Capítulo 3

— Me desculpe por não ter ligado mais cedo. - Ivy falou.

— Tudo bem, mas… acho que você deveria me recompensar por isso. - Ander sugeriu.  — Eu fiquei a noite toda esperando você ligar.

— E como você quer que eu te recompense? - Ivy questionou com uma expressão de desgosto.

— Aceite sair para jantar comigo hoje à noite. - Ander falou sem rodeios, Ivy ficou alguns segundos em silêncio. — Ivy?

— Eu vou pensar no seu caso e depois te aviso. - Ivy falou.

— Pense bem!

— Tudo bem!

Após encerar a ligação, Ivy saiu do cemitério e voltou para a sua casa. Ela contou para a sua mãe sobre a chamada com Ander e a mesma sugeriu que ela aceitasse. A noite já se fizera presente, Ivy estava terminando de se arrumar quando ouviu duas batidas na porta.

— Entre! - Ela falou e a porta foi aberta revelando a sua mãe com uma expressão de desgosto. — O que foi? - Ivy questionou confusa.

O Ander chegou! - Caetana respondeu simplista.

Ivy apenas assentiu, pegou a sua bolsa e saiu descendo as escadas até a sala de lazer encontrando Ander distraído observando um retrato da Ivy e a sua mãe.

— Boa noite! - Ivy falou chamando a atenção dele, assim que Ander viu Ivy um sorriso surgiu nos seus lábios.

— Você está linda! - Ander falou observando Ivy da cabeça aos pés.

— Obrigada! Vamos! - Ivy falou se aproximando dele.

— Foi um prazer conhecê-la senhora Salvaterra. - Ander falou fazendo uma pequena reverência.

— Digo o mesmo! - Caetana respondeu. — Aproveitem o jantar.

— Até mais mamãe.

Ivy se despediu da sua mãe e saiu sendo seguida por Ander. Ele abriu a porta do carro e Ivy entrou, ele deu a volta e adentrou no carro dando partida para o seu destino.

— Eu reparei que você e a sua mãe não são parecidas. - Andercomentou.

— Isso te incomoda? - Ivy questionou sem dar importância.

— Não, de modo algum! - Ander respondeu simplista. — Eu só achei estranho…

— Com quem você é parecido? - Ivy questionou.

— Bom, muitos dizem que sou parecido com o meu pai, mas na verdade eu sou mais parecido com o meu avô, o pai do meu pai.

— Que coincidência… eu também sou parecida com a mãe da minha mãe. - Ivy falou arrancando uma risada leve do Ander. — O que você está rindo? - Ela questionou confusa.

— Porquê você é sempre tão séria?! Relaxe e se solte mais. - Ander sugeriu.

Ivy nada respondeu fazendo um silêncio invadir o ambiente. Alguns minutos depois eles chegaram ao seu destino, era um restaurante luxuoso 3 estrelas, com uma vista para o mar, Ander desceu do carro, abriu a porta para Ivy e adentraram no local.

A recepcionista os levou até a mesa que Ander reservou na cobertura do restaurante, assim que lá chegaram Ivy ficou admirada com o esforço que Ander fez só para agradá-la. A cobertura estava toda iluminada com luzes brancas que faziam um contraste com as luzes amarelas, tinham algumas velas e pétalas de rosas espalhadas ao redor.

— Você gostou? - Ander questionou confiante puxando a cadeira para Ivy se sentar.

— Sim! Está tudo muito bonito, o lugar está bem decorado. - Ivy respondeu olhando a sua volta.

— Fico feliz que tenha gostado. - Ele falou com um leve sorriso, pegou na garrafa de Champanhe e serviu nas duas taças.

— Porquê tudo isso? -  Ivy questionou de forma fria fazendo Ander franzir o cenho.

— Como assim porquê tudo isso? Eu só queria te agradar! - Ander falou um tanto indignado quanto magoado.

— E por que você quer me agradar? - Ivy questionou intrigada sem perder a postura. — Porque se for para me levar para cama, você vai precisar muito mais do que isso!

— Eu não sei o que você pensa de mim, mas eu garanto que não sou esse tipo de homem. - Ander respondeu na defensiva.

— E que tipo de homem é você, Ander Angeles? - Ivy deu o primeiro gole na bebida.

— Isso, Ivy Salvaterra, você vai ter que descobrir. - Anderrespondeu em tom misterioso e deu um gole da sua bebida.

— E por que você não me mostra? - Ivy sorriu manhosa, Ander se levantou e foi até a mesma.

— Se você quiser que eu te mostre, então vamos para outro lugar. - Ander sussurrou no seu ouvido e sorriu manhoso.

— E que tal comermos antes que a comida esfrie? - Ivy debochou o fazendo rir.

— Como você quiser.

Ander voltou para o seu lugar e ambos começaram a comer em silêncio, de vez em quando se olhavam. Ivy sempre soube que se quisesse ter Ander em suas mãos, ela precisaria passar alguns limites e ela estava disposta a fazê-lo. Após o jantar eles saíram para o apartamento do Ander, apesar de tudo Ivy não podia negar que sentia uma atração sexual por Ander e o usaria não só para a sua vingança, mas também para a sua diversão. Eles entraram no prédio e subiram até a cobertura, adentraram no cômodo e assim que Ander acendeu a luz Ivy pôde ver a beleza do lugar, o apartamento era grande e muito bem decorado, na varanda havia uma lareira, a sala era estilo italiano e a cozinha estilo americano.

— Quantas mulheres você já trouxe aqui? - Ivy questionou observando os detalhes do lugar.

— Na verdade você é a primeira. As outras eu costumo levar para um hotel qualquer e desapareço antes delas acordarem. - Ander falou sincero se aproximando dela.

— E porquê você não me levou para um hotel? - Ivy questionou.

— Porque você não é como elas, você é diferente. Você é uma mulher de classe, com postura, delicada e de muito valor. Mulheres como você devem ser tratadas como aquilo que são, umas deusas. - Ander falou e sorriu manhoso.

— Com certeza eu não sou a primeira para quem você diz isso e não serei a última. - Ivy rebateu e Ander riu.

— Você é muito inteligente e… eu gosto de mulheres inteligentes. - Ele sussurrou no seu ouvido. Os seus olhares se encontraram, ele se aproximou o suficiente para que Ivy pudesse sentir a sua respiração descompassada contra a sua pele.

— Onde é o seu quarto? - Ivy questionou o puxando pela gravata.

Ander não perdeu mais tempo e a levou para o seu quarto, adentrando nele logo atacou os lábios da Ivy. O beijo era intenso e necessitado, Ander apertou a cintura da Ivy a fazendo arfar. Abriu o seu vestido e espalhou beijos pelo seu peito, Ivy tirou a sua gravata, o seu terno e arrancou a sua camisa.

— Essa era a minha favorita. - Ander falou e sorriu entre o beijo.

— Eu compro outra. - Ivy falou desafivelando seu cinto.

Eles transaram usando dez posições do Kama Sutra até que ambos gozaram, foram mais de duas horas fazendo sexo. Eles se deitaram e Ander pelo seu cansaço adormeceu, Ivy relaxou o seu corpo por alguns minutos, mas depois se levantou, se vestiu e foi embora deixando Ander apagado. Assim que chegara a casa, tomou banho e se deitou pegando logo no sono. No dia seguinte, Ander acordou e ao notar que Ivy não estava ao seu lado a sua feição mudou para irritação. Aquela era a primeira vez que ele transava com uma mulher e acordava sozinho, ele respirou fundo e se levantou sentido o seu corpo reclamar pela noite passada. Ele fez a sua higienematinal, saiu do banheiro e parou na frente do espelho do seu quarto, ele viu as marcas deixadas por Ivy e sorriu manhoso ao lembrar da sua noite. Se vestiu e saiu de volta para casa, pelo caminhou ligou para uma floricultura e encomendou as rosas mais caras que lá tinham.

Por outro lado, Ivy estava na área de lazer da sua casa aproveitando a manhã ensolarada, tomando café da manhã com a sua mãe como de costume. A sua mãe notou as marcas roxas no seu pescoço e não deixou de questionar sobre apesar de saber a resposta.

— Com que então, vocês transaram. - Caetana falou.

— Sim! E eu vou fazê-lo implorar por mais. - Ivy falou simplista.

— Ele é bom no sexo? - Caetana questionou intrigada.

— Para quem é filho de uma assassina até que ele é bom demais, sem contar que ele usa posições do Kama Sutra. - Ivy falou e logo seus pensamentos foram invadidos pelas lembranças da noite passada.

— Que pervertido! - Caetana riu.

— Senhora Ivy, chegou isso para a senhora. - A governanta entregou o buquê e o cartão e saiu.

— “Eu já dormi com muitas mulheres, mas nenhuma delas me fez sentir tanto prazer quanto você e espero que possamos repetir. ” - Ivy leu o cartão em voz alta.

— Parece que você não é a única que aproveitou a noite. - Caetana debochou e Ivy sorriu manhosa. — Você não vai responder?

— Não! Ele tem que entender que comigo as coisas serão como eu quiser e que não basta um buquê de rosas caro para transar comigo outra vez. - Ivy respondeu.

O dia chegara ao fim e Ander ainda esperava um retorno da Ivy, o facto dela ter o deixado lá ainda o incomodava, mas ela ainda não o ter procurado feria o seu orgulho. Ele ligou e mandou várias mensagens, mas ela não retornou e isso de certa forma o magoo, ele decidiu esperar alguns dias para que ela o procurasse, mas nada acontecera. Depois de passar alguns dias esperando, ele decidiu agir. Ander saiu de casa mais cedo e foi encontrar-se com o investigador que contratara há alguns dias para que investigasse a rotina e vida da Ivy. Ao chegar no local combinado um homem aproximou-se do carro e adentrou no mesmo, o homem entregou-lhe uma pasta de arquivos com fotos da Ivy entrando e saindo de alguns lugares e alguns papéis com relatos da sua vida e rotina.

— Está tudo aqui? - Ander questionou lendo os papéis.

— Sim, de manhã ela vai a academia e depois vai ao escritório, ela almoça com frequência no mesmo restaurante com a sua mãe, mas por vezes come sozinha. - O homem respondeu.

— E sobre a vida pessoal dela? - Ander questionou.

— Ela nunca teve um relacionamento sério só um caso de meses com o CEO da Macray Corporation. - O homem mostrou algumas fotos dos dois juntos, Ander pegou num envelope com dinheiro e o entregou.

— Pode ir.

O homem assentiu e saiu do carro. Ander ficou mais alguns minutos lendo aqueles relatórios até que teve a ideia de como reencontrar Ivy. Ele voltou para casa, vestiu a roupa de treino, pegou na sua pasta e foi até a academia que Ivy frequentava, ao chegar lá Ivy o viu mas fingiu não notar a sua presença. Ander malhou tentando impressioná-la, algumas mulheres oencaravam com desejo, mas Ivy fingia não estar impressionada. No final da secção, Ivy pegou nas suas coisas e saiu sendo seguida por Ander.

— Você está me seguindo, Ander? - Ivy questionou.

— Por acaso não, um amigo me recomendou este lugar. Foi só uma coincidência. - Ander mentiu.

— Seja como for, eu vou embora. - Ivy se virou, mas Andersegurou o seu pulso.

— Espera! Aproveitando que nos encontramos, porquê você não retornou as minhas ligações e nem respondeu as minhas mensagens? - Ander questionou afetado.

— Ficou magoado? - Ivy debochou.

— Não, mas me irrita ser tratado como um qualquer principalmente por uma mulher. -  Ander confessou.

— Essa é a questão Ander, para mim você é uma pessoa qualquer! Você não é ninguém para me exigir nada! - Ivy falou com uma expressão séria enfatizando nas palavras.

— Ninguém?! - Ander questionou indignado. — Nós transamos ou você se esqueceu? - Ele questionou já irritado. A ideia de saber que a sua noite de prazer com Ivy não significou nada para a mesma o frustrava, principalmente porque esperava que ela também quisesse repetir.

— Foi só sexo Ander! Apenas sexo!

Ivy terminou a sua fala e sem dar tempo de o mesmo responder, foi-se embora. Ander ainda perplexo e com o orgulho ferido fez o mesmo, saber que para Ivy tudo não passou de apenas uma noite de sexo, de certa formamachucava, não só o seu ego masculino, mas também o seu coração. Depois de se trocar em casa, Ander foi até a sua empresa, ele tinha a agenda cheia de compromissos e mal conseguia se concentrar, Ivy invadia os seus pensamentos e por mais que ele tentasse ele não conseguia esquecer as suas palavras muito menos aquela noite. A forma como ela o afetava o deixava confuso. Ele estava num dilema, ir atrás dela para satisfazer a sua vontade ou manter o seu orgulho e seguir em frente.

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