Movendo o corpo devagar, Luana sentiu uma pontada forte na cabeça. Tombando pela cama, ela manteve os olhos fechados ao passo que resmungava algo incompreensivel. Levando as mãos a cabeça ela abriu os olhos devagar.
No primeiro momento o teto branco e um ilustre chamou sua atenção. Ué, que teto era aquele? Um som de porta se movendo a despertou. Com impulso ela ergueu o corpo encontrando um corpo masculino de costas frente a um closet. As costas negras expostas sem camisa, trajando apenas uma calça de pijama com imagens de avião estampados. — AAAAAAH! QUEM É VOCÊ SEU PERVERTIDO ? — Lançando uma almofada direção as costas do desconhecido ela instintivamente puxou um lencol cobrindo todo o seu corpo. — Mas o quê? — Diego girou nos calcanhares ficando de frente a imagem da mulher debaixo do lençol. — Quem é você? O que estou fazendo aqui? — Luana questionou enquanto observava seu corpo constatando que estava vestida numa camisa branca masculina. Como estava vestida numa camisa masculina de um desconhecido? O que estava acontecendo? Sentindo o coração acelerado ela cobriu o corpo com os braços ainda debaixo do lençol. Meu Deus, o que eu fiz? Ela questionou mentalmente ao passo que apertava os olhos com força. — Moça, eu sei que sua cabeça pode estar uma bagunça, mas não, não aconteceu nada que deva se preocupar. Pelo menos não comigo, não se preocupe.— Diego explicou. A voz pareceu conhecida para Luana, ela abriu os olhos rapidamente ao passo que tentava reconhecer a quem pertencia. — Estou num quarto desconhecido, numa cama desconhecida, vestida numa camisa de um desconhecido, como assim não houve nada? Me explica agora.— Luana usou os braços para proteger-se, e manteve-se debaixo do lençol, sua vergonha não permitia encarar um rosto desconhecido. Não naquela situação. — Tudo isso tem uma explicação. A voz parecia mais próxima, o som dos passos dele estava mais próximo, ele estava ao lado da cama. Assustada, Luana moveu-se para o lado contrario. Diego prendeu o riso ao observar a cena da estranha se movendo por baixo do lençol. — Garota, foi o seguinte, houve uma briga louca na boate, um cara não gostou que eu me aproximei de você e disse que você era a garota dele. — O quê? Quem foi esse palhaço?— Incredula, Luana levou as mãos a boca. — Ele brigou por você, no meio do ocorrido eu achei meio estranho, se você conhecia ele, não esqueceria dele só por estar bebada. Quando ele carregou você eu percebi que você disse que não o conhecia. Isso alertou meu instinto.— O homem explicou ao passo que recordava da noite. — Então vocês brigaram? — Você não lembra de nada? — Diego franziu os olhos encarando a silhueta fantasmagórica debaixo do lençol. — Não, eu lembro de chegar à balada, mas depois disso, nada mais.— Luana abriu a boca assustada. O que aconteceu? Que bebida forte ela tomou? Enquanto raciocinava uma lembrança surgiu como um passe de mágica na sua cabeça. — Meu Deus, eu tomei um drink, chegou um cara desconhecido, eu quase caí do banco de susto.— Ela soltou enquanto a memória reproduzia em sua cabeça. — Então nesse meio tempo ele simplesmente batizou o seu drink e você não percebeu. Provavelmente ele ficou a uma certa distância esperando a droga fazer efeito. — Droga? — Com o susto, Luana jogou o lençol para longe tendo a imagem do homem desconhecido bem na sua frente. Desconhecido? Ele não tinha nada de desconhecido, era simplesmente o seu ex marido. Diego Albuquerque estava ali, sentado bem na sua frente. Os olhos verdes fixos e também assustado. Seu rosto com leves cortes na sobrancelha, e nos lábios comprovando a veracidade de suas palavras. Luana não conseguiu dizer ou fazer nada, Diego muito menos. Diego imaginava que a imagem que estava vendo na balada era apenas seu cérebro brincando com seus sentimentos, mas não. Ela estava ali, era Luana Fernandes, a sua ex esposa.Continua…Os minutos foram demorados, Diego e Luana se encaravam assustados. Os olhos verdes de Diego estava coberto de espanto e admiração pela beleza de Luana. O coração deu sinal no peito, sentindo o sangue fluir com rapidez causando um calor repentino. Enquanto Luana não acreditava no que estava vendo, pensar no que pode ter acontecido aquela noite causava uma vergonha tremenda. Luana percebeu os cortes leves no rosto de Diego, no fim ele acabara brigando por uma estranha na balada para protegê-la, esse era mesmo o Diego que ela conhecia?Era mesmo o Diego que amou desesperadamente e que a traiu no segundo ano de casamento? Era o homem que ela amou na juventude, adolescencia a fazendo casar muito cedo simplesmente porque não suportava viver sem ele? Sentindo o peito pesar, a angustia a consumir, com um salto ela saiu da cama dando passos para trás. Diego observou os movimentos da ruiva que tanto amou. — Jamais imaginei que poderia ser verdade o que estava vendo ontem a noite.— Diego a an
Diego lançou seu corpo sobre o de Luana na tentativa de detê-la, mas a mesma acertou o tecido do vestido contra seu rosto, que no primeiro momento ardeu sobre seus cortes.— SOCORRO, MAS O QUE É ISSO? — Cristian gritava ao passo que tentava fugir e desvencilhar dos tapas da garota.— SEU DESGRAÇADO, ISSO É PRA NUNCA MAIS ME CHAMAR DE BISCATE.— Luana repetia enquanto serrava os dentes e desferia tapas no loiro.— Calma aí nervosinha.— Diego a prendeu nos seus braços, a ruiva não parou por aí.— Nervosinha uma ova, como ele pode dizer qualquer coisa sem nem mesmo saber quem é a pessoa?— A ruiva manteve o esperneado ao passo que Cristian cobria o rosto.— Ai meu rosto, ESTOU UM DESASTRE! — O loiro saiu do sofá enquanto massageava o rosto avermelhado.— Volta aqui seu desgraçado! — Luana voltou a tentativa de sair do aperto de Diego.Devido o sangue quente e o estresse, ela tão pouco observou a posição que estava nos braços de Diego, muito menos que estava apenas na camisa dele. — Tira e
Quando Luana vestiu o vestido, ela observou seu rosto no espelho. Um tom avermelhado destacando que a noite fora de fato uma bagunça. O que havia acontecido para estar com aquele hematoma? Seria melhor nem pensar o que aconteceu. Ela fechou a porta do quarto, enquanto observava o corredor percebeu a decoração neutra. Não parecia muito o gosto de Diego. Se bem que tanta coisa mudou, não seria surpresa se o gosto dele tivesse mudado também. Ela recordava da alegria dele de decorar o quarto do vídeo game. Na época ele era terrivelmente apaixonado por vídeo game. Sua bancada era repleta de jogos, e ambos divertiam juntos jogando alguma bobagem no Xbox. Luana era péssima com jogos, jogar com Diego era simplesmente pedir pra perder. Ambos passavam o tempo simplesmente sorrindo pela péssima capacidade de Luana jogar. Ela sorriu ao recordar das memórias. Haviam compartilhados momentos divertidos juntos. Mesmo com o trágico final, ainda assim, ela ainda lembrava de situações divertidas que
O trajeto até a boate da noite anterior foi completamente silencioso, Luana parecia emburrada, Diego imaginou. Dava pra perceber pelo bico que ela fazia. Os cabelos estavam bagunçados, o vestido amarrotado, os braços cruzados, mas incrivelmente fofa. Diego prendeu um sorriso, mais uma vez ele estava prendendo seu riso. Sua vida estava tão sem graça e monótona ultimamente, mas desde a balada na noite anterior, e tudo que passou com a ruiva, ele sentia um conforto no peito. Sempre que pensavam que iam se deixar, um novo problema surgia e tudo isso estava causando uma sensação aquecedora no seu peito. Ele queria passar mais tempo com ela, mesmo que ela não saiba disso, ele queria aproveitar o pouco de tempo que tinham juntos. Talvez jamais a veria de novo, não dava pra saber de certeza se a veria. Sem contar na sua familia, ele jamais conseguiria se aproximar dela de novo. O carro parou bruscamente, o condutor buzinou desesperadamente. Luana foi arremessada o tronco para frente a
Luana estava desesperada e em choque, nada que fizesse poderia trazer sua paz mental de volta. Diego havia sido levado para a emergência, e ela o acompanhou. Não havia nenhum laço que os ligassem, mas era sua obrigação depois do que ocorrera. Ele fizera muito por ela na balada, e lhe devia um favor depois de tudo que ele fez para protegê-la. A cena se repetia diversas vezes em sua cabeça, o corpo de Diego tombando, o impacto no chão. Tudo se repetia e Luana não conseguia evitar a iquietação. Levantando o corpo da poltrona da recepção ela perambulou sem rumo, já era quase noite e não tinha recebido noticia de Diego. Seus olhos baixaram a visão, constatando que estava descalça, suja e com o mesmo vestido da noite anterior, faria 24 horas que estava com aquela roupa. Sentindo um peso sobre seu ombro, Luana massageou devagar, estava faminta, exausta, o dia havia sido uma bagunça, jamais esperou que se encontraria com Diego novamente, principalmente daquela forma. Ela girou o corpo mai
Luana aguardou uma resposta, seu irmão parecia apreensivo. Ela percebeu que ele estava lutando para dizer, mas talvez pudesse ser algo complicado demais, talvez até algo que ela não entenderia. Motivada por preocupação genuína, a ruiva segurou o pulso do irmão, ele parecia pálido. — Catarina está grávida.— Luan disse de uma vez. — Espera o quê? — A ruiva arregalou os olhos.— Luan, não pode deixá-la. — A ruiva disse de uma vez. A descoberta que seria tia a pegou de surpresa. — E não vou, que tipo de homem eu seria se a abandonasse no momento que mais precisa de mim?— O irmão caminhou pela sala de espera, suas mãos se moviam pelo seu rosto. — Eu sei o que está pensando o que está sentindo.— Luana se aproximou dele retribuindo o conforto que recebeu dele minutos antes.— Eu sei que vocês se amam, podem conseguir resistir aos nossos pais se persistirem. — Não é tão simples, não quero que a mulher que amo sofra nas mãos dos nossos pai, você sabe como eles reagem quando fugi
O som da música penetrou os ouvidos de Luana fazendo com que ela movesse o corpo ao som da melodia contagiante. Aproveitando o ambiente tranquilo da cozinha, ela moveu os dedos frente ao rosto enquanto as batidas da música animada liberava uma onda de energia.Sem observar muito bem, ela continou os movimentos, enquanto erguia as pernas para os lados e girava a cabeça. Seu corpo suado, porém repleto de adrenalina se movia a cada movimento que ela fazia. Enquanto se perdia no seu mundo, de olhos fechados, ela não percebeu a presença do homem que a observava na entrada da cozinha. Cruzando os braços e reprimindo o riso, ele observou sua irmã mover o corpo para os lados e manteve a gargalhada. — O que essa largartixa tem hoje? — Ele cobriu a boca. Mas Luana tão pouco reparou na presença do seu irmão. Quando as batidas da música reduziu e a música finalmente terminou, Luana ergueu os braços para cima fazendo uma ultima pose.— Você como dançarina é uma otima cozinheira.— AAAAH QUE S
Como havia esperado, Luana percebeu que fora uma péssima ideia aceitar reunir a familia. Embora já se faz bastante tempo desde os ultimos acontecimentos relacionados ao seu antigo casamento, Luana ainda nutria um certo rancor. Diego fora um péssimo marido, e a pressão de sua família e o controle sobre seu casamento acabou afetando ainda mais a relação entre ambos, até resultar no que de fato resultou. Ao saborearem o prato principal, Ravioli de pupunha recheado com camarão, servido com molho de manteiga e limão-cravo. Luana percebera que talvez tenha feito um prato elaborado demais para seus pais que tão pouco se importavam com ela como deveriam.— Então quer dizer que é chefe do restaurante Essência?— A mãe dela iniciou a conversa. Enquanto saboreava o prato sem mostrar nenhum agrado. Sua expressão estava marcada por um leve franzir no nariz, como se estivesse com nojo. — Estou achando um pouco ácido demais, talvez tenha pesado no limão. Luana sentiu seu ombro enrijecer com o tom