Justina acabou de passar pela cirurgia de redesignação sexual e adentra a faculdade onde o seu crush do passado, Túlio, estuda. Depois de levar um fora que acaba com sua auto-estima, Justina conhece o gótico Bruno, seu vizinho, que é envolvido com magia negra. Ao descobrir que ele é prisioneiro de um demônio controlado por sua ex-namorada, Justina terá que liberar o que existe de pior nela se quiser salvá-lo, para isso ela encontrará aliados inusitados como o filho de uma deusa da Magia e os espíritos guardiões do universo.
Ler maisHavia um contraste entre a barba mal aparada e escura de Bruno e o rosto liso de Ivan. Seus perfumes se contradiziam, um doce e poroso como incenso de sândalo e o outro cítrico de damasco com grãos de café. Ivan deslizou a língua quente em meu pescoço, Bruno me beijou com os lábios frescos e cheios de piercing. Eu estava deitada por cima de Ivan no sofá de couro escuro e frio da sala de estar do aparta
— Fiquem aqui. — Bruno anunciou, afastando-se de nós, dando passos rápidos na direção da água do lago.Rafael nem se mexeu, mas eu joguei a jaqueta para trás e corri até ele:— Espere, vou com você.— Você não está sendo iniciada, garota? — Bruno parou de andar e se virou para mim, fica
— O Círculos das Sombras se reúne a cada nove anos. E o que sei é que a cada nove anos, eles moram em um ponto estratégico do planeta… O que significa que dos dezoito aos vinte e sete anos, estarão todos por aqui. Justina? Você ao menos está escutando o que estou falando? Pisquei os olhos várias vezes e foquei na graciosa figura de Ivan. Não aquele que ele mostrava para todos os outros com Glamour, mas ele de verdade. Ivan segurava a colher do café, que
— O local simplesmente sumiu? Assim, sem explicação? — Anelise perguntou mexendo no canudo de um suco de acerola. Ela estava fungando o nariz, deliberadamente gripada. Deveria ter ficado em casa naquela noite fria e de vento cortante, mas acho que a curiosidade falou mais forte, pois Anelise estava na minha frente, com seus olhos escuros fixos em mim e uma touca cor-de-trigo na cabeça, de forma que os cabelos pareciam uma proteção a mais ao longo do seu rosto afinado. — Tem certeza que você não sonhou? — O Strange Aquela informação bateu e voltou na minha mente como um bumerangue. Era incapaz de assimilar o fato.Hilay? Como ela poderia fazer algo como um selo anti-visão? Ela nem era bruxa! Mas quem estava me passando a informação não era uma pessoa qualquer, era um mago poderoso.— Minha amiga é uma bruxa… — Respirei fundo e tentei absorver o que Ivan tinha dito. — Por que ela faria isso?— Capítulo 21: Revelação
— Justina Montenegro, não é? — A garota responsável pela lista de entrada procurou meu nome em uma prancheta cheia de folhas. Estava por ordem alfabética e ela procurava no J e no M, atrás de algum sinal de que meu nome havia mesmo sido incluído. Mordi o piercing que estava ainda nos meus lábios, tombando um pouco o pé, como se caísse um degrau, mas era apenas o salto agulha virado. Ela não me olhou, mas certamente notou o meu desespero, a mão enganchada
O ar tinha cheiro de essência de morango e flores do campo e o local era bem diferente daquele que eu costumava ver quando usava o banheiro. — Voi lá! — Vick brincou, esticando as mãos quando desfez o encanto diante de nossos olhos, como uma lente que embaça e você limpa. — Uau! — Fiquei surpresa, segurando meus cadernos no centro do banheiro, incrédula no que meus olhos podiam ver. O
Encarei aquelas órbitas azuis como um universo único, apenas para me lembrar do quanto eu sentia falta de outro tom nos olhos de Túlio. Ele ansiava pela minha resposta, mas será que eu estaria disposta em dar uma milésima chance? Será que eu achava que ainda podíamos consertar um relacionamento que começou quebrado e apenas tropeçou do seu início ao fim? A resposta vinha de dentro de mim, como um sussurro da minha alma. A vibração de saber aquela resposta arrepiou os pelos do meu braço e me deu um choque de realidade. Foi algo que me surpreendeu, até o presente momento eu nem sabia que me sentia desse jeito.
— Psiu. — Escutei um som me chamando.Parei de andar. Meus cabelos estavam tocados pela garoa do inverno que parecia não pretender ir embora. Eram quase sete horas da noite, mas estava escuro como se fosse a madrugada, frio, de fazer a boca soltar vapor branco e de congelar as pontas dos meus dedos. Eu estava usando jeans, botas sem salto para não ficar absurdamente mais alta que as garotas do campus e um suéter cinza escuro bem quente e felpudo por dentro de um colete com aplicação de couro envernizado na parte da frente, reluzindo como um farol a luz da pequena praça que eu sempre atravessava em dire&cc