Capítulo 4

Diego desistiu de tentar acertar onde a ruiva morava, a cada vez que perguntava ela falava algo sem sentido.

Descendo do carro 40 minutos mais tarde após andarem feito loucos a procura dos endereços que ela dizia.

— Opa cuidado.— Ele a segurou logo que os pés da ruiva desequilibraram ao descer do carro.

— Ah você me segurou de novo ha ha.— Ela gargalhou completamente perdida. — Onde estamos?

Diego retirou a nota de cem reais, a única nota que tinha no bolso. Dificilmente andava com dinheiro, visto que seu dinheiro sempre estava em contas. O mais comum era o cartão de créditos, no entanto ele nem recordou de levá-lo a balada.

— Pode ficar com o troco, demos trabalho demais ao senhor.

Diego voltou segurar a ruiva que perambulava a calçada perdida. Ela não recordava que lugar era aquele, ali não era sua casa.

— Aqui não é minha casa.— Ela girou a cabeça, ficando tonta com o movimento, seu corpo tombou para trás resultando numa queda desajeitada.

Com o impulso repentino Diego não conseguiu segura-la. Seu corpo foi puxado para frente e só nesse momento ele percebeu que estava caído por cima da garota.

— Meu Deus, moça?— Tentando levantá-la Diego se surpreendeu com a gargalhada dela. — Como pode achar graça nisso? — Diego sorriu enquanto a puxava para cima.

— Essa não é minha casa.— Ela afastou-se repentinamente numa tentativa de se proteger, mesmo sem saber o que estava fazendo.

— Eu moro aqui temporariamente.— Ele tentou explicar.— Não se assuste, não vou fazer nada com você, só a trouxe para cá porque você não me ajudou identificar seu endereço.— Ele cruzou os braços cansado. A visão um pouco turva, o sono já estava chegando.

— Eu… onde você mora mesmo?— Ela franziu os olhos.

Dessa vez foi Diego quem gargalhou da careta confusa dela. Ele tinha acabado de dizer que morava ali.

— Vem comigo.— Ele estendeu a mão.

Depois de alguns segundos relutante ela aceitou a mão que havia sido lhe oferecida. No térreo, Diego localizou os elevadores. Adentrando o primeiro que localizou e mais próximo, ele ajudou a ruiva a adentrar.

No elevador a garota parecia ainda mais confusa, Diego a observou com mais clareza. A cada segundo ela parecia mais a Luana, mas ele sabia que era apenas o efeito do álcool, ali não poderia ser Luana.

Diego sabia que Luana não frequentava baladas, muito menos que bebia daquela forma. A observando melhor ele achou estranho o estado exagerado da garota.

— Olha eu bebi muito, e tenho certeza que posso ter bebido bem mais que você. Porque está tão bebada? — Ele viu a ruiva franzir os olhos mais uma vez como se tentasse raciocinar.

— Eu bebi dois copos…— Ela guiou a mão ao queixo enquanto divagava.— Na verdade eu bebi um copo sabia?— Ela sorriu.

Diego pensou nas palavras da garota, como assim dois copo? A não ser que? Diego abriu a boca formando um “o” bem evidente.

— Você não aceitou bebida de estranho não é garota?— Ele aproximou-se dela, percebendo as unhas pequenas e delicadas dela em um tom rosado. — Meu Deus, e se você estiver dopada? Tomou bebida batizada ?

Quanto mais questionava mais confusa a garota parecia. Quando o elevador se abriu ele tomou um susto ao vê-la correr para detrás dele.

— O que houve? Foi só a porta que se abriu.— Ele girou o corpo dele, ficando de frente pra ela.

— A porta?

— Isso, não precisa ficar assustada, não farei nada a você. Sabe Deus o que teria acontecido com você se eu não tivesse quebrado minha cara na porrada com aquele idiota desconhecido.

Diego entrelaçou a mão dele sobre a dela a levando para fora do elevador. Quando chegaram a porta, a ruiva pendeu o corpo sobre a parede. Os olhos fechados e o sono se apoderando de seu corpo.

Ele a segurou, na tentativa de evitar que a pobre garota voltasse a cair mais uma vez. Quando finalmente abriu a porta, ambos adentram.

Ele lutou para levá-la para dentro, mas o corpo dela parecia mais pesado. Tocando os dedos emitindo barulho ele tentou desperta-la.

— Oh moça, está me ouvindo?— Depositando a garota sobre o sofá ele tentou acorda-la.

— Hum…

A garota apenas murmurou algo incompreensível.

— Droga, amanhã ela vai querer me matar achando que fiz algum mal a ela.— Movendo os cabelos da ruiva mais uma vez na tentativa de retirar do rosto dela.

Ele sentou ao chão enquanto avaliava o rosto rosado e com um leve hematoma roxo na bochecha.

— Droga, eu sinto muito, não foi por mal.— Diego massageou a bochecha dela mais uma vez. 

 Saindo da sala as pressas, ele procurou por algo pra colocar no rosto da garota na tentativa de reduzir o roxo. Encontrando sua compressa de gel, ele correu direção a sala. Aproximando do sofá mais uma vez, ele precionou a compressa contra o rosto da coitada da garota. 

 Ela resmungou com a ação dele, mas não acordou o suficiente para impedir. 

— O que iam fazer com você em garota?— Ele a observou apagada. 

 Agora que a encarava de perto ela lembrava ainda mais a Luana, sua ex esposa. Observando o ruivo natural, a textura suave do cabelo. O rosto tinha sardas espalhadas de forma ordenada, como se cada uma tivesse seu significado de estar ali. 

 Um sinal mais escuro chamou a atenção de Diego, bem na região proxima da orelha dela. O mesmo sinal que a Luana tinha? Ele afastou-se com o susto, sacudiu a cabeça tentando reorganizar os pensamentos. Não fazia sentido, Não podia ser Luana, ele sabia que era sua cabeça pregando peças. 

 Sentindo o coração acelerado, Diego manteve-se distante o suficiente enquanto piscava os olhos freneticamente. Mas nada mudava, era a mesma visão desde a boate, era Luana na sua frente. 

 Os olhos da ruiva se abriram instantaneamente, logo em seguida ela resmungou algo incoerente. Coçando a cabeça confusa ela movia o rosto observando todo o apartamento. 

— Onde estou? — Ela ergueu do sofá perambulando perdida. 

 Diego ergueu seu corpo do chão a acompanhando. 

— Fica tranquila, está tudo bem, volta a dormir.— Ele tentou acalma-la. 

— Não! Quem é você?— Ela tentou afastar. Tropeçando contra a mesa do centro. 

 Sem conseguir equilibrar o corpo, a moça caiu contra o chão, e Diego não impediu a queda. Não iria avançar o espaço de proteção que ela estava tentando ter, provavelmente seu subconciente estava tentando se livrar da droga que colocaram na bebida dela. 

 Aproximando devagar enquanto ela se remexia tentando levantar, ele manteve uma certa distância para que a ruiva não se sentisse pressionada. 

— A minha cabeça, ela está doendo, o que você fez?— Ela afastou-se instintivamente. 

— Eu sei que as coisas podem estar confusas na sua cabeça, mas acredite não fiz nada. Prometo que não farei. Tudo bem?— Tentado uma aproximação, Diego percebeu que a garota estava apagando mais uma vez. 

 Evitando mais uma queda, ele aproximou-se segurando o corpo dela mais uma vez. Ao perceber que a garota havia apagado, ele a encarou mais proximo. 

— Que noite maluca!

Diego comentou sozinho ao passo que carregava a ruiva nos braços direção ao quarto. Pelo menos ela poderia dormir na cama aquela noite, ele se contentaria com o chão forrado. 

Continua...

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