A pior festa de todas

Nós nos encontramos do lado de fora do local da festa, onde minha Lamborghini preta já estava chamando a atenção. Saí do carro, ajustei meu paletó e caminhei até ela, abrindo a porta com um olhar admirado.

— Você está incrível – Eu disse em um tom baixo, soltando um suspiro suave enquanto apreciava sua aparência.

Ela sorriu, tentando esconder seu coração acelerado, e respondeu.

— Você também não está nada mal. – Trocamos um olhar intenso, ambos sentindo a conexão crescente que vinha se desenvolvendo ao longo do dia.

Entrando na festa juntos, atraímos a atenção de muitos, e Bella sentiu o peso dos olhares. Eu sabia que sempre fui popular, mas ver todos os olhos voltados para nós trouxe uma mistura de orgulho e nervosismo. Caminhamos para um canto mais tranquilo, nossas mãos se tocando levemente enquanto andávamos, o que provocou um arrepio em Bella.

Alguns minutos depois, uma das garotas que havia se aproximado de mim mais cedo reapareceu com um sorriso provocativo, seguida por outras duas.

— Hyun, estou tão feliz que você veio! – Ela ronronou, estendendo a mão para tocar meu braço.

— Você está incrível essa noite. Quer dançar?

Bella apertou seu copo com força, e eu pude ver suas bochechas corando de irritação, embora ela mantivesse uma expressão neutra. Eu não hesitei. Dei à garota um sorriso educado, mas distante, suspirando como se estivesse divertido com sua persistência.

— Obrigado, mas estou aqui com a Bella essa noite.

Respondi suavemente, virando meu olhar para Bella como se as outras garotas já tivessem desaparecido da minha mente.

Uma das outras garotas riu, tentando me persuadir um pouco mais.

— Ah, vamos lá, Hyun, não seja assim! Podemos todos nos divertir juntos.

Eu dei a ela um olhar direto e firme, suspirando levemente antes de responder:

— Eu já disse que não, obrigado. – Então, voltei minha atenção completamente para Bella, meus olhos fixos nos dela, transmitindo silenciosamente o quanto esse momento significava para mim.

Bella sentiu uma onda de satisfação misturada com nervosismo. Inclinei-me mais perto dela, meu rosto a poucos centímetros do dela, e estendi minha mão, um convite silencioso. Ela aceitou, e juntos nos movemos para a pista de dança, onde as luzes piscavam e a música enchia o ambiente.

Enquanto dançávamos, a proximidade entre nós criou uma corrente elétrica, cada movimento carregado de uma tensão não resolvida. Bella sentiu o resto do mundo desaparecer enquanto eu a segurava, meus olhos transmitindo emoções que eu nunca tinha colocado em palavras.

Quando a música finalmente terminou, ficamos lá, olhando um para o outro, com a respiração irregular. Segurei suavemente seu rosto, e ela percebeu que toda a tensão da noite estava ali entre nós, como uma promessa silenciosa, algo que mal ousávamos falar em voz alta.

— Bella – Murmurei, minha voz rouca de emoção,

— Esperei por este momento por tanto tempo.

Ela me olhou, o coração disparado, sem saber exatamente o que dizer, mas, no fundo, eu sabia que ela também esperava por este momento. Estávamos tão próximos que eu podia sentir sua respiração, e o mundo ao nosso redor parecia ter parado.

Minha respiração ficou superficial enquanto nossos rostos se aproximavam ainda mais. O meu olhar desceu até meus lábios, e eu sentia a tensão no ar, o momento pelo qual ambos esperávamos finalmente chegando. Nossos lábios estavam a poucos milímetros de distância quando, de repente, o celular de Bella vibrou, quebrando o silêncio e desfazendo a magia do momento.

Suspirei, uma mistura de frustração e curiosidade passando pelo meu rosto, enquanto eu me mantive no mesmo lugar. Olhei para o celular dela, enquanto ela abria a tal mensagem. O nome na mensagem me fez congelar: era “Jeon ex-namorado”. Quem salva o nome do ex namorado como ex namorado?

“Bella, sinto sua falta. Podemos conversar?” dizia a mensagem.

Minha respiração ficou acelerada, meu coração descompensado. Encarei Bella e vi, seu rosto estava completamente pálido. A expressão dela era de medo, dor, vergonha. Claro, ela negou na minha cara que tinha se envolvido com alguma pessoa enquanto eu estive fora. Claramente tudo não passava de uma mentira.

— Então você esteve em contato com ele esse tempo todo? – Perguntei, com a voz mais fria do que pretendia, carregada de emoções que eu mal conseguia controlar.

— Não, não é assim, Hyun. Ele… – gaguejou — ele só está tentando… eu não sei. Nós… foi complicado. – Ela suspira, aparentemente muito nervosa, mais do que o normal.

Cruzei os braços, claramente ferido.

— Complicado? Olhei para ela, sentindo o ciúme pulsar em meu peito.

— Você nunca mencionou nada sobre ele, sobre ter namorado alguém. Eu… pensei que você estava sendo honesta comigo. – Respirei fundo, tentando manter a compostura, mas a dor era evidente. Eu odiava mentiras.

Ela colocou a mão no peito, como se lado dentro dela estivesse doente.

— Eu não disse nada porque foi um erro. Eu nunca quis que você soubesse. Tenho vergonha disso, Hyun, eu…

— Engraçado. E aqui estou eu, o tolo que voltou pensando em nós. – Eu a interrompi, balançando a cabeça. Dei um passo para trás, passando a mão pelo cabelo e suspirando, claramente tentando controlar a tempestade de emoções dentro de mim. Eu sempre fui muito explosivo e impulsivo, essa situação não me ajudava nem um pouco.

O silêncio entre nós estava carregado de tensão e incerteza. Bella me olhava, querendo explicar mais, mas não conseguia encontrar as palavras certas. A dor e a confusão em meus olhos eram óbvias, e ela sabia que o momento frágil entre nós havia sido quebrado.

Respirei fundo, ainda olhando para Bella, mas algo no meu olhar havia mudado. Suspirei e dei mais um passo para trás, claramente abalado e frustrado. Ela tentou se aproximar de mim, mas levantei a mão, indicando que precisava de espaço.

— Hyun, por favor, não vá assim. – Bella murmurou, sua voz suave, quase suplicante. Ela podia sentir a tensão em mim, o jeito como minhas mãos estavam cerradas, e sabia que eu estava à beira de desmoronar.

— Eu não posso, Bella . – Respondi, minha voz quase um sussurro.

— Eu não posso ficar aqui fingindo que está tudo bem, que nada disso importa. Você mentiu.

Respirei fundo, lutando para manter o controle.

— Você sempre foi tudo para mim. E agora… agora parece que eu nem sequer te conheço.

Bella tentou explicar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta.

— Eu não queria que você descobrisse. Eu sabia que isso iria te aborrecer, Hyun. Eu queria que você visse o que realmente importa.

— E o que realmente importa, Bella? – Perguntei, meus olhos buscando nos dela uma resposta que me fizesse ficar.

— Eu voltei por você. Achei que estávamos sendo honestos um com o outro. Mas, aparentemente, eu estava errado.

Eu passei as mãos em meu rosto, visivelmente angustiado, e dei mais alguns passos para longe dela.

— Acho que preciso de um tempo. – Murmuro, quase inaudível.

— Tempo para pensar, para colocar a cabeça no lugar.

— Hyun, por favor, me deixa explicar melhor. – Ela disse, tentando vir atrás de mim, mas eu já estava de costas, indo em direção ao carro.

Me virei uma última vez, com o rosto sério e marcado pela mágoa.

— Talvez seja melhor eu ir. Preciso esfriar a cabeça antes de dizer algo de que possa me arrepender. – E com essas palavras, eu me afastei, minha figura desaparecendo na noite.

Bella ficou ali, congelada. Ela abraçou a si mesma, assistindo enquanto eu partia.

Caminhei rapidamente em direção ao carro, o rosto fechado enquanto tentava retomar o controle das emoções que transbordavam dentro do meu peito. Parei por um momento, respirei fundo, fechei os olhos, tentando afastar a imagem de Bella com outra pessoa. Quando finalmente abri os olhos, meus pensamentos me puxaram de volta para o momento em que a segurou tão perto, quase sentindo o gosto dos lábios dela.

Olhei para trás, meus olhos a procurando, ainda esperando, mesmo que inconscientemente, que ela viesse atrás de mim, que dissesse algo, qualquer coisa. Eu queria tanto acreditar que nada entre nós tinha mudado. Mas a dor de ver a mensagem do ex-namorado de Bella trouxe de volta toda a insegurança que eu tinha tentado tanto enterrar. Balancei a cabeça, desapontado, e murmurei para mim mesmo:

— Como é possível que, depois de tudo, eu ainda sinta que ela é minha e, ao mesmo tempo, tão distante?

Sem saber exatamente o que eu esperava, olhei para o celular, hesitando em enviar uma mensagem ou simplesmente ligar para ela. Mas a mágoa ainda estava muito recente, e eu temia que, se falasse com ela agora, acabaria dizendo coisas das quais me arrependeria. Então, em vez disso, suspirei, guardei o celular no bolso e entrei no carro, sentindo que precisava de um tempo para pensar.

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