No caminho de volta, Mason se viu preocupado com o estado de Ayla, que estava enjoada e pálida ao seu lado. Tocou seu rosto de leve, a pulsação dela estava longe de estar normal e ela estava gelada. Pediu a Samarina que alcançasse sua jaqueta, ao seu lado no banco de trás. Sama, que vinha encarapitada entre os dois, olhou torto para o xerife quando o viu dirigir com os joelhos enquanto cobria sua amiga, o que Mason fez de conta que não viu.
– Pegou a chave? - perguntou a ela, enquanto olhava de canto para Ayla encolhendo-se debaixo do tecido macio da jaqueta.
– Sim, vou entrar e ver onde está o Sr. Greenwood – disse Samarina – vou atualizando por mensagem, abro a porta dos fundos, e você faz essa sua "mágica" - ela percebeu que Ayla havia relaxado e adormecido, observou quando o xerife alcançou uma mecha do cabelo de sua amiga, afastando-o dos olhos – tenho a impressão que o senhor não ouviu o que eu disse... xerife! Olhos na estrada! - deu um tapinha na mão de Mason.
– Se tem algo que faço bem, é ouvir – ele resmungou, distraído – espero que tenha pensado no que dizer ao pai dela, não seria bom que ele visse a filha nesse estado.
– Não se preocupe, eu me entendo com o Sr. Greenwood – só precisamos que você a leve até o quarto e evapore, sei que você é bom em não deixar rastros também, xerife.
Mason parou o carro em um meio termo entre a casa dos Greenwood e a sua, e esperou Samarina descer e ir, acionou o portão eletrônico e em seguida entrou na garagem, onde havia estacionado um carro esportivo e também uma moto. Deu a volta no veículo e em seguida pegou Ayla no colo. Pensou que ela deveria estar exausta, e sua vontade era de levá-la imediatamente para Stacy, se, pelo menos, tivesse certeza de onde a bruxa estava, não a via à semanas. Saiu pelos fundos e saltou suavemente para cima do muro entre as duas propriedades, em seguida aterrizou do outro lado com facilidade, sem nem mesmo perturbar o sono de Ayla.
Conseguiu ouvir os passos de Samarina, enquanto passava pelo caminho feito de madeira rústica que levava a piscina, indo parar em um salão aberto, e segundos depois ouviu a porta destrancar. Passou silencioso enquanto Sama sussurrava que fosse pelo corredor e depois à escada, que ficava a direita, mas ele sabia bem onde ficava, bastava ir pelo cheiro. Subiu a escada rapidamente e em segundos estava no quarto de Ayla. Um meio sorriso brincou em seus lábios quando viu que a maneira que a cortina estava afastada, dava a ela uma clara visão do seu quarto. Deitou-a na cama, e em seguida tirou os tênis com cuidado, cobriu-a e ouviu a conversa no andar de baixo.
– Ah, mil desculpas, Sr. Greenwood! - era Samarina – houve um pequeno acidente, fomos jantar na casa das meninas, e veja só! Eu sem querer deixei cair molho no vestido da Ayla! - Mason riu silencioso da maneira que a garota falava, qualquer um acreditaria sim, que elas estavam em uma noite das garotas.
– Isso acontece – o homem falou despreocupado – bom, Sama, fique à vontade, vou voltar para o que estou escrevendo, qualquer coisa que precisarem, podem me chamar, certo?
– Eu pensei em fazer um chá, para tomarmos antes de dormir – ela falou claramente afastando-o de perto da escada – posso levar um para o senhor também, tem alguma preferência?
Percebeu os passos do dono da casa de distanciando e logo os de Sama subindo a escada, não demorando a entrar no quarto, e fechar a porta atrás de si. Ela respirou fundo.
– Como ela está?
– Na mesma….
– Bem xerife, eu assumo daqui – Mason viu que ela tirou um pequeno frasco da bolsa que estava em cima da escrivaninha.
– O que é isso?
– Eu chamo de “Banimento Líquido”! - ela respondeu, animada – é sempre bom ter à mão, sou uma bruxa afinal, nunca sei o que podem tentar me servir nos lugares que costumo ir.
– Infernum é um lugar perigoso – concordou, pensando que ele mesmo não havia ido a boate desde a última Lua Cheia – espero que isso a ajude.
– Agora vá, xerife – apontou a janela – já fez seu papel de herói hoje.
Foi em direção a janela, abriu-a, deu uma última olhada em Ayla e saltou para o outro lado, demorando-se um momento até que ouvisse a voz dela, enquanto Sama a acordava. Então sentiu uma forte pressão na cabeça como se seu crânio pudesse explodir e depois caiu de joelhos. Suas presas rasgaram involuntariamente seus lábios, suas mãos dolorosamente iniciaram a transformação e seus olhos azuis tornaram-se dourados. Em seus pulsos o feitiço que o impedia sua fera de dominá-lo parecia romper, e assim os selos e grilhões mágicos, pareciam queimar em seus pulsos e tornozelos. Mason ouviu sussurros e imaginava o quão forte era seu inimigo, enquanto percebia que a medida que seus rosnados tornavam-se um poderoso e assustador uivo, sua consciência era alterada, e em segundos deixaria de ser homem, pois a fera estava assumindo controle.
Mais lobo do que homem, ergueu-se, o tecido da camiseta rasgando-se assim que viu-se cercado por bruxas, ouviu a janela fechando-se bruscamente e o cheiro do medo invadiu seu olfato, ele sabia havia um elo fraco entre aquelas bruxas e rapidamente avançou para ela, cabelos loiros, cobriram-se de sangue enquanto o gosto satisfatório de sua presa e a sensação de que o ataque enfraquecera.
– Ainda podemos capturá-lo – ele ouviu a voz de uma delas – aguentem firme!
O lobo avançou para ela e antes de ser repelido arrancou-lhe a cabeça, e quando ouviu dois baques secos no chão, pensou que devia no mínimo uma cerveja à Ivan, que ainda se alimentava de outra bruxa depois de ter rasgado o pescoço da ruiva que possivelmente era a mais forte delas.
– Mason? - Ivan largou o corpo sem vida da bruxa no chão, e olhou para ele sem entender – minha nossa, você está perdendo o jeito, companheiro….- afastou-se ligeiramente quando percebeu que a besta ainda dominava o xerife, e rosnava ameaçadora para ele – vamos lá, não me sinto muito à vontade com sua forma bestial, se puder se recompor e me ajudar a limpar a bagunça, agradeço.
Ainda levou algum tempo para que Mason retornasse a consciência humana e enquanto Ivan falava com Stacy ao telefone, ele explicava a ela o que havia acontecido, então, minutos mais tarde a bruxa encontrou-os dentro da casa do xerife. Todos ali sabiam que aquele ataque só mostrava o quanto as bruxas humanas haviam se fortalecido nos últimos anos para ousarem atacar um sombrio, Mason ouvia e concordava com as medidas de Ivan e Stacy para resolver a situação e se livrar dos corpos, mas algo o alertava que aquele ataque não fora apenas uma caça a lobisomens, havia um motivo forte para que as bruxas se arriscassem, tinha sua teoria, e a certeza que não parariam.
Ayla estava deixando o ginásio de esportes depois de ensaiar a coreografia por tempo demais, sua vontade era chamar Lane para uma conversa, pois em sua opinião a veterana exagerava quando cobrava que as meninas se esforçassem à exaustão. Annie havia torcido o tornozelo e outras integrantes da torcida vinham se machucando a cada ensaio, e Ayla pensava que se continuassem assim logo não teriam nem as reservas em condições de se apresentar. Ia na frente de um grupinho animado que combinava alguma festa, tentando ignorar quando falavam seu nome enquanto faziam uma lista de quem queriam convidar.A última ainda era um grande mistério para ela, não lembrava de quase nada, e pensava o quanto deveria estar chapada, afinal a sensa
Ayla já tinha até esquecido que sua mãe havia pedido para que levasse uma porção de pudim com calda de caramelo ao xerife enquanto vestia um vestido de malha curto e confortável. Calçou uma sapatilha e decidiu que o melhor a fazer era ir logo, já que ela e Samarina queriam continuar assistindo a série sobre médicos, para terminar a terceira temporada. Pediu licença à amiga, dizendo que voltaria em seguida e que o dinheiro para a pizza estava na sua bolsa. Abriu o pote amarelo com a tampa branca para ter certeza que Sama havia colocado calda de caramelo e logo depois fechou a porta atrás de si. Já devia passar das nove da noite, e viu a luz do quarto do xerife acesa enquanto se dirigia a casa vizinha, havia cheiro de grama cortada recentemente, e de salmão, molho levemente apimentado, e maçã. Pensou por um momento que imaginava que um homem como Ma
Quando Mason chegou ao Dawson’s, percebeu que parecia mais cheio do que o normal, não demorou para encontrar Stacy e Ivan em uma mesa do outro lado do bar, próximo à uma janela, respondeu aos cumprimentos de quem ia encontrando, e o proprietário logo foi ao seu encontro. Marvin Dawson’s havia herdado o bar que estava na família desde os acontecimentos nos anos trinta até quando a cidade foi evadida, e recentemente o havia reformado, e mesmo Mason que não era do tipo que frequentava a noite da cidade com frequência, gostava que o bar tivesse aquela ambientação meio antiga, meio sombria. O piso escuro, mesas de madeira rusticas, e os balcões e cadeiras altas com assentos vermelhos. As paredes antigas de uma casarão centenário, e as vigas no teto, com iluminação agradável, e claro, a esposa do próprio Daws
Ayla estava tranquila naquela manhã de sábado, havia acordado cedo, e desceu para o café da manhã já usando o uniforme da torcida e por isso recebeu um sorriso de aprovação de Rose, que estava terminando de tomar seu café antes de ir para o hospital. A mãe disse-lhe que tentaria escapar para vê-las no jogo dos garotos, e mesmo não fazendo questão da presença dela. E nem era o fato de que a mãe parecia reviver sua época de cheerleader através dela, comparando-as como se estivessem disputando vaga na equipe, mas porque cada vez que Rose aparecia nesses eventos, Justine Walker parecia convencida que era multitalentos, e a colocava em mais alguma atividade extra.Lane passou em sua casa para que fossem juntas, mas o que Ayla não esperava era que Samarina estivesse no carro com a maior cara de
Mason estava entretido com as explicações sobre como Stacy pretendia neutralizar, pelo menos por hora os covens locais que rebelavam-se contra o Tratado. Ela foi esperta ao literalmente “plantar” pequenas mudas de uma flor muito comum na fronteira da névoa, espalhando-as discretamente tornando a fuga das bruxas que tentavam capturar Mason um tanto dolorosa. Usando as informações que conseguiu tirar dos restos mortais de suas irmãs, as flores exalavam à quem pertencesse ao mesmo coven um odor quase imperceptível, fazendo com que sua pele ardesse como se queimasse no fogo do inferno!– Isso deve mantê-las longe – disse ela, aceitando a cerveja que Ivan lhe oferecia.– Magia intermediária de bruxas não humanas – o vampiro concordou &ndas
– Mason Field – disse Lane sedutora, parecia despi-lo com o olhar – é sempre um prazer, xerife!Pensou que ela estava ainda mais bêbada do que Ayla.– Será que posso ter um momento da sua atenção? – Mason tentou não rir do arremedo de sedução dela – não podemos simplesmente encerrar a festa assim.– Não só podemos, como vamos – disse puxando Ayla com ele enquanto deixava o cômodo.– Xerife, por favor, é sábado! Porque não solta Ayla e aproveita, tenho certeza que sua presença deixará minhas convidadas felizes!
Assim que Sylvie saiu e fechou a porta olhou ao redor, pensando se deveria abrir a persiana que cobria a janela que dava para o corredor, mas depois pensou que muito provavelmente não iria ver nada dali, além de que, o xerife poderia não gostar que fizesse isso, pensou que, pelo menos, tinha o celular para distrair-se enquanto aguardava. Nos grupos transbordavam fotos e vídeos da festa de Lane o’Neal e esperava que não estivesse presente, pelo menos nos comprometedores. Segurou uma gargalhada quando viu Lane pagando peitinho enroscada no DJ, e alguns convidados protagonizando beijos triplos com atletas. Havia aparecido dançando em alguns vídeos, mas nada que pudesse ser chamado de vulgar, respirou aliviada, além desses vídeos, algumas fotos com as garotas, mas nada que pudesse comprometê-la.Ouviu passos se aproximando e nã
Mason mal havia dormido depois que voltou da delegacia, seus sentidos pareciam ligados ao menor movimento de Ayla na casa vizinha, ela dormia profundamente depois do curto sermão sobre como deveria ser grata ao xerife por tê-la mantido em segurança em vez de deixá-la voltar para casa, ou ir encontrar as amigas. Ela ainda dormia, e achava que não acordaria tão cedo, depois da noite passada, e lembrando-se de que havia gozado em sua boca, ainda considerava que estava perdendo o juízo. Não seria considerado jovem no mundo humano, com seus séculos e meio, e já teve tantas mulheres que podia afirmar com certeza, nunca perdia o controle da situação. Até Ayla. Sabia que teria que manter uma distância segura daquela menina, mas sua ereção desde que acordara só o lembrava do quanto gostaria de tê-la.Precisava que seu lobo se aquietasse e com a Lua Cheia chegando sabia que estava na hora de procurar uma ví