A escolha certa a se fazer!

Senhor M O R G A N – Narrando

No momento em que a vi cair bem na minha frente, foi como se algo dentro de mim, mudasse repentinamente.

— Cássio, te odeio! – Resmunguei, segurando-a a tempo, para que não caísse no chão e batesse com a cabeça.

Aria foi levada ao hospital e Alex a melhor amiga dela a acompanhou.

— Você realmente não vai junto? – Perguntou Thomas, me encarando. Tinha horas que era muito complicado tentar ser gentil com eles, mas confesso que, eu nem se quer fazia questão.

Só que resolvi ir, porque de alguma forma, Aria me preocupou.

— Vamos no meu carro! – Respondi, sendo acompanhado por Thomas, que assumiu o volante.

A ambulância ia na frente abrindo caminho e fazendo alarde, aquilo me irritava, pois, era certeza de que apareceria nas primeiras manchetes no dia seguinte.

— Cássio? – Chamou Thomas, tendo minha atenção. Eu estava com a cabeça tão cheia, que nem me dei conta de tê-lo ouvido chamar antes.

— Hm? – Respondi comum resmungo, o olhando pelo retrovisor interno. O loiro estava com os olhos fixos aos meus e então, respirou fundo, intercalando o olhar entre mim e a rua.

— Você não ia a propor em casamento? – Perguntou ele, me fazendo o questionar com o olhar a respeito de ele estar falando de forma tão informal.

— Eu deveria? – Perguntei, tocando meus lábios, enquanto desviava meu olhar para a vista do lado de fora. — A partir de agora, Tomás, me trate corretamente.

— Desculpa senhor! – Respondeu ele, desviando a atenção de mim finalmente e segundos depois, o ouvi resmungar. — Sou Thomas e não Tomás.

E finalmente, o silêncio reinou.

Ele estacionou na entrada de um enorme hospital e quando desci do carro, aquele sentimento de melancolia me atormentou. Eu definitivamente odeio hospitais!

Olhei para cima e respirei fundo, adentrando no lugar e assim que me levaram até ela, esperei até que todos saíssem do quarto para poder entrar.

Aria estava adormecida; me aproximei mais para a observar. Ela tinha dois olhos grandes e levemente puxados e eles fechados, deixavam ela com a aparência um pouco doce. Toquei a franja dela com a ponta do sindicador para notar com mais precisão os traços dela e então, escutei a porta abrir.

— O senhor, que é? – Perguntou uma enfermeira, me olhando coma expressão séria.

— Sou o namorado dela. – Falei sentindo aquilo entalar na minha garganta.

A mulher, ao me ouvir, pareceu verificar algo no papel e sorriu para mim, se aproximando.

— Senhor Cássio Morgan, certo? Tentamos contato, mas o seu número parece indisponível! – Disse ela, me fazendo lembrar do antigo telefone que eu havia deixado em casa.

— Como ela está? – Perguntei a vendo se aproximar ainda mais e quando me virei para a olhar, os olhos de Aria estavam fixos aos meus. Aquilo me assustou.

— Ela está bem! Em uma hora saem os resultados dos exames. Sugiro que ela continue a descansar e que não passe mais estresse. – Disse a mulher, verificando o soro e a temperatura de Aria, saindo em seguida.

E então, um enorme silêncio tomou conta de todo o lugar, o que seria uma paz, se Aria não o tivesse quebrado.

— E então? Vai me dizer quem é aquela mulher? – Perguntou ela, começando novamente o assunto.

Respirei fundo e me virei para ela, a olhando de forma escurecida.

— Sou mesmo obrigado a ficar aqui? Onde está Alex? – Perguntei, olhando para a porta.

— Cássio! – Chamou ela, sem paciência, mas eu estava com menos ainda.

— Que saco, Aria! – Respondi, me virando novamente para a olhar e então, me aproximei dela, ficando bem perto. — Me fala, o que você quer. Dinheiro? Uma casa? Um cargo ou quem sabe ações? O que você quer para me deixar em paz?

Perguntei entre dentes, olhando-a com raiva e em questão de segundos, os olhos dela marejaram. Ela se sentou na cama e ficamos um de frente para o outro, nos olhando diretamente.

Então, Aria suspirou de forma vencida, ainda mantendo os olhos fixos em mim.

— Cássio, eu prometo que não vou mais te atormentar. Apenas me diz onde eu errei. Você foi a primeira pessoa com quem eu me relacionei. Me entreguei para você e pensei que estava tudo bem. Porque me traiu?

— Eu não te traí! – Respondi entre dentes, encarando-a com fúria. Que merda eu estava fazendo?

— Então, quem é aquela mulher? Por que ela espera um filho seu? – Disse ela, me fazendo rir.

— Não sou o pai daquela criança, Aria! – Respondi me sentindo aliviado de uma forma, mas ao olhar nos olhos dela novamente, me lembrei de toda a raiva que eu deveria sentir. Foi então que, respirei fundo e a encarei com os olhos escurecidos. — Quer saber de uma coisa? Eu não tenho mais que te dar satisfação. Terminamos.

Sai de perto dela a dando de costas e quando estava prestes a dar mais alguns passos, a porta se abriu, revelando a enfermeira de antes com um médico.

— Que bom que encontramos os dois reunidos! – Disse o médico, com um certo humor, intercalando os olhares entre nós.

Vinquei as sobrancelhas mostrando a minha confusão, torcendo por dentro para não ser o que eu esperava.

Aria parecia assustada. Ela segurou o lençol da cama com a ponta dos dedos e me olhava como um gato prestes a fugir.

Não era a hora certa para ela dar uma crise de choro, certo? – Me questionei, já vendo o medo transcender dos olhos da garota.

E então a frase saiu de forma “Slow”

— Pa-ra-béns, vo-cês- es-tão  grá-vi-dos! – E depois disso, um choro foi ouvido.

Saí daquela sala na mesma hora, sentindo a pior das minhas raivas. E se eu não fosse para fora daquele lugar, com toda certeza destruiria tudo ali dentro e só terminaria quando conseguisse me aliviar.

Não sei como explicar, mas eu estava no estacionamento e a primeira coisa que vi, foi Thomas se aproximar.

— Senhor Morgan? – Chamou ele me encarando e então, me desviei e chutei uma lixeira que estava próxima, a arremessando para longe.

— DROGA! DROGA CÁSSIO! – Gritei exaltado, tendo alguns olhares sobre mim e em questão de segundos, Thomas se aproximou e me segurou.

— Ei cara, o que houve! – Disse ele, me abraçando.

As coisas estavam fora do meu controle. A empresa, meus pais, minha cunhada e agora, mais isso.

Que irresponsabilidade! – Pensei, me soltando do cara que parecia um fiel amigo e eu o tinha maltratado desde o dia em que cheguei.

Dei alguns passos para longe dele na tentativa de tomar um ar e quando eu estava colocando as ideias no lugar, meu celular tocou dentro do bolso do terno.

Ao olhar o nome pelo visor da tela, atendi sem esperar tocar mais uma vez.

— Ei e aí? – Perguntei, tentando manter a voz calma.

— As coisas aqui estão fora de controle, você precisa voltar! – Disse Ellen, com a voz carregada de tristeza.

Naquele momento, levei meus olhos para a porta do hospital e prendi meus olhos, me repreendendo por não estar conseguindo dar conta de tudo.

De uma coisa eu tinha a certeza, deveria resolver primeiro a minha prioridade. A final, Aria não ficaria sozinha.

Respirei fundo e fiz o que era certo para mim.

— Eu estou indo!

                                                                              

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