LaylaEu observava de longe a interação deles em suas formas de lobo. Meus cinco irmãos são fortes e destemidos. No entanto, faltava-lhes algo que apenas um alfa extremamente poderoso poderia possuir. Ao observá-los escondidos atrás dos arbustos enquanto tomavam banho na cachoeira, percebi o quanto eu desejava ter nascido como eles, para poder desfrutar desses momentos fraternais. Os machos costumam tomar banho juntos enquanto conversam sobre suas caçadas e, claro, suas conquistas envolvendo mulheres virgens de outros lugares. Preferencialmente humanas, para evitar misturar as linhagens dos lobos."O que você está fazendo?” perguntou minha mãe seriamente.Eu não sabia onde esconder meu rosto depois de ser descoberta.“Mamãe, eu... eu não estava…”Eu ia me virar por respeito à matriarca, mas ela agarrou as laterais da minha cabeça com força e sussurrou, obrigando-me a continuar olhando para eles, segurando meu rosto daquela forma.“Dê uma boa olhada nos meus cinco meninos; eles são o f
LaylaMeu pai realmente não perdeu muito tempo; assim que chegamos no Polo Norte, me incentivou a entrar na cabana do nosso Alfa, mesmo sem ele estar lá para nos receber.“Pai, não seria melhor esperarmos aqui fora?”Olhei ao redor, admirada pela neve que caía continuamente e lentamente. Só se via o branco e o céu azul; ainda era de dia, mas logo a noite cairia, densa e duradoura. O amanhecer demoraria para chegar nessa época do ano.“Está esfriando rapidamente; temo que você fique doente.”Olhei para ele, sem conseguir conter um sorriso genuíno. Ele me chamou e eu me aproximei. Sua expressão me agradava porque eu nunca a havia visto em seu rosto antes; ele sempre me mostrava uma profunda dureza, junto com uma enorme insatisfação pessoal.“Entre; eu ficarei aqui fora. Não se preocupe com mais nada, Luna.”Ele ajustou minha capa de frio, um tecido de alta qualidade, usado tradicionalmente pela antiga realeza. Pela primeira vez, seus olhos buscaram os meus de maneira súbita, vívida, com
LucienEu não deveria ter aceitado esse casamento; ter uma nova moradora nesta cabana pode despertar o lobo que esteve adormecido por séculos, escondido dentro de mim. Mas agora é tarde demais. Além disso, Luna precisa de proteção. Sua família não a quer, não a aceita como ela é. Eu a aceitei por pena e por precisar de sua ajuda no forte. Apenas por isso. “Eu digo ao meu lobo interior para não ficar muito animado com a nova companheira.”“Você pode descansar, mas mais tarde iremos ao vilarejo comprar roupas novas. Afinal, seu pai nem se deu ao trabalho de trazer suas malas. Preferiu te enganar com palavras gentis,” eu disse enquanto retornava do banheiro, após lavar as mãos.“Podemos ir agora,” ela respondeu confiantemente, vindo ao meu encontro no corredor.Eu a observei removendo a capa luxuosa, uma vestimenta caríssima de sua ascendência. Talvez o único bem que ela herdou exclusivamente por ter se casado. Casada com alguém que nunca poderia amá-la como ela merecia. Os sonhos dessa
LaylaA cidade que ele insistia em chamar de vilarejo era bastante afastada de sua casa. Quer dizer, nossa casa. Olhei para ele, notando o quanto ele ficava extremamente atraente ao dirigir sua picape monstruosa, que podia jogar uma quantidade enorme de neve para as laterais.“Pare de me olhar assim.”“Por quê? Isso te incomoda?”“Não é óbvio?” retorquiu frustrado, em um tom agressivo.Depois disso, me calei e me tranquei na minha resiliência. Voltei a olhar para frente, repensando a lista da minha sobrevivência mental. Os machos da minha matilha não gostavam quando eu, sem querer, me intrometia em seus problemas, em seus interesses, ou nas suas vivências corriqueiras, mesmo de forma tímida, distante, quase como uma sombra qualquer.“Desculpe, não queria ser rude com você. Minha Luna.”“Não precisa ser obrigatoriamente simpático comigo,” disse tranquilamente. Já estava acostumada a ser jogada para o escanteio. Ser desprezada era perfeitamente normal e aceitável para mim.“Como eu diss
LucienObservei Luna dormindo ao meu lado, mantendo uma distância segura. Estava fazendo tudo o que podia para garantir que nossa parceria funcionasse. Layla usava um pijama listrado, que eu achava feio, e usava meias para se aquecer, algo que deveria vir naturalmente para ela. Como líder, eu poderia ter várias fêmeas se quisesse, mas não era tão ambicioso. Ter uma mulher como ela na minha cama era mais do que suficiente para os anos de castidade forçada que escolhi suportar.“Mamãe… Papai… Irmãos…”Minha esposa estava continuamente sonhando com sua família. Isso estava consumindo horas do seu sono noturno.“Calme-se, Luna. Durma.” Sussurrei, vendo como minha voz parecia aliviar sua angústia.Isso me trouxe alegria, mesmo sem entender o motivo.“Minha Layla! MINHA!” rugiu o lobo dentro de mim novamente, exigindo que eu tomasse a esposa virgem e imaculada que dormia tranquilamente ao meu lado.Passei a noite acordado, precisando manter o lobo sob controle para evitar qualquer ação inad
LaylaNão sabia como havia chegado até o topo daquela montanha, só sabia que a loba que sempre existiu dentro de mim, acabou se revelando a todos diante da tribo do meu pai, o clã Lort Ur. E ela rugia, querendo imensamente entrar na batalha que se desenrolava na frente dela. O medo já não me dominava, então corri rapidamente, pela primeira vez usando as quatro patas, e conclui que nesta pelagem eu era a loba, e a loba era eu, nos transformamos em uma só, diferentemente quando estou na minha forma humana quando a loba fala em minha mente, portanto dominando todas as funções deste corpo, me sentia mais que feroz. Me sentia como se fosse eu mesma. Nasci para ser esta loba branca de três longas caudas, com o intuito de chegar na besta fera que assolava toda a minha família, notando que o alfa era o único que não havia se transformado. Por que? Será que era tão difícil para ele deixar que nós, os quadrúpedes pudessem se comunicar com ele? Ou o problema era exclusivamente comigo? Mas Lucien
LucienApós avistar Layla, a esposa dada para um casamento de pura conveniência, se afastava visivelmente aflita, em sua forma mais pura, genuína, lotada de sentimentos confusos contra as minhas ações, os moradores daquela tribo, me cercavam com suas faces desprovidos de qualquer respeito pelo ser original.— Por que Lucien… — Chorou a senhora, minha sogra, enquanto caminhava sendo seguido pelos seres que haviam se originado através do sangue da minha antiga família Real. Podia sentir seu rancor, suas mágoas, seus lamentos, em forma de áurea, borbulhando através de suas peles desprovidos de qualquer vestimenta, porque estas haviam sido rasgadas ao se transformarem.Cheguei perto dela o suficiente para que um dos seus filhos, um dos meus cunhados, me ameaçasse verbalmente sem pensar nas consequências.— Culpa sua! — Esbravejou o mais velho, enquanto os demais me olhavam com enorme irreverência.Olhei cada um deles nos olhos, mantendo a respiração calma, atento a qualquer sinal de confl
Continuação…Lucien— Quer me desafiar… — Fiz um triângulo de cabeça para baixo com os dedos, propositalmente na região que mais aguçou sua curiosidade. — Talvez eu revide, fazendo um contra-desafio, que tal? Se aceitar, acreditarei fielmente que tem a macheza necessária para assumir meu lugar.— Mas mestre…— Cale essa boca, mulher! — Esbravejei em alto e bom som, perdendo a paciência por tanta intromissão, fazendo-a se encolher enquanto era amparada pelos seus quatro filhos babacas. Além de um primo da família, que se mantinha fora daquele grupo, apenas me observando raivosamente por ter tirado a chance dele procriar com a minha luna. Podia farejar seu ciúme pegajoso daqui. — Foram ensinados por este ali quebrado, que devem se comportar desta maneira diante do seu alpha? Vocês pobres camponeses insolentes!!Respirei bem fundo, voltando a mirar aquele que desejava se manter na surdina.— Como será, caro cunhado? Aceita o contra-desafio? Posso revelar o maior segredo do Baha?Olhei pa