Assim que aquelas garotas se aproximaram e começaram a falar, percebi que Bella ficou desconfortável. Elas sabiam exatamente o tipo de atenção que queriam de mim, e o fato de ignorarem Bella completamente só aumentava minha irritação. Notei como ela apertou o copo, tentando disfarçar, mas vi o ciúme em seus olhos. Ela suspirou baixinho, provavelmente tentando controlar as emoções.

Mantive uma expressão séria, olhando para as garotas com um ar entediado, sem a menor vontade de ceder.

— Não estou interessado – Respondi secamente, desviando meu olhar delas e voltando minha atenção para Bella, como se o mundo ao nosso redor fosse insignificante.

— Ah, Hyun, você não precisa ser assim! Poderíamos nos divertir. – Insistiu uma delas, mordendo o lábio, tentando me provocar. Mas fui direto:

— Eu disse não. Agora, se nos derem licença, estamos conversando.

Elas ficaram visivelmente desconcertadas, murmurando algo antes de se afastarem com expressões frustradas. Enquanto se iam, notei que Bella ainda parecia desconfortável, talvez irritada. Eu sabia que, embora eu as tivesse dispensado rapidamente, só o fato de terem se aproximado já era o suficiente para deixá-la incomodada. Ela suspirou profundamente, tentando disfarçar, mas percebi o ciúme em seu rosto.

Inclinando a cabeça, sorri levemente, tentando aliviar o clima como se nada tivesse acontecido.

— Então, Bella, você estava dizendo algo sobre o seu novo livro?

Ela suspirou de novo, tentando recuperar a calma, mas ainda dava para ver a tensão em seu rosto.

— Ah, nada demais – Respondeu, fingindo desinteresse, mas eu sabia que a situação com as garotas a tinha afetado mais do que ela queria admitir. Sabia que ela sempre soube da minha popularidade e de como havia garotas ao meu redor, mas vê-la tão perto disso parecia ter um impacto diferente, e isso apenas reforçava a importância dela para mim.

Depois do almoço, saímos da cafeteria e caminhamos pelo corredor da escola em silêncio. Quando chegamos à entrada, Bella parou e me olhou com uma mistura de curiosidade e incerteza.

—Foi bom conversar com você, Hyun. Eu deveria…

Interrompi com um leve sorriso, suspirando.

— Venha comigo. Quero te levar a um lugar.

Ela hesitou, mas já estava a guiando até o estacionamento, onde uma elegante Lamborghini Aventador preto nos esperava. Jorge, o motorista, acenou para mim e me entregou as chaves com um sorriso cheio de significado. Virei-me para Bella, observando-a com uma expressão divertida.

— Hyun, esse… esse carro é…

— Rápido? Sim, mas prometo que vou devagar. – Ri baixinho e suspirei.

— Deixe-me te mostrar algo.

Abri a porta do passageiro para ela, mantendo o olhar firme enquanto ela se acomodava no assento. Fechei a porta suavemente, caminhei até o lado do motorista e entrei com um movimento confiante.

Quando liguei o carro, o motor poderoso rugiu e seguimos em direção à saída da escola. Bella observava cada detalhe ao redor.

—Aonde estamos indo?

— Você vai ver. – Dei um pequeno sorriso.

— É um lugar especial. Sempre quis te mostrar, mas nunca tive a chance.

A viagem foi tranquila, com o som suave da música tocando no rádio. Seguimos por uma estrada que nos levou a uma área com uma vista deslumbrante do mar, cercada por árvores antigas e um campo verde. Estacionei o carro, saí primeiro e dei a volta para abrir a porta dela.

— Venha, quero te mostrar algo.

Bella saiu do carro, admirando a vista à nossa frente. Caminhamos juntos por um pequeno caminho até chegarmos a um balanço de madeira pendurado em uma grande árvore com vista para o oceano.

— Quando eu era criança, costumava vir aqui para pensar. Este lugar me lembra das coisas simples, do que realmente importa. – Suspirei, olhando para o horizonte.

Bella olhou para o balanço, tocando-o levemente com a mão. Continuei, com a voz cheia de sinceridade.

— Durante os anos que estive longe, sempre imaginei você aqui. Como se, de alguma forma, você pudesse estar comigo, mesmo à distância. Eu… – gaguejei — senti sua falta, Bella. – Suspirei profundamente.

Ela também suspirou, me olhando, sentindo o peso das minhas palavras. Pela primeira vez, parecia que era o momento certo para ela ser honesta também.

— Hyun, você não faz ideia de como foi difícil para mim também. Sempre me perguntei por que você nunca tentou entrar em contato. Mas, com o tempo, pensei que talvez você tivesse me esquecido.

Dei um passo mais perto dela, suspirando levemente, e estendi a mão para tocar seu braço gentilmente.

— Esquecer você? Isso nunca foi uma opção. Estar longe foi como viver com uma parte de mim faltando. Eu voltei por você, Bella.

Ficamos em silêncio, com o som das ondas batendo abaixo, cercados pela proximidade e pelos sentimentos que ambos tentamos esconder por tanto tempo. Ela me olhou, os olhos brilhando com uma mistura de emoções que ela ainda não sabia como expressar.

— E agora? O que acontece, Hyun?

A puxei levemente para mais perto, deixando escapar um suspiro enquanto ficávamos ali, tão próximos que eu podia sentir sua respiração. Com a voz baixa e cheia de emoção, falei:

— Agora eu quero fazer tudo diferente. Não quero te perder de novo.

Ficamos assim, olhando nos olhos um do outro, como se o tempo tivesse parado. A tensão, a proximidade, tudo contribuía para um momento que ambos sabíamos que mudaria o curso de nossas vidas para sempre.

Estávamos tão perto que eu podia sentir sua respiração, e o mundo ao nosso redor parecia ter parado. Meus olhos estavam fixos nos dela, intensos, como se eu quisesse dizer tudo o que havia guardado dentro de mim. Lentamente, me inclinei mais perto, levantando a mão para tocar seu rosto com suavidade, enquanto sentia seu coração disparar.

Sua respiração se acelerou enquanto nossos rostos se aproximavam. Meu olhar caiu em seus lábios, e senti a tensão no ar, o momento que parecia estar esperando finalmente chegando. Nossos lábios estavam a meros milímetros de distância, quando, de repente, o telefone dela tocou alto, quebrando o silêncio e a magia do momento.

Ela suspirou e, com uma mistura de frustração e alívio, se afastou apenas o suficiente para pegar o telefone. Olhando rapidamente para a tela, vi o nome da mãe dela piscando. Bella atendeu e deu um passo para trás, com as bochechas coradas enquanto tentava manter a voz firme.

— Oi, mãe. Sim, estou bem. Sim, a aula acabou faz um tempo. Eu – gaguejou — eu já estou indo para casa. Estou aqui fora conversando com um amigo. Certo, até logo.

Ela suspirou novamente ao desligar, seus olhos encontrando os meus, enquanto eu a observava com um sorriso levemente divertido.

— Acho que preciso ir. Minha mãe já está preocupada com o horário.

Dei de ombros, soltando um suspiro suave, mas meus olhos não se desviaram dos dela.

— Eu te levo para casa, então. Não quero que você volte sozinha.

Começamos a caminhar de volta para o carro, e, antes de entrarmos, uma das amigas de Bella apareceu com um sorriso animado.

— Bella! Estava te procurando! As meninas vão dar uma festa hoje à noite, e você tem que ir! Vai ser incrível!

Bella hesitou, lançando um olhar na minha direção. Eu agora observava sua amiga com uma sobrancelha levantada, curioso. A amiga dela me notou e lançou um olhar rápido, claramente impressionada com minha presença. Como ela veio parar para esse lado? Será que ela mora nessas casas? Dei de ombros.

— O que você acha, Hyun? Você quer ir? – Bella perguntou, tentando esconder o nervosismo deixado pelo momento que acabávamos de compartilhar.

Dei um pequeno sorriso e me aproximei um pouco mais dela, meus olhos brilhando.

— Só vou se você for – falei em um tom baixo, fazendo Bella prender a respiração.

Ela sorriu, mordendo levemente o lábio.

— Então, acho que vamos para a festa.

Depois de concordar em ir à festa, levei Bella para casa para nos prepararmos, ambos ainda sentindo a tensão no ar desde o nosso encontro mais cedo.

Em casa, fiquei em frente ao meu armário, escolhendo cuidadosamente minha roupa. Escolhi uma camisa branca de grife que acentuava meus ombros definidos, combinada com uma calça preta perfeitamente ajustada e um cinto de couro elegante. Adicionei minha jaqueta de couro favorita, com detalhes metálicos discretos, e coloquei meu relógio de luxo, Rolex, que brilhava sob a luz. Depois de pentear o cabelo para trás, apliquei um pouco do meu perfume característico.

O aroma sutil e defumado encheu o quarto, trazendo à mente noites à beira-mar. Com um sorriso satisfeito, peguei as chaves do Lamborghini que Jorge havia deixado para mim e saí em direção à festa.