ULLY
Quando Lorian caiu senti um crescente desespero, a sensação de impotência por sermos em número menor e estarmos todos amarrados de joelhos. Mas quando Luca matou Violetta com as próprias mãos, o pânico me tomou completamente, deixando minha capacidade de raciocínio inútil.
Ele estava nos olhando de novo, sádico, e tudo que eu conseguia pensar era em Anton e em como eu não sabia onde ele estava e quando apareceria. A última vez que o tinha visto tinha sido pela manhã, e isso parecia quase em outra vida agora.
- Onde está seu querido, Ully? – Luca se aproximou de mim novamente.
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LUCA Era tão satisfatório finalmente colocar toda minha raiva diretamente para quem a merecia. Eu estava muito melhor do que da última vez que combatemos, podia perceber pelas expressões de Anton a cada golpe que eu investia ou bloqueava, o quanto ele estava impressionado. - Vou acabar com você. – ri, avançando em sua direção. - Vou gostar de ver você tentar. – ele retrucou, arfando e dando passos para trás. Avancei outra vez, completamente extasiado por cada impacto dos meus punhos ou pés contra ele. Não que ele não revidasse bem, eu já esperava que si
TERCEIRA PARTELUCA Acordei com o braço de Sarita por cima de mim e abri os olhos para encarar a madrugada através do vidro do quarto. Ainda estava longe de amanhecer e tudo era silencioso e escuro, mas eu estava estranhamente desperto e um pouco inquieto para continuar deitado. Colocando o braço dela com cuidado sobre o colchão, me levantei e sai do quarto. A casa estava toda apagada, só a luminosidade que entrava pelas janelas iluminava o caminho. Não que eu precisasse daquilo para me locomover com facilidade por ali. Atravessei a sala e fui até a porta do terceiro quarto do apartamento, o que estivera vazio por mais tempo, e
LUCA - Gostaria que eu trouxesse o café para o quarto? – Sarita perguntou assim que me movi na cama, ainda de olhos fechados. - Não. – respondi me espreguiçando – Isso não seria gentil com nossa hóspede. - Posso levar o dela até o quarto... – retrucou em voz baixa. Abri os olhos para encará-la, em pé ao meu lado na cama, com a luz do sol contra seu corpo. - Algum problema? – perguntei me sentando. - Nenhum. – rapidamente el
LUCA Fiquei parado, encarando o teto do quarto de Ully, completamente extasiado. Parecia um sonho muito bom para ser verdade, mas realmente tinha acontecido, depois de todo aquele tempo e tanta imaginação. Ully estava muito quieta, eu não saberia dizer como ela tinha se sentido durante porque estava completamente entregue as sensações do meu corpo, mas acredito que não tenha sido ruim. Fui cuidadoso, delicado o quanto pude. - Tudo bem, querida? – virei meu rosto em sua direção. - Sim. – ela respondeu virando para me olhar.&nb
LUCA Ully estava deitada de lado, de costas para mim. Muito calma, muito serena, fazendo tudo que eu a induzia a fazer, mas ainda assim eu a sentia distante demais do que deveria estar. Estávamos dormindo no meu quarto há alguns dias, praticamente vivendo como casados, mas ainda existia algo nela que me mostrava o contrário. Seria apenas a confusão? Ou ela estava muito longe de se apaixonar por mim? Que horas essa ligação ia acontecer? - Tudo bem? – coloquei uma mão em seu ombro. - Sim, só sono. – ela respondeu com a voz mole. 
ARTUR Quando voltei ao apartamento, completamente suado de pavor, Sarita me olhou, com olhos extremamente vermelhos, do sofá. Acabava de morrer todas suas expectativas com aquele rapaz, aquele monstro, que um dia acreditei ser uma boa escolha ter por perto. - Ele não... – sua voz tremeu e foi incapaz de continuar. A barriga já aparecia um pouco quando fomos ao médico. Já era uma gestação bem estabelecida, a criança estava forte e se desenvolvendo. Já passava dos quatro meses. - Preciso te tirar daqui. – falei com urgência, me sentando ao seu lado.&n
ANTON Fazia mais de um ano que eu estava ali – talvez quase dois -, no escuro, sozinho e completamente vazio por dentro. A única coisa que me mantinha vivo era o segundo batimento em meu peito, me mostrando que, em algum lugar, Ully continuava viva. Tenho certeza que Luca tinha a intenção de me ver minguar pouco a pouco, porque eu recebia uma refeição rala por dia, passada por uma portinha na porta totalmente fechada. Eu nunca mais tinha visto o rosto de outra pessoa. Estava tão magro que todos meus ossos estavam aparecendo, o cabelo era uma confusão emaranhada e a barba muito comprida. Isso tinha me incomodado por um tempo, mas depois eu tinha apenas me resignado. 
ANTON - Anton! – Dana surgiu primeiro, correndo, e se jogou nos meus braços. Zander veio andando atrás, lentamente, me observando com um certo horror. - Eu sei, estou realmente encantador. – sorri para ele. Finalmente, entre os meus, eu podia baixar a guarda. Estava terrivelmente cansado, desejando uma boa comida e uma noite de sono decente. - Como conseguiu chegar aqui? Como fugiu? Realmente pensei que aquele lunático... – meio tio me abraçou, incapaz de concluir a frase.&n