LUCA
- Gostaria que eu trouxesse o café para o quarto? – Sarita perguntou assim que me movi na cama, ainda de olhos fechados.
- Não. – respondi me espreguiçando – Isso não seria gentil com nossa hóspede.
- Posso levar o dela até o quarto... – retrucou em voz baixa.
Abri os olhos para encará-la, em pé ao meu lado na cama, com a luz do sol contra seu corpo.
- Algum problema? – perguntei me sentando.
- Nenhum. – rapidamente el
LUCA Fiquei parado, encarando o teto do quarto de Ully, completamente extasiado. Parecia um sonho muito bom para ser verdade, mas realmente tinha acontecido, depois de todo aquele tempo e tanta imaginação. Ully estava muito quieta, eu não saberia dizer como ela tinha se sentido durante porque estava completamente entregue as sensações do meu corpo, mas acredito que não tenha sido ruim. Fui cuidadoso, delicado o quanto pude. - Tudo bem, querida? – virei meu rosto em sua direção. - Sim. – ela respondeu virando para me olhar.&nb
LUCA Ully estava deitada de lado, de costas para mim. Muito calma, muito serena, fazendo tudo que eu a induzia a fazer, mas ainda assim eu a sentia distante demais do que deveria estar. Estávamos dormindo no meu quarto há alguns dias, praticamente vivendo como casados, mas ainda existia algo nela que me mostrava o contrário. Seria apenas a confusão? Ou ela estava muito longe de se apaixonar por mim? Que horas essa ligação ia acontecer? - Tudo bem? – coloquei uma mão em seu ombro. - Sim, só sono. – ela respondeu com a voz mole. 
ARTUR Quando voltei ao apartamento, completamente suado de pavor, Sarita me olhou, com olhos extremamente vermelhos, do sofá. Acabava de morrer todas suas expectativas com aquele rapaz, aquele monstro, que um dia acreditei ser uma boa escolha ter por perto. - Ele não... – sua voz tremeu e foi incapaz de continuar. A barriga já aparecia um pouco quando fomos ao médico. Já era uma gestação bem estabelecida, a criança estava forte e se desenvolvendo. Já passava dos quatro meses. - Preciso te tirar daqui. – falei com urgência, me sentando ao seu lado.&n
ANTON Fazia mais de um ano que eu estava ali – talvez quase dois -, no escuro, sozinho e completamente vazio por dentro. A única coisa que me mantinha vivo era o segundo batimento em meu peito, me mostrando que, em algum lugar, Ully continuava viva. Tenho certeza que Luca tinha a intenção de me ver minguar pouco a pouco, porque eu recebia uma refeição rala por dia, passada por uma portinha na porta totalmente fechada. Eu nunca mais tinha visto o rosto de outra pessoa. Estava tão magro que todos meus ossos estavam aparecendo, o cabelo era uma confusão emaranhada e a barba muito comprida. Isso tinha me incomodado por um tempo, mas depois eu tinha apenas me resignado. 
ANTON - Anton! – Dana surgiu primeiro, correndo, e se jogou nos meus braços. Zander veio andando atrás, lentamente, me observando com um certo horror. - Eu sei, estou realmente encantador. – sorri para ele. Finalmente, entre os meus, eu podia baixar a guarda. Estava terrivelmente cansado, desejando uma boa comida e uma noite de sono decente. - Como conseguiu chegar aqui? Como fugiu? Realmente pensei que aquele lunático... – meio tio me abraçou, incapaz de concluir a frase.&n
LUCA - Você poderia me dar espaço para sair? – Ully perguntou de dentro do box. - Por que você não pode sair? – questionei, terminando de escovar os dentes. Ela não respondeu, o que já me causou uma irritação interna. Não era possível que depois de tantas noites juntos, ela sentisse vergonha de aparecer sem roupa na minha frente. Eu já tinha visto tudo mesmo. Ela saiu do box, se enrolando rapidamente na toalha e sem me olhar, depois vestiu as roupas com alguma dificuldade para não soltar a toalha. Antigamente eu poderia achar adorável, mas agora era apenas irr
ULLY Fiquei observando a porta fechada muito tempo depois de Luca sair. Eu não me sentia muito confortável em ficar sozinha naquele apartamento grande. Ultimamente a estranha batida no meu peito tinha ficado mais e mais forte e, apesar de ter prometido, ele nunca me levou ao médico para resolver essa questão. Não era ruim, sinceramente, era quase confortável demais, mas não era comum e eu me preocupava. Tudo era tão confuso, eu ainda não conseguia me lembrar do tal acidente do carro que me roubara a visão do lado direito, e como Luca e eu tínhamos nos conhecido e nos tornado um casal. Em compensação eu via alguns flashes de coisas imposs&iacu
ULLY - Estamos quase chegando. – Artur disse com desespero. Estávamos correndo numa velocidade alarmante há algum tempo, o farol atrás de nós tinha se distanciado e desaparecido e, agora numa estrada entre as árvores, Adriane e Artur pareciam aliviados, mas Sarita e eu estávamos mais apreensivas. - Só mais um pouco... só mais um pouco... – o homem murmurava para si mesmo, inclinado em direção ao vidro da frente com o suor pingando pela testa. Adriane estava muito tensa, de olhos fechados como se fizesse uma oração, Sarita segurava o bebê próximo ao pei