O som da música penetrou os ouvidos de Luana fazendo com que ela movesse o corpo ao som da melodia contagiante. Aproveitando o ambiente tranquilo da cozinha, ela moveu os dedos frente ao rosto enquanto as batidas da música animada liberava uma onda de energia.
Sem observar muito bem, ela continou os movimentos, enquanto erguia as pernas para os lados e girava a cabeça. Seu corpo suado, porém repleto de adrenalina se movia a cada movimento que ela fazia.
Enquanto se perdia no seu mundo, de olhos fechados, ela não percebeu a presença do homem que a observava na entrada da cozinha. Cruzando os braços e reprimindo o riso, ele observou sua irmã mover o corpo para os lados e manteve a gargalhada.
— O que essa largartixa tem hoje? — Ele cobriu a boca.
Mas Luana tão pouco reparou na presença do seu irmão.
Quando as batidas da música reduziu e a música finalmente terminou, Luana ergueu os braços para cima fazendo uma ultima pose.
— Você como dançarina é uma otima cozinheira.
— AAAAH QUE SUSTO GAROTO! — Com o susto, Luana guiou as mãos ao peito sentindo as batidas aceleradas ressoantes do coração.
— Você se assutou? Imagina eu que entrei na sua cozinha e fui testemunha dessa seção de possessão. — Se movendo ao encontro dela, ele percebeu a carranca dela em sua direção.
— Eu sou maravilhosa querido! — Fingindo uma certeza palpavel, Luana fechou os olhos devagar numa sensual expressão de contentamento.
— An hã, sim, ta coberta de razão.— Ao se aproximar, o irmão moveu a mão sobre a cabeça da irmã, repuxando a toca de cozinha. — Agora vai lá terminar o jantar se não quiser levar um sermão da mamãe.
— Ah, nem me lembre disso, ainda acho que esse jantar vai ser um desastre, depois de tudo que me fizeram passar, eles querem se aproximar novamente? Isso está bem esquisito. — Ela deixou escapar um suspiro, ao passo que relembrava dos ultimos envolvimentos com a familia Fernandes.
Seu irmão moveu as mãos sobre o ombro dela massageando num consolo de irmãos.
— Não se preocupa, estou aqui por você sempre, eu sempre vou estar.
A abraçando em seguida, Luana repousou a cabeça sobre o ombro do irmão.
Depois de tudo que enfrentou, se não fosse o Luan, ela nem sabia como teria suportado.
(...)
A brisa da praia soprou os cabelos ondulados da loira que encarava o namorado a sua frente. Sua expressão era carregada de decepção e descontentamento. Depois de tudo que passaram junto, Felipe teve a coragem de traí-la?
Como ele pôde?
Felipe observava a expressão da namorada, ela estava chorando, e por dentro tudo parecia um turbilhão. Memorias do passado o sobrecarregou aquele momento. Tombando o corpo para trás, ele encarou a areia da praia sobre seus pés.
A umidade, aquele sentimento de culpa por algo que não cometeu o corroeu.
Observando a falta de dialogo na cena, o diretor tomou a frente das filmagens.
— CORTAAAA!
Toda a quipe sobressaltou-se com o susto, os dois atores encararam-se confusos com o grito repentino do diretor.
— O que está acontecendo? Diego era sua fala SUA.
Sentindo a pressão do diretor, Diego sacudiu a cabeça, evitando recordar de seu passado doloroso. Focando no seu trabalho e no que realmente precisava fazer, ele desculpou-se.
— Me desculpe, podemos continuar.— Movendo as mãos sobre o rosto e soltando a respiração como uma lufada de ar pela boca, ele voltou a posição.
— Preciso de muita emoção, isso precisa ser intenso. Estamos entendidos? — Voltando a questionar, o diretor de filmagens esperou a resposta dos atores, que concodaram com a cabeça logo em seguida.
— Não vamos decepciona-lo.— Paola, a atriz completou, voltando encarar os olhos verdes de Diego.
— 1.2.3 AÇÃO!
Continua...
Como havia esperado, Luana percebeu que fora uma péssima ideia aceitar reunir a familia. Embora já se faz bastante tempo desde os ultimos acontecimentos relacionados ao seu antigo casamento, Luana ainda nutria um certo rancor. Diego fora um péssimo marido, e a pressão de sua família e o controle sobre seu casamento acabou afetando ainda mais a relação entre ambos, até resultar no que de fato resultou. Ao saborearem o prato principal, Ravioli de pupunha recheado com camarão, servido com molho de manteiga e limão-cravo. Luana percebera que talvez tenha feito um prato elaborado demais para seus pais que tão pouco se importavam com ela como deveriam.— Então quer dizer que é chefe do restaurante Essência?— A mãe dela iniciou a conversa. Enquanto saboreava o prato sem mostrar nenhum agrado. Sua expressão estava marcada por um leve franzir no nariz, como se estivesse com nojo. — Estou achando um pouco ácido demais, talvez tenha pesado no limão. Luana sentiu seu ombro enrijecer com o tom
Não se passara muito tempo, desde a entrada de Diego na boate apertada. Os corpos das pessoas se juntavam ao som de músicas eletrônicas esparrosas. Ele estava mais interessado na bancada de bebidas. Empurrando garganta abaixo mais uma dose de bebida, ele acomodou-se no banco enquanto seus olhos se moviam perdidos no meio da multidão. Girando o corpo para frente mais uma vez e sentindo-se zonzo, Diego repetiu o pedido de mais uma dose para o barman que o fitou preocupado. Sua experiência naquele lugar era o suficiente pra saber que pessoas naquele estado podem causar problema em questão de segundos. Não podendo negar a bebida, ele a entregou para o homem bebado a sua frente. Em segundos Diego bateu o copo contra a bancada após ter bebido tudo em segundos. — Senhor, não acha que deveria chamar alguém para busca-lo?— O barman preocupado prontificou-se.— É o quê? Eu consigo dirigir muitooo....— Tombando para trás, Diego pausou a fala tentando equilibrar o corpo. Ao se apoiar no balcã
Diego desistiu de tentar acertar onde a ruiva morava, a cada vez que perguntava ela falava algo sem sentido. Descendo do carro 40 minutos mais tarde após andarem feito loucos a procura dos endereços que ela dizia. — Opa cuidado.— Ele a segurou logo que os pés da ruiva desequilibraram ao descer do carro. — Ah você me segurou de novo ha ha.— Ela gargalhou completamente perdida. — Onde estamos? Diego retirou a nota de cem reais, a única nota que tinha no bolso. Dificilmente andava com dinheiro, visto que seu dinheiro sempre estava em contas. O mais comum era o cartão de créditos, no entanto ele nem recordou de levá-lo a balada. — Pode ficar com o troco, demos trabalho demais ao senhor. Diego voltou segurar a ruiva que perambulava a calçada perdida. Ela não recordava que lugar era aquele, ali não era sua casa. — Aqui não é minha casa.— Ela girou a cabeça, ficando tonta com o movimento, seu corpo tombou para trás resultando numa queda desajeitada.Com o impulso repentino Diego não c
Movendo o corpo devagar, Luana sentiu uma pontada forte na cabeça. Tombando pela cama, ela manteve os olhos fechados ao passo que resmungava algo incompreensivel. Levando as mãos a cabeça ela abriu os olhos devagar. No primeiro momento o teto branco e um ilustre chamou sua atenção.Ué, que teto era aquele?Um som de porta se movendo a despertou. Com impulso ela ergueu o corpo encontrando um corpo masculino de costas frente a um closet. As costas negras expostas sem camisa, trajando apenas uma calça de pijama com imagens de avião estampados. — AAAAAAH! QUEM É VOCÊ SEU PERVERTIDO ? — Lançando uma almofada direção as costas do desconhecido ela instintivamente puxou um lencol cobrindo todo o seu corpo. — Mas o quê? — Diego girou nos calcanhares ficando de frente a imagem da mulher debaixo do lençol. — Quem é você? O que estou fazendo aqui? — Luana questionou enquanto observava seu corpo constatando que estava vestida numa camisa branca masculina. Como estava vestida numa camisa mascu
Os minutos foram demorados, Diego e Luana se encaravam assustados. Os olhos verdes de Diego estava coberto de espanto e admiração pela beleza de Luana. O coração deu sinal no peito, sentindo o sangue fluir com rapidez causando um calor repentino. Enquanto Luana não acreditava no que estava vendo, pensar no que pode ter acontecido aquela noite causava uma vergonha tremenda. Luana percebeu os cortes leves no rosto de Diego, no fim ele acabara brigando por uma estranha na balada para protegê-la, esse era mesmo o Diego que ela conhecia?Era mesmo o Diego que amou desesperadamente e que a traiu no segundo ano de casamento? Era o homem que ela amou na juventude, adolescencia a fazendo casar muito cedo simplesmente porque não suportava viver sem ele? Sentindo o peito pesar, a angustia a consumir, com um salto ela saiu da cama dando passos para trás. Diego observou os movimentos da ruiva que tanto amou. — Jamais imaginei que poderia ser verdade o que estava vendo ontem a noite.— Diego a an
Diego lançou seu corpo sobre o de Luana na tentativa de detê-la, mas a mesma acertou o tecido do vestido contra seu rosto, que no primeiro momento ardeu sobre seus cortes.— SOCORRO, MAS O QUE É ISSO? — Cristian gritava ao passo que tentava fugir e desvencilhar dos tapas da garota.— SEU DESGRAÇADO, ISSO É PRA NUNCA MAIS ME CHAMAR DE BISCATE.— Luana repetia enquanto serrava os dentes e desferia tapas no loiro.— Calma aí nervosinha.— Diego a prendeu nos seus braços, a ruiva não parou por aí.— Nervosinha uma ova, como ele pode dizer qualquer coisa sem nem mesmo saber quem é a pessoa?— A ruiva manteve o esperneado ao passo que Cristian cobria o rosto.— Ai meu rosto, ESTOU UM DESASTRE! — O loiro saiu do sofá enquanto massageava o rosto avermelhado.— Volta aqui seu desgraçado! — Luana voltou a tentativa de sair do aperto de Diego.Devido o sangue quente e o estresse, ela tão pouco observou a posição que estava nos braços de Diego, muito menos que estava apenas na camisa dele. — Tira e
Quando Luana vestiu o vestido, ela observou seu rosto no espelho. Um tom avermelhado destacando que a noite fora de fato uma bagunça. O que havia acontecido para estar com aquele hematoma? Seria melhor nem pensar o que aconteceu. Ela fechou a porta do quarto, enquanto observava o corredor percebeu a decoração neutra. Não parecia muito o gosto de Diego. Se bem que tanta coisa mudou, não seria surpresa se o gosto dele tivesse mudado também. Ela recordava da alegria dele de decorar o quarto do vídeo game. Na época ele era terrivelmente apaixonado por vídeo game. Sua bancada era repleta de jogos, e ambos divertiam juntos jogando alguma bobagem no Xbox. Luana era péssima com jogos, jogar com Diego era simplesmente pedir pra perder. Ambos passavam o tempo simplesmente sorrindo pela péssima capacidade de Luana jogar. Ela sorriu ao recordar das memórias. Haviam compartilhados momentos divertidos juntos. Mesmo com o trágico final, ainda assim, ela ainda lembrava de situações divertidas que
O trajeto até a boate da noite anterior foi completamente silencioso, Luana parecia emburrada, Diego imaginou. Dava pra perceber pelo bico que ela fazia. Os cabelos estavam bagunçados, o vestido amarrotado, os braços cruzados, mas incrivelmente fofa. Diego prendeu um sorriso, mais uma vez ele estava prendendo seu riso. Sua vida estava tão sem graça e monótona ultimamente, mas desde a balada na noite anterior, e tudo que passou com a ruiva, ele sentia um conforto no peito. Sempre que pensavam que iam se deixar, um novo problema surgia e tudo isso estava causando uma sensação aquecedora no seu peito. Ele queria passar mais tempo com ela, mesmo que ela não saiba disso, ele queria aproveitar o pouco de tempo que tinham juntos. Talvez jamais a veria de novo, não dava pra saber de certeza se a veria. Sem contar na sua familia, ele jamais conseguiria se aproximar dela de novo. O carro parou bruscamente, o condutor buzinou desesperadamente. Luana foi arremessada o tronco para frente a