— Fórum?Alana ficou surpresa por um momento, mas logo balançou a cabeça.Ayla desbloqueou o celular e abriu o post que estava bombando na internet, estendendo-o na direção de Alana:— É esse aqui. Alguém postou dizendo que você só tem ensino médio e que entrou na universidade para dar aula de psicologia usando… outros meios.Ayla mordeu os lábios, visivelmente preocupada, enquanto observava a reação de Alana. Ela deu uma olhada rápida no post e, imediatamente, as olhares curiosos e desconfiados que tinha recebido mais cedo no escritório fizeram sentido.Ayla, percebendo que Alana não demonstrava muita reação, deixou escapar um tom de inquietação e urgência na voz:— Alana, muita gente já viu isso. E o que estão dizendo… estão sendo cruéis. Se isso continuar, vai ficar difícil pra você na universidade…A voz de Ayla foi diminuindo, quase um sussurro, enquanto Alana apenas sorriu levemente. Com um tom suave e tranquilizador, respondeu:— Não se preocupe, vou ficar bem. É só um post, não
Ayla virou-se e viu Isadora fingindo um olhar de choque enquanto a encarava:— No fórum estão dizendo que a Alana só tem diploma do ensino médio e conseguiu ser nossa professora de psicologia usando métodos… especiais. Ela tem menos formação que a gente! É humilhante estar no mesmo ambiente que alguém assim!Ayla lançou um olhar desdenhoso para Alana e respondeu com arrogância.Ayla, tomada pela raiva, deu um passo à frente para confrontar Isadora, mas Alana, que até então estava tranquila enquanto comia, franziu a testa, levantou-se e colocou-se calmamente entre Ayla e Isadora. Ela caminhou até Isadora, com um olhar sereno que não demonstrava nenhuma emoção, e perguntou friamente:— Foi você que escreveu aquilo no fórum?— E se foi? — Isadora não demonstrou nenhum arrependimento por ser desmascarada em público. Pelo contrário, parecia ainda mais confiante. — Eu apenas disse a verdade, não é?Ela não parecia nem um pouco preocupada com o fato de Ayla ou qualquer outra pessoa saber que
Os olhos da garota brilhavam como estrelas, e sua expressão transbordava de entusiasmo.Alana não conseguiu conter um leve sorriso:— Sou eu. Também não imaginei que os professores estariam dispostos a esperar tanto tempo pelo meu retorno para que eu me formasse.Assim que terminou de falar, um burburinho tomou conta do local. Especialmente entre os estudantes de psicologia, que ficaram incrédulos. Todos no curso sabiam da existência de uma aluna lendária: uma colega cuja genialidade era incomparável, tanto em suas notas quanto em sua habilidade prática. Ela era considerada um verdadeiro prodígio, algo que a faculdade de psicologia raramente veria novamente.Quando essa aluna, devido a um incidente, decidiu abandonar o curso pouco antes de se formar e anunciou que não voltaria mais, todos os professores incluindo o próprio diretor se uniram para pedir à universidade que emitisse uma licença especial de afastamento para ela. E essa licença, sem precedentes, foi concedida por tempo indet
Como se tivesse percebido a emoção dela, Rafael deu dois leves tapinhas em seu ombro, num gesto reconfortante:— Que bom que você voltou, Alana. Que bom mesmo.Alana ergueu o olhar e encontrou os olhos de Rafael, cheios de encorajamento e compreensão. Sentiu o nariz arder levemente, numa onda de emoção que quase a dominou.Rafael recolheu a mão e, voltando-se para o grupo de estudantes excitados e para Isadora, que parecia paralisada de puro choque, explicou com um sorriso:— Alana realmente foi minha aluna. Na época, o Departamento de Psicologia fez questão de conceder a ela uma licença especial de afastamento irrestrito. Isso porque não queríamos desperdiçar o talento incrível que ela demonstrava. Durante o tempo em que esteve na faculdade, ela não só completou os créditos do curso em tempo recorde, como também colaborou ativamente com a polícia, hospitais psiquiátricos e centros de atendimento psicológico, trazendo contribuições práticas inestimáveis para a psicologia. Alana só prec
Alana mordeu o lábio, prestes a recusar a proposta, mas foi surpreendida por Ayla, que acenou alegremente para alguém à distância:— Irmão!Alana levantou o olhar e viu Murilo saindo de um carro. Ele fechou a porta com calma e caminhou em sua direção. Vestia um impecável terno feito sob medida, que lhe conferia um ar mais imponente do que de costume. Contudo, seus olhos mantinham aquele brilho sombrio e enigmático, difícil de decifrar.Um arrepio percorreu a espinha de Alana enquanto ela caminhava em direção ao homem, tentando parecer despreocupada:— Sr. Murilo, que coincidência.Murilo ergueu os olhos para ela, e um leve sorriso curvou os cantos de seus lábios:— Que coincidência mesmo.Enquanto isso, do lado de fora da secretaria acadêmica, Isadora apertava com força a folha de advertência em suas mãos, os maxilares cerrados de tanta raiva. Seus dedos deslizavam rapidamente pela tela do celular, revisitando o post de declaração no fórum. A cada palavra que lia, sentia-se mais irrita
Alana, sem demonstrar, deslizou discretamente para o canto do banco, buscando manter uma certa distância. Murilo, que vinha observando-a em silêncio, percebeu imediatamente o pequeno movimento. Seus olhos brilhantes, marcados por um sorriso sutil, estreitaram-se por um instante. Logo ele relaxou, como se aceitasse o gesto. Afinal, ele sabia: para Alana, manter distância de estranhos era algo natural.— Sr. Murilo, vamos para o Hotel Palmeira? — Perguntou o motorista, lançando um olhar pelo retrovisor. Ele notou a postura discreta e educada de Alana, que parecia se afastar instintivamente de Murilo, e, sem perceber, sua voz ganhou um tom respeitoso.O Hotel Palmeira era o local preferido de Murilo para receber convidados. Ele tinha ali uma suíte privativa, sempre à disposição.Murilo pensou por um momento e então se virou para Alana:— Srta. Alana, tem alguma sugestão?O inesperado da pergunta fez Alana hesitar por alguns segundos antes de responder:— Se o Sr. Murilo está acostumado co
— Assine.A voz fria e grave soou acima de sua cabeça, enquanto uma folha de papel era colocada diante dela. Era um contrato de divórcio. Alana Alves ficou levemente atônita, levantando os olhos para encarar Diego Arruda. Um sorriso amargo surgiu em seus lábios.Então era isso... Não era à toa que, mais cedo, ele havia feito algo completamente inusitado: ligou para ela pela manhã, dizendo que voltaria para casa à noite porque precisava conversar.Ela passou o dia inteiro ansiosa, cheia de expectativas. Pensou que, talvez, depois de três anos de casamento, ele finalmente estivesse disposto a abrir seu coração para ela. Mas, no fim, o que ele tinha a dizer era isso. O ponto final em um casamento que, para ela, já durava uma eternidade, mas, para ele, nunca havia começado de verdade.Alana pegou os papéis sem dizer nada. Seus dedos apertaram levemente as folhas, enquanto ela permanecia em silêncio. Depois de um momento, sua voz saiu rouca:— Tem mesmo que ser assim?Diego franziu as sobra
Alana ouviu a conversa do lado de fora do escritório e abaixou os olhos. Durante todos esses anos como parte da família Arruda, ela sempre se esforçou ao máximo para cuidar de Luana, sua sogra, e de Isadora, a irmã caçula de Diego.Quando Isadora sofreu aquele acidente de carro e precisou passar por uma cirurgia delicada, foi Alana quem ficou noites inteiras no hospital, cuidando dela. Para Luana, ela sempre teve paciência e respeito, tratando-a com o máximo de atenção. Mas, no fim das contas, tudo isso não fez a menor diferença. Não importava o quanto se dedicasse, o desprezo dos Arruda por ela nunca mudou.Pouco depois, o celular tocou. Era Luiza Duarte, a voz dela soava um pouco cansada:— Alana, você realmente não vai? Eu me lembro que você adorava caçar ao ar livre. Sem falar que é sempre uma boa desculpa para dirigir como louca.Alana ficou um instante em silêncio, surpresa. Algumas lembranças vieram à tona, como se alguém tivesse puxado uma corda esquecida em sua mente.Antes de