O alfa estava na delegacia quando Sylvie bateu a porta, e entrou logo em seguida, falando apressadamente sobre o boato pela cidade, de que ele estaria se desligando de suas funções e que partiria em poucas semanas. Ela falava sem parar, e o xerife parou o que estava fazendo para tentar prestar atenção.– O senhor e a Srta. Greenwood terminaram? – ela perguntou, sem nem disfarçar que a ideia a agradava – é por isso que está saindo da cidade?– Não... – pensou se era aquilo que as pessoas estavam comentando – na verdade eu pedi a mão de Ayla ao Sr. Greenwood.– Oh ... – a moça parecia chocada – tão rápido, xerife – um sorrisinho dissimulado brincou em seus lábios – ela não está grávida, está?– Não que isso lhe interesse, Sylvie, mas não, não está – achava confuso que alguns humanos se sentissem na obrigação de se unir porque a mulher estaria ou não esperando um filho, em seu mundo, filhos fortaleciam uniões. No caso de alguns humanos, pareciam ser inclusive motivo de separação.Gostava
Passava das onze da noite quando Ayla olhou para a névoa a sua frente enquanto achava que já havia chorado o suficiente ao se despedir de Cassie e Anne. Não teve coragem de olhar para trás quando deixou a casa da família, e mesmo que Aidan e Rose estivesse ali, apoiando-a, ela sabia que mesmo que ninguém tivesse culpa, vê-la ir para longe deles, partiria seus corações. Mason também esteve calado durante o trajeto, não havia maneira de tornar fácil uma despedida. Sua vida havia mudado completamente, e não havia como recuar, seu lugar não era ali. Ayla tinha plena consciência de que muitos gostariam de estar em seu lugar, afinal viviam mais, eram mais fortes, mais rápidos, contavam com uma aliança entre outros seres capaz de mantê-los ocultos, sem falar que estava indo para outro reino sabendo que sua linhagem era respeitada e temida, ostentando o título de Luna.No dedo anelar direito a lembrança de que seu Alfa logo estaria com ela, e a certeza de que seriam felizes. Mas também haviam
Os primeiros dias de Ayla no Vale Minguante foram de uma adaptação um pouco mais difícil do que ela esperava, a verdade é que ela mal saía do quarto, estava apavorada, e Valentim deu a ela o espaço que ele como ninguém sabia que ela precisava. Até que pensou que talvez um pouquinho de treino, como Mason vinha fazendo com ela, pudesse deixá-la mais à vontade, afinal, era uma atividade a qual ela já estava habituada. E foi após uma manhã de treinamento que Valentim a apresentou a Celeste Sable, a quem Ayla já conhecia de nome. Era uma moça muito bonita, como seus cabelos loiros escuros, rosto delicado e olhos esverdeados. Celeste vestia-se de maneira simples, mas muito elegante, e não demorou a notar que ela não tinha uma queda por Valentim, e sim um verdadeiro penhasco!Com Celeste, passou passava a maior parte do tempo aprendendo sobre os costumes no Reino Garou e estava surpresa em como eles conseguiam estar tão ligados à tradições antiquadas como o quanto aderiram a tecnologia fora
Mason adorou ver os olhos de Ayla se iluminando quando ela teve a primeira vista da Campina Dourada, o sol já estava alto, os parreirais carregados, uvas prontas para serem colhidas, em parte seriam vendidas a outros reinos e a produção de vinho deveria aumentar nos próximos meses. A uvas da campina tinham uma leve coloração dourada o que dava a impressão à luz do dia de que nas proximidades da casa principal, onde Mason vivia, era que realmente a campina era dourada. Estava feliz por finalmente levá-la para casa, e a ideia de ela cumpriria lindamente o papel de Luna o agradava, pois durante sua apresentação a corte, ela havia deixado uma ótima impressão.A casa não devia nada a de Valentim, e também parecia um palacete, e como ambos já eram esperados, encontrou seu funcionários todos os aguardando quando chegaram. Percebeu que Ayla ficou ligeiramente nervosa pois todos os olhos voltaram-se para ela, mas assim que ele foi a apresentando, relaxou e comportou-se de maneira encantadora,
"Diz a lenda que o Rei Lycaon, na Grécia Antiga era fervorosamente devoto à Zeus, construindo para ele um templo na cidade de Arcádia e em homenagem ao deus, realizava sacrifícios humanos. Zeus, quis saber se isso era mesmo verdade e então disfarçou-se de peregrino. Mesmo os súditos de Lycaon desconfiando que o visitante era um deus, convidou-o para um banquete, servindo à ele carne de suas vítimas.Zeus, enfurecido, transformou Lycaon em uma besta, e foi assim que surgiu o primeiro lobisomem."
Ayla acordou assustada, não pelo toque do despertador, mas pelo agoniante sonho que a perseguia a meses no qual ela assistia sem nenhuma reação enquanto Ash morria aos seus pés. Precisava achar seus remédios, que sua mãe teve a brilhante ideia de colocar em alguma das caixas que ainda ocupavam o pequeno depósito nos fundos da casa. Ainda não havia tomado coragem de ir até lá, precisava conhecer melhor aqueles sons, às vezes a recente percepção do que acontecia ao seu redor a confundia e assustava, e isso havia lhe causado alguns acidentes. Não raramente usava protetores auriculares, mas havia ocasiões que precisava de silêncio, ou tinha a impressão que enlouqueceria.
Mason debruçou-se sobre o volante e olhou ao redor, aparentemente toda Helltown estava no sítio dos Kent e isso não era o que ele queria, com a Lua Cheia se aproximando, seu lobo estava indócil e provocador e seu maior desejo era deixar-se correr pela mata, já que fosse em território humano ou pra lá da névoa, era sua responsabilidade manter o controle, seu e da fera. Saiu do carro e seus sentidos foram invadidos por música alta, conversa e odores, fosse do churrasco, do pequeno roedor morto em algum lugar do jardim, ou dos perfumes femininos a medida que entrava na casa. Fez as vez
– Tá tudo bem, pessoal – Mason disse quando viu que pessoas começavam a notar que havia algo errado com Ayla, mesmo que estivessem num cômodo do lado oposto de onde se concentravam os convidados – acho que ela só precisa de um pouco de ar fresco.Ouviu Samarina pedir pacientemente aos curiosos que dessem um pouco de privacidade, e quase prendendo os dedos de um garoto curioso que insistia em ficar ali também. Deitou Ayla em um sofá mudando-o de posição o virando para a porta de vidro que levava à varanda, de onde vinha uma brisa agradável.–