Diego desistiu de tentar acertar onde a ruiva morava, a cada vez que perguntava ela falava algo sem sentido.
Descendo do carro 40 minutos mais tarde após andarem feito loucos a procura dos endereços que ela dizia. — Opa cuidado.— Ele a segurou logo que os pés da ruiva desequilibraram ao descer do carro. — Ah você me segurou de novo ha ha.— Ela gargalhou completamente perdida. — Onde estamos? Diego retirou a nota de cem reais, a única nota que tinha no bolso. Dificilmente andava com dinheiro, visto que seu dinheiro sempre estava em contas. O mais comum era o cartão de créditos, no entanto ele nem recordou de levá-lo a balada. — Pode ficar com o troco, demos trabalho demais ao senhor. Diego voltou segurar a ruiva que perambulava a calçada perdida. Ela não recordava que lugar era aquele, ali não era sua casa. — Aqui não é minha casa.— Ela girou a cabeça, ficando tonta com o movimento, seu corpo tombou para trás resultando numa queda desajeitada. Com o impulso repentino Diego não conseguiu segura-la. Seu corpo foi puxado para frente e só nesse momento ele percebeu que estava caído por cima da garota. — Meu Deus, moça?— Tentando levantá-la Diego se surpreendeu com a gargalhada dela. — Como pode achar graça nisso? — Diego sorriu enquanto a puxava para cima. — Essa não é minha casa.— Ela afastou-se repentinamente numa tentativa de se proteger, mesmo sem saber o que estava fazendo. — Eu moro aqui temporariamente.— Ele tentou explicar.— Não se assuste, não vou fazer nada com você, só a trouxe para cá porque você não me ajudou identificar seu endereço.— Ele cruzou os braços cansado. A visão um pouco turva, o sono já estava chegando. — Eu… onde você mora mesmo?— Ela franziu os olhos. Dessa vez foi Diego quem gargalhou da careta confusa dela. Ele tinha acabado de dizer que morava ali. — Vem comigo.— Ele estendeu a mão. Depois de alguns segundos relutante ela aceitou a mão que havia sido lhe oferecida. No térreo, Diego localizou os elevadores. Adentrando o primeiro que localizou e mais próximo, ele ajudou a ruiva a adentrar. No elevador a garota parecia ainda mais confusa, Diego a observou com mais clareza. A cada segundo ela parecia mais a Luana, mas ele sabia que era apenas o efeito do álcool, ali não poderia ser Luana. Diego sabia que Luana não frequentava baladas, muito menos que bebia daquela forma. A observando melhor ele achou estranho o estado exagerado da garota. — Olha eu bebi muito, e tenho certeza que posso ter bebido bem mais que você. Porque está tão bebada? — Ele viu a ruiva franzir os olhos mais uma vez como se tentasse raciocinar. — Eu bebi dois copos…— Ela guiou a mão ao queixo enquanto divagava.— Na verdade eu bebi um copo sabia?— Ela sorriu. Diego pensou nas palavras da garota, como assim dois copo? A não ser que? Diego abriu a boca formando um “o” bem evidente. — Você não aceitou bebida de estranho não é garota?— Ele aproximou-se dela, percebendo as unhas pequenas e delicadas dela em um tom rosado. — Meu Deus, e se você estiver dopada? Tomou bebida batizada ? Quanto mais questionava mais confusa a garota parecia. Quando o elevador se abriu ele tomou um susto ao vê-la correr para detrás dele. — O que houve? Foi só a porta que se abriu.— Ele girou o corpo dele, ficando de frente pra ela. — A porta? — Isso, não precisa ficar assustada, não farei nada a você. Sabe Deus o que teria acontecido com você se eu não tivesse quebrado minha cara na porrada com aquele idiota desconhecido. Diego entrelaçou a mão dele sobre a dela a levando para fora do elevador. Quando chegaram a porta, a ruiva pendeu o corpo sobre a parede. Os olhos fechados e o sono se apoderando de seu corpo. Ele a segurou, na tentativa de evitar que a pobre garota voltasse a cair mais uma vez. Quando finalmente abriu a porta, ambos adentram. Ele lutou para levá-la para dentro, mas o corpo dela parecia mais pesado. Tocando os dedos emitindo barulho ele tentou desperta-la. — Oh moça, está me ouvindo?— Depositando a garota sobre o sofá ele tentou acorda-la. — Hum… A garota apenas murmurou algo incompreensível. — Droga, amanhã ela vai querer me matar achando que fiz algum mal a ela.— Movendo os cabelos da ruiva mais uma vez na tentativa de retirar do rosto dela. Ele sentou ao chão enquanto avaliava o rosto rosado e com um leve hematoma roxo na bochecha. — Droga, eu sinto muito, não foi por mal.— Diego massageou a bochecha dela mais uma vez.Saindo da sala as pressas, ele procurou por algo pra colocar no rosto da garota na tentativa de reduzir o roxo. Encontrando sua compressa de gel, ele correu direção a sala. Aproximando do sofá mais uma vez, ele precionou a compressa contra o rosto da coitada da garota.
Ela resmungou com a ação dele, mas não acordou o suficiente para impedir.
— O que iam fazer com você em garota?— Ele a observou apagada.
Agora que a encarava de perto ela lembrava ainda mais a Luana, sua ex esposa. Observando o ruivo natural, a textura suave do cabelo. O rosto tinha sardas espalhadas de forma ordenada, como se cada uma tivesse seu significado de estar ali.
Um sinal mais escuro chamou a atenção de Diego, bem na região proxima da orelha dela. O mesmo sinal que a Luana tinha? Ele afastou-se com o susto, sacudiu a cabeça tentando reorganizar os pensamentos. Não fazia sentido, Não podia ser Luana, ele sabia que era sua cabeça pregando peças.
Sentindo o coração acelerado, Diego manteve-se distante o suficiente enquanto piscava os olhos freneticamente. Mas nada mudava, era a mesma visão desde a boate, era Luana na sua frente.
Os olhos da ruiva se abriram instantaneamente, logo em seguida ela resmungou algo incoerente. Coçando a cabeça confusa ela movia o rosto observando todo o apartamento.
— Onde estou? — Ela ergueu do sofá perambulando perdida.
Diego ergueu seu corpo do chão a acompanhando.
— Fica tranquila, está tudo bem, volta a dormir.— Ele tentou acalma-la.
— Não! Quem é você?— Ela tentou afastar. Tropeçando contra a mesa do centro.
Sem conseguir equilibrar o corpo, a moça caiu contra o chão, e Diego não impediu a queda. Não iria avançar o espaço de proteção que ela estava tentando ter, provavelmente seu subconciente estava tentando se livrar da droga que colocaram na bebida dela.
Aproximando devagar enquanto ela se remexia tentando levantar, ele manteve uma certa distância para que a ruiva não se sentisse pressionada.
— A minha cabeça, ela está doendo, o que você fez?— Ela afastou-se instintivamente.
— Eu sei que as coisas podem estar confusas na sua cabeça, mas acredite não fiz nada. Prometo que não farei. Tudo bem?— Tentado uma aproximação, Diego percebeu que a garota estava apagando mais uma vez.
Evitando mais uma queda, ele aproximou-se segurando o corpo dela mais uma vez. Ao perceber que a garota havia apagado, ele a encarou mais proximo.
— Que noite maluca!
Diego comentou sozinho ao passo que carregava a ruiva nos braços direção ao quarto. Pelo menos ela poderia dormir na cama aquela noite, ele se contentaria com o chão forrado.
Continua...
Movendo o corpo devagar, Luana sentiu uma pontada forte na cabeça. Tombando pela cama, ela manteve os olhos fechados ao passo que resmungava algo incompreensivel. Levando as mãos a cabeça ela abriu os olhos devagar. No primeiro momento o teto branco e um ilustre chamou sua atenção.Ué, que teto era aquele?Um som de porta se movendo a despertou. Com impulso ela ergueu o corpo encontrando um corpo masculino de costas frente a um closet. As costas negras expostas sem camisa, trajando apenas uma calça de pijama com imagens de avião estampados. — AAAAAAH! QUEM É VOCÊ SEU PERVERTIDO ? — Lançando uma almofada direção as costas do desconhecido ela instintivamente puxou um lencol cobrindo todo o seu corpo. — Mas o quê? — Diego girou nos calcanhares ficando de frente a imagem da mulher debaixo do lençol. — Quem é você? O que estou fazendo aqui? — Luana questionou enquanto observava seu corpo constatando que estava vestida numa camisa branca masculina. Como estava vestida numa camisa mascu
Os minutos foram demorados, Diego e Luana se encaravam assustados. Os olhos verdes de Diego estava coberto de espanto e admiração pela beleza de Luana. O coração deu sinal no peito, sentindo o sangue fluir com rapidez causando um calor repentino. Enquanto Luana não acreditava no que estava vendo, pensar no que pode ter acontecido aquela noite causava uma vergonha tremenda. Luana percebeu os cortes leves no rosto de Diego, no fim ele acabara brigando por uma estranha na balada para protegê-la, esse era mesmo o Diego que ela conhecia?Era mesmo o Diego que amou desesperadamente e que a traiu no segundo ano de casamento? Era o homem que ela amou na juventude, adolescencia a fazendo casar muito cedo simplesmente porque não suportava viver sem ele? Sentindo o peito pesar, a angustia a consumir, com um salto ela saiu da cama dando passos para trás. Diego observou os movimentos da ruiva que tanto amou. — Jamais imaginei que poderia ser verdade o que estava vendo ontem a noite.— Diego a an
Diego lançou seu corpo sobre o de Luana na tentativa de detê-la, mas a mesma acertou o tecido do vestido contra seu rosto, que no primeiro momento ardeu sobre seus cortes.— SOCORRO, MAS O QUE É ISSO? — Cristian gritava ao passo que tentava fugir e desvencilhar dos tapas da garota.— SEU DESGRAÇADO, ISSO É PRA NUNCA MAIS ME CHAMAR DE BISCATE.— Luana repetia enquanto serrava os dentes e desferia tapas no loiro.— Calma aí nervosinha.— Diego a prendeu nos seus braços, a ruiva não parou por aí.— Nervosinha uma ova, como ele pode dizer qualquer coisa sem nem mesmo saber quem é a pessoa?— A ruiva manteve o esperneado ao passo que Cristian cobria o rosto.— Ai meu rosto, ESTOU UM DESASTRE! — O loiro saiu do sofá enquanto massageava o rosto avermelhado.— Volta aqui seu desgraçado! — Luana voltou a tentativa de sair do aperto de Diego.Devido o sangue quente e o estresse, ela tão pouco observou a posição que estava nos braços de Diego, muito menos que estava apenas na camisa dele. — Tira e
Quando Luana vestiu o vestido, ela observou seu rosto no espelho. Um tom avermelhado destacando que a noite fora de fato uma bagunça. O que havia acontecido para estar com aquele hematoma? Seria melhor nem pensar o que aconteceu. Ela fechou a porta do quarto, enquanto observava o corredor percebeu a decoração neutra. Não parecia muito o gosto de Diego. Se bem que tanta coisa mudou, não seria surpresa se o gosto dele tivesse mudado também. Ela recordava da alegria dele de decorar o quarto do vídeo game. Na época ele era terrivelmente apaixonado por vídeo game. Sua bancada era repleta de jogos, e ambos divertiam juntos jogando alguma bobagem no Xbox. Luana era péssima com jogos, jogar com Diego era simplesmente pedir pra perder. Ambos passavam o tempo simplesmente sorrindo pela péssima capacidade de Luana jogar. Ela sorriu ao recordar das memórias. Haviam compartilhados momentos divertidos juntos. Mesmo com o trágico final, ainda assim, ela ainda lembrava de situações divertidas que
O trajeto até a boate da noite anterior foi completamente silencioso, Luana parecia emburrada, Diego imaginou. Dava pra perceber pelo bico que ela fazia. Os cabelos estavam bagunçados, o vestido amarrotado, os braços cruzados, mas incrivelmente fofa. Diego prendeu um sorriso, mais uma vez ele estava prendendo seu riso. Sua vida estava tão sem graça e monótona ultimamente, mas desde a balada na noite anterior, e tudo que passou com a ruiva, ele sentia um conforto no peito. Sempre que pensavam que iam se deixar, um novo problema surgia e tudo isso estava causando uma sensação aquecedora no seu peito. Ele queria passar mais tempo com ela, mesmo que ela não saiba disso, ele queria aproveitar o pouco de tempo que tinham juntos. Talvez jamais a veria de novo, não dava pra saber de certeza se a veria. Sem contar na sua familia, ele jamais conseguiria se aproximar dela de novo. O carro parou bruscamente, o condutor buzinou desesperadamente. Luana foi arremessada o tronco para frente a
Luana estava desesperada e em choque, nada que fizesse poderia trazer sua paz mental de volta. Diego havia sido levado para a emergência, e ela o acompanhou. Não havia nenhum laço que os ligassem, mas era sua obrigação depois do que ocorrera. Ele fizera muito por ela na balada, e lhe devia um favor depois de tudo que ele fez para protegê-la. A cena se repetia diversas vezes em sua cabeça, o corpo de Diego tombando, o impacto no chão. Tudo se repetia e Luana não conseguia evitar a iquietação. Levantando o corpo da poltrona da recepção ela perambulou sem rumo, já era quase noite e não tinha recebido noticia de Diego. Seus olhos baixaram a visão, constatando que estava descalça, suja e com o mesmo vestido da noite anterior, faria 24 horas que estava com aquela roupa. Sentindo um peso sobre seu ombro, Luana massageou devagar, estava faminta, exausta, o dia havia sido uma bagunça, jamais esperou que se encontraria com Diego novamente, principalmente daquela forma. Ela girou o corpo mai
Luana aguardou uma resposta, seu irmão parecia apreensivo. Ela percebeu que ele estava lutando para dizer, mas talvez pudesse ser algo complicado demais, talvez até algo que ela não entenderia. Motivada por preocupação genuína, a ruiva segurou o pulso do irmão, ele parecia pálido. — Catarina está grávida.— Luan disse de uma vez. — Espera o quê? — A ruiva arregalou os olhos.— Luan, não pode deixá-la. — A ruiva disse de uma vez. A descoberta que seria tia a pegou de surpresa. — E não vou, que tipo de homem eu seria se a abandonasse no momento que mais precisa de mim?— O irmão caminhou pela sala de espera, suas mãos se moviam pelo seu rosto. — Eu sei o que está pensando o que está sentindo.— Luana se aproximou dele retribuindo o conforto que recebeu dele minutos antes.— Eu sei que vocês se amam, podem conseguir resistir aos nossos pais se persistirem. — Não é tão simples, não quero que a mulher que amo sofra nas mãos dos nossos pai, você sabe como eles reagem quando fugi
O som da música penetrou os ouvidos de Luana fazendo com que ela movesse o corpo ao som da melodia contagiante. Aproveitando o ambiente tranquilo da cozinha, ela moveu os dedos frente ao rosto enquanto as batidas da música animada liberava uma onda de energia.Sem observar muito bem, ela continou os movimentos, enquanto erguia as pernas para os lados e girava a cabeça. Seu corpo suado, porém repleto de adrenalina se movia a cada movimento que ela fazia. Enquanto se perdia no seu mundo, de olhos fechados, ela não percebeu a presença do homem que a observava na entrada da cozinha. Cruzando os braços e reprimindo o riso, ele observou sua irmã mover o corpo para os lados e manteve a gargalhada. — O que essa largartixa tem hoje? — Ele cobriu a boca. Mas Luana tão pouco reparou na presença do seu irmão. Quando as batidas da música reduziu e a música finalmente terminou, Luana ergueu os braços para cima fazendo uma ultima pose.— Você como dançarina é uma otima cozinheira.— AAAAH QUE S