Capítulo 2

Ander caminhou lentamente em direção a Ivy com um sorriso manhoso, Ivy deixou a sua taça na mesa e caminhou em direção a porta fingindo ir embora, mas foi travada por uma mão segurando o seu braço. Ela respirou fundo engolindo o seu nojo, virou-se para o homem a sua atrás, olhou para a mão que ainda a segurava e foi subindo o seu olhar até ao dono da mesma, dando de cara com Ander. O seu olhar era penetrante, o seu rosto tinha traços delicados, os seus lábios eram rosados e finos, os seus olhos eram azuis como o oceano, o seu perfume era forte e marcante, Ander era um homem muito bonito e Ivy não deixou de notar, porém não deixou que isso tirasse o seu foco.

— Me desculpe! - Ander falou tirando o seu braço. — Eu vi você no palco e confesso que você chamou muito a minha atenção, quer dizer, é quase impossível uma mulher tão bonita quanto você não chamar a atenção de qualquer um. - Ele falou sorrindo ladino.

— Quase? - Ivy questionou provocativa.

— Bom, digo isso porque você pode não ser o tipo de mulher ideal para alguns… - Ele falou sentindo-se envergonhado.

— E para você? - Ivy questionou pegando Ander de surpresa. — Eu faço o seu tipo? - Ela questionou em tom manhoso.

— Sim! - Ele respondeu sem rodeios fazendo Ivy sorrir satisfeita com a sua resposta: — E muito! A propósito, você está muito linda!

Ahmmm… E quem exatamente está me elogiando?

— Ah! Me desculpe, meu nome é Ander Angeles! - Ele pediua mão da Ivy e a mesma cede.

— Ivy Salvaterra! - Ela disse o seu nome e Ander beijou a sua mão, Ivy travou o maxilar por nojo.

— Pelo que vejo você não está acompanhada. - Ele falou olhando ao redor. — Posso lhe fazer companhia? Uma mulher tão linda assim não pode ficar sozinha.  

— Como quiser… - Ela respondeu simplista.

Eles caminharam até ao canto do salão para ter mais privacidade. Ander ficou bajulando Ivy o tempo todo, enquanto isso Ivy tentava se segurar para não mandar ele se calar.

— Você é casada? - Ander questionou.

— Não! - Ivy respondeu mostrando o seu dedo anelar vazio.

— E por que nunca se casou?

Sua conversa fora interrompida por Camila e o seu marido, no mesmo instante que os seus olhares se cruzaram o ambiente ficou tenso. Ivy e Camila fitaram-se por alguns segundos até Marcos quebrar o silêncio.

— Me desculpe, nós nos conhecemos? - Marcos questionou observando cada traço do rosto da Ivy intrigado.

— Não! Eu não o conheço! - Ivy respondeu simplista, porém receosa. A sua mãe adotiva sempre dissera que ela se pareciacom a sua mãe biológica e o medo do Marcos a reconhecer por isso a incomodava.

— Não… eu já vi você em algum lugar e eu sei disso porque eu nunca esqueço um rosto. - Marcos insistiu.

— Talvez você tenha visto ela em alguma revista ou jornal. - Camila falou.

— Sim, papai. Talvez você tenha visto ela na revista que falava sobre o lançamento da nova linhagem. - Anderacrescentou.

— Sim… talvez seja isso. - Marcos falou não convencido. O rosto da Ivy o lembrava alguém e ele não ficaria quieto até descobrir de quem. — A propósito, eu sou o Marcos Angeles e está é a minha esposa, Camila Angeles.

— É um prazer conhecê-los. - Ivy sorriu forçado. — Bom, eu já vou embora.

— Espere! - Ander tirou um cartão da sua carteira. — Me ligue, por favor. - Ivy fitou o cartão arqueando uma sobrancelha e voltou o seu olhar para Ander.

— Desculpe, mas eu não estou aceitando parcerias por agora. - Ivy falou se fazendo de desentendida.

— E por que não? - Camila questionou.

— Porque como vocês sabem, nós estamos prestes a lançar uma nova linhagem de vinhos e uma parceria agora não seria conveniente. - Ivy respondeu de forma debochada.

— Mas o que você está dizendo…

— Mamãe! Por favor. - Ander falou interrompendo a sua mãe, Camila apenas suspirou fundo se recompondo. — Por favor, Ivy. Nós podemos terminar a nossa conversa outro dia, em outro lugar. - Ele sussurrou no seu ouvido fazendo Ivy se arrepiar involuntariamente.

— Tudo bem! Espero que me traga uma boa proposta. - Ivy pegou no cartão e sorriu manhosa. Foi um prazer conhecê-los, com licença.

Ivy saiu do evento e voltou para casa, a sua mãe a esperava na sala, Ivy entrou e a cumprimentou subindo logo para o seu quarto se trocar. Depois de tomar banho e colocar o seu pijama, ela desceu até a cozinha e tirou da geladeira uma caixa de bombons e foi sentar no sofá ao lado da sua mãe. Ivy não disse uma palavra sequer, apenas comia os seus bombons fitando um canto qualquer.

— Para com isso! - Caetana falou arrancando a caixa, Ivy franziu o cenho sem a encarar. — O que aconteceu? - Ela questionou ligeiramente preocupada. Caetana conhecia a sua filha o suficiente para saber quando ela está bem e quando não está e Ivy não estava bem, ela ainda podia sentir o ódio percorrer pelo seu corpo quando o seu olhar se cruzou com o da Camila, a raiva de saber que enquanto ela vivia sofrendo pela morte da sua mãe ela vivia feliz.

— Eu a odeio! - Ivy falou em tom sério. — Eu a odeio muito, mamãe! Eu a odeio, eu a odeio e vou matá-la! - Ivy gritouenquanto descarregava a sua raiva quebrando as decorações da sala.

— Ivy calma! - Caetana falou na tentativa falha de a segurar.

Porquê ela é feliz e eu não? Porquê ela tem uma família e eu não? Porquê mamãe? Porquê? - Ivy questionou gritando echorando, ela desabou no chão e Caetana a abraçou forte.

— Calma, meu amor, calma. - Caetana falou fazendo um carinho leve na sua cabeça.

— Isso não é justo! Não é justo!

Depois de algumas horas Caetana finalmente conseguiu fazer Ivy se acalmar e a convenceu a tomar um calmante para que pudesse dormir. Enquanto isso, do outro lado da cidade, Ander estava na varanda do seu quarto terminando a sua quarta taça de Tawny. Desde que chegara à casa não desgrudava do seu celular com a esperança da Ivy o ligar, o que não aconteceu, Ander ficara um tanto desapontado quanto irritado. Ele estava habituado a ter tudo o que queria, quando queria e como queria e ele esperava que Ivy o procurasse tal como as outras o faziam. Depois de tanto esperar, ele desistiu e foi se deitar.

A manhã já se fazia presente, Ander acordou, fez a sua higiene matinal e saiu para tomar o seu café.

— Bom dia! - Ele cumprimentou os seus pais.

— Bom dia! - Marcos respondeu simplista.

— Bom dia, filho. - Camila respondeu o entregando um prato com panquecas. — Eu percebi que você foi dormir um pouco tarde ontem. - Ela comentou sugestiva.

— Mamãe eu já sou grande o suficiente para você ficar controlando a hora que eu durmo. - Ander falou visivelmente irritado.

— Parece que alguém acordou de mau humor hoje. - Marcos comentou em tom debochado. — Não me diga que ela não ligou?! - Ele questionou rindo o que fez Ander respirar fundo.

— Não! Mas na segunda-feira eu irei até a empresa dela! - Ander falou colocando um pedaço na boca.

— Você vai mesmo fazer uma parceria com ela? - Camila questionou indignada.

— E qual é o problema? - Marcos e Ander questionaram em uníssono confusos.

— Qual é o problema? - Camila questionou incrédula. — A empresa dela é uma das nossas maiores concorrentes no mercado e você quer fazer uma parceria com os nossos adversários?!

— Se juntarmos as empresas poderemos lucrar mais. - Anderfalou simplista, Camila o fitou sem reação.

— Querida não é para tanto. Nem parece que você conhece o seu filho, essa mulher é só mais uma das suas conquistas e essa parceria é só um pretexto para se aproximar dela. - Marcos falou tomando um gole do seu café, Ander piscou em sua direção.

Depois disso todos terminaram de comer em silêncio, Camila se levantou da mesa e foi para a sala de cinema ver um filme de romance qualquer, Marcos convidou o seu filho para um jogo de sinuca, o mesmo aceitou e ambos subiram até a sala de jogos.

— Eu conheço você e sei que essa mulher mexeu com você mais do que devia e eu só não queria dizer isso na frente da sua mãe porque você sabe como ela é. - Marcos falou pegando no pau de sinuca.

— A Senhora Angeles faria um escândalo e diria que eu não devo me aproximar dela por ser a nossa concorrente no mercado. - Ander falou em um tom de deboche fazendo Marcos rir.

— Isso mesmo. Agora me diga, o que você achou dela? - Marcos questionou dando a primeira tacada.

— A Ivy Salvaterra é uma mulher muito bonita e tenho que admitir que ela me encantou muito. O seu olhar me prendia tanto que por meros segundos eu esquecia completamente do mundo. - Ander falou com um sorriso singelo nos seus lábios e deu a sua tacada.

— Você gostou muito dela né? - Marcos questionou.

— Sim! - Ander respondeu simplista.

— Eu acho que desta vez não será apenas uma aventura… - Marcos falou sugestivo em tom provocativo.

— Papai você me conhece e sabe perfeitamente que eu não sou homem de relacionamentos sérios. - Ander retrucou.

— Filho, você já tem vinte e cinco anos você já devia pensar em se casar. - Marcos falou.

— Ainda não encontrei uma mulher que me faça pensar em casar. - Ander falou fazendo a sua tacada.

Do outro lado da cidade, Ivy estava no túmulo dos seus pais, já fazia algum tempo que ela não ia lá deixar flores como costumava fazer. Ela deixou as rosas vermelhas sobre o túmulo e passou a mão pelo mesmo.

— Mamãe, papai, eu sinto muito a vossa falta. Eu daria tudo só para poder ver vocês outra vez, eu juro que a Camila Angeles vai pagar por tudo o que fez com você, mamãe. Eu juro!

Ivy falou logo limpando a sua lágrima teimosa, deu um último adeus e saiu indo até ao seu carro, adentrou no mesmo, tirou o cartão do Ander e fitou-o lembrando do que a sua mãe dissera mais cedo.

Ivy Flashback on:

— Você devia ligar para ele. - Caetana sugeriu comendo um pedaço de morango.

— Eu não quero que ele pense que já me tem em suas mãos. - Ivy falou tomando o seu sumo.

— Você tem que se aproximar dele e fazê-lo se apaixonar por você e depois se afaste e deixe que ele corra atrás de você como um cachorro. Para qualquer mãe não existe maior dor do que ver o seu filho sofrer e Ander é o ponto fraco daCamila.

Flashback off

— Eu vou usar você para destruir a Camila. - Ivy falou ainda fitando o cartão e logo pegou no seu celular e digitou o número do Ander, que após dois toques atendeu.

— Ivy! Eu estava esperando a sua ligação. - Ander falou sorrindo para o seu pai que retribuiu balançando a cabeça em negação.

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