Saí do carro rapidamente, dando a volta e abrindo a porta para Bella. Ela saiu devagar, me lançando um sorriso tímido, ainda com as bochechas levemente coradas. Fiquei ali por um momento, observando-a. A luz suave do estacionamento iluminava seu rosto, e, por um segundo, quis gravar aquela imagem na minha mente para sempre. Cada vez que eu a olhava, parecia que o mundo ao meu redor se tornava mais leve, mais simples.Caminhamos juntos até o cinema, lado a lado. O ar fresco da noite trazia consigo uma tensão agradável, um nervosismo misturado com a empolgação de estar finalmente ao lado dela, de um jeito que eu sempre quis. Mas, conforme nos aproximávamos da entrada do cinema, meu telefone vibrou no bolso, quebrando a minha tranquilidade.Hesitei, mas acabei puxando o celular. O nome de Mirae brilhava na tela. A primeira mensagem era simples: “Oi, Hyun! Como você está?”. Logo em seguida, vieram outras, todas carregadas com uma familiaridade que eu agora considerava desconfortável.Bell
Eu olhei pela janela enquanto o carro se afastava da casa de Hyun, uma sensação desconfortável apertando meu peito. Mesmo depois de me despedir dele, algo parecia errado. Durante o caminho de volta, uma estranha sensação de estar sendo seguida não me abandonava. Olhei para trás várias vezes, mas não havia nada visível. Talvez fosse apenas minha mente me pregando peças, ou pelo menos era isso que eu esperava.Assim que cheguei em casa, larguei minha bolsa no sofá e peguei o celular. — Deve ser coisa da minha cabeça — murmurei enquanto digitava uma mensagem para Hyun. “Ei, tudo bem? Espero que tenha chegado bem. Me avisa quando puder.” Apertei o botão de enviar e esperei. Nada. A mensagem não foi entregue.Um calafrio subiu pela minha espinha, mordi o lábio e mandei outra mensagem. Depois outra. E mais uma. Cada uma delas ficava ali, esperando, sem resposta, como se o telefone dele estivesse desconectado. A inquietação começou a me consumir, e meu peito se apertava cada vez mais, com
Eu me encolhi no chão, agarrando o celular contra o peito, chorando incontrolavelmente, enquanto a primeira luz da madrugada começava a iluminar a casa. Mas para mim, a escuridão parecia só crescer.Eu ainda estava no chão, abraçada a mim mesma, quando o celular vibrou de novo. O som foi suave, mas cortou o silêncio como uma faca. Minhas mãos trêmulas mal conseguiram agarrar o telefone. Quando finalmente olhei para a tela, meu coração disparou.“Cuidado com essa caixa, a polícia está vindo.”A mensagem anônima me congelou. Meu corpo enrijeceu. Quem sabia sobre a caixa? Por que a polícia estaria vindo? O pânico cresceu ainda mais. As lágrimas agora desciam mais rápido, uma mistura de desespero e confusão. Minhas mãos tremendo rapidamente fecharam a caixa, escondendo de novo o sapato de Hyun, como se isso pudesse apagar o terror que representava.Chorando, eu abracei a caixa com força, meus pensamentos rodando em um turbilhão de dor e medo. “Onde está Hyun? O que fizeram com ele?” Minha
Diante de mim, estava um jovem coreano, incrivelmente bonito. Seus cabelos longos caíam sobre o rosto pálido, e seus olhos escuros brilhavam com uma calma que parecia desafiar todo o caos que eu sentia por dentro. Ele era alto, talvez 1,80m, e sua presença, mesmo tranquila, me deixava inquieta. Por um momento, tudo pareceu uma miragem, algo irreal.— Fui enviado para levá-la em segurança — ele disse com uma voz suave, mas firme. — Meu nome é Jimin.Eu mal conseguia processar o que ele dizia. Apenas assenti, sentindo o peso da exaustão tomar conta do meu corpo. Quando tentei dar um passo em direção ao carro, minhas pernas falharam, e senti meu corpo ceder. Antes que pudesse cair, Jimin me segurou com cuidado, seus braços firmes, porém gentis, me envolveram. Ele me carregou com uma facilidade impressionante, como se eu fosse feita de vidro, tentando ao máximo me deixar confortável.O carro era grande, um SUV preto blindado, imponente na manhã fria. Jimin abriu a porta com delicadeza e m
O quarto estava envolto em uma penumbra suave quando eu abri os olhos. O sol já havia se posto, e a escuridão lá fora parecia acentuar o silêncio opressor da mansão. Pisquei algumas vezes, tentando ajustar minha visão. Meu corpo estava pesado, e minha mente confusa, como se tivesse saído de um sonho nebuloso. Quantas horas tinham passado? O tempo era um borrão. Quando tentei me levantar, senti meu corpo fraco e lento, como se todo o peso do mundo estivesse sobre mim. Foi então que a porta se abriu silenciosamente, e Jimin entrou. Ele carregava uma bandeja com uma tigela de sopa fumegante e um copo com remédio. Seu semblante era calmo, quase sereno, mas havia algo em seus olhos, uma preocupação sutil que eu não conseguia decifrar. — Você acordou — ele disse suavemente, colocando a bandeja ao meu lado. — Trouxe sopa para você. Precisa se alimentar. Eu olhei para ele, sentindo uma mistura de gratidão e desconforto. Jimin estava sendo incrivelmente cuidadoso, como sempre. Ele era t
JiminEntrei na sala em silêncio, minhas mãos entrelaçadas e o coração pesado com tudo o que estava acontecendo. O Sr. Lee, sentado à cabeceira, parecia mais velho do que nunca, os olhos cansados refletindo o peso de um pai que está perdendo o controle da situação. Eu mal conseguia processar tudo que havia acontecido com Hyun e meu pai Jorge, mas a dor do Sr. Lee, aquele homem sempre tão forte, era palpável.Quando ele levantou os olhos para mim, houve um instante de reconhecimento, um olhar familiar que por um segundo me fez sentir parte daquela família de novo.— Como está seu pai, Jimin? — A voz dele era mais suave do que eu esperava, quase como se estivesse perguntando a um filho. O nó na minha garganta ficou mais apertado, e eu lutei para manter a compostura.— Ele está melhorando, senhor — respondi, tentando manter a calma na voz, mas a preocupação era evidente. — Ainda está no hospital, mas os médicos disseram que precisa de mais alguns d
Bella A mansão foi engolida pela escuridão de repente, e meu coração disparou. As luzes sumiram tão rápido que, por um momento, fiquei paralisada. O silêncio pesado ao meu redor era quebrado apenas pelos murmúrios de quem estava na sala e pelos meus passos apressados enquanto eu tentava pegar o celular com as mãos trêmulas. Acendi a lanterna, e o medo começou a me sufocar. As sombras pareciam se aproximar de mim, como se tivessem vida própria, ameaçando me engolir.Corri pela mansão, com o peito apertado, tentando não tropeçar enquanto a luz fraca do celular mal iluminava o chão. Cada ruído que ouvia fazia meu estômago revirar. Algo estava muito errado. Quando cheguei à sala principal, vi James mexendo no notebook, o brilho da tela uma esperança frágil. Mas logo percebi que algo estava errado ali também. Códigos estranhos corriam pela tela, símbolos que eu não conseguia entender. Tudo parecia criptografado, fora de controle.— Isso… isso não é normal — James murmurou, claramente pert
Eu estava imóvel, com as lágrimas escorrendo sem parar pelo meu rosto. Não conseguia parar de pensar em Hyun. A imagem dele, ferido e preso naquela caixa de metal, era uma cena que se repetia na minha mente sem fim. Tudo ao meu redor parecia desfocado e distante, como se o mundo estivesse desmoronando e eu estivesse impotente, sem conseguir fazer nada para ajudar.A equipe médica corria de um lado para o outro, estabilizando os pais de Hyun, mas mesmo as sirenes das ambulâncias do lado de fora pareciam abafadas, como se eu estivesse dentro de um pesadelo. Jimin, que tinha ajudado a colocar os pais de Hyun no sofá, estava de pé ao meu lado, mas eu mal conseguia focar nele. Ele olhava para o vazio, tenso, tão abalado quanto eu. Seus punhos estavam cerrados, e era como se ele estivesse à beira de explodir a qualquer momento.James estava ao lado do notebook, murmurando para si mesmo enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Ele estava concentrado na tela, onde a última mensagem