Lucien
Eu não deveria ter aceitado esse casamento; ter uma nova moradora nesta cabana pode despertar o lobo que esteve adormecido por séculos, escondido dentro de mim. Mas agora é tarde demais. Além disso, Luna precisa de proteção. Sua família não a quer, não a aceita como ela é. Eu a aceitei por pena e por precisar de sua ajuda no forte. Apenas por isso. “Eu digo ao meu lobo interior para não ficar muito animado com a nova companheira.”
“Você pode descansar, mas mais tarde iremos ao vilarejo comprar roupas novas. Afinal, seu pai nem se deu ao trabalho de trazer suas malas. Preferiu te enganar com palavras gentis,” eu disse enquanto retornava do banheiro, após lavar as mãos.
“Podemos ir agora,” ela respondeu confiantemente, vindo ao meu encontro no corredor.
Eu a observei removendo a capa luxuosa, uma vestimenta caríssima de sua ascendência. Talvez o único bem que ela herdou exclusivamente por ter se casado. Casada com alguém que nunca poderia amá-la como ela merecia. Os sonhos dessa garota seriam esmagados por mais um que passaria em sua triste vida de loba. Talvez no futuro próximo eu possa libertá-la desse enlace matrimonial.
Eu a observava continuamente enquanto ela fazia o mesmo comigo. Logo, percebendo que havíamos ficado tempo demais nos encarando em vez de simplesmente agir, ela me entregou a pesada capa para pendurar no gancho da parede.
“Você poderia pendurá-la para sua esposa?” ela perguntou, usando o tom mais amável possível. O lobo rugiu dentro de mim.
Eu o acalmei internamente, dizendo-lhe para não ficar animado, para vê-la apenas como uma irmã.
“Fale por você mesmo, Lucien, porque eu a quero e a reivindico para mim!” declarou ele dentro da minha cabeça como uma criança birrenta. Fazia anos e anos que ele não se comunicava comigo, e agora, de repente, estava irrevogavelmente atraído por essa humana? Que lamentável!
“Lucien, estou esperando. Não consigo alcançar, seus ganchos estão muito altos, por isso não consigo alcançá-los.”
Eu imediatamente reduzi o espaço entre nós, pegando-a de surpresa. Eu a levantei, juntando suas pernas e empurrando para cima. Ajudando-a a colocar a peça no lugar. O lobo estava encantado, regozijando-se com a proximidade. “Pobre, dormiu tanto que ficou facilmente encantado por essa criatura.”
“Ei, você podia ter me avisado antes,” disse ela, meio brava e meio tímida, enquanto colocava seus pés de volta no chão de madeira e se afastava, dando-lhe um espaço considerável para respirar.
“Quem mandou não crescer o suficiente, agora não consegue executar uma simples tarefa como essa.”
Aqueles olhos escuros se voltaram para mim com enorme raiva.
“Está me criticando também? Será que esse é o tipo de homem que predomina no nosso meio? Que vida desgraçada eu tenho,” ela disse, chateada.
Eu cruzei os braços com raiva sobre o peito, estufando o peitoral de uma maneira viril. Seus olhos percorreram carinhosamente a região, contendo um gemido baixinho. Um som que só um homem com audição animal poderia ter ouvido, pois a garota fazia questão de minimizar qualquer sinal de encantamento. Uma sensação de puro deslumbramento feminino.
“Ouça, eu apenas constatei um fato; você, Luna, é baixinha. Mas isso não me incomoda, na verdade, nada sobre suas características físicas, pessoais ou morais me incomoda.”
O rosto dela mostrou uma mistura de emoções.
Ela se abraçou, mostrando que estava envergonhada com a minha convicção.
“Vai ficar bem sem a sua capa de frio? Está muito gelado lá fora devido à neve.”
“Sim,” ela afirmou rapidamente, respirando fundo.
Ela colocou as mãos nos quadris, envolvidos por um vestido de lã vermelha. Destacando todas as curvas de seu corpo curvilíneo, aparentemente quente e convidativo. Layla nunca havia passado por experiências carnais; eu soube disso desde o momento em que meus olhos pousaram nela, fazendo com que meu animal enjaulado ficasse ainda mais obcecado por rasgar aquele vestidinho grosso com suas garras afiadas, combinado com meu estado humanoide. Automaticamente, o lobo me obrigou a compartilhar sua apreciação desmedida. Luna tem excelentes ancas de parideira.
“Por que o alfa me olha assim?” ela perguntou, inquieta.
Eu levantei lentamente o olhar, desejando intimamente que o tempo parasse. No entanto, tudo que eu podia fazer era memorizar esse momento para dar ao lobo ao menos um consolo pela noite que se aproximava. Noites longas e dias curtos são o que nos espera no Polo Norte. Noites assim me fazem pensar mais nela, em minha Lia.
“Você não vai gostar de saber, então…” Eu a olhei diretamente, notando seus dedos escorregando vagarosamente para baixo, deixando os braços pendurados em volta daquela cintura fina e quadris consideravelmente vantajosos para uma mulher de estatura menor.
“Então…” continuou ela, tentando continuar o que dizia antes de eu me distrair com sua beleza. Curiosa para saber o restante da frase.
“Esqueça, vamos logo. Deve estar louca para trocar de roupa e se sentir à vontade na sua casa.”
“Minha casa?” ela perguntou, estranhando algo. “Se vamos ter um casamento de aparência, vamos dormir em camas separadas. Tem outro quarto na sua moradia?”
“Nossa moradia.”
Eu enfatizei; ela precisava de um verdadeiro lar. Sentir-se dona do seu espaço. Tomar posse de algo que fosse somente dela.
“E falando sobre o assunto…” eu suspirei, disfarçando um incômodo que meu lobo queria mais do que tudo. “Você terá que dormir comigo, ao meu lado. Só temos um quarto, uma cama.”
Eu relatei, observando aquelas esferas escuras se ampliando, dilatando de forma que não deixava dúvidas. “A loba adormecida dentro dela me desejava, eu, Lucien, o homem.”
LaylaA cidade que ele insistia em chamar de vilarejo era bastante afastada de sua casa. Quer dizer, nossa casa. Olhei para ele, notando o quanto ele ficava extremamente atraente ao dirigir sua picape monstruosa, que podia jogar uma quantidade enorme de neve para as laterais.“Pare de me olhar assim.”“Por quê? Isso te incomoda?”“Não é óbvio?” retorquiu frustrado, em um tom agressivo.Depois disso, me calei e me tranquei na minha resiliência. Voltei a olhar para frente, repensando a lista da minha sobrevivência mental. Os machos da minha matilha não gostavam quando eu, sem querer, me intrometia em seus problemas, em seus interesses, ou nas suas vivências corriqueiras, mesmo de forma tímida, distante, quase como uma sombra qualquer.“Desculpe, não queria ser rude com você. Minha Luna.”“Não precisa ser obrigatoriamente simpático comigo,” disse tranquilamente. Já estava acostumada a ser jogada para o escanteio. Ser desprezada era perfeitamente normal e aceitável para mim.“Como eu diss
LucienObservei Luna dormindo ao meu lado, mantendo uma distância segura. Estava fazendo tudo o que podia para garantir que nossa parceria funcionasse. Layla usava um pijama listrado, que eu achava feio, e usava meias para se aquecer, algo que deveria vir naturalmente para ela. Como líder, eu poderia ter várias fêmeas se quisesse, mas não era tão ambicioso. Ter uma mulher como ela na minha cama era mais do que suficiente para os anos de castidade forçada que escolhi suportar.“Mamãe… Papai… Irmãos…”Minha esposa estava continuamente sonhando com sua família. Isso estava consumindo horas do seu sono noturno.“Calme-se, Luna. Durma.” Sussurrei, vendo como minha voz parecia aliviar sua angústia.Isso me trouxe alegria, mesmo sem entender o motivo.“Minha Layla! MINHA!” rugiu o lobo dentro de mim novamente, exigindo que eu tomasse a esposa virgem e imaculada que dormia tranquilamente ao meu lado.Passei a noite acordado, precisando manter o lobo sob controle para evitar qualquer ação inad
LaylaNão sabia como havia chegado até o topo daquela montanha, só sabia que a loba que sempre existiu dentro de mim, acabou se revelando a todos diante da tribo do meu pai, o clã Lort Ur. E ela rugia, querendo imensamente entrar na batalha que se desenrolava na frente dela. O medo já não me dominava, então corri rapidamente, pela primeira vez usando as quatro patas, e conclui que nesta pelagem eu era a loba, e a loba era eu, nos transformamos em uma só, diferentemente quando estou na minha forma humana quando a loba fala em minha mente, portanto dominando todas as funções deste corpo, me sentia mais que feroz. Me sentia como se fosse eu mesma. Nasci para ser esta loba branca de três longas caudas, com o intuito de chegar na besta fera que assolava toda a minha família, notando que o alfa era o único que não havia se transformado. Por que? Será que era tão difícil para ele deixar que nós, os quadrúpedes pudessem se comunicar com ele? Ou o problema era exclusivamente comigo? Mas Lucien
LucienApós avistar Layla, a esposa dada para um casamento de pura conveniência, se afastava visivelmente aflita, em sua forma mais pura, genuína, lotada de sentimentos confusos contra as minhas ações, os moradores daquela tribo, me cercavam com suas faces desprovidos de qualquer respeito pelo ser original.— Por que Lucien… — Chorou a senhora, minha sogra, enquanto caminhava sendo seguido pelos seres que haviam se originado através do sangue da minha antiga família Real. Podia sentir seu rancor, suas mágoas, seus lamentos, em forma de áurea, borbulhando através de suas peles desprovidos de qualquer vestimenta, porque estas haviam sido rasgadas ao se transformarem.Cheguei perto dela o suficiente para que um dos seus filhos, um dos meus cunhados, me ameaçasse verbalmente sem pensar nas consequências.— Culpa sua! — Esbravejou o mais velho, enquanto os demais me olhavam com enorme irreverência.Olhei cada um deles nos olhos, mantendo a respiração calma, atento a qualquer sinal de confl
Continuação…Lucien— Quer me desafiar… — Fiz um triângulo de cabeça para baixo com os dedos, propositalmente na região que mais aguçou sua curiosidade. — Talvez eu revide, fazendo um contra-desafio, que tal? Se aceitar, acreditarei fielmente que tem a macheza necessária para assumir meu lugar.— Mas mestre…— Cale essa boca, mulher! — Esbravejei em alto e bom som, perdendo a paciência por tanta intromissão, fazendo-a se encolher enquanto era amparada pelos seus quatro filhos babacas. Além de um primo da família, que se mantinha fora daquele grupo, apenas me observando raivosamente por ter tirado a chance dele procriar com a minha luna. Podia farejar seu ciúme pegajoso daqui. — Foram ensinados por este ali quebrado, que devem se comportar desta maneira diante do seu alpha? Vocês pobres camponeses insolentes!!Respirei bem fundo, voltando a mirar aquele que desejava se manter na surdina.— Como será, caro cunhado? Aceita o contra-desafio? Posso revelar o maior segredo do Baha?Olhei pa
LucienDe volta ao forte, acabei encontrando Layla, nua, caída na neve antes de chegar na porta de entrada de nossa cabana. A peguei nos meus braços tentando raciocinar como a neve não havia coberto seu corpo desnudo, e como não havia congelado sem a proteção dos pelos de sua loba.A levei rapidamente para o nosso lar, colocando-a na cama que precisávamos compartilhar, enquanto sentia o lobo agitado dentro de mim. Ignorando o fato de por causa dele, meu corpo fica dando sinais de excitação, procurei uma manta quentinha, cobrindo a nudez que o meu animal interior desejava. Depois procurei usar a lareira do quarto há muito tempo sem uso, então precisei sair para a minha garagem coletar madeira seca.No meio do caminho fiquei a pensar, se Layla me contaria da sua transformação, quando todos achavam que ela era um ser tão defeituoso que poderia ser dada para um indivíduo quase pária. Desejava fortemente que não me contasse, porque não me importava se podia ter dons ou não. Lia nunca foi u
LaylaEnquanto Lucien parecia brigar consigo mesmo mantendo aquele par de olhos marrons fechados com tanta força que me dava medo de olhar, minha loba interior apreciava o espetáculo. A visão para ela era de pura luxúria, enquanto que para mim, desconfiava de como ele fazia para conter o imenso volume que se acumulava no meio das suas coxas.“Meu homem! Lucien!”O desejo transbordava em meu sexo pulsante, mesmo quando não queria desejá-lo pela mágoa que me consumia. Usaria, isso ao meu favor, observando atentamente as feições ferozes daquele rosto transfigurado pelas amarras do seu íntimo. Seria o lobo dele querendo emergir logo agora? Tarde demais para demonstração do seu poder, Lucien. Agora minha matilha está danificada, e o líder natural não lutou o suficiente para impedir a besta-fera.— Layla! Vista-se! Iremos para a Itália! — Mas…Lucien em meio a sua batalha interna, ergueu a mão na minha direção, surgindo garras pontudas, abrindo aqueles olhos completamente consumidos pela s
LaylaEu observava de longe a interação deles em suas formas de lobo. Meus cinco irmãos são fortes e destemidos. No entanto, faltava-lhes algo que apenas um alfa extremamente poderoso poderia possuir. Ao observá-los escondidos atrás dos arbustos enquanto tomavam banho na cachoeira, percebi o quanto eu desejava ter nascido como eles, para poder desfrutar desses momentos fraternais. Os machos costumam tomar banho juntos enquanto conversam sobre suas caçadas e, claro, suas conquistas envolvendo mulheres virgens de outros lugares. Preferencialmente humanas, para evitar misturar as linhagens dos lobos."O que você está fazendo?” perguntou minha mãe seriamente.Eu não sabia onde esconder meu rosto depois de ser descoberta.“Mamãe, eu... eu não estava…”Eu ia me virar por respeito à matriarca, mas ela agarrou as laterais da minha cabeça com força e sussurrou, obrigando-me a continuar olhando para eles, segurando meu rosto daquela forma.“Dê uma boa olhada nos meus cinco meninos; eles são o f