Bruno ficou parado ali, sem qualquer expressão no rosto, tornando impossível adivinhar o que se passava em sua mente. Ele estava na porta. Os pais de Camila chegaram apressados e, ao verem o caos dentro da mansão, a Sra. Fernandes soltou um grito agudo: — O que aconteceu aqui?! Quem teve a ousadia de destruir a casa do presidente do Grupo Glory?! Camila cobriu o rosto ao responder: — Foi a Helena. O ímpeto da Sra. Fernandes esmoreceu na mesma hora, mas logo ela soltou uma risada fria: — Ela não vai continuar se achando por muito tempo! Assim que o Bruno se divorciar dela, aquela órfã não vai passar de um joguinho em nossas mãos. Seu marido, Marco, ainda conservava um pouco de consciência e franziu o cenho: — Não fale assim. Ela e o Bruno são um casal legal, afinal de contas! A Sra. Fernandes não gostou nada daquilo. — Que casal legal! Para mim, esse casamento é uma farsa. Se não fosse por aquela época... Marco a interrompeu com um grito severo. Somente então e
Helena não queria enfrentá-lo e, como desculpa, foi até o banheiro.Encostada na parede, ela ficou em silêncio, perdida em seus próprios pensamentos, esperando que Bruno tivesse a sensatez de ir embora.Cerca de dez minutos depois, a porta do banheiro se abriu, e uma luz branca e suave se infiltrou pela fresta da porta, seguida pela entrada de Bruno.No espaço sombrio, estavam apenas os dois.Helena não o olhou, se recusando a estabelecer qualquer comunicação.Bruno se aproximou dela, sua silhueta alta a envolveu, e ele estendeu a mão, tocando levemente seu rosto. Sua voz, rouca e suave, soou como um sussurro:— Ainda dói?Helena virou bruscamente o rosto para o lado.Ela detestava o toque dele, deixando isso claro de maneira incontestável.Mas Bruno nunca foi um homem que desistia facilmente. Seu corpo se posicionou entre ela e a parede, enquanto uma de suas mãos segurava suavemente seu queixo, acariciando seu rosto com um gesto de grande afeto, mas, para Helena, aquilo tudo não passa
Helena voltou para casa depois de sair do hospital, e Bruno a seguiu de perto.Quando ela estacionou o carro, viu Bruno parado do lado de fora. O carro dele já estava estacionado debaixo da árvore.Assim que Helena saiu do carro, Bruno bloqueou o caminho dela.— Precisamos conversar.Helena tentou contornar o corpo dele e seguiu em direção ao elevador.— Bruno, não temos nada a conversar. Nos vemos no tribunal.Ela subiu, e ele foi atrás...Helena não deixou que ele entrasse.Depois de fechar a porta, Helena ficou com as costas apoiadas na madeira. Bruno foi a sua juventude inteira, deixá-lo para trás doía muito... Realmente muito...Ela levou um tempo para se recompor e, então, foi pegar um pijama, tomar um banho e descansar. Quanto a saber se Bruno iria embora ou não, ela já não se importava mais.A noite foi se aprofundando.As luzes das janelas, uma a uma, se apagavam.Dentro do carro preto, estacionado no andar inferior, uma luz fraca ainda iluminava o ambiente. Um homem vestido d
Uma semana depois, Helena alugou aquele estabelecimento.Por causa da excelente localização e do preço vantajoso, Helena assinou um contrato de locação com prazo de cinco anos, escrevendo um conjunto de cheques para entregar ao proprietário.O mercado de locações estava em baixa, então, o proprietário ficou muito satisfeito com o contrato de cinco anos que Helena assinou.O homem se retirou, e Helena, sentada, terminou de beber o restante de seu café, um hábito que cultivava há anos.De repente, uma voz doce soou em seus ouvidos:— Helena.Helena se surpreendeu um instante.Era Alice Rocha, irmã de Manuel.Alice ainda estava na faculdade e, normalmente, não tinha tanta familiaridade com Helena. Porém, naquele dia, estava especialmente calorosa. Correu até ela, abraçou seu braço e começou a conversar de forma afetuosa, quase grudenta demais.Ela era animada e doce, e até Helena, que tinha uma personalidade mais fria, sentia uma certa simpatia por ela. Helena chamou o garçom e pediu para
— A esposa do Bruno, escondida dele, está celebrando o aniversário de outro homem. — O Bruno sabe. — Mas o Bruno não ama a Helena, então não há certeza de que isso causará um grande alvoroço.Os amigos apenas murmuravam discretamenteBruno estava recostado no sofá do canto, se vestindo inteiramente de preto, se fundindo com as sombras ao seu redor. Mesmo em um ambiente tão sombrio, ele exalava uma aura de nobreza inabalável, como se fosse imune ao toque do mundo, frio e ao mesmo tempo imponente. Seus olhos estavam fixos, profundos, observando Helena que acabava de entrar pela porta. Era evidente que Helena havia se preparado especialmente para essa ocasião. Ela usava um vestido azul de seda, que acentuava sua cintura esbelta. Ao redor do pescoço tinha uma longa corrente de madrepérola branca, enquanto seus lóbulos estavam adornados com delicados brincos de diamantes. O conjunto era complementado por uma bolsa e um relógio da mesma cor. Ela parecia sofisticada, mas também
No canto ao lado, Bruno se inclinou e apagou o restante do cigarro. Seu perfil era perfeito, os dedos longos e elegantes. Mesmo o simples movimento parecia ter uma graça natural. Ele se levantou e, com seu corpo alto e esguio, caminhou até Helena, colocando suavemente a mão sobre seu ombro. — Helena, vamos embora. O ambiente no reservado ficou em um silêncio profundo. Ninguém imaginava que Bruno fosse tão mesquinho, não era ele quem dizia não se importar com Helena? Além disso, Manuel tinha sempre um bom senso de limites. Ele só trocou algumas palavras brincando, não estava realmente cutucando o coração de Bruno. Por que essa reação tão forte? Naquele tempo, ele jamais foi tão protetor. Casou e tudo mudou! Todos acreditavam que, com Bruno se mostrando tão submisso, Helena certamente iria seguir seu conselho, voltando para casa como uma esposa dedicada, deixando de lado os boatos sobre Bruno lá fora e agindo com inteligência ao não dar importância a eles. Surpreendente
Naquele dia, foi a primeira vez em que Manuel sentiu o desejo de abraçar uma mulher. Não por desejo carnal. Ele só queria segurá-la nos braços, enxugar suas lágrimas, beijar seus lábios trêmulos e vermelhos. No silêncio que pairava, Manuel perguntou novamente: — Por que você quer se divorciar? À porta, Bruno se virou com Helena, seu olhar gélido fixo no antigo amigo, e sua voz, fria como gelo, cortou o ar. — Manuel, você sabe o que está fazendo? Se não está bem, vá ao hospital. Manuel se levantou lentamente. — Eu estou muito bem! Sempre estive muito bem. E você, Bruno? Está tão certo de si? Se estivesse mesmo claro de tudo, saberia que a Helena não te ama mais. Você pode segurá-la por um ano, dois, mas não por uma vida inteira. Bruno riu friamente. — Ela ainda é minha esposa. Manuel permaneceu em silêncio após eles saírem. Ao lado, Alice puxou a manga de sua camisa, com cautela, e perguntou: — Irmão, você gosta da Helena? Manuel respondeu com um leve som de
Bruno entrou no quarto de hotel, com Helena ao seu lado. Era a primeira vez que ficavam em um hotel juntos. No ambiente sem luz, tudo ao redor parecia mais intenso. Enquanto Helena ainda tentava se recompor, foi pressionada contra a porta dura e forçada a beijar Bruno. Ele exalava um aroma suave de perfume, misturado com o cheiro fresco de tabaco, e ambos se misturaram no beijo urgente, invadindo seu corpo de forma implacável. Ela sentiu suas pernas tremendo, incapaz de se manter em pé... Os dois se moveram desajeitados até o sofá, e Bruno tirou o casaco, seguido pelas meias de Helena. Suas pernas finas, ainda cobertas pela peça, roçaram contra o tecido preto das calças dele, tremendo de uma maneira desconfortável. O homem acariciou o rosto dela e, com um tom imperativo, perguntou: — Diga que não gosta do Manuel. Helena jamais diria isso. Ela não tinha nenhum tipo de interesse em Manuel, mas também não queria ser forçada a afirmar lealdade diante de Bruno. Ele, por sua