As palavras de Lucian ressoavam na mente de Ivy enquanto ela o encarava, sem saber o que falar ou se deveria falar. "Ficar ao meu lado." Era ao mesmo tempo uma promessa e uma ordem, mas Ivy sabia que significava muito mais do que parecia à primeira vista.— Fique ao meu lado e protegerei você. — Lucian repete outra vez e em seguida, simplesmente se afasta e vai embora.Ivy continuou parada no mesmo lugar, suas mãos tremiam, e ela sentia o peso de sua própria impotência.Mesmo agora, seu irmão estava trancado em uma masmorra, e Lucian era a única coisa que impedia o caos absoluto. Mas em quem ela deveria confiar?Ivy respira fundo e também começa a andar em frente. Ela para quando chega a um dos salões da mansão, onde o crepitar das chamas na lareira tornava o ambiente menos frio. A luz laranja dançava pelas paredes de pedra, mas não fazia nada para acalmar o turbilhão de emoções dentro dela.Enquanto afundava em uma cadeira próxima, seu pensamento voltou a Ethan.O ódio no olhar do i
Ivy estava no corredor lateral, onde a luz suave das tochas lançava sombras trêmulas nas paredes de pedra. Ela havia conseguido se posicionar discretamente em um canto onde podia observar tudo. Lucian estava ao lado dos anciãos, a expressão fechada enquanto ouvia os murmúrios ao redor. A tensão no ambiente era notável. Todos sabiam que a situação com o exercito rebelde havia atingido um ponto crítico, e qualquer decisão tomada ali poderia definir os rumos de um possível conflito. A reunião pareceu ter chegado ao seu ápice quando Lucian se dirigiu ao estrado, sua postura imponente dominando o salão. Todos os murmúrios cessaram enquanto os anciãos e os membros da alcateia esperavam suas palavras.Ivy, ainda parada em um canto, sentia os olhares de alguns recaírem sobre ela, como se sua presença ali fosse um acontecimento tão significativo quanto a própria reunião.Ela cruzou os braços, tentando ignorar a sensação de estar fora de lugar. Sua mente ainda estava agitada pelas cartas m
— Esse não é o momento para discutir ou debater. Vamos nos concentrar no que é essencial agora — Lucian disse simplesmente, sua voz soando firme, mas com um toque de hesitação. Ele não olhava diretamente para Ivy, talvez porque soubesse o que encontraria no olhar dela. — Lucian, está me dizendo que vai considerar isso? — Ivy questionou, sua voz carregada de incredulidade. — O que eu estou dizendo é que temos que avaliar todas as opções antes de tomar uma decisão final. — Ele virou-se novamente para os anciãos. — Mas se esta união for realmente necessária, eu preciso de respostas. Quem sugeriu isso primeiro? Quais os vínculos específicos entre Ivy e a alcateia rebelde? Ivy percebeu o que Lucian estava fazendo. Ele queria saber até que ponto os anciões sabiam sobre a ligação entre ela e os rebeldes. Principalmente, Lucian queria saber se eles estavam cientes sobre a identidade do verdadeiro líder daquela rebelião.Os anciãos trocaram olhares tensos antes de o líder responder: —
Ivy caminhava pelos corredores escuros da mansão, o eco de seus próprios passos parecendo amplificar o turbilhão de pensamentos em sua mente. O peso da conversa com Lucian ainda pairava sobre ela como uma tempestade que ameaçava desabar a qualquer momento. Cada palavra que ele dissera parecia reverberar, cada revelação aumentando o nó que se formava em sua garganta.Ela precisava de ar.Quando finalmente encontrou uma saída para os jardins externos, o frio da noite foi um alívio bem-vindo. Ivy respirou fundo, tentando acalmar as emoções que disputavam espaço em seu peito: raiva, tristeza, culpa e uma confusão crescente de sentimentos que ela não queria nomear. "Ele sacrificou tanto... e nunca disse nada. Por que esconder isso de mim? Ele acha que isso me protegeria?" Ivy murmurou para si mesma, segurando as mãos trêmulas.Por mais que estivesse irritada, ela também não conseguia ignorar o que ouvira. Lucian havia posto tudo em risco por ela. Aquilo a assombrava. — Perdeu o sono?
A madrugada avançava lentamente, trazendo com ela um silêncio quase sobrenatural. Ivy permanecia deitada na cama, encarando o teto enquanto os pensamentos se empilhavam como peças de um quebra-cabeça impossível de resolver. Não havia como voltar atrás, não havia mais zona de conforto. Quando o primeiro raio de sol se insinuou pela janela, ela soube que era hora de agir. Ivy se levantou com determinação renovada. O tempo para hesitação havia acabado. Vestindo uma jaqueta simples e uma expressão de aço, ela atravessou a mansão em direção à sala de reunião, onde Lucian e outros membros da alcateia deveriam estar reunidos. Havia um murmúrio abafado que cessou abruptamente quando Ivy entrou, atraindo todos os olhares para si. Lucian estava sentado na cabeceira da mesa, olhando para um mapa marcado com linhas e anotações estratégicas.Seu olhar encontrou o dela, e algo na postura dele mudou. Talvez fosse surpresa por vê-la ali tão cedo, ou talvez fosse o impacto silencioso da deci
O silêncio na sala de reuniões era quase audível.Ivy olhou ao redor, sentindo os olhares de todos fixados nela. Sua postura ereta e confiante mascarava a tempestade de emoções que travava em seu interior.Então, ela se virou diretamente para Lucian.— Antes de responder à pergunta de Grace — começou Ivy, sua voz firme —, quero que você me diga uma coisa, Lucian. Você aceita as condições que impus? Transparência total. Sem segredos.Lucian manteve seu olhar fixo nela por alguns segundos que pareceram uma eternidade. Então, ele deu um passo em sua direção, parando bem próximo.— Eu aceito, Ivy. — Sua voz era grave, mas cheia de convicção. — Você terá sua transparência, mas lembre-se, essa confiança exige o mesmo em troca.Sem hesitar, Ivy ergueu o queixo e declarou, firme:— Então eu me casarei com você.O impacto de suas palavras reverberou na sala como uma onda. Um burburinho tomou conta dos presentes, enquanto olhares desconfiados, confusos e curiosos eram trocados entre os membros
Enquanto tudo que se ouvia eram os gritos de longe, o ambiente estava congelado. Cada pessoa naquela sala pareceu prender a respiração ao mesmo tempo.Lucian não perdeu mais nenhum um segundo.— Quantos? — perguntou ele, seu tom autoritário.— Pelo menos dois grupos pequenos, mas... eles estão carregando armas pesadas. — Respondeu David.Lucian franziu o cenho, seu corpo inteiro parecendo pronto para a batalha.— Organize os guardas. Quero um relatório completo da situação em quinze minutos.O beta assentiu rapidamente antes de se afastar. Lucian voltou seu olhar para Ivy, que estava claramente confusa e apreensiva.— Fique aqui. Não saia do salão, Ivy.Ela deu um passo à frente, sacudindo a cabeça.— Você está falando sério? Você espera que eu fique sentada enquanto algo perigoso está acontecendo?— Sim, eu espero — ele respondeu, cortante. — Porque lá fora, os inimigos não vão hesitar em atacar, e eu não posso proteger você e lutar ao mesmo tempo.A franqueza em sua voz a desarmou m
— Não importa o que aconteça, Ivy, eles já nos condenaram. O único consolo que me resta é que, ao menos, estaremos juntos até o fim.Os corredores escuros da masmorra vibravam com o eco da voz de Ethan e das gotas d'água que caíam das paredes frias de pedra.Ivy estava sentada contra a parede, o metal gélido das correntes apertando seus pulsos e tornozelos. Ela havia perdido a noção do tempo ali dentro. Dois anos pareciam uma eternidade, um ciclo interminável de escuridão, fome e silêncio quebrado apenas pelos gemidos baixos de dor de seu irmão preso na cela ao lado.— Juntos até o fim, sim. — Ivy finalmente responde. — Mas isso não significa que vamos morrer sem lutar.Ethan não tivera tempo de rebater a resposta coberta de resignação e coragem de sua irmã, porque no mesmo instante, surgiu uma luz no fundo do corredor. A luz fraca das tochas iluminava os passos calculados de Lucian, o alfa. Ele era uma figura intimidante, com ombros largos e olhos que pareciam queimar de raiva ete