noite Anterior...
Eu havia acabado de sair do banho e estava enrolado apenas por uma toalha, quando meu celular tocou.
Suspirei antes de atender a ligação, vendo o nome Deborah na tela.
— O que foi agora? – Perguntei, ouvindo-a suspirar de forma manhosa, do outro lado da chamada.
— Amor, por favor, vamos conversar? Eu vou até você se quiser! – Disse ela, me irritando.
— Eu estou em uma viagem de negócios. Conversaremos quando eu voltar! – Respondi e em questão de segundos, ouvi a porta ser destrancada. Vinquei minhas sobrancelhas e me virei, vendo uma mulher parada me encarando.
Minha primeira reação, foi desligar a chamada e a segunda, foi a de pegar uma camisa e me cobrir.
— Por que está aqui? Saia! - Falei, apontando para fora, mas ao ir até ela, a garota entrou fechando a porta, me apontando o dedo em seguida.
— Eu sabia que você não estava viajando! – Disse ela, vindo até mim, mas algo me chamou a atenção. Ela estava...embriagada!?
Por mais que eu não estivesse em uma situação agradável, confesso que era difícil olhá-la e não querer toca-la. Ela tem o corpo atraente, mas sem excessos, os cabelos passavam dos ombros; eles eram negros e escorridos. E a franja tampava partes da testa dela, dando um toque angelical.
Só que, naquele momento, eu queria mesmo era a mandar para o inferno!
— Eu vou perguntar só mais uma vez. O que faz aqui? – Perguntei entre dentes, vendo-a sorrir, como se eu tivesse contado uma piada.
— Acha mesmo que agir assim vai tampar o buraco que causou em mim? – Perguntou ela, vindo até mim e me acertando com a bolsa algumas vezes.
Eu a segurei, puxando-a para mim tentando a conter e então, ela encostou a cabeça no meu peito, começando a chorar.
— Você some por duas semanas e aparece sem me falar nada? – Perguntou ela, me fazendo travar o maxilar e a empurrar. Ela então, levantou os olhos até os meus e me mostrou uma expressão triste. — O que está acontecendo?
— Você está sendo inconveniente! Se não sair daqui agora, eu chamarei a segurança! – Falei, puxando-a para fora, mas antes de sair, ela se desfez do toque e me encarou com um olhar de fúria.
— Como ousa, depois de tudo? Você me levou no mais profundo dos buracos ao desaparecer sem nem ao menos me dizer nada. Quando ia me contar que estava de volta? – Perguntou ela, em lágrimas.
Por uma fração de segundos, senti pena dela, mas não é isso que todas as dissimuladas fazem?
Teatro!
Puxei ela de volta e bati a porta com força, deixando-a assustada.
— Amor o que te deu? – Perguntou ela, tentando se aproximar, mas me desviei e como ela estava embriagada, a deixei cair sobre o sofá.
— Aria! Olha essa situação, que lamentável! – Falei em forma de resmungo, me virando para a olhar e de repente, a vi adormecida no sofá. — Ei, acorde!
Suspirei fundo e fui até ela, para a levantar. Assim que a segurei nos braços, ela abriu os olhos vagarosamente e me encarou de forma tão intensa, que não consegui decifrar o que aquele azul acinzentado queria me dizer.
E de repente, ela me deu um tapa.
— Você está com outra? Por isso está me tratando assim? – Disse ela, com um tom áspero.
Como ela conseguia ser tão falsa?
Travei meu maxilar e segurei os braços dela a levantando e a coloquei por cima dos meus ombros, levando-a para o banheiro e então, senti as mãos dela acariciarem meu peito por dentro da camisa, de forma lasciva.
— Eu estava com saudade! – Resmungou ela, me provocando, mas instantaneamente acabei me lembrando de o porquê eu estava com tanta raiva e a afastei.
— Não me toque! – Pedi entre dentes a colocando no chão.
Abri o registro do chuveiro e a forcei ficar embaixo para que se recuperasse daquela bebedeira e assim que a soltei e fiz menção de sair, ela me puxou.
— Aria, me solta! – Pedi, tendo meu corpo abraçado por ela e então, eu já estava todo molhado novamente.
— Cássio, o que está acontecendo? Por que você está me tratando assim? – Perguntou ela, com a voz manhosa, encostando a cabeça no meu peito.
Inspirei o ar de meus pulmões mostrando a minha irritação e então, virei a cabeça para o lado, tentando esconder minha repulsa. E antes que eu a afastasse, senti as delicadas mãos dela passearem pelo meu corpo.
Ela era completamente provocante! - Pensei, me repreendendo por aquilo estar passando pela minha mente.
— Diz que não sentiu a minha falta? – Perguntou ela, com uma voz manhosa, passeando com a mão pelo meu abdômen.
— Aria... – Chamei irritado, tirando a mão dela do meu corpo e ao me afastar, ela estava se despindo.
— O que está fazendo? – Perguntei indo até ela, tentando a impedir. Ela tirou minhas mãos com aspereza e continuou. — O que?! Acha que vai me comprar, ficando pelada na minha frente?
— Acho! – Gritou ela, ficando apenas de lingerie. Respirei fundo e a segurei, prendendo-a na parede.
— Pare com isso agora! – Falei com um tom frio, tendo os olhos dela fixos aos meus novamente. Ela abriu os lábios suavemente e eu me repreendi por aquilo ter saído de alguma forma, um tanto sensual.
Ela me enlouquecia, mas eu estava furioso demais para pensar nisso naquele instante.
— Vista-se e saia daqui. Se algum dia te fiz entender que tínhamos algum tipo de relacionamento, ele acabou! – Falei, ainda mantendo o nosso corpo colado e então, dei um passo para trás, a soltando.
Ela se desequilibrou, caindo sentada no chão e confesso que, naquele momento, ela pareceu muito lamentável. Vinquei minhas sobrancelhas a encarando e então, suspirei irritado, desligando a água em seguida.
Me abaixei até ela e ao me aproximar, ela levantou os olhos até mim e resmungou algo com dificuldade.
— Você mudou! – Disse ela, tentando se levantar.
Fiquei parado a observando. Ela caminhou com o corpo molhado até o quarto e foi até o closet para pegar a toalha.
Ela conhecia bem cada canto daquele lugar.
Aria estava a ponto de me enlouquecer. – Pensei, levando a mão até os meus cabelos o bagunçando.
E então, ela saiu de lá, vestida com uma camisa branca e a toalha enrolada nos cabelos.
— Droga! – Resmunguei a olhando. Ela sabia que era golpe baixo. — O que está fazendo? Você não vai embora?
— Onde quer que eu vá a essa hora? Não tem nem um taxi pela vizinhança e não é a primeira vez que dorme ao meu lado. – Disse ela, se jogando na cama.
— Aria! – Chamei irritado e ao ir até ela, me surpreendi ao vê-la adormecida. Ri desacreditado e com pura ironia. Entrei no closet e me vesti, voltando até ela.
Ela estava tão tranquila, será que não fazia ideia do que estava acontecendo? – Me perguntei naquele momento, imaginando sobre quantas vezes ela esteve nesse apartamento com outra pessoa. E ao vê-la tranquilamente sobre aquela cama, foi o limite para mim.
— Deixe a chave ao sair e não volte mais aqui. Nós realmente terminamos.
Aria S W A N – Narrando ♕ Sala de Reuniões da Morgan’s Company, 10:00 am... Cássio já estava falando a mais de uma hora e confesso que, não ouvi nada do que ele dizia. A voz dele envolvia meus sentidos, me trazendo à tona, lembranças que não fazia ideia que existiam. — Quando ele me deu banho? – Perguntei, pensando estar confusa entre algo que poderia ser real ou sonho. Aquilo talvez explique o fato de eu ter acordado no apartamento do Cássio. — Do que está falando? – Perguntou Milena, cutucando o meu braço. Eu a olhei confusa e então, ela sorriu. — Quem te deu banho? — Nós terminamos? – Perguntei a vendo vincar as sobrancelhas. E foi então que, me virei para o lado, encarando Alex que me deu de ombros. — Tem algo a perguntar, senhorita Swan? – Perguntou Cássio, com um tom frio. Naquele momento, um frio percorreu meu corpo e então, levei meus olhos para — Não, senhor, me desculpa. – Falei, tendo os olhares de todos e de forma curiosa sobre mim. Talvez porque eu nunca fosse do
Senhor M O R G A N – Narrando ♔No momento em que a vi cair bem na minha frente, foi como se algo dentro de mim, mudasse repentinamente.— Cássio, te odeio! – Resmunguei, segurando-a a tempo, para que não caísse no chão e batesse com a cabeça.Aria foi levada ao hospital e Alex a melhor amiga dela a acompanhou.— Você realmente não vai junto? – Perguntou Thomas, me encarando. Tinha horas que era muito complicado tentar ser gentil com eles, mas confesso que, eu nem se quer fazia questão.Só que resolvi ir, porque de alguma forma, Aria me preocupou.— Vamos no meu carro! – Respondi, sendo acompanhado por Thomas, que assumiu o volante.A ambulância ia na frente abrindo caminho e fazendo alarde, aquilo me irritava, pois, era certeza de que apareceria nas primeiras manchetes no dia seguinte.— Cássio? – Chamou Thomas, tendo minha atenção. Eu estava com a cabeça tão cheia, que nem me dei conta de tê-lo ouvido chamar antes.— Hm? – Respondi comum resmungo, o olhando pelo retrovisor interno.
Aria S W A N – Narrando ♛Haviam se passado uma semana, desde o dia em que descobri que estava esperando um filho de Cássio.Eu não conseguia me levantar da cama pela tristeza que sentia. Pensei que tudo pudesse melhorar se sentássemos para conversar, a final, sempre ouvi dele que seu sonho era ser pai.Só não esperava ser abandonada por ele, ao receber a notícia.Me movi na cama e ao ouvir alguém entrar, puxei a coberta para me cobrir.— Sai Alex, eu estou horrível! – Falei, vendo-a ser arrancada de mim com aspereza.— Anda, levanta! Você está grávida e não com um câncer final. – Disse ela, indo até as janelas para puxar as cortinas.Ouvi o barulho delas arrastando pelos trilhos na parede e suspirei, a olhando irritada.— Eu não quero me levantar, hoje é domingo! – Falei a vendo me encarar com os olhos cerrados.— Você tem mesmo uma desculpa para tudo, não é! – Disse ela, me apontando o dedo. — Anda, vamos caminhar. Você está a semana toda nessa cama, está dando mofo também.Falou el
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Eu não estava nos meus melhores dias. Tudo ainda estava uma bagunça, mas eu prometi que voltaria para Young City resolver os problemas com Aria Swan, assim que desse uma aliviada.A primeira coisa que fiz ao retornar à cidade, foi entrar em contato com Thomas, ele seria a única pessoa capaz de ajudar naquele momento.E foi então que descobri que Aria estava no hospital; digamos que ela tenha amigos muito bons.Fui até ela e ao ver que havia hesitação para que ela me acompanhasse, tive que fazer do meu jeito. Eu sei que ela estava certa, pois eu parecia alguém que ela passou a temer, mas eu não poderia deixar que ela criasse aquela criança sozinha.Ela não teve total culpa e eu jamais seria perdoado se a abandonasse.Decidi esperar do lado de fora do quarto, enquanto ela se trocava; Aria já havia recebido alta. E então, vi Alex vir até mim com um semblante sério.— Alex, obrigado por me ... - Ela me interrompeu.— Não foi por você e sim por eles. – Disse
Aria S W A N – Narrando ♛ Ele estava agindo muito estranho e de forma misteriosa, confesso. Cássio esteve aqui uma vez apenas, mas não agiu como se quisesse descobrir sobre mim. Até porque isso não fazia bem o tipo dele. Mas nunca o vi agir daquela forma antes. — Por que está com tanta pressa para que eu vá com você, depois de me dizer que terminamos? E que tipo de palavra você deveria ter comigo, se não nos prometemos mais nada depois disso? – Perguntei, pedindo explicações. — Você por acaso tem dez anos, Aria? Por que está agindo como uma criança com medo de estranhos, se não teve medo algum de se envolver comigo? – Perguntou ele, se aproximando. Estávamos tão próximos, que eu podia sentir a respiração quente dele, tocar meu rosto. — E quem disse que tenho medo de você? – Perguntei com um timbre baixo, o vendo se aproximar. — Seus olhos! – Disse ele, me encarando fixamente. Ele era algum tipo de pessoa, que detectava mentiras pelo olhar? Naquele momento, eu estava tão envolt
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Aquela cena foi lastimável, mas era tudo o que eu podia contar a ela.Aria estava hesitante em deixar que eu me aproximasse e com toda razão. Então, a prendi em meu peito, ouvindo-a chorar .— Você está mentindo! Você nem tem irmãos, certo? – Perguntou ela, se afastando para me olhar. — Acabamos de nos casar e você não morreu e ainda me ama!— Aria! – Falei a vendo dar um passo para trás. — Eu não sou ele!Naquele momento, ela balançou a cabeça em negação.— Para, já chega! Desde que você voltou tudo está uma bagunça e isso que você diz não tem cabimento! Eu sinto que, não sei quem você é, fica longe de mim! – Falou ela, me dando de costas.Naquele momento, corri até ela e a segurei, abraçando-a e a mantendo de costas para mim.— Escuta o que eu tenho para te falar! — Eu não quero! – Disse ela, tirando minhas mãos dela e se virando para me olhar. — Até agora, você era a pessoa que eu mais amava e agora ela não existe? Por que? E desde quando você se
Aria S W A N – Narrando ♕Esperei que toda aquela conversa se acalmasse e abri a porta do quarto vagarosamente.Estava tudo escuro e um forte cheiro de comida vinha do andar de baixo.Respirei fundo e quando ia dar um passo, me assustei ao ver ele encostado na parede.— Vai a algum lugar?— Conrad! – Respondi, levando a mão ao meu peito, tentando acalmar meus batimentos. — Quer me matar?— Vejo que já fez a lição de casa! – Respondeu ele, me empurrando para dentro. Assim que ele entrou, se assustou com a bagunça que eu havia deixado o quarto dele. — Que raios...?— Bom, tive que procurar algo que me informasse sobre o meu marido barra sequestrador! – Respondi com ironia, o vendo travar o maxilar.Ele se virou para em olhar e então, segurou meu braço com aspereza.— Você está se achando esperta, não é mesmo? E agora? Vai começar a se rebelar? – Perguntou ele entre dentes, me encarando com os olhos escurecidos.— Você disse que me odeia, então, me odeie mais. Já que não vai me deixar sa
Conrad M O R G A N – Narrando ♔ Meus cães eram meus únicos companheiros até Aria chegar. Na casa, tem alguns serviçais e antes tinha a minha avó, mas agora era diferente, ela estava mais iluminada. Eu até estava desistindo de odiar aquela mulher! Por que ela estava me fazendo sentir confuso? – Me perguntei, perdido em meus pensamentos, enquanto tocava meus lábios com uma mão e acariciava as orelhas de Zeus com a outra. O cachorro parecia até me entender, mas ao mesmo tempo, mostrava-se perdido como eu. A final, a imensa casa que mais parecia com um castelo do Drácula, de repente deu uma agitada. — Você concorda, garoto? Não deveria! – Resmunguei, sorrindo para ele, que logo se afastou para acompanhar o irmão. Os dois cães tinham livre acesso na casa e não eram “brutos” como aparentavam. E eles ficavam mais na biblioteca, ali era como o território deles. Me levantei e fui até a lareira, me abaixando em frente enquanto observava o fogo queimando. Desde pequeno, sempre fui do tip