Cecília estava apreensiva e preocupada com Hugo, mas, seguindo o conselho de Katherine, decidiu ficar na cama e aguardar por notícias. Enquanto isso, o médico e os policiais se prepararam para receber o depoimento de Katherine.— Muito bem, senhorita. Vamos à sala de depoimento para esclarecermos o que aconteceu. Por favor, me siga. – Disse um dos policiais, olhando-a seriamente.Katherine seguiu o médico até uma sala onde puderam conversar em particular, mas antes de passar pelo arco da porta, ela deu uma última olhada para Cecília, como se dissesse a ela que tudo ficaria bem.Cecília não conseguiu parar de perceber a estranheza sobre o ato da mulher, mas não havia muito o que fazer, ela sabia que por mais que não se gostassem, ambas tinham uma pessoa em comum que queriam proteger.Enquanto isso, na sala, dois policiais estavam sentados encarando a italiana, enquanto o médico estava na lateral da mesa, analisando toda aquela situação.E então, o policial começou:— Primeiro, gostaríam
Era uma noite agitada em um hotel cinco estrelas em Richmond, capital da Virginia.Naquela noite, haviam alguns hóspedes ilustres pelo hotel, que participariam de uma conferência sobre um filme que lançaria na cidade.Era fim da carreira de uma atriz renomeada da Itália.A porta da área de serviços, foi aberta bruscamente; um homem, emanando superioridade, apontou o dedo para três camareiras que estavam descansando e as obrigou a se levantarem.— Você, você e você! Venham comigo! – Disse o gerente, com arrogância, as apressando.As meninas se entreolharam confusas e as seguiram de imediato. Elas sabiam que, não tinham o direito de recusar a ordem, pois precisavam muito daquele emprego.O homem, então, as olhou enfurecido e logo deu sua ordem.— Kate, você está responsável pela área da piscina. Consuelo, você cuidará dos corredores e lembre-se, nada pode estar sujo. Já você Cecília, o quarto principal é seu.— Por que ela? – Cogitou Kate, torcendo os lábios.— Porque, se você tivesse f
Igreja de Gesu, Palermo, Sicília.O lugar estava silencioso, já se passavam das duas da tarde, quando alguns passos pesados, foram ouvidos indo em direção ao confessionário.Padre Guilhermo terceiro, estava dentro do oratório com suas atividades rotineiras, quando ouviu uma voz rouquenha e assustadora, através das grades de madeira.— Padre, eu vim me confessar! – Disse um jovem, causando arrepios no senhor de bata. Ele se ajoelhou sobre uma almofada que havia no chão, repetindo a mesmas ações dos fervorosos fiéis, que procuravam limpar suas almas dos pecados cometidos.O mais velho, respirou fundo e sem o olhar diretamente, entregou um envelope pardo, como haviam o ordenado que fizesse.— Eu estava a sua espera! Diga filho, o que tanto te aflige? – Disse o padre, mostrando sua preocupação, porém, sua voz saiu trêmula.Mesmo ele sendo um homem licenciado pela igreja para dar a absorção aos fiéis, ele também temia o jovem, que estava do lado de fora da grade de madeira.— Me desculpe p
Aeroporto Internacional de Richmond.Cecília empurrava sua mala pelo saguão, acompanhada por uma e mais dois seguranças. Ela se sentiu insegura, pois havia pensado que, Fiorella iria até lá , mas não a viu.Eles entraram juntos no avião e foram todos se acomodarem em seus assentos. Assim que Cecília passou os olhos pelo lugar, se encantou com a vista.— Eu só vi um desses pela televisão! – Cochichou Cecília, para a manager de Fiorella, que estava bem ao seu lado. — Acha mesmo que isso vai dar certo?— Você já se olhou no espelho? As chances de isso dar errado, são nulas. – Respondeu, a italiana, tirando um pó compacto da bolsa, passando em Cecília. — Só preciso esconder essas sardas.Assim que Beneditte disse aquilo, a primeira atitude de Cecília foi levar as mãos no rosto, para as esconder.A italiana riu da atitude da garota e voltou a se encostar em sua poltrona.— É, acho que não será fácil. Você é o oposto dela. – Resmungou Beneditte, suspirando fundo, continuando a falar em segu
Comuna Catânia, Sicília- ItáliaA cidade é bonita, realmente um paraíso para os olhos. Eram como nas pinturas; as casas baixas e com aparência antiga.Tinham praças, igrejas antigas e até mesmo o clima que passava, era como se estivessem em um tempo antigo.Cecília estava admirada, ela tentou ao máximo esconder a reação de encanto, sendo quase pega pelo então marido.— Quem é você? – Perguntou Hugo, se virando para a olhar. Naquele momento, até mesmo Cristovam, os encarou pelo retrovisor interno.— O quê? – Perguntou a ruiva, o olhando confusa. Hugo sentiu a diferença e sorriu, fingindo ser uma piada.— Acho que estava com saudades de casa, não é mesmo? – Perguntou ele, segurando a mão de Cecília. Ele vincou as sobrancelhas e permaneceu mais um tempo daquela forma, estranhando o comportamento dela.Ele sabia que, havia algo de errado. Fiorella sempre achou essas coisas de casais, um tanto antiquado e por isso, não demonstrava afeto.Hugo se sentiu curioso e virou o rosto, levando a at
Cecília começou a ouvir passos junto a sussurros pelo quarto; quando ela abriu os olhos, não fazia ideia de que já havia amanhecido e ao ver algumas mulheres andando pelo lugar, ela se sentou imediatamente e se cobriu.— Quem são vocês? – Perguntou Cecília, se escondendo dentro da coberta, deixando apenas partes do rosto a vista.— Desculpe por termos a acordado, senhora. Foi ordem do senhor Scopelli, para virmos limpar toda bagunça. – Quando uma das funcionárias disse aquilo, Cecília levou os olhos pela parede, notando que não havia nada mais, pendurado ali.— Foram vocês? Vocês viram tudo? – Perguntou Cecília, preocupada. A mulher e as outras três, que estavam uniformizadas de forma idênticas como camareira, as olharam confusas, pensando que, talvez, Fiorella estivesse atordoada.— O que há de errado com a parede, senhora? – Perguntou Genevive, a chefe das empregadas. Ela era considerada assim, porque estava a mais tempo na casa, do que as demais.Cecília as olhou e então, suspirou
Aquela sensação que Cecília teve; era como se o peito dela se comprimisse, fazendo-a esquecer de respirar.Por que aquele homem era daquela forma? Ela se perguntou.Cecília virou o rosto lentamente para o olhar e então, os olhos enraivados e escurecidos de Hugo, estavam sobre ela.— D-desculpa, eu pensei que tivesse a chave da biblioteca. – Quando Cecília se justificou, com a voz trêmula, Hugo sorriu e tirou uma chave do bolso, estendendo a ela.— Aqui está, amor. – Disse ele, a vendo pegar, mas antes que Cecília a alcançasse, Hugo recolheu o braço. — Mas por que você iria até lá, se foi sua, a ordem de desfazer dela uma vez?Assim que Hugo disse aquilo, Cecília sentiu-se desconfortável; seria impossível conseguir uma desculpa tão rápida, ela pensou.— Eu disse? Não sei, apenas me senti entediada e decidi rever o lugar! – Respondeu ela com rispidez, tomando a chave de Hugo.Quando ela ia dando de costas para o homem, Cecília sentiu sua cintura ser segurada com força e então, ela foi g
Já haviam se passado os três dias de limite, que Hugo havia dado a Cecília; não tinha jeito, ela teria que ir ao médico para exames, assim que amanhecesse. A ruiva estava aflita, faziam dois desses dias, que ela não tinha notícias do então marido.— Senhora, precisa de mais alguma coisa? – Pergunto Genevive, a governanta.Cecília havia acabado de sair do quarto, com mais um dos livros que recebeu, em mãos.Já se passava do jantar; a maioria dos funcionários havia se recolhido e Cecília havia descido as escadas, para fazer a sua leitura no jardim.Ela olhou para Genevive e sorriu simplista, por ser pegada em flagrante.— Não! Só vou ao jardim. Não se preocupe e continue o que estava fazendo. – Disse ela, tentando ser ríspida, mas ainda assim, ela acabava se saindo fofa sem nem mesmo perceber.Cecília usava um vestido longo branco, que ela gostava de usar para dormir; ela não tinha muitas vestes adequadas e foi a mais descente que ela encontrou nas coisas de Fiorella.Ela segurava as ba