Aria S W A N – Narrando ♕
Sala de Reuniões da Morgan’s Company, 10:00 am...
Cássio já estava falando a mais de uma hora e confesso que, não ouvi nada do que ele dizia. A voz dele envolvia meus sentidos, me trazendo à tona, lembranças que não fazia ideia que existiam.
— Quando ele me deu banho? – Perguntei, pensando estar confusa entre algo que poderia ser real ou sonho. Aquilo talvez explique o fato de eu ter acordado no apartamento do Cássio.
— Do que está falando? – Perguntou Milena, cutucando o meu braço. Eu a olhei confusa e então, ela sorriu. — Quem te deu banho?
— Nós terminamos? – Perguntei a vendo vincar as sobrancelhas. E foi então que, me virei para o lado, encarando Alex que me deu de ombros.
— Tem algo a perguntar, senhorita Swan? – Perguntou Cássio, com um tom frio.
Naquele momento, um frio percorreu meu corpo e então, levei meus olhos para
— Não, senhor, me desculpa. – Falei, tendo os olhares de todos e de forma curiosa sobre mim. Talvez porque eu nunca fosse do tipo que responde meus superiores.
— Ótimo, então, vem comigo! – Disse ele, em um timbre seco, juntando os papéis em cima da mesa e indo até a porta.
Fiquei parada e em transe, tentando assimilar o que estava acontecendo. Eu não estava prestando atenção em nada por ali e de repente, as duas ao meu lado me cutucaram.
— Aria! – Chamou Alex entre dentes e em um tom baixo, para me alertar.
Olhei para porta, sentindo o olhar escurecido de Cássio sobre mim e então, me levantei apressada indo até ele.
Nós nos olhamos por um instante e confesso que, eu não queria ter tido aquela expressão sobre mim. Eu nunca o vi me encarar com tanto desprezo e aquilo fez com que meu coração se apertasse.
Quando todo aquele amor que ele dizia sentir, se transformou em ódio?
— Me segue! - Disse ele em um tom gélido, indo em direção a sala dele.
Respirei fundo e o segui. Assim que passei pela porta, levei um susto ao ouvi-lo bater à porta e quando me virei para o olhar, Cássio estava tirando o paletó, seguindo até a mesa enquanto afrouxava a gravata.
Ele abriu o computador e começou a digitar algo, enquanto eu permaneci parada na frente dele e depois de alguns segundos, ele levantou o olhar até os meus, me causando um certo calafrio.
—Vai ficar aí ou trabalhar? – Perguntou Cássio, voltando a atenção para o computador.
Me sentei na lateral da mesa, onde havia outro notebook me esperando e então, o liguei, desbloqueando o sistema em seguida.
E assim que digitei a senha, meu coração gelou. Era o dele particular e havia uma foto nossa no protetor de tela. Para quê colocar uma foto nossa sorrindo, se iria terminar comigo?
— Cássio...- Chamei com a voz fraca, tendo os olhos dele sobre mim.
— O que foi? Algo de errado? – Perguntou ele, abrindo o primeiro botão da camisa. Ele acostumava fazer isso quando estava com a cabeça cheia de problemas.
— Quer que eu vá buscar um café? – Perguntei o vendo se encostar na poltrona de couro e respirar fundo.
— Quero que fique quieta aí, Aria e trabalhe! – Disse ele, voltando a atenção para o notebook em sua frente.
— Certo! – Respondi, me levantando. Fui até filtro e me servi com um copo de água e logo após terminar de beber, peguei um elástico no meu pulso e prendi meu cabelo no alto para aliviar aquele calor que eu estava sentindo.
Não era nada obsceno, mas confesso que, seria muito difícil para mim trabalhar ao lado dele, fingindo ser uma desconhecida.
Cássio era muito lindo e estava ainda mais!
Ele tinha os braços fortes e as pernas torneadas, mas nada era tão exagerado. O abdômen dele era definido e ele estava sempre preocupado com a saúde; tanto que, vivia praticando esportes nas horas livres. A pele dele era clara, os cabelos eram castanhos escuros e o olhar era tão intenso, quanto o de um lobo.
Eu me pagava olhando para aqueles castanhos amarelados por minutos, até esquecer de respirar, mas eles de repente, não me retornavam mais como antes.
— Cansou de olhar? – Perguntou ele, travando o maxilar e se levantando em seguida. Cássio se escorou na mesa e abaixou até mim, se aproximando lentamente e aquilo fez com que meu coração acelerasse dentro do meu peito. — O que está tramando?
— Que você não se separe de mim! – Falei baixo e sem pensar, o vendo arquear uma sobrancelha.
Por mais que aquele homem me fizesse atingir o ápice da loucura, tinha algo que parecia faltar. E eu queria descobrir o que era, para tentar colocar de volta.
Ameacei tocar o rosto dele vendo-o se esquivar e então, ele respirou fundo e fechou os olhos.
Quando vi que aquilo era uma permissão, o toquei, vendo-o os abrir, me encarando fixamente.
— O que eu fiz para você? – Perguntei, sentindo-o tirar minha mão com aspereza e se afastar, voltando para o lugar.
— Não sou obrigado a ficar explicando quando não quero algo! – Disse ele, sem me olhar.
Ele voltou a digitar, fingindo ignorar completamente a minha existência e aquilo fez com que o meu interior se remoesse.
Fechei o computador e me levantei irritada, saindo daquela sala.
Fui até o banheiro e me tranquei lá para tentar relaxar e quando ia pegar meu celular, me lembrei que o havia deixado na sala dele.
— Droga! – Resmunguei fazendo menção de sair, mas ao tocar no trinco da porta, ouvi uma voz encorpada e feminina soando por todo o lugar.
— “Hm, estamos bem sogra, não se preocupe! O próximo ultrassom será na semana que vem”. – Disse a mulher, dando um riso.
Abri a porta a observando pela fresta da porta, notando se tratar de Ellen. Aquilo me deixou intrigada, quem fará ultrassom? Será que ela...
Tampei a minha boca ao vê-la alisar o ventre e continuar a falar.
— Diga ao Senhor Morgan para não se preocupar, Sogra. Por aqui está tudo sobre controle! – Disse ela, com um timbre tranquilo, saindo de lá em seguida.
Meu mundo caiu. Como assim, ela chamou de sogra a pessoa que eu pensava ser a minha?
Eu me senti enganada e saí de lá em passos firmes, voltando a sala de Cássio. Assim que entrei, ele parecia ter se assustado ao me ver e desligou a chamada rapidamente.
— Isso são modos, Aria? – Perguntou ele, entre dentes e então, me aproximei o acertando um tapa.
— Como ousa falar que me ama todo esse tempo e de repente aparecer com a mãe do seu filho? – Perguntei irritada, o olhando com fúria.
Cássio olhou para a porta e sorriu. Me virei para olhar também, vendo a ruiva parada bem atrás de nós.
— Estou atrapalhando? – Perguntou a mulher, com um sorriso vencido.
— Não, a senhora não está. Quer saber de uma coisa... – Falei ameaçando ir até ela e então, senti meu braço ser puxado com rispidez.
— Aria, cale-se! – Disse Cássio, com um tom autoritário, me puxando para ele. Nós nos olhamos por um instante e então, ele travou o maxilar, me encarando com ódio. — Se queria a minha atenção, parabéns, você a tem.
— Você está brincando comigo? – Perguntei, sentindo-o apertar meu braço brutamente.
— Precisa de algo, Ellen? – Perguntou Cássio, a olhando com os olhos suaves. Aquilo fez com que meu interior se revirasse, eu realmente senti repulsa por ele naquele instante.
— Estou indo almoçar, você vem? – Perguntou ela, sorrindo.
— Vá na frente! – Disse ele, olhando para mim em seguida e quando a porta foi fechada, ele me soltou. — O que pensa que está fazendo?
— Cássio, que merda é essa? Você é o pai daquela criança? Você me traiu esse tempo todo? E tudo o que passamos juntos? – Perguntei, alisando o meu braço, me encostando na mesa.
Ele riu de escárnio.
— Do que está falando? Quem te traiu? – Perguntou ele com um tom sarcástico, se aproximando de mim.
Naquele instante, senti um mal-estar e minhas pernas fraquejarem. Eu senti como se fosse cair a qualquer momento. Tudo estava rodando e quando me apoiei, me celular tocou em cima da mesa.
Fiz menção de pegar, mas Cássio o pegou primeiro.
— O quê, vai pedir socorro? Olha só para você! Parece patética. – Disse ele entre dentes. — Não adianta fingir, eu não caio nesse teatro!
— Cássio...Me ajude, eu não... - Pedi, sentindo meu corpo fraquejar e quando eu estava prestes a ir ao chão, senti os braços dele me segurando.
Senhor M O R G A N – Narrando ♔No momento em que a vi cair bem na minha frente, foi como se algo dentro de mim, mudasse repentinamente.— Cássio, te odeio! – Resmunguei, segurando-a a tempo, para que não caísse no chão e batesse com a cabeça.Aria foi levada ao hospital e Alex a melhor amiga dela a acompanhou.— Você realmente não vai junto? – Perguntou Thomas, me encarando. Tinha horas que era muito complicado tentar ser gentil com eles, mas confesso que, eu nem se quer fazia questão.Só que resolvi ir, porque de alguma forma, Aria me preocupou.— Vamos no meu carro! – Respondi, sendo acompanhado por Thomas, que assumiu o volante.A ambulância ia na frente abrindo caminho e fazendo alarde, aquilo me irritava, pois, era certeza de que apareceria nas primeiras manchetes no dia seguinte.— Cássio? – Chamou Thomas, tendo minha atenção. Eu estava com a cabeça tão cheia, que nem me dei conta de tê-lo ouvido chamar antes.— Hm? – Respondi comum resmungo, o olhando pelo retrovisor interno.
Aria S W A N – Narrando ♛Haviam se passado uma semana, desde o dia em que descobri que estava esperando um filho de Cássio.Eu não conseguia me levantar da cama pela tristeza que sentia. Pensei que tudo pudesse melhorar se sentássemos para conversar, a final, sempre ouvi dele que seu sonho era ser pai.Só não esperava ser abandonada por ele, ao receber a notícia.Me movi na cama e ao ouvir alguém entrar, puxei a coberta para me cobrir.— Sai Alex, eu estou horrível! – Falei, vendo-a ser arrancada de mim com aspereza.— Anda, levanta! Você está grávida e não com um câncer final. – Disse ela, indo até as janelas para puxar as cortinas.Ouvi o barulho delas arrastando pelos trilhos na parede e suspirei, a olhando irritada.— Eu não quero me levantar, hoje é domingo! – Falei a vendo me encarar com os olhos cerrados.— Você tem mesmo uma desculpa para tudo, não é! – Disse ela, me apontando o dedo. — Anda, vamos caminhar. Você está a semana toda nessa cama, está dando mofo também.Falou el
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Eu não estava nos meus melhores dias. Tudo ainda estava uma bagunça, mas eu prometi que voltaria para Young City resolver os problemas com Aria Swan, assim que desse uma aliviada.A primeira coisa que fiz ao retornar à cidade, foi entrar em contato com Thomas, ele seria a única pessoa capaz de ajudar naquele momento.E foi então que descobri que Aria estava no hospital; digamos que ela tenha amigos muito bons.Fui até ela e ao ver que havia hesitação para que ela me acompanhasse, tive que fazer do meu jeito. Eu sei que ela estava certa, pois eu parecia alguém que ela passou a temer, mas eu não poderia deixar que ela criasse aquela criança sozinha.Ela não teve total culpa e eu jamais seria perdoado se a abandonasse.Decidi esperar do lado de fora do quarto, enquanto ela se trocava; Aria já havia recebido alta. E então, vi Alex vir até mim com um semblante sério.— Alex, obrigado por me ... - Ela me interrompeu.— Não foi por você e sim por eles. – Disse
Aria S W A N – Narrando ♛ Ele estava agindo muito estranho e de forma misteriosa, confesso. Cássio esteve aqui uma vez apenas, mas não agiu como se quisesse descobrir sobre mim. Até porque isso não fazia bem o tipo dele. Mas nunca o vi agir daquela forma antes. — Por que está com tanta pressa para que eu vá com você, depois de me dizer que terminamos? E que tipo de palavra você deveria ter comigo, se não nos prometemos mais nada depois disso? – Perguntei, pedindo explicações. — Você por acaso tem dez anos, Aria? Por que está agindo como uma criança com medo de estranhos, se não teve medo algum de se envolver comigo? – Perguntou ele, se aproximando. Estávamos tão próximos, que eu podia sentir a respiração quente dele, tocar meu rosto. — E quem disse que tenho medo de você? – Perguntei com um timbre baixo, o vendo se aproximar. — Seus olhos! – Disse ele, me encarando fixamente. Ele era algum tipo de pessoa, que detectava mentiras pelo olhar? Naquele momento, eu estava tão envolt
Senhor M O R G A N – Narrando ♔Aquela cena foi lastimável, mas era tudo o que eu podia contar a ela.Aria estava hesitante em deixar que eu me aproximasse e com toda razão. Então, a prendi em meu peito, ouvindo-a chorar .— Você está mentindo! Você nem tem irmãos, certo? – Perguntou ela, se afastando para me olhar. — Acabamos de nos casar e você não morreu e ainda me ama!— Aria! – Falei a vendo dar um passo para trás. — Eu não sou ele!Naquele momento, ela balançou a cabeça em negação.— Para, já chega! Desde que você voltou tudo está uma bagunça e isso que você diz não tem cabimento! Eu sinto que, não sei quem você é, fica longe de mim! – Falou ela, me dando de costas.Naquele momento, corri até ela e a segurei, abraçando-a e a mantendo de costas para mim.— Escuta o que eu tenho para te falar! — Eu não quero! – Disse ela, tirando minhas mãos dela e se virando para me olhar. — Até agora, você era a pessoa que eu mais amava e agora ela não existe? Por que? E desde quando você se
Aria S W A N – Narrando ♕Esperei que toda aquela conversa se acalmasse e abri a porta do quarto vagarosamente.Estava tudo escuro e um forte cheiro de comida vinha do andar de baixo.Respirei fundo e quando ia dar um passo, me assustei ao ver ele encostado na parede.— Vai a algum lugar?— Conrad! – Respondi, levando a mão ao meu peito, tentando acalmar meus batimentos. — Quer me matar?— Vejo que já fez a lição de casa! – Respondeu ele, me empurrando para dentro. Assim que ele entrou, se assustou com a bagunça que eu havia deixado o quarto dele. — Que raios...?— Bom, tive que procurar algo que me informasse sobre o meu marido barra sequestrador! – Respondi com ironia, o vendo travar o maxilar.Ele se virou para em olhar e então, segurou meu braço com aspereza.— Você está se achando esperta, não é mesmo? E agora? Vai começar a se rebelar? – Perguntou ele entre dentes, me encarando com os olhos escurecidos.— Você disse que me odeia, então, me odeie mais. Já que não vai me deixar sa
Conrad M O R G A N – Narrando ♔ Meus cães eram meus únicos companheiros até Aria chegar. Na casa, tem alguns serviçais e antes tinha a minha avó, mas agora era diferente, ela estava mais iluminada. Eu até estava desistindo de odiar aquela mulher! Por que ela estava me fazendo sentir confuso? – Me perguntei, perdido em meus pensamentos, enquanto tocava meus lábios com uma mão e acariciava as orelhas de Zeus com a outra. O cachorro parecia até me entender, mas ao mesmo tempo, mostrava-se perdido como eu. A final, a imensa casa que mais parecia com um castelo do Drácula, de repente deu uma agitada. — Você concorda, garoto? Não deveria! – Resmunguei, sorrindo para ele, que logo se afastou para acompanhar o irmão. Os dois cães tinham livre acesso na casa e não eram “brutos” como aparentavam. E eles ficavam mais na biblioteca, ali era como o território deles. Me levantei e fui até a lareira, me abaixando em frente enquanto observava o fogo queimando. Desde pequeno, sempre fui do tip
Aria S W A N – Narrando ♕Ouvir aquelas palavras de Conrad, fez com que eu pensasse de forma coerente.Ele tinha razão! Eu já estava na merda e as chances para que tudo piorasse seriam enormes. Na verdade, não me importo com as consequências, mas não era hora para pensar em mim e sim naquele bebê.Me levantei, ainda mantendo nossos olhos fixos e então, apertei a mão dele o vendo me olhar com um pouco de surpresa.— Não vale volta atrás, hein! – Disse ele, com um leve humor.— Isso vale para você também! Você disse que me protegeria, então terá que engolir o seu ódio por mim. – Falei o vendo sorrir e então, ele puxou meu braço, nos aproximando.— Eu não te odeio mais. Você me mostrou ser uma mulher inteligente! – Disse ele com sarcasmo, me soltando. O olhei desacreditada e então, Conrad sorriu e saiu.— O .. O quê? – Perguntei desacreditada, olhando para a porta e então, apontei o dedo.Aquele louco sorriu? – Pensei, achando aquilo muito confuso.Respirei fundo e fui até a cortina, ten