(Ponto de vista de Serena)Tentei me concentrar no esboço à minha frente, mas minha mente insistia em voltar para o celular. O design precisava ser perfeito - afinal, Taylor iria usar essa peça, e ela tinha que se destacar.Desenhei algumas linhas, apaguei, e então desenhei novamente.Olhei para o meu celular pela centésima vez, ainda sem nenhuma resposta de Calvin, e o silêncio, cada vez mais opressor, começava a me deixar ansiosa além da conta.Mia se aproximou, notando minha testa franzida e a maneira como eu apagava e redesenhava as mesmas linhas repetidamente.— Está tudo bem, Srta. Nixon? — Perguntou, com preocupação na voz.Forcei um sorriso, tentando esconder minha ansiedade.— Sim, Mia. Só estou tentando aperfeiçoar este design para a Taylor.Ela lançou um olhar para o meu celular, voltando em seguida a me encarar.— Esperando uma mensagem importante? — Sondou suavemente.Assenti, sem ousar dizer mais nada, com medo de que meu nervosismo transbordasse em palavras que nem eu co
(Ponto de Vista de Serena)Eu estava em frente ao espelho, tentando encontrar algo que se ajustasse perfeitamente à minha barriga, que crescia visivelmente a cada semana. Stevie estava sentada na cama, avaliando cada vestido com olhar crítico, como se fosse a própria polícia da moda.O primeiro vestido que experimentei era justinho, marcando todas as curvas. Stevie fez uma careta.— Não, esse está sexy demais. Você vai partir o coração dele… Então a intenção não é fazê-lo se apaixonar por você.Lancei um olhar para Stevie, dividida entre a diversão e a irritação.— Não é sobre isso. — Disse, balançando a cabeça.Ela deu de ombros com um sorriso leve.— Só estou dizendo. O objetivo é ser sofisticada, não sexy.Coloquei o próximo vestido, um modelo fluido, na altura do joelho, um pouco mais conservador. Saí do provador, fazendo uma rodopiada para mostrar o caimento.— E esse?Stevie inclinou a cabeça, pensativa.— Melhor, mas é meio sem graça. Ainda falta aquele ar de quem está linda sem
(Ponto de Vista de Serena)— Calvin, eu... Eu acho que você já sabe qual é o curso dessa conversa.Ele assentiu lentamente, com os olhos fixos nos meus, sem dizer uma palavra, apenas esperando que eu prosseguisse.O silêncio me sufocava, mas eu sabia que precisava fazer aquilo, por nós dois.— Calvin, eu...— Serena, por favor. Só me diga uma coisa. Tem alguém mais? — Perguntou ele, com os olhos buscando respostas nos meus.Desviei o olhar por um momento, sem conseguir encará-lo. A verdade estava ali, na ponta da língua, mas dizê-la em voz alta parecia atravessar uma linha que não poderia ser desfeita.Engoli em seco, sentindo o nó no estômago apertar ainda mais.Os olhos de Calvin se estreitaram, e ele se inclinou um pouco para frente.— É o Bill, não é? — Disse ele em voz baixa, mais como uma constatação do que como uma pergunta.Por fim, levantei os olhos para ele - e a dor que vi nos seus me atingiu como um golpe mudo. Logo, assenti, lentamente.— Sim. — Sussurrei, mal conseguindo
(Ponto de Vista de Bill)— Queria te surpreender. — Disse, sorrindo. — Fiquei pensando em você o dia todo.Entreguei o buquê de lírios rosa para Serena, percebendo que ela parecia um pouco tensa - devia ter sido um dia longo para ela.Com um sorriso contido, ela pegou o buquê.— Ah, que lindos. Obrigada. — Disse suavemente, com seus dedos roçando os meus.Caramba, ela estava deslumbrante. O vestido azul escuro ressaltava ainda mais sua silhueta e a barriguinha de grávida.Ela estava levemente corada, o que a fazia brilhar de um jeito que acelerava meu coração.— Você está incrível. — Falei, deixando escapar a admiração. — Onde esteve?Serena se moveu de um pé para o outro, com seus olhos desviando-se por um instante antes de voltarem a se fixar nos meus. Eu pude perceber que ela estava nervosa pelo jeito como mexia no buquê.— Jantei com o Calvin. A gente... Conversou sobre algumas coisas.Calvin. Não consegui evitar apertar os punhos ao ouvir o nome dele. Justo quando achei que as coi
(Ponto de vista de Bill)Cambaleamos pelo corredor, ainda completamente envolvidos um no outro. Levantei Serena nos braços, fazendo-a rir suavemente contra meus lábios.A carreguei até o quarto, com os braços dela envolvendo meu pescoço e puxando-me ainda mais para perto. A porta se fechou atrás de nós, mas mal percebemos, absorvidos um pelo outro. Deixei-a suavemente sobre a cama, mantendo nossos lábios colados, sentindo seus dedos entrelaçando-se nos meus cabelos, arrancando de mim um sorriso inevitável contra sua boca.Nos perdemos um no outro enquanto eu a deitava com cuidado, com nossos beijos se tornando cada vez mais urgentes, e famintos. As roupas desapareceram num impulso natural, sendo deixadas para trás enquanto nos entrelaçávamos completamente, esquecendo do mundo lá fora.À medida que me movia dentro dela, mantinha os olhos fixos nos dela, observando cada reação, e cada suspiro contido que escapava em forma de gemido. Isso realmente me deixava fora de controle! O suor esco
(Ponto de Vista de Bill)— O que você quer dizer com isso? — Perguntei.James deu um longo suspiro antes de responder.— Ouvi de uma fonte confiável. Conheço um cara, o Steve - ele tem boas conexões em certos círculos. O Steve disse que a máfia descobriu onde o Max estava se escondendo.Enquanto James falava, uma sensação de angústia começou a se espalhar pelo meu estômago, arrastando consigo o peso de uma culpa silenciosa. Eu havia chantageado o Max, forçando-o a fazer um pedido de desculpas público, obrigando-o a limpar meu nome e o de Serena depois do fiasco no desfile. O vídeo viral da desculpa provavelmente o colocou novamente no radar da máfia.Tentando controlar o tom da minha voz, perguntei:— Por que a mídia não está em cima disso? Acha que uma história como essa não estaria em todos os lugares?James soltou um suspiro frustrado.— Está tudo sendo abafado. A máfia tem conexões e sabe como manter as coisas em segredo. Talvez as autoridades nem saibam a história toda ainda. Deve
(Ponto de vista de Serena)Bill estava escondendo algo de mim, e eu podia perceber. Naquela manhã, enquanto ele me levava para o trabalho, estava inusitadamente quieto. Normalmente, conversávamos sobre nossos planos ou trocávamos piadas, mas, naquele dia, ele parecia perdido em seus próprios pensamentos.Seus dedos batiam suavemente no volante e, de vez em quando, ele olhava pela janela, como se procurasse algo.Será que isso tinha a ver com o caso da Doris? Eu odiava o fato dele estar me escondendo coisas, provavelmente achando que era melhor eu não me preocupar. Mesmo sabendo que aquilo não era o ideal para o bebê, eu também não era ingênua a ponto de precisar ser protegida da verdade.Assim que cheguei na loja, concentrei toda a minha energia na criação da peça central para a coleção de verão. Estava usando o conjunto de ferramentas para esculpir pedras preciosas que o Calvin havia me dado em sua viagem à Bélgica.Era um conjunto incrível, bem afiado e perfeito para os detalhes fino
(Ponto de Vista de Bill)Enquanto eu me sentava no corredor silencioso e esterilizado do hospital, observava, através do vidro, as enfermeiras se movimentando ao redor de Ana, preparando-a com cuidado para a sessão de quimioterapia.Meu estômago se apertou ao vê-la deitada na cama, com tubos e monitores conectados ao seu pequeno corpo. Nenhuma criança deveria passar por isso.Vi Sofia sentada sozinha, com os olhos fixos em Ana, e pensei que talvez aquele fosse o momento certo para conversar com ela. Aproximei-me em silêncio, sentando-me ao seu lado com discrição.— Como ela está se saindo hoje? — Perguntei, acenando com a cabeça na direção de Ana.— Ela está aguentando firme. — Respondeu Sofia, forçando um sorriso cansado. — Está sendo difícil, mas a Ana é uma guerreira. Obrigada por tudo, Bill. Você não faz ideia do quanto isso significa para nós.— Com certeza, estou disposto a fazer o que for preciso para ajudar a Ana. — Comentei, acomodando-me melhor ao lado de Sofia. Permaneci em