Diego dirigiu com Telma até a mansão da família Arruda. Assim que entraram pela porta, Isadora veio correndo, segurando o celular com entusiasmo.— Mano! Você não vai acreditar no que eu vi hoje! — Isadora empurrou o celular na direção de Diego. — Aquela mulher, a Alana, com certeza te traiu enquanto vocês eram casados!Na tela do celular, uma foto mostrava Murilo, de forma elegante, ajudando Alana a entrar no carro. Talvez fosse o ângulo da imagem, mas a cena parecia carregar um tom sutilmente íntimo.A irritação que Diego sentia desde o jantar voltou a subir à superfície. Seu rosto alternava entre expressões de raiva e incredulidade.Isadora, completamente alheia ao humor de Diego, continuava empolgada:— Mano, vocês se divorciaram há pouquíssimo tempo! Como ela conseguiu se envolver com outro homem tão rápido? Isso só pode significar que ela já estava traindo você durante o casamento! Uma mulher assim não merece ficar com nada da nossa família Arruda. Você tem que pegar de volta a c
Diego subiu sozinho para o quarto, com a cabeça cheia das imagens de Murilo e Alana indo embora juntos. Ele franziu a testa, inquieto, e acabou acendendo um cigarro.“Será que Alana realmente me traiu durante o casamento?”Ao lembrar-se da frieza e da determinação de Alana no momento do divórcio, Diego achou que essa possibilidade não era tão absurda.Ele deu uma longa tragada no cigarro, pegou o celular e procurou por um número que raramente ligava. A curiosidade e a desconfiança o consumiam, e ele sentiu que precisava esclarecer as coisas com Alana.A ligação foi feita, mas tudo o que ele ouviu foi uma voz mecânica dizendo:— Desculpe, o número que você ligou está temporariamente indisponível. Por favor, tente novamente mais tarde.Diego franziu ainda mais a testa, desligou e tentou ligar de novo.— Desculpe, o número que você ligou está temporariamente indisponível...Ele desligou o telefone com força, apertando-o com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Seu rosto estav
À tarde, depois que os cartazes de divulgação foram colados, o número de alunos inscritos no concurso aumentou consideravelmente. Alana, acompanhada por alguns estudantes, estava tão ocupada que mal tinha tempo para respirar. No entanto, ela não esperava que um visitante indesejado aparecesse diante do mural dos cartazes.— Concurso de Conhecimentos em Psicologia? Esse ano decidiram deixar essa vagabunda da Alana no comando? — Isadora encarou o nome "Alana" destacado no cartaz, seus olhos quase soltando faíscas de raiva.Sua fiel seguidora, Isis, rapidamente concordou, como sempre:— Exatamente, Isadora! Que falta de responsabilidade da universidade! Como é que colocam uma professora estagiária, que mal chegou aqui, para organizar um evento tão importante? E que egocêntrica, né? É só um concurso, mas ela teve que colocar o nome dela no cartaz, como se fosse um troféu!Alana, era claro, não fazia ideia de que seu nome estava em destaque nos cartazes. Isso era obra de Ayla, que, com sua
Isadora, surpreendentemente, não se abalou com o tom sarcástico de Ayla. Pelo contrário, seu sorriso ficou ainda mais servil:— Ayla, você acha mesmo que vale a pena? Nossas famílias têm tantos negócios em comum. Por que você insiste em defender a Alana, essa mulher sem valor?Ayla mal podia acreditar no que estava ouvindo. O tom bajulador de Isadora a fez arrepiar os pelos do corpo. Até mesmo Isis, a fiel seguidora de Isadora, olhava para a cena como se tivesse visto um fantasma.— Isadora, se você não for embora agora, não me culpe por chamar alguém para te tirar daqui! — Ayla finalmente perdeu a paciência, sua expressão ficando séria.Isadora pareceu derrotada, mas ainda assim manteve o sorriso no rosto. Ela se levantou calmamente, como se nada tivesse acontecido:— Já que você está ocupada, não vou mais incomodar. Até a próxima, Ayla.Essa mulher realmente não tinha vergonha nenhuma!Assim que Isadora desapareceu, Ayla soltou um suspiro aliviado e virou-se para Alana:— Alana, você
Isis, com o rosto cheio de admiração, começou a bajular Isadora:— Meu Deus, Isadora, seu irmão é mesmo incrível! Ouvi dizer que CEOs são sempre ocupadíssimos, mas ele ainda assim arranja tempo para vir buscar a própria irmã!O ego de Isadora foi imediatamente inflado pelos elogios de Isis. Ela curvou os lábios com um sorriso presunçoso:— Hmph, claro que sim. Meu irmão sempre foi muito carinhoso comigo.— Nossa, Isadora, você tem tudo! Beleza, uma família rica e ainda um irmão tão atencioso... Eu fico até com inveja! — Isis suspirou exageradamente, enquanto pensava secretamente que Isadora, para manter as aparências, provavelmente a convidaria para dar uma volta no carro do irmão. Assim, ela poderia tirar algumas fotos e fazer inveja às antigas colegas do colégio.Como esperado, Isadora resmungou com desdém:— Ai, para de ser tão boba. Tá bom, eu falo com o meu irmão para te dar uma carona depois.Depois de dizer isso, Isadora deu alguns passos em direção a Diego, cheia de confiança.
Diego fechou os olhos por um instante, e um leve espasmo percorreu o canto de seus lábios. A mulher à sua frente havia mudado demais. Agora, ela tinha coragem de falar com ele naquele tom.Vendo que Diego não dizia nada, Alana perdeu qualquer interesse em continuar discutindo com ele. Ela se virou, pronta para ir embora.Mas, no momento em que deu um passo à frente, uma mão firme segurou seu pulso.Diego, já sem paciência, puxou-a com força, trazendo-a de volta para perto de si. A pressão fez com que marcas avermelhadas de seus dedos surgissem instantaneamente na pele clara de Alana.Ela segurou o próprio pulso machucado, sentindo a dor, e ergueu o olhar, encarando Diego com raiva:— Diego, o que você quer afinal? Você…— Acho que nós precisamos conversar. — Diego a interrompeu com frieza, sem deixar que ela terminasse a frase. Seus olhos, quase sem perceber, se detiveram nas marcas vermelhas no pulso de Alana. Algo estranho lhe atravessou o peito por um instante.Alana deu uma risada
O caminho da Universidade Turman até a casa de Alana não era longo, mas, pela primeira vez, ela sentiu como se fosse exaustivo. Assim que chegou em casa, ela percebeu que sequer tinha ânimo para preparar o jantar. Em vez disso, abriu a geladeira, pegou uma lata de cerveja e se jogou no sofá. Havia algo que a incomodava. Não sabia exatamente o que era, mas estava irritada.Ela tinha plena consciência de que não amava mais Diego. Na verdade, o que sentia agora era nada menos do que desprezo. Desde o divórcio, Diego parecia ter desenvolvido o hábito de aparecer em sua vida, como se quisesse lembrá-la constantemente de sua existência. Isso a deixava profundamente irritada, até mesmo enjoada. Ela se sentia enojada por um dia ter sido tão cega a ponto de se apaixonar por um homem como ele.O álcool desceu pela sua garganta, queimando levemente até chegar ao estômago. Era um incômodo que, aos poucos, abafava a irritação dentro dela.De repente, o toque do celular quebrou o silêncio. Alana e
Murilo levantou o olhar e, em meio à multidão, seus olhos imediatamente encontraram Alana no camarote não muito distante. Ele percebeu que alguns homens estavam se aproximando dela com intenções claramente suspeitas. Um leve traço de frieza passou por seu rosto.Do lado de Alana, a confusão já começava a chamar atenção. Os clientes dos camarotes ao redor olhavam discretamente, mas ninguém se atrevia a intervir. Afinal, aqueles homens eram conhecidos como encrenqueiros da região, e ninguém queria se meter em problemas.O líder do grupo, um homem corpulento que se chamava Scar, lançou um sorriso lascivo para Alana e Luiza. Ele assumiu um tom ameaçador e arrogante:— Minhas queridas, é melhor não recusarem a sorte que estão tendo. Perguntem por aí sobre o nome de Scar. Quem anda comigo só tem vida boa!Enquanto falava, Scar estendeu a mão, tentando tocar o rosto de Alana.Os olhos de Alana brilharam com um frio cortante. Sua mão fina e firme agarrou o pulso de Scar com uma força surpreend