Respirei fundo, sentindo-me satisfeita em ter aceitado a restauração, pela primeira vez desde que saí de Nova Iorque.
— Bom… Por onde começamos? — ele perguntou.
— Vamos começar de baixo para cima. Primeiro avaliamos os cômodos daqui, depois subimos a escada. Onde está a parte da casa que pegou fogo?
— Ouvi dizer que foi isolada alguns meses depois.
— Vamos começar encontrando-a, então.
— Vou no meu carro pegar uma marreta e lanternas.
Assenti e ele saiu.
Senti-me estranhamente observada e uma fina corrente de ar frio passar arrepiando os meus braços. Olhei para trás, pensando que talvez encontraria alguém, mas não havia ninguém.
— Voltei. Pegue isso. — Entregou-me uma lanterna.
— Segundo a planta, o salão de festas fica na ala oeste. É o último cômodo.
Ben tomou frente e eu fui logo atrás. Atravessamos salas e passamos por corredores, até darmos de cara com uma extensa parede. Ela não tinha quadros ou janelas. Havia sido pintada de vermelho e isso dava um ar fúnebre ao local.
— Acho que fica atrás desses tijolos — disse ele.
Abrindo a bolsa, peguei o canudo onde a cópia da planta estava guardada. Desenrolei-a e iluminando-a em seguida.
— Acho que estamos exatamente diante de uma porta.
— Se afaste. Vou quebrar.
Colocando um capacete de segurança, ele ergueu a marreta, e eu rapidamente dei dez passos para trás. Ben começou a bater na parede, quebrando-a em vários pedaços. Depois de quase meia hora, ele conseguiu descobrir a porta.
— Quer fazer as honras? — ele perguntou, ofegante, deixando a marreta no chão.
Aproximei-me da porta e toquei a sua maçaneta. Ela parecia estar estranhamente quente, mas não o suficiente para queimar a mão. Girei-a e ela rangeu alto, mas a porta não se abriu. Tentei novamente, mas continuei sem obter sucesso.
— Não abre.
— Será que está selada por dentro?
— É, talvez essa esteja. Uma pena. Eu queria poder olhar lá dentro. Começaremos a reforma por aqui, enquanto faço uma avaliação meticulosa no resto da mansão para então começar a criar o projeto.
— Podemos olhar na planta onde fica a outra porta e quebrar.
— Okay.
— Vou ao carro pegar uma marreta maior.
— Enquanto isso, vou dar uma olhada por fora.
Viramos prontos para seguir em direção à saída, quando algo estalou atrás de nós. Olhei sobre o ombro e agarrei o braço do Ben. Ele parou, olhou para mim e depois para a porta. Ela estava entreaberta. Caminhei até ela e toquei a maçaneta, não mais a sentindo quente. Empurrei a porta, entrando no salão de festas.
— Cuidado com onde pisa — alertou ele.
O chão estava muito queimado, assim como o resto do cômodo. Nenhum móvel ou item de decoração havia restado. Diante dos meus pés, havia um castiçal com o seu ferro retorcido. Dei mais alguns passos à frente, percebendo o quão frágil o chão estava. Olhei ao meu redor, e senti tristeza invadir-me subitamente, causando um aperto no peito.
— Está totalmente destruído — disse Ben, ainda do lado de fora, observando tudo através da porta.
— A única coisa que resistiu ao fogo foram as paredes de pedra. Reconstruiremos tudo.
— Okay. Farei uma lista de material e realizarei o pedido. É o prazo de uma semana para chegar.
Assenti.
Ben adentrou o salão e eu saí. Eu não sabia explicar exatamente o que estava sentindo em estar ali. Era uma mistura de sentimentos melancólicos misturada a um pouco de calor.
— Está quente aqui. — Abanei-me com a mão.
— Para mim está tão frio quanto lá fora.
Caminhei de volta para o hall e sentei-me em um dos últimos degraus da escada. Novamente, tive a mesma sensação de estar sendo observada.
— Vou retornar para cidade e agilizar o pedido do material. Quando chegar, eu lhe avisarei. Então começamos.
— Ótimo.
— Até mais — disse, indo em direção à saída.
Respirando fundo, olhei para cima. Havia outro lustre no segundo andar, pendendo sobre o vão da escadaria. Subi os degraus, avaliando-os. A madeira estava em boas condições, mas certamente o carpete não poderia ser reaproveitado. Caminhei pelo longo corredor e entrei em alguns dos quartos. Muitos estavam com as suas portas trancadas, teria que chamar um chaveiro. Não queria estragar nada com um arrombamento.
O tempo parecia ter parado naqueles cômodos. Camas ainda feitas, roupas nos armários, escova sobre a penteadeira junto a maquiagem. Era simplesmente extraordinário.
De volta ao térreo, segui até a cozinha. Ela era o terror das minhas reformas. Sempre a parte mais problemática, até mais que os banheiros. Mas, para a minha surpresa, não estava aparentemente tão ruim. E isso deixou-me ainda mais animada com o trabalho.
— Olá — Uma voz grave reverberou atrás de mim.
Berrei alto, assustada, virando-me para trás em um pulo.
A dois metros de distância, estava um homem. Ele olhava-me de um jeito que parecia surpreso que eu o tivesse ouvido. E eu o encarava de olhos arregalados, com o coração palpitando forte no peito, prestes a saltar pela minha boca.— Quem é você?— Jake.Engoli em seco.— O que faz aqui, Jake? Isso é uma propriedade privada.— Eu sei. Eu… trabalho aqui.— Trabalha aqui? — perguntei cheia de desconfiança.— Sim. Mantenho curiosos e possíveis infratores longe. — Sorriu.— Então… você é o zelador?— Isso aí.Aproximou-se, reduzindo pela metade a nossa distância.— Não me avisaram sobre você.— Sinto muito tê-la assustado — disse ele, curvando-se um pouco para frente, ao mesmo tempo que sobrepôs a sua mão direita sobre o peito, enquanto a outra era colocada para trás das costas. Um comportamento estranhamente cavalheiresco.— Tudo bem.— Então está aqui para restaurar esse lugar.— Isso aí.Jake é um homem bonito. Talvez um dos mais lindos que eu já tenha visto. Cabelos pretos e pele alva.
Voltei para cama e deitei-me sob os cobertores novamente. Respirando fundo, fechei os olhos. Então, não demorou muito para que eu dormisse e sonhasse profundamente. Mas não fora um sonho qualquer. Era um onde mãos firmes seguravam os meus punhos enquanto lábios rosados e carnudos beijavam o meu pescoço antes de escorregar a língua para o vale entre os meus seios. Suspiros ecoavam de corpos ofegantes e arrepiados. Braços me prendiam contra um peitoral nu. O meu nome foi sussurrado.— Olhe para mim, Emily — pedia a voz masculina. — Abra os olhos! — disse em um tom mais firme e alto.Os meus olhos imediatamente se abriram e o sonho acabou. Sentei-me assustada na cama com o quanto a última frase parecia ter sido dita por alguém dentro do quarto. Olhei para os lados, certificando-me de estar só. O meu coração batia um pouco apressado.Apanhei o celular na mesinha ao lado e olhei as horas. Eram sete e meia. Depois de um banho, desci para o café da manhã. Todos já estavam à mesa, comendo enq
Jake sabia mesmo como deixar uma mulher impactada e sem palavras. Porque eu não consegui dizer nada e muito menos me mover.Os seus dedos tocaram os meus punhos, fazendo certa pressão na pele. Roçaram onde a veia pulsava forte e desceram pela minha palma, entrelaçando-se nos meus. Engoli em seco, sentindo o nervosismo me prensar por dentro. Jake olhava para as nossas mãos com um sorriso doce e um tanto satisfeito.— É tão quente — sussurrou. — Faz muito tempo que não sinto mãos quentes tocarem as minhas.O seu sorriso se desfez. Jake soltou as minhas mãos e eu considerei impedi-lo, mas não fiz.— Vou levá-la à biblioteca — disse, sem me olhar.Ele seguiu fazendo o caminho de volta e eu o segui até a sala do chá. Jake abriu uma porta e então entramos na majestosa biblioteca.— Uau! — disse, parando para observar o espaço.Em duas das paredes, havia prateleiras que iam do chão ao teto, repletas de livros. Em frente à lareira, havia sofás e duas poltronas cobertos por panos que um dia fo
A passos apressados, caminhei em direção à saída. Ao fechar a porta atrás de mim, parei e respirei fundo. Os meus dedos tocaram os meus lábios, que ainda estavam desejosos por ele. As minhas mãos repousaram sobre o peito, sentindo o coração disparado. Os meus olhos se fecharam brevemente, enquanto eu respirava fundo tentando manter a calma. Era um tanto desesperador sentir o meu corpo se excitar novamente. O meu baixo ventre estava aceso, assim como os bicos dos meus seios. A pele abaixo da orelha estava arrepiada.Será que ainda é cedo demais? Ou será que é cedo demais para me entregar a um estranho?Caminhei rumo ao carro e entrei, fechando a porta. No bolso da jaqueta, apanhei o meu celular e liguei para Beth.— Eu ia te ligar, juro! — disse ela ao atender.— Oi. Como estão as coisas por aí?— Estão bem? E por aí? A mansão está tão mal quanto parece pela foto?— Sabe como é. Um pouco de madeira podre aqui e ali, mas começaremos a obra na próxima semana. Até lá, farei a curadoria do
Eu me entreguei a ele. Jake retirou a minha jaqueta, deixando-a no chão. As suas mãos entraram por debaixo da camiseta que usava, tocando os meus seios. Ele a retirou, e eu rapidamente me livrei do sutiã. Jake suspirou fundo, observando os meus seios. Ele pegou-me pela cintura e ergueu-me alto. Enlacei as minhas pernas ao seu redor, e ele prensou-me contra a pilastra à direita da escadaria.Os seus lábios úmidos desceram por meu pescoço indo em direção à minha clavícula, trançando um caminho até os meus mamilos entumecidos. Quando a sua boca quente os sugou, um de cada vez, gemi alto e manhosa, entranhando os dedos nos seus cabelos escuros e sedosos. Jake os mamou com lentidão e precisão, quase fazendo-me gozar.— Vou te possuir aqui mesmo, sobre os degraus da escada.— Onde quiser — disse cheia de tesão.Ele sentou-me em um dos degraus, e eu me escorei para trás. Jake retirou cada peça de roupa que ainda estava no meu corpo. Um sorrisinho diabolicamente sexy formou-se no seu rosto ap
Foram horas assim até que gozamos e ficamos exaustos. Eu tinha medo de admitir, mas talvez aquele tenha sido o melhor sexo da minha vida. Com a cabeça deitada no seu peito direito, eu assistia ao fogo crepitar com a sua lenha quase ao fim.— Sei onde está a porta — disse ele, quebrando o nosso silêncio confortável e duradouro.Olhei-o.— E você sabe o que tem lá dentro.— Sei.— Então me leve até lá.Respirando fundo, ele assentiu. Vestimo-nos e deixamos o quarto. Fomos para o outro lado do andar e paramos no meio do corredor leste, diante de um quadro gigantesco.— Está preparada? — ele perguntou.— Sim!Jake aproximou-se do quadro e apertou um botão camuflado na sua moldura talhada à mão. Um estalo foi ouvido. Então, puxou-o, abrindo-o como uma porta.— Ah. Meu. Deus! Isso é incrível!Acendi a lanterna do celular e entrei no cômodo.— Cuidado onde pisa — alertou-me, vindo logo atrás de mim.Percorri a lanterna pelo espaço, observando-o. Não tinha janelas e nem outra saída. Mas havia
Os seus lábios se aproximaram dos meus, e um beijo cuidadoso iniciou-se. À medida que a sua língua se enroscava com a minha, eu sentia o desejo aflorar. Jake ergueu-me do chão e colocou-me sentada sobre um móvel. Ele encaixou-se entre as minhas pernas, e eu enlacei a sua cintura. Rapidamente, desafivelei o seu cinto e abri o botão da sua calça. Ele retirou o meu casaco e depois a minha camiseta. Ajudou-me com as botas e depois com a lingerie. Abri os botões da sua camisa e deslizei as mãos pelo seu peitoral.O beijo era ganancioso, deixando-me a cada segundo mais excitada. Eu podia sentir o desejo queimar na minha pele e revirar as minhas entranhas. Era intenso. Aliás, tudo entre nós era intenso. Cafona o que vou dizer, mas parecia que eu estava enfeitiçada.Jake afundou o seu membro dentro de mim, fazendo-me gemer alto, cheia de ansiedade. A sua boca foi de encontro aos meus seios e chupou-os com certa pressão na sucção. Agarrei os seus cabelos e puxei-os. A sua língua arrastou-se pe
Ao entrar na hospedaria, a primeira pessoa que avistei foi Candice. Ela observou-me rapidamente com olhos estreitos e sorriu, como se soubesse o que se passava na minha cabeça ou o que eu tinha visto há pouco.Subi para o segundo andar e tranquei-me no quarto. Deixei as coisas que carregava sobre a cama e sentei-me no chão. Eu precisava ir a um psiquiatra. Mas foi tudo tão real! Eu não transei com a minha imaginação. Ela também não me guiou pela casa ou me amparou quando quase caí da escada. E se fosse real? E se fosse mesmo o espírito de Jake Whitewood? O sobrenatural existe, de fato? Se eu ainda não estava louca, agora estava quase lá.— Preciso voltar. — Uma necessidade urgente surgiu no peito, implorando para que voltasse à mansão.Apanhando a chave do carro, dirigi de volta para o alto das colinas. Ao descer, encarei a casa sentindo um imenso nervosismo. A passos lentos, caminhei até a porta. Ao passar por ela, Jake estava sentado na escada. Ele encarava a entrada como se esperas