Jorge chegou tão rápido a casa do irmão que podia sentir seu coração pulsar forte, a governanta que muito gostava dele lhe permitiu rapido a entrada oferecendo um suco enquanto chamava por seu irmão Leonara. -"Jorge!!" - Leonara exclamou confuso mas sabendo que algo ruim havia acontecido pois já era tarde. Sabia do trabalho ilegal do irmão, mas sempre tiveram boa relação e isso não o impediam de terem as boas relações como sempre tiveram. - Algo deu muito errado Mano! Preciso que me ajude a sair rápido da cidade, do estado, do país! preciso ir para algum lugar seguro .... mas não posso usar meus contatos e nem meu nome. Preciso que me ajude a sair sem que ninguem saiba. Pensando no horário e na possibilidade de todos estarem dormindo, Leonara decidiu que seria muito arriscado sair pedindo ajuda naquela hora. Qualquer movimento poderia chamar atenção indesejada. Resolveu, então, esperar até de manhã para resolver a situação com mais cautela. -Venha! Vá se deitar esta tarde. Des
O dia começava a clarear quando Clara ouviu passos pela casa. Decidiu ficar quieta no quarto, esperou que Ana viesse a sua porta logo pela manhã nos primeiros raios de sol. -Clara? Ana b**e a porta do quarto -Bom dia, já está acordada? Ana adentrou ao quarto devagar.- Venha Margarida já fez um café quentinho, venha tomar enquanto Sr. Leonara ainda não desceu para cozinha. -Ana com sorriso acolhedor e com esperança no novo dia chamou Clara para a cozinha. — Dormir? Não consegui — respondeu Clara, ainda apreensiva com o novo dia e exausta pela noite longa que havia enfrentado. Carol ainda dormia, era muito cedo para acorda-la. Clara decidiu ir tomar um café com Ana antes que Carol acordasse e começasse a questionar tudo novamente. -Margarida? Essa é minha amiga, minha irmã aquele de quem falei com você que viria para cá. -Oh sim, venha aqui, menina tome esse café quentinho com esse bolo - disse Margarida sorrindo Clara olhou pela janela e viu que alguém se aproximava. — Mar
Ana e Clara entraram na sala e perceberam a tensão no ar. O ambiente estava carregado, e elas podiam sentir que algo havia acontecido.Jorge estava na janela, olhando para fora com um semblante preocupado. Leonara estava sentada na poltrona de frente para o sofá maior, com uma expressão séria e igualmente preocupada. Assim que Leonara começou a falar, Jorge se virou:— Este é meu irmão, Jorge. Ana já o conhece desde que começou a trabalhar aqui. Sabe o quanto ele é um bom rapaz e seguro. Ele precisa sair da cidade, mas temos alguns problemas pela frente. Estamos providenciando, junto a um amigo meu que é detetive, um documento para que ele possa deixar a cidade ou até o estado. Gostaríamos de propor que você fosse junto com ele. Oferecerei segurança e abrigo a vocês. Assim, poderão recomeçar e, quando tudo estiver resolvido, poderão retomar suas vidas com segurança.Leonara continuou, com um tom ainda mais sério:— Clara, seu marido é policial. Ele sabe que Ana trabalha aqui e poderá
O telefone tocou e Sr.Leonara se desculpou e se retirou da sala Clara ainda estava apreensiva, consciente de que Carol resistiria a sair do estado ou do país. Sem saber como abordar o assunto com a filha, ela aguardou a saída do Sr. Leonara para atender o telefone e, em voz baixa, compartilhou suas preocupações com Ana. "Carol não vai aceitar, Ana! Ela já está relutante em sair de casa. Não posso forçá-la a isso, nem exigir que ela aceite esse plano." Clara desabafou, preocupada com a resistência de sua filha. "Deixe-a aqui. Eu cuidarei dela e, assim que você chegar, eu mesma a acompanharei com o motorista", ofereceu Ana, mostrando-se disposta a ajudar e aliviar as preocupações de Clara. Ao perceber que elas tinham assuntos a tratar, Jorge optou por sair da sala em silêncio, respeitando a privacidade da conversa entre Clara e Ana. Margarida entrou apressada na sala e informou a Clara que Carol havia pegado o celular dela, que estava na bancada, e tinha ido para o quarto. C
As últimas palavras de Jorge ainda ressoavam na mente de Clara, causando um turbilhão de emoções. "Ele não tocará um dedo em você, enquanto eu estiver por perto." Como assim? Uma enxurrada de pensamentos invadiu sua cabeça em questão de segundos. "Você não precisa me defender", pensou, surpresa. Clara nunca soubera o que era ter alguém para defendê-la. Sempre suportara tudo sozinha, lutando por suas próprias vontades. Nesse momento, Ana entrou na sala com uma expressão aflita e chamou por Clara. — Clara, me chamaram agora da portaria e Ruan está lá com uma viatura, dizendo que vai entrar e que não adianta irmos contra. Antes que Clara pudesse responder ou sequer pensar em algo, o Sr. Leonara invadiu a sala com uma expressão ainda mais aflita e disse rapidamente: — Jorge, você precisa sair agora. Fred me informou que carros do Guevara acabaram de passar pelo posto 1. — E Clara, a menina filha dela? — Jorge apontou para ela, havia preocupação evidente em seu rosto. — Como vamos
Ao ver Clara, Fred soltou um suspiro de alívio e rapidamente abriu a porta do carro. “Rápido, temos que sair daqui antes que eles percebam,” disse, olhando nervosamente ao redor. Vou levar vocês a um lugar seguro. E lá irão receber instruções de como chegar até uma casa no interior que estou arrumando para vocês. Jorge ajudou Clara a entrar no banco de trás e, logo em seguida, entrou também, batendo a porta com força. “Temos que chegar ao ponto de encontro antes deles,” havia tensão em sua voz. Olhando para trás enquanto Fred acelerava, para garantir que não estavam sendo seguidos. Fred acelerou, saindo rapidamente pelo caminho estreito que levava à estrada principal. Clara olhou pela janela, pelas pequenas frestas viu que na entrada havia vários carros, o coração batendo forte, a imagem de Carol ainda fresca em sua mente. “E Carol?” perguntou, com a voz trêmula.“Ela vai ficar bem,” respondeu Jorge, tentando soar mais confiante do que se sentia. “Eles irão conseguir sair rápido e
Tudo era muito confuso para Carol, que só queria sair dali. Não queria entender e não era fácil aceitar, a violência de seu pai contra sua mãe. Afinal, chegar aos 12 anos já era difícil. Ela tinha muitos problemas: a pele, a menstruação que a incomodava, e a falta de popularidade na escola, onde não conseguia se enturmar.Seu pai, sempre descolado, falava com todos, e suas amigas riam e se divertiam com suas piadas sem graça. Sua mãe pouco saia e cada dia estava mais triste. Ela não entendia a relação de seu pai com sua mãe. Sua mãe chorava, mas Carol não se preocupava em saber o motivo. Sua pouca idade não lhe dava experiência para compreender a violência que sua mãe sofria em casa.Suas necessidades eram tantas que ela só pensou em si, quando decidiu ligar para o pai e pediu para que ele viesse busca-lq no trabalho da tia Ana. Claro, aqui está o texto revisado para melhorar a clareza e fluidez:As necessidades de Carol eram tantas que ela pensou apenas em si ao decidir ligar para
-O telefone não atende! Vamos ligar de novo! Jorge disse olhando para Clara. Clara que estava tão aflita, não sabia como dividir suas angústias. Embora Marta fosse acolhedora, ela olhou para o lado da casa e, ao ver a varanda com Melissa encostada na parede, lembrou-se do início de tudo. Isso lhe causou uma imensa tristeza e frustração, ela se aproximou e viu que havia um banco e em pensamentos ela se sentou sem perceber. Ela se lembrava como nada havia saído como planejado, mas sua filha, tão doce e linda, era tudo para ela. Um desespero tomou conta ao relembrar a infância de Carol, seus primeiros passos e sorrisos. Decidiu que precisava voltar, pois tudo aquilo era uma loucura. Seu corpo já não respondia aos seus comandos, e Clara começou a chorar desesperadamente e alto. Quanto mais chorava, mais ouvia a voz de sua filha e repetia para si mesma: "Preciso voltar! Minha filha! Não posso seguir sem ela." Jorge, observando de longe, ficou em dúvida se deveria se aproximar. Decidiu de