Aria S W A N – Narrando ♛
Haviam se passado uma semana, desde o dia em que descobri que estava esperando um filho de Cássio.
Eu não conseguia me levantar da cama pela tristeza que sentia. Pensei que tudo pudesse melhorar se sentássemos para conversar, a final, sempre ouvi dele que seu sonho era ser pai.
Só não esperava ser abandonada por ele, ao receber a notícia.
Me movi na cama e ao ouvir alguém entrar, puxei a coberta para me cobrir.
— Sai Alex, eu estou horrível! – Falei, vendo-a ser arrancada de mim com aspereza.
— Anda, levanta! Você está grávida e não com um câncer final. – Disse ela, indo até as janelas para puxar as cortinas.
Ouvi o barulho delas arrastando pelos trilhos na parede e suspirei, a olhando irritada.
— Eu não quero me levantar, hoje é domingo! – Falei a vendo me encarar com os olhos cerrados.
— Você tem mesmo uma desculpa para tudo, não é! – Disse ela, me apontando o dedo. — Anda, vamos caminhar. Você está a semana toda nessa cama, está dando mofo também.
Falou ela, segurando meus tornozelos e me puxando.
— An...da! – Disse ela, entre dentes.
— Ta! Você venceu. – Falei irritada, me levantando. Fui até o closet e peguei um moletom, indo para o banheiro em seguida.
E então, a voz de Aria saiu abafada, mas com um tom animado.
— Aria, você viu o nosso vizinho? – Perguntou ela, entrando no banheiro em seguida. — Eu não fazia ideia de que morava um cara tão gato ao nosso lado!
— Alex, pega o shampoo para mim! – Pedi, estendendo a mão. Em seguida, recebi o frasco e continuei com o meu banho, mas assim que senti o perfume, senti um forte enjoo, acompanhado por um embrulho.
Com o barulho, Alex correu até mim, mostrando-se preocupada.
— O que foi? Não se sente bem? – Perguntou ela, com o olhar espantado. — Aria esse é o seu preferido, o mais suave que tem.
— Não me sinto bem! – Falei sendo segurada por ela.
Sai do chuveiro, ainda com um pouco de espuma no cabelo e assim que estávamos indo para o quarto, uma fraqueza tomou conta do meu corpo, fazendo com que as minhas pernas amolecessem.
E mais uma vez, fui parar no hospital.
Quando abri meus olhos, vi Alex sentada ao meu lado, segurando minhas mãos. Assim que ela viu que eu havia despertado, ela me olhou de forma assustada.
— Aria, você acordou! Se sente bem? – Perguntou ela, com preocupação na voz.
— Minha cabeça dói. Como ...? – Perguntei já tendo a resposta de imediato. Alex era ágil demais para entender meu raciocínio.
— Lembra do vizinho gostoso? O nome dele é Luke e ele nos trouxe. – Disse ela, ainda segurando minhas mãos e mantendo os olhos fixos em mim. —Aria, os médicos fizeram mais exames e me parece que você está passando por uma fase tão grande, que sua pressão está subindo constantemente.
— O que isso quer dizer? – Perguntei a olhando de forma confusa.
— Quer dizer que, você precisa estar mais saudável se quiser essa criança. Ou sofrerá uma pré-eclâmpsia na gestação, tornando um fator de riso para você e o bebê. – Disse ela, respirando fundo.
Eu a encarei com preocupação e então, alisei meu ventre.
— Eu não posso perder essa criança. Por mais que eu não esteja com o pai e ele parece ter sofrido algum tipo de lavagem cerebral sobre mim, esse é o fruto do meu amor e não me arrependo. – Falei a vendo sorrir fraco.
—Você realmente não precisa dele. Tem eu e te ajudarei. – Disse ela, me fazendo sorrir. — Claro que um pai é muito necessário, mas existem outros homens bonitos e bem-sucedidos pela cidade e que cairiam de amores por você!
— Obrigada amiga! – Respondi, sorrindo de forma engraçada, a vendo também com um sorriso gentil.
Eu sabia que não era o que ela realmente pensava, mas era o jeito dela de me apoiar.
— Quer saber? Vou colocar seu ex namorado na justiça e vou pedir uma pensão bem gorda, para vivermos bem nas Maldivas. – Disse ela, com humor, se levantando em seguida.
— Aonde vai? – Perguntei, vincando as sobrancelhas e então, ela pegou um papel sobre a mesa, o balançando.
— Buscar seus remédios e algo para comer. A conta é da madrinha dessa vez! – Disse ela, com humor, me apontando o dedo. — Não ouse sair daqui!
Respirei fundo e me ajustei na cama, olhando para o teto do quarto.
Era completamente entediante, ter que ficar deitada em uma cama de hospital, apenas esperando o tempo passar. – Pensei.
E então, pela primeira vez, decidi ter o meu primeiro contato com aquele bebê.
Cobri meu corpo com o lençol e toquei meu ventre vagarosamente, acariciando minha barriga. Eu já tinha ouvido algumas vezes que, a gravidez era um momento mágico de uma mulher, onde elas podiam sentir o verdadeiro amor.
Algumas vezes, ouvia umas mulheres resmungando também, mas eu preferia focar na emoção de estar carregando o fruto do meu amor dentro de mim.
— Ei, grãozinho de arroz, fica bem aí dentro que nós vamos conseguir vencer isso juntos! – Falei, sentindo uma sensação estranha. Eu parecia uma “louca” conversando sozinha.
E então, respirei fundo e puxei o lençol, mas ao ver alguém sentado na cadeira ao lado, levei um susto.
— Falando sozinha? – Perguntou ele, sorrindo ironicamente.
— Minha nossa! – Resmunguei, levando a mão ao meu peito, sentindo meu coração querer saltar a qualquer momento. — O que você está fazendo aqui?
— Não é óbvio? – Respondeu Cássio, se levantando e vindo até mim. — Bom, você está grávida, eu sou o pai e tenho pavor de processos.
Disse ele, me fazendo revirar os olhos.
— Sendo assim, some! – Falei, apontando para a porta e então, Cássio puxou a cadeira para mais perto e se sentou.
Ele suspirou e levantou os olhos até os meus, me olhando fixamente.
— Olha Aria, sei que você não está em uma boa fase e eu fiz muito mal de te abandonar naquele dia! – Disse ele, me fazendo rir.
— Jura? – Perguntei, fazendo menção de sair, mas ele segurou a minha mão e me sentou na cama.
— Vamos nos casar! – Disse ele, me fazendo congelar por inteira.
— O quê? Não, eu não quero! – Falei, me desfazendo do contato. — Você sempre quis ser pai, pelo menos era o que me disse. E agora, eu sinto que nada que saiu da sua boca era verdade. Agora, eu quero essa criança e se quer saber, não preciso de você. – Falei o vendo sorrir e se levantar.
Estranhei aquela atitude, mas confesso que, era esperada. Na verdade, não, mas eu não conheço aquele cara na minha frente.
Cássio colocou as mãos no bolso da calça e me deu de ombros.
— Tá, então tá! Achei mesmo que eu estava novo para ser pai. Trinta? Ainda dá para viver mais um pouco. – Disse ele de forma irônica, me dando de costas.
Eu me irritei e gritei.
— É isso? Você veio aqui para me tirar do sério e ir embora? – Perguntei o vendo se virar e me encarar com os olhos escurecidos.
— Eu vim aqui, para dizer que, quero que junte as suas coisas e venha para Vallery City comigo. – Disse ele, com um tom sério. — Só que você não está colaborando!
— Vai para o inferno! – Respondi sem pensar, o vendo travar o maxilar.
Engoli seco ao vê-lo parecer enfurecido e ao vê-lo vir até mim, senti minhas mãos gelarem e meu coração disparar.
Ele estava tão próximo, que não tinha mais para onde fugir e então, Cássio me empurrou com o corpo dele contra a cama e segurou meu queixo.
Nossos olhos se conectaram e ao perceber o quanto ele estava furioso, tentei olhar para o lado, mas ele me puxou o obrigando a olhar para ele novamente.
— O que você está esperando? Um pedido de casamento romântico? – Perguntou ele, entre dentes, me olhando com desdém. — Isso nunca vai acontecer.
— Me solta! – Pedi, tentando me livrar dele e sem sucesso.
Cássio ainda segurava meu rosto, mas dessa vez, com menos força. Ele me olhava de uma forma, que não dava para saber se me devoraria ou me mataria e aquela sensação, me dava incertezas de que eu realmente estivesse segura.
Eu estava com medo.
E de repente, Cássio se aproximou mais de mim, fazendo menção de tocar meus lábios com o dele, mas ao invés disso, os olhos dele voltaram a encarar os meus, bem de perto.
— Aria, você e essa criança vem comigo!
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Eu não estava nos meus melhores dias. Tudo ainda estava uma bagunça, mas eu prometi que voltaria para Young City resolver os problemas com Aria Swan, assim que desse uma aliviada.A primeira coisa que fiz ao retornar à cidade, foi entrar em contato com Thomas, ele seria a única pessoa capaz de ajudar naquele momento.E foi então que descobri que Aria estava no hospital; digamos que ela tenha amigos muito bons.Fui até ela e ao ver que havia hesitação para que ela me acompanhasse, tive que fazer do meu jeito. Eu sei que ela estava certa, pois eu parecia alguém que ela passou a temer, mas eu não poderia deixar que ela criasse aquela criança sozinha.Ela não teve total culpa e eu jamais seria perdoado se a abandonasse.Decidi esperar do lado de fora do quarto, enquanto ela se trocava; Aria já havia recebido alta. E então, vi Alex vir até mim com um semblante sério.— Alex, obrigado por me ... - Ela me interrompeu.— Não foi por você e sim por eles. – Disse
Aria S W A N – Narrando ♛ Ele estava agindo muito estranho e de forma misteriosa, confesso. Cássio esteve aqui uma vez apenas, mas não agiu como se quisesse descobrir sobre mim. Até porque isso não fazia bem o tipo dele. Mas nunca o vi agir daquela forma antes. — Por que está com tanta pressa para que eu vá com você, depois de me dizer que terminamos? E que tipo de palavra você deveria ter comigo, se não nos prometemos mais nada depois disso? – Perguntei, pedindo explicações. — Você por acaso tem dez anos, Aria? Por que está agindo como uma criança com medo de estranhos, se não teve medo algum de se envolver comigo? – Perguntou ele, se aproximando. Estávamos tão próximos, que eu podia sentir a respiração quente dele, tocar meu rosto. — E quem disse que tenho medo de você? – Perguntei com um timbre baixo, o vendo se aproximar. — Seus olhos! – Disse ele, me encarando fixamente. Ele era algum tipo de pessoa, que detectava mentiras pelo olhar? Naquele momento, eu estava tão envolt
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Aquela cena foi lastimável, mas era tudo o que eu podia contar a ela.Aria estava hesitante em deixar que eu me aproximasse e com toda razão. Então, a prendi em meu peito, ouvindo-a chorar .— Você está mentindo! Você nem tem irmãos, certo? – Perguntou ela, se afastando para me olhar. — Acabamos de nos casar e você não morreu e ainda me ama!— Aria! – Falei a vendo dar um passo para trás. — Eu não sou ele!Naquele momento, ela balançou a cabeça em negação.— Para, já chega! Desde que você voltou tudo está uma bagunça e isso que você diz não tem cabimento! Eu sinto que, não sei quem você é, fica longe de mim! – Falou ela, me dando de costas.Naquele momento, corri até ela e a segurei, abraçando-a e a mantendo de costas para mim.— Escuta o que eu tenho para te falar! — Eu não quero! – Disse ela, tirando minhas mãos dela e se virando para me olhar. — Até agora, você era a pessoa que eu mais amava e agora ela não existe? Por que? E desde quando você se
Aria S W A N – Narrando ♕Esperei que toda aquela conversa se acalmasse e abri a porta do quarto vagarosamente.Estava tudo escuro e um forte cheiro de comida vinha do andar de baixo.Respirei fundo e quando ia dar um passo, me assustei ao ver ele encostado na parede.— Vai a algum lugar?— Conrad! – Respondi, levando a mão ao meu peito, tentando acalmar meus batimentos. — Quer me matar?— Vejo que já fez a lição de casa! – Respondeu ele, me empurrando para dentro. Assim que ele entrou, se assustou com a bagunça que eu havia deixado o quarto dele. — Que raios...?— Bom, tive que procurar algo que me informasse sobre o meu marido barra sequestrador! – Respondi com ironia, o vendo travar o maxilar.Ele se virou para em olhar e então, segurou meu braço com aspereza.— Você está se achando esperta, não é mesmo? E agora? Vai começar a se rebelar? – Perguntou ele entre dentes, me encarando com os olhos escurecidos.— Você disse que me odeia, então, me odeie mais. Já que não vai me deixar sa
Conrad M O R G A N – Narrando ♔ Meus cães eram meus únicos companheiros até Aria chegar. Na casa, tem alguns serviçais e antes tinha a minha avó, mas agora era diferente, ela estava mais iluminada. Eu até estava desistindo de odiar aquela mulher! Por que ela estava me fazendo sentir confuso? – Me perguntei, perdido em meus pensamentos, enquanto tocava meus lábios com uma mão e acariciava as orelhas de Zeus com a outra. O cachorro parecia até me entender, mas ao mesmo tempo, mostrava-se perdido como eu. A final, a imensa casa que mais parecia com um castelo do Drácula, de repente deu uma agitada. — Você concorda, garoto? Não deveria! – Resmunguei, sorrindo para ele, que logo se afastou para acompanhar o irmão. Os dois cães tinham livre acesso na casa e não eram “brutos” como aparentavam. E eles ficavam mais na biblioteca, ali era como o território deles. Me levantei e fui até a lareira, me abaixando em frente enquanto observava o fogo queimando. Desde pequeno, sempre fui do tip
Aria S W A N – Narrando ♕Ouvir aquelas palavras de Conrad, fez com que eu pensasse de forma coerente.Ele tinha razão! Eu já estava na merda e as chances para que tudo piorasse seriam enormes. Na verdade, não me importo com as consequências, mas não era hora para pensar em mim e sim naquele bebê.Me levantei, ainda mantendo nossos olhos fixos e então, apertei a mão dele o vendo me olhar com um pouco de surpresa.— Não vale volta atrás, hein! – Disse ele, com um leve humor.— Isso vale para você também! Você disse que me protegeria, então terá que engolir o seu ódio por mim. – Falei o vendo sorrir e então, ele puxou meu braço, nos aproximando.— Eu não te odeio mais. Você me mostrou ser uma mulher inteligente! – Disse ele com sarcasmo, me soltando. O olhei desacreditada e então, Conrad sorriu e saiu.— O .. O quê? – Perguntei desacreditada, olhando para a porta e então, apontei o dedo.Aquele louco sorriu? – Pensei, achando aquilo muito confuso.Respirei fundo e fui até a cortina, ten
Aria S W A N – Continuando ♕Aquela mulher me causava arrepios. Na primeira vez que a vi, pensei que ela fosse uma mulher exuberante, me enganei.— Oi Aria, não vai falar comigo? – Perguntou ela, se aproximando.— Oi Ellen! – Falei a vendo se assustar e vincar as sobrancelhas.—Ah! Quase me esqueci que somos cunhadas agora. Me acostumei tanto com “senhora Morgan” que isso saiu estranho de você! – Disse ela, se afastando e indo até as escadas.Olhei para ela confusa, estranhando aquela liberdade toda e então, ela sorriu e encarou Mercês em seguida.— Avisa Conrad que estou o aguardando no quarto. – Disse ela, fazendo menção de subir, mas Mercês logo se aproximou a impedindo.— Senhora, o senhor Morgan pediu que eu a avisasse que, se a senhora aparecer o escritório está a sua disposição. Lá é o lugar de descanso da senhora Morgan.Assim que ela disse aquilo, a olhei em seguida para Ellen.— Bom, se quer falar com ele a partir de agora, deverá usar o escritório. No quarto, as reuniões de
Conrad M O R G A N – Narrando ♔ Pouco tempo antes... Eu já havia me esquecido de como era a adrenalina de pegar a moto e correr sem rumo. Eu precisava daquilo; aliviar a minha mente de peças que ela mesmo estava me pregando. E agora, eu já estava voltando para casa. Não era engraçado? Fugir de lá para me livrar dela e voltar para vê-la? Já estava noite quando eu retornei; a casa estava silenciosa e Mercês estava tirando a mesa do jantar, que por incrível que pareça, parecia estar intacta. — Senhor Morgan, bem-vindo de volta! – Disse ela, dando um passo para trás da mesa ao me ver. — Onde ela está? – Perguntei, vincando as sobrancelhas, me sentindo confuso. — Ela se trancou na biblioteca e ainda não saiu. – Disse ela, me causando uma certa preocupação. — Quer que eu leve a comida? — Está tarde, deixe apenas um chá preparado. – Falei, subindo apressadamente os degraus e ao ir até o fim do corredor do segundo andar, abri a porta da biblioteca, encontrando-a adormecida sobre os li