Murilo levantou o olhar e, em meio à multidão, seus olhos imediatamente encontraram Alana no camarote não muito distante. Ele percebeu que alguns homens estavam se aproximando dela com intenções claramente suspeitas. Um leve traço de frieza passou por seu rosto.Do lado de Alana, a confusão já começava a chamar atenção. Os clientes dos camarotes ao redor olhavam discretamente, mas ninguém se atrevia a intervir. Afinal, aqueles homens eram conhecidos como encrenqueiros da região, e ninguém queria se meter em problemas.O líder do grupo, um homem corpulento que se chamava Scar, lançou um sorriso lascivo para Alana e Luiza. Ele assumiu um tom ameaçador e arrogante:— Minhas queridas, é melhor não recusarem a sorte que estão tendo. Perguntem por aí sobre o nome de Scar. Quem anda comigo só tem vida boa!Enquanto falava, Scar estendeu a mão, tentando tocar o rosto de Alana.Os olhos de Alana brilharam com um frio cortante. Sua mão fina e firme agarrou o pulso de Scar com uma força surpreend
Os policiais rapidamente controlaram a situação, e o bar logo retomou a tranquilidade. Como havia muitas testemunhas e até vídeos do ocorrido, Alana e Luiza apenas precisaram ir à delegacia para prestar depoimentos. Depois de uma breve negociação, resolveram os danos causados ao bar e foram liberadas.Ao saírem da delegacia, as duas avistaram o carro de Roberto estacionado calmamente na entrada. Assim que as viu, Roberto abaixou o vidro da janela e acenou com entusiasmo:— Minhas queridas, entrem logo no carro!Alana, ao olhar pelo vidro abaixado, conseguiu distinguir vagamente os traços refinados do homem sentado no banco de trás. Ela hesitou por um momento, mas, antes que pudesse pensar mais, Luiza já havia puxado sua mão e a arrastado em direção ao carro.— Ai, que sorte! Eu já estava pensando em como íamos conseguir táxi a essa hora! — Disse Luiza, enquanto se jogava no banco do passageiro da frente, deixando Alana para trás.Alana abriu a porta do banco de trás e, antes mesmo de e
Alana virou levemente a cabeça para o lado, tentando evitar o toque. — Não se mexa.A voz grave de Murilo soou.Ela ficou tensa, sentindo-se um pouco desconfortável, e tentou argumentar:— Sr. Murilo, eu posso fazer isso sozinha...— Já estou terminando. — Murilo respondeu, sem a menor intenção de largá-la, enquanto abaixava o olhar e continuava a prender cuidadosamente o cabelo dela.Os cabelos de Alana eram grossos, macios e pesados nas mãos dele. Os fios escuros e lisos deslizavam suavemente entre seus dedos, e o vento do mar trazia consigo um perfume leve e natural que parecia envolvê-lo a cada segundo. Daquela proximidade, Murilo podia ver claramente a pele clara e impecável do pescoço dela, longa e esculpida como a de um cisne. As linhas delicadas eram incrivelmente atraentes. Por um instante, o olhar dele escureceu, e ele engoliu seco antes de amarrar a última volta do elástico. Assim que terminou, desviou rapidamente os olhos.— Pronto.— Obrigada. — Alana respondeu, ainda um
Nem se dava ao trabalho de mencionar que a foto fora tirada depois do divórcio com Diego. Mesmo que ainda fossem casados, aquela imagem não mostrava nada além dela entrando no carro de outro homem. Não havia qualquer evidência concreta que sustentasse as acusações.Desta vez, no entanto, os comentários no fórum da Universidade Turman não estavam completamente contra Alana, diferente da enxurrada de críticas cegas que enfrentara antes. Embora ainda houvesse comentários ofensivos, muitos estudantes saíam em sua defesa.Alana deslizou a tela do celular, lendo os comentários:[A professora Alana deve ter irritado alguém poderoso. Por que sempre estão atacando ela no fórum? Uma foto sem contexto não prova nada.][Será mesmo? Por que só falam dela e não de outros professores?][Deixando isso de lado, vocês sabiam que a professora Alana já foi casada e divorciada? E ainda é tão jovem!]Enquanto isso, no escritório do diretor da Universidade Turman, a conversa estava tensa.— Já te expliquei t
Alana ajustou rapidamente seus pensamentos, respirou fundo e decidiu seguir em frente. Contudo, assim que chegou à porta, quase esbarrou em Ayla, que vinha correndo em sua direção, claramente irritada.— Alana! — Ayla exclamou, seu rosto ainda vermelho de raiva. — Você viu o fórum, não viu? Aposto que isso é coisa daquela Isadora! Quem mais teria coragem de fazer algo assim contra você?Ela realmente não conseguia pensar em outra pessoa que fosse tão contra Alana.Alana sorriu suavemente. Ayla era uma garota que ela havia começado a apreciar muito. Com um gesto calmo, Alana estendeu a mão e deu leves tapinhas nas costas da jovem, tentando tranquilizá-la:— Não se preocupe com isso. Vá para sua aula. Eu sei como lidar com a situação.Ayla ainda parecia hesitante, mas, ao ver a expressão confiante de Alana, lembrou-se de que tinha uma aula extremamente importante para assistir. Mesmo assim, não conseguiu resistir e deu um último aviso:— Alana, se algo acontecer, você tem que me avisar i
— Você tem coragem de falar assim comigo? — Luana levantou a mão, apontando o dedo diretamente para o rosto de Alana. — Você está achando que pode me desafiar, é isso?Alana lançou um olhar frio e distante para ela, mas não se deu ao trabalho de responder. Calmamente, voltou sua atenção para os demais presentes na sala e falou com firmeza:— Senhores, antes de mais nada, peço desculpas por tomar o tempo de vocês com algo tão pessoal. Eu vi o que foi postado no fórum. Mas, sinceramente, basear-se em uma foto tão desfocada, cheia de edições, para me acusar de algo sério? Isso não é, no mínimo, ridículo?Sua voz era firme, mas respeitosa. Os líderes, incluindo o diretor, trocaram olhares discretos. Era evidente o desconforto no ambiente. Todos ali sabiam que a foto não era prova suficiente para condenar Alana. Mas o peso da influência de Luana tornava a situação delicada.Luana, por sua vez, soltou uma risada sarcástica. Seus olhos estavam fixos em Alana, cheios de desdém:— Você acha qu
Quando Luana reconheceu quem havia entrado na sala, o coração dela vacilou por um momento. O homem que estava diante dela era ninguém menos que Murilo, o mais poderoso de Huambo, uma figura que nem mesmo a família Arruda ousava ofender. Com um leve movimento dos olhos, Luana olhou de relance para o vídeo borrado da câmera de segurança no projetor. O homem no vídeo estava irreconhecível. Talvez, como sua filha Isadora havia dito, Sr. Murilo estivesse apenas “brincando” com uma mulher como Alana. Afinal, um homem de status tão elevado jamais se interessaria seriamente por uma mulher divorciada e sem qualquer influência.Esse pensamento trouxe uma onda de alívio a Luana. Sua Isadora, por outro lado, era uma dama de classe, com educação impecável e um currículo brilhante. Ela, sim, seria uma parceira digna de Murilo. Bastava encontrar a oportunidade certa.Para Luana, o próximo passo era simples: destruir completamente a reputação de Alana. Ela precisava provar sua suposta traição e garan
— De fato, Sr. Murilo chegou na hora certa. Caso contrário, eu já teria me tornado a "adúltera" da vez, como alguém aqui sugeriu. Hoje em dia, espalhar boatos não custa nada. Basta abrir a boca e pronto. — Disse Alana.Seus olhos passaram friamente por Luana. Essa mãe e filha, claramente desocupadas, pareciam ter como único objetivo do dia arruinar sua reputação. Elas estavam dispostas a tudo, sem medir esforços, para difamá-la. Era impressionante. No entanto, Alana já havia perdido a paciência.Murilo deu um passo à frente, posicionando-se ao lado de Alana. Sua presença exalava aquele leve aroma de cedro, que de alguma forma tranquilizava Alana e fazia sua tensão desaparecer, como se o peso da situação tivesse diminuído.Logo depois, sua voz grave e envolvente ecoou pela sala:— Se não me engano, foi o filho da Sra. Luana que voltou para a antiga amante e, em seguida, pediu o divórcio a Alana. Ela, sendo generosa, aceitou o divórcio para que ele pudesse ficar com a outra. Alana virou