O quarto estava envolto em uma penumbra suave quando eu abri os olhos. O sol já havia se posto, e a escuridão lá fora parecia acentuar o silêncio opressor da mansão. Pisquei algumas vezes, tentando ajustar minha visão. Meu corpo estava pesado, e minha mente confusa, como se tivesse saído de um sonho nebuloso. Quantas horas tinham passado? O tempo era um borrão. Quando tentei me levantar, senti meu corpo fraco e lento, como se todo o peso do mundo estivesse sobre mim. Foi então que a porta se abriu silenciosamente, e Jimin entrou. Ele carregava uma bandeja com uma tigela de sopa fumegante e um copo com remédio. Seu semblante era calmo, quase sereno, mas havia algo em seus olhos, uma preocupação sutil que eu não conseguia decifrar. — Você acordou — ele disse suavemente, colocando a bandeja ao meu lado. — Trouxe sopa para você. Precisa se alimentar. Eu olhei para ele, sentindo uma mistura de gratidão e desconforto. Jimin estava sendo incrivelmente cuidadoso, como sempre. Ele era t
JiminEntrei na sala em silêncio, minhas mãos entrelaçadas e o coração pesado com tudo o que estava acontecendo. O Sr. Lee, sentado à cabeceira, parecia mais velho do que nunca, os olhos cansados refletindo o peso de um pai que está perdendo o controle da situação. Eu mal conseguia processar tudo que havia acontecido com Hyun e meu pai Jorge, mas a dor do Sr. Lee, aquele homem sempre tão forte, era palpável.Quando ele levantou os olhos para mim, houve um instante de reconhecimento, um olhar familiar que por um segundo me fez sentir parte daquela família de novo.— Como está seu pai, Jimin? — A voz dele era mais suave do que eu esperava, quase como se estivesse perguntando a um filho. O nó na minha garganta ficou mais apertado, e eu lutei para manter a compostura.— Ele está melhorando, senhor — respondi, tentando manter a calma na voz, mas a preocupação era evidente. — Ainda está no hospital, mas os médicos disseram que precisa de mais alguns d
Bella A mansão foi engolida pela escuridão de repente, e meu coração disparou. As luzes sumiram tão rápido que, por um momento, fiquei paralisada. O silêncio pesado ao meu redor era quebrado apenas pelos murmúrios de quem estava na sala e pelos meus passos apressados enquanto eu tentava pegar o celular com as mãos trêmulas. Acendi a lanterna, e o medo começou a me sufocar. As sombras pareciam se aproximar de mim, como se tivessem vida própria, ameaçando me engolir.Corri pela mansão, com o peito apertado, tentando não tropeçar enquanto a luz fraca do celular mal iluminava o chão. Cada ruído que ouvia fazia meu estômago revirar. Algo estava muito errado. Quando cheguei à sala principal, vi James mexendo no notebook, o brilho da tela uma esperança frágil. Mas logo percebi que algo estava errado ali também. Códigos estranhos corriam pela tela, símbolos que eu não conseguia entender. Tudo parecia criptografado, fora de controle.— Isso… isso não é normal — James murmurou, claramente pert
Eu estava imóvel, com as lágrimas escorrendo sem parar pelo meu rosto. Não conseguia parar de pensar em Hyun. A imagem dele, ferido e preso naquela caixa de metal, era uma cena que se repetia na minha mente sem fim. Tudo ao meu redor parecia desfocado e distante, como se o mundo estivesse desmoronando e eu estivesse impotente, sem conseguir fazer nada para ajudar.A equipe médica corria de um lado para o outro, estabilizando os pais de Hyun, mas mesmo as sirenes das ambulâncias do lado de fora pareciam abafadas, como se eu estivesse dentro de um pesadelo. Jimin, que tinha ajudado a colocar os pais de Hyun no sofá, estava de pé ao meu lado, mas eu mal conseguia focar nele. Ele olhava para o vazio, tenso, tão abalado quanto eu. Seus punhos estavam cerrados, e era como se ele estivesse à beira de explodir a qualquer momento.James estava ao lado do notebook, murmurando para si mesmo enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Ele estava concentrado na tela, onde a última mensagem
Antes que eu pudesse reagir, o mascarado recolocou a mordaça na minha boca com brutalidade e me jogou dentro de um contêiner. Caí no chão com um baque, e a dor irradiou por todo o meu corpo. Olhei ao redor, desesperado, percebendo que estava completamente preso. O metal frio do contêiner me cercava, sufocante, de todos os lados.Ele parou na entrada, rindo, como se estivesse se divertindo com meu sofrimento. — Você vai morrer de fome e de frio aqui, sozinho. Enquanto isso, eu vou roubar Bella para mim. Você nunca deveria ter voltado, nunca deveria ter tido a audácia de ficar com ela. — A risada dele ficou ainda mais insana. —Agora, você vai pagar o preço.Com um gesto final, ele fechou a porta do contêiner com força. O som metálico ecoou, e a escuridão me envolveu novamente. Eu estava sozinho, preso naquele espaço pequeno e gelado. Tentei gritar, tentei me mexer, mas as amarras eram fortes demais.Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu caía no chão, o desespero tom
— Enquanto estávamos verificando o perímetro e ajeitando a segurança aqui dentro, a van simplesmente sumiu. Quando voltamos à área onde a havíamos deixado, não havia sinal dela. Nem mesmo os rastros de pneus estavam mais visíveis.A sensação de impotência crescia dentro de mim. Como tudo podia desaparecer assim? James esfregava o queixo, claramente pensativo, enquanto Harry, apertava os punhos, a frustração visível em seus olhos. Eu podia sentir a mesma raiva e desespero borbulhando em mim. Como tudo estava saindo do controle?— Quem quer que esteja por trás disso é extremamente organizado. Eles estão sempre um passo à frente — James comentou, mas sua voz, mesmo calma, parecia não trazer solução imediata.Harry, irritado, quase se contorcia. — Como não percebemos a movimentação? Estamos cercados de seguranças. Como alguém pode entrar e sair sem deixar rastros?James olhou para ele com uma seriedade que me fez arrepiar. — Estão jogando conosco, Harry. Estamos enfrentando alguém que s
James A mansão estava em completo movimento, e o clima de urgência me dominava. Cada pessoa ali sabia que não havia tempo a perder. Harry, com sua postura firme, coordenava a equipe de segurança com precisão. Ele era o centro da operação, verificando cada detalhe dos preparativos enquanto as equipes se organizavam ao seu redor. O ambiente parecia eletrificado, e cada ordem dada era seguida com uma precisão quase automática. Todos sabíamos que qualquer erro poderia custar caro.— Equipamentos verificados? — ouvi Harry perguntar a um dos seguranças que se aproximava.— Sim, senhor. Estamos prontos para partir. Todos os drones estão programados para sobrevoar as áreas indicadas, e as comunicações via satélite estão funcionando.Harry assentiu, satisfeito com o progresso. Observei enquanto ele analisava a sala de operações, onde diversos mapas digitais de Seul e das áreas ao redor estavam projetados em grandes telas. Grupos de seguranças conferiam coordenadas, ajustando detalhes nos fone
O carro seguia em alta velocidade pela estrada, o ronco do motor ecoando no silêncio pesado que dominava o interior. Harry mantinha as mãos firmes no volante, enquanto eu, ao lado, tentava freneticamente estabelecer contato com os seguranças da mansão. Tínhamos tentado diversas vezes, mas nada. Nenhuma resposta. O silêncio no rádio era perturbador.O ar estava denso com a ansiedade. Sabíamos que nossa missão era encontrar Hyun, mas a revelação recente de que o mascarado estava na mansão complicava tudo. Era como se a escuridão nos cercasse por todos os lados, e qualquer decisão que tomássemos parecia a errada.— Merda… Isso não está certo — murmurei, sentindo o peso da responsabilidade apertar meu peito. — Não conseguimos falar com ninguém na mansão, não sabemos o que está acontecendo lá…— Eu sei — respondeu Harry com uma voz grave, repleta de tensão. — Mas se voltarmos agora, deixaremos Hyun à mercê deles. Porém não temos escolha! Respirei fundo, tentando organizar o caos na minh