Eu viro a noite acordada, parte pelo filme de terror que vi e parte por causa do Elias… tá, okay, boa parte da minha insônia foi causada por aquele idiota!
Vejo o sol nascer e vou tomar um banho antes da Diana acordar já para adiantar o processo. Me arrumo e fico ouvindo música até que o despertador toca e Diana acorda.— Bom dia. — Digo sorrindo.
— Bom... dia. — Se levanta, boceja e se espreguiça. — Já está pronta?
— Sim, tive insônia e fiquei entediada. — Dou de ombros e vou me ver no espelho.
— Okay, vou tomar um banho e já volto para a gente ir tomar café.
— Tá bom. — Quando ela termina o banho e coloca uma roupa, pegamos nossas mochilas e descemos para tomar o café da manhã.
— Bom dia mãe, bom dia pai. — Ela dá um beijo na bochecha de cada um.
— Bom dia, tia Jess e tio David. — Digo com um sorriso gentil e David bagunça meu cabelo.
— Bom dia meninas, venham, o café já está na mesa. — Jess diz nos convidando à mesa.
— Dormiram bem? Estão prontas para a volta às aulas? — O pai da Diana pergunta com um enorme sorriso nos rosto.
— Não sei a Rebeca, mas eu poderia ficar de férias mais uns seis meses que eu não iria reclamar. — A Diana diz e seus pais riem.
— Se eu não tivesse ficado mortalmente entediada as férias quase toda, eu até concordaria. — Digo frustrada.
— Ora, admita de uma vez que você não vive sem mim! — Diana me provoca e eu lhe mostro minha língua para não acabar xingando na frente dos pais dela, mas ela apenas ri.
— Okay, talvez um pouquinho. — O sorriso dela fica convencido e eu reviro os olhos
— Falando assim até parece que é fofa. — Essa voz... será que é a pessoa mais irritante que eu conheço? Sim, senhoras e senhores, Elias Wayne mais uma vez.
— Já vai começar a encher o saco, Elias? — A Diana fala e parece que leu a minha mente.
— Eu cheguei ontem depois de um ano de viagem e você já vai começar a implicar comigo? — Ele dá a volta na mesa e se senta bem ao meu lado. — Que cheiro bom, senti falta do seu bolo de chocolate mãe. — Diz meigamente, mas a mim você não engana!
— E eu senti falta de você se juntar a nós nas refeições. — Diz sua mãe.
A mesa é enorme, tem oito lugares, eu e o Elias estamos de um lado da mesa, a Diana está sentada bem na minha frente, e seus pais nas pontas, mas eu fico me perguntando: por que ele não se sentou ao lado de sua irmã, ou pelo menos uma cadeira mais longe de mim? Flashes da noite anterior vêm a minha mente como fogos de artifícios explodindo, só a presença dele me faz sentir… não sei, alguma coisa.
— E aí meninas, muito ansiosas para reencontrar os amigos? — Jess pergunta.
— Sim, muito, Sarah e Bella viajaram para a Flórida e nos mandaram inúmeras fotos. — Diana diz, pega o celular e o mostra para a mãe.
— Pois é, espero que elas tenham pelo menos nos trazido uns presentes. — Digo rindo e todos me acompanham.
— É o mínimo, elas só mandaram fotos daqueles lugares lindos só para nos fazer inveja e...
Eu simplesmente parei de ouvir a conversa aí, pois senti um toque na minha coxa e olhei para o Elias pelo canto do olhos, ele está sorrindo e olhando para Diana que conta alguma história de forma empolgada. Mas quando ele percebe meu olhar, sua mão volta para minha coxa e fica lá. Olho pra baixo da mesa para ver a mão dele repousando tranquilamente sobre minha perna, eu olho discretamente para o Elias e ele sobe a mão mais um pouco e aperta.
— Rebeca, tá me ouvindo? — A voz da Diana me tira do transe e eu balanço a cabeça para me concentrar no que ela está falando.
— Desculpa, eu tava pensando como eu fui burra em esquecer os meus óculos, agora não vou enxergar nada que tiver nos livros. — Abro um sorriso torto, mas ela não parece perceber, ou apenas ignorou.
— Qualquer coisa eu te empresto meu material depois.
— Valeu amiga.
Eu coloco minha mão por cima da dele e dou um beliscão, ele solta um pequeno gemido de dor e solta a minha perna em seguida. Quando terminamos nosso café e nos despedimos dos pais da Daiana, fomos em direção a porta da frente.
— Esperem meninas, é o primeiro dia de aula do Elias também, ele vai de carro e pode muito bem dá uma carona pra vocês. — O tio David fala e joga a chave do carro para o Elias que olha pra mim com um sorriso enorme e debochado no rosto. — Não é filho?
— Com certeza, vamos meninas? — Ele sorri e sinto seu olhar em mim.
— Vamos. — A Diana fala animada e vai saltitando até o carro, eu tento correr atrás dela, mas uma mão segura meu braço.
— Vai com calma Beca, seu cadarço está desamarrado, você pode cair. — Eu olho para meus pés e realmente está, volto a olhar pra ele e falo:
— Deixa de ser sonso garoto, e vê se tira esse sorrisinho da cara. — Eu abaixo para ajeitar meu tênis e escuto a risada dele.
— Está irritada por causa de ontem a noite, ou por causa do café da manhã?
— Vai se foder. — Eu me levanto e vou até o carro.
Vou da casa da Diana até a escola com a cara fechada, mas como a casa dela é longe, posso a próxima meia hora ignorando tudo a minha volta.
Eu fico a viagem inteira de braços e pernas cruzadas, um bico enorme de irritação e ouvindo Do ré mi fá - Blackbear no fone de ouvido. De vez em quando eu olho para o retrovisor e vejo o Elias olhando para mim e sorrindo, ele deve achar que eu sou uma palhaça só pode!Chegamos na escola e eu literalmente pulo do carro, pego a Diana pela mão e a arrasto pela escola até chegar na sala.— O que deu em você? — Ela pergunta me olhando com uma sobrancelha arqueada.
— Nada, só não queria chegar atrasada. — Sorrio e ela revira os olhos
— Nerd, o professor nem chegou ainda. — Diz e vamos nos sentar em nossas respectivas mesas, uma ao lado da outra.
O professor demorou um pouco para chegar, então eu e a Diana ficamos conversando nesse meio tempo, até que as nossas amigas passam pela porta pulando e falando extremamente alto. Com vocês, Sarah e Bella Cooper!
— Rebeca! — A Sarah grita, logo em seguida a Bella grita também.
— Diana! — Nos levantamos e fomos abraçar elas.
— Meninas! — Eu e a Diana gritamos.
— Vocês estão lindas! Toda bronzeada, hein. — Diana diz para a Sarah de um jeito malicioso e nossa amiga responde no mesmo tom.
— Ah, valeu, eu tinha que dar um upgrade no visual para aproveitar melhor a Flórida. — Ela nos dá uma piscadinha.
— Que saudade de vocês suas traíras! — Digo.
— Como assim, "traíra"? — Sarah pergunta quando nos afastamos.
— É porque vocês ficaram nos fazendo inveja indo naqueles lugares incríveis e ainda mandando foto pra gente, e nem sequer nos trouxeram uma lembrancinha. — A Diana diz, cruza os braços e faz beicinho.
— Ah, pelo amor de deus Diana, você também ficou mandando fotos lá da Califórnia! — Minha vez de cruzar os braços.
— Okay, parem de chorar vocês duas. — Sarah diz e puxa uma sacola de sua mochila, Bella faz o mesmo.
— Nós trouxemos presentes! — Diz animada e me entrega a sacola, Sarah entrega a dela para Diana. — E só mais uma coisinha, noite das garotas lá na nossa casa, muita fofoca e depois mostramos as coisas que compramos. — Bella diz empolgada.
— Vou falar com meus pais.
— Vou falar com a minha mãe, se ela deixar, vou pra sua casa depois do trabalho. — Digo e abro a sacola, tiro de lá uma blusa muito fofa e um par de brincos de pirulito, abro um sorriso de orelha a orelha. — Eu amei, muito obrigada! — Abraço a Bella e depois a Sarah.
— Eu também, muito lindinho! — Diana diz e me mostra o presente dela que é literalmente igual ao meu, mas de uma cor diferente.
— Não há de que. — Bella fala sorrindo. — Você ainda está trabalhando naquela livraria? Achei que ia ser só durante o verão.
— Biblioteca, e sim, 7 dólares por hora meu amor e 80 horas por mês, 560 dólares é um bom salário para uma adolescente que não gasta com praticamente nada.
— Bom? É ótimo! — A Diana diz.
— Okay, às 20:00 PM quero vocês duas lá em casa. — A Sarah diz. — Dêem um jeito de convencer seus pais.
— Muito bem alunos, já perdemos tempo de mais, vamos lá, se sentem. — O professor diz e toda a turma se organiza para a aula começar.
As aulas até que passam rápido, mas acho que foi porque eu passei o tempo desenhando e ouvindo música.Alguém bate na porta da sala e entra em seguida.— Bom dia Sr. Connor, bom dia alunos. — É o diretor Müller. — Eu só estou passando pra avisar que a professora Agatha Petal, de literatura inglesa, adoeceu e não poderá dar a terceira aula. — A turma comemora discretamente e eu reviro os olhos.— Obrigada pelo aviso diretor, e caso fale com a Srta. Petal, deseje-a melhoras por mim. — O diretor concorda com a cabeça e sai da sala.Quando chega a terceira aula, eu e as meninas fomos para o refeitório, ficamos conversando, colocando parte do assunto em dia e falando sobre a Flórida, a Califórnia e sobre outros lugares que ainda queremos visitar.— Meninas, eu estou apertada, vou ao banheiro e volto rapidinho, guardem os assuntos picantes para quando eu voltar. — Digo já me levantando.— Não quer que alguma de nós vá com você? — Diana pergunta.<
Em casa, peço a minha mãe pra ir pra casa da Sarah e ela deixa, eu aviso as meninas que eu vou pra lá e vou me arrumar para o trabalho.Coloco uma calça jeans azul clara e meio rasgada, uma blusinha branca por baixo de um moletom em um tom bem clarinho de pêssego, prendo meu cabelo de qualquer jeito e coloco meu tênis branco.Pego minha mochila e vou me despedir da minha mãe.— Tchau, mãe!— Tchau, filha. Você vai passar por aqui antes de ir pra casa das meninas?— Não, já estou levando roupa pra ir direto pra lá.— Tudo bem, se cuide viu? Juízo.— Eu sou a mais ajuizada de nós quatro, mãe.— Que continue assim. — Diz e ri.— Bye. — Digo e saio.A biblioteca não é tão longe daqui, eu vou andando e em dez minutos já estou lá. Eu abro o lugar e vou organizar alguns livros. Normalmente, o Henri – o dono da biblioteca (
No meio de toda essa zona, me arrependo amargamente de não ter colocado uma senha no meu celular. A Diana consegue pegar o celular primeiro e fica em pé na cama.— Okay, parem as duas! — Ela diz e só então eu percebo que a Bella se quer entrou na bagunça. — Não podemos invadir a privacidade dela assim, gostariam que fosse com vocês? — Eu fico aliviada.— Muito obrigada. — Digo e ela me devolve o celular.— Que crise de bom senso foi essa agora? — Sarah pergunta.— Quando ela quiser nos contar, ela vai nos contar. — A Bella responde. — Você tem que parar de ser assim, já conversamos sobre isso. — Sarah bufa e cruza os braços.— Aff, tá bom, só espero que seja logo. — Sarah diz e revira os olhos.— Se fosse algo importante eu contaria, mas não é, é irrelevante. — Digo. — Podemos voltar ao filme agora?— Sim, senhora. — E todas se voltam novamente para a televisão.<
No laboratório, vou até a minha mochila que está pendurada em um dos ganchos na parede, a abro e pego o meu celular, me viro e dou de cara com... vocês sabem muito bem quem.— Gostei da saia. — Okay, se alguém pudesse despir outra pessoa só com o olhar, eu estaria completamente nua agora.— Eu também gostei, agora da licença. — Eu tentei passar por ele, mas ele se colocou na minha frente.— O que está fazendo, Beca?— O que você está fazendo, Elias? Me deixe passar de uma vez. — Droga droga droga, eu não pensei direito sobre isso!— Não mesmo, nós dois sabemos que você veio assim pra me provocar, acha que sou burro?— Eu até que achei, pra falar a verdade.Ele solta uma risada forçada e dá um passo pra frente, eu dou um passo pra trás, na esperança de manter a distância. Eu me fodi agora, e pela expressão dele, ele vai me foder agora... e eu vou acabar f
Eu volto correndo pras meninas, elas suspeitam da minha demora mas não insistem para que eu explique, por isso, sou eternamente grata à elas.Quando o intervalo acaba voltamos para o laboratório, formamos nossas equipes, e como vocês já sabem, estou na equipe do Elias, decidir deixar o Noah entre a gente, para não correr riscos de certas coisas acontecerem, eu não sou tão discreta quanto o Elias, ele é capaz de fazer algo completamente safado com um sorriso angelical no rosto, acho que é um super poder.— Pronto, agora coloque esse no tubo de ensaio. — O Noah pede e eu faço, o líquido que está no tubo muda de cor e eu fico maravilhada.— Isso é incrível! — Digo.— É mesmo. — Ele diz com o rosto próximo ao meu.— Nada de namorar, prestem atenção nos experimentos! — O professor grita perto da nossa mesa, eu tomo um baita de um susto e depois começo a rir.— Você
A semana até que passou rápido, e, caso você esteja se perguntando, eu não tenho visto o Elias, só de relance na escola no horário do almoço.As meninas Cooper continuam animadas com tudo como sempre, e eu e a Diana, estamos super ansiosas para pegar um bronze e tirar várias fotos. Eu normalmente trabalho de domingo à quinta, mas o Henri me deu uma folga por conta da quantidade de horas extra que eu fiz durante as férias, então vou aproveitar o máximo que eu puder.Na sexta, eu coloco tudo na minha mochila, estou quase levando meu quarto inteiro aqui dentro. Eu coloco dois pares de tênis, dois shorts jeans, quatro blusas, dois biquínis, dois pijamas, fora os produtos de higiene, como: toalha, sabonete, shampoo, etc. Meu pai vai vir me buscar e daqui vamos direto para o parque, a Diana e eu combinamos que seria melhor que fosse hoje porque a previsão do tempo falava que tinha boas chances de chuva amanhã.Eu coloco o biquíni que co
Até que demorou pra ele aparecer, mas ele tinha que chegar em grande estilo, não é? Franzo o cenho e olho para ele com raiva.— Mandou bem! — A Diana grita para o irmão, que por sua vez, também pula na piscina.— Eu vou... acabar congelando. — Digo com o queixo tremendo.— Deixa de drama. — Ela fala e joga água na minha cara, não demorou para começarmos uma guerra de água.— Tá bom, tá bom, já chega! Você quer me afogar? — Pergunto rindo, mas a Diana está rindo muito mais, está quase tendo uma crise de riso. — Você está parecendo uma hiena.— Detesto concordar com a Beca, mas tá mesmo. — O Elias fala ao meu lado e eu já fico tensa com sua presença.— Ah, calem a boca vocês dois e me deixem ser feliz.— Quem é a dramática agora? — Pergunto e ela joga água em mim de novo.— Ai gente, vou ao banheiro e depois vou tomar mais um solzinho, mais tarde eu
— Meu objetivo era te tirar do sério, não te levar pra cama, não sou tão filho da puta assim. — Eu arqueio uma sobrancelha.— Então vai me dizer que nunca fez isso com outras garotas?— Fiz sim, com certeza. — Eu rio. — Mas elas tinham o mesmo interesse que eu, o que eu posso fazer se sou irresistível? — Eu rio de novo, mas de uma forma incrédula e sarcástica.— Queria ter sua auto estima, senhor Wayne. — Ele segura minha mão e a leva para os lábios e beija os nós dos meus dedos.— Você é absurdamente linda, sempre foi assim. — Meu coração bate forte e rápido, borboletas voando descontroladamente em meu estômago.— Você fala isso, mas eu não lembro de uma ocasião se quer de você olhando para mim, como quer que eu acredite?— Quem não olhava era você, Beca. — Eu queria dizer que parece que ele está mentindo, mas não parece. — A única vez que eu voltei para casa durante o intercâm