O despertador toca cedo porque em meio a minha vida corrida como administradora de um hospital tenho que tentar manter a minha vida o mais saudável possível, fazer exercícios e alimentação é preciso.
Saio para praticar exercícios, mas ao voltar tomo banho e arrumei-me rapidamente tomei café, sozinha porque a minha irmã Alicia deve ter ido dormir com o seu namorado após o plantão e eu sigo sozinha nesse apartamento e cheia de trabalho, mas se não fosse por Elis e esse trabalho eu e Alicia não estaríamos onde estamos, não posso reclamar! Somente agradecer. Entrei no meu carro e fui diretamente para o hospital e ao chegar falo com todos os colaboradores e vou diretamente para o meu escritório e uma pilha de pastas já estão esperando-me. Respiro fundo analisando cada pasta e algumas delas são contratações de novos profissionais para trabalhar aqui, ponho os óculos e o celular começa a chamar, é Elis Navarro ligando para o meu celular o atendi imediatamente. — Bom dia, senhora Ellis. — Bom dia, Emília, marquei uma reunião com Clóvis no horário do almoço e preciso de você presente. — Elis fala. — Como quiser, senhora Elis. — Desligo o celular. Respiro fundo e engulo seco o que acabei de ouvir, queria encontrar todo o mundo nessa vida menos Clóvis só em pensar que um dia deixei seduzir-me por aquele traste e ele me humilhou deixando-me com a autoestima baixa. Mas a senhora Elis não quer saber dos meus problemas pessoais e muito menos do meu envolvimento com Clóvis, apesar de tudo eu quem devo a ela. A senhora Elis sempre foi uma mulher forte e misteriosa, só sei que ela tem três filhos homens e um deles não conheço, só vejo burburinhos que ele é um playboy rebelde e que nunca se curvou diante da sua autoridade, a senhora Elis nunca comentou nada sobre ele para ela só existem dois filhos. Continuei a trabalhar, estava tão focada na frente do computador que não percebi Clóvis entrar na minha sala e levei um susto pondo a mão no coração. — Quanta eficiência Emília! Estava com saudades de mim? — Clóvis pergunta. — Quem te deu permissão para invadir o meu escritório? — Pergunto nervosa. — Para que tanto nervosismo ao me ver, ainda é apaixonada por mim porque eu não sou por você e, além disso, iremos participar de uma reunião juntos. — Se um dia gostei de você, saiba que me arrependo do ser humano podre que você é. — Saiba Emília que qualquer homem no meu lugar jamais tocará em você quando tirar a roupa. Clóvis sai da minha frente batendo a porta e eu que até então segurava as lágrimas para não chorar, deixo elas caírem uma a uma, na rapidez da minha dor, o celular chama e é Elis. Enxugo rapidamente as lágrimas e bebo água para me recompor, ir a essa reunião para enfrentar o meu desconforto. O pior de tudo é ter que estar presente nessa reunião com esse crápula e fingir que está tudo bem e a senhora Elis ao ver-me fala. — Vamos dar início a nossa reunião, Emília chegou. — Ela fala. Sento-me na cadeira totalmente desconfortável e a reunião era para anunciar infelizmente mais um ano de parceria com Clóvis, ele é dono de uma das maiores empresas de material hospitalar, tentei várias vezes trocar de fornecedores, mas a senhora Elis parece que vive cega e não ver o mau-caratismo desse homem e após ele sair resolvi falar com ela. — Senhora Elis, você prometeu que iria ver o material daquele outro fornecedor que falei. — Emília sempre te dei aval para mandar e desmandar após mim, antes de levantar-te e fazer-te uma mulher inteligente eu já existia, esse hospital já era todo abastecido com os materiais do pai de Clóvis, mas saiba que só poderá fazer mudanças aqui quando eu morrer lembre-se que você assinou um documento no passado, não se esqueça disso a qualquer momento cobrarei o favor aqui é uma mão lavando a outra. Ela levanta da cadeira e sai sem olhar para trás, arrepio toda a vez que ela me lembra desse documento. Ao voltar para o meu escritório quem me espera agora é Alicia e ela ao ver-me. — Irmã, que cara é essa? — Ela pergunta vindo abraçar-me. — Hoje Clóvis esteve aqui! E o pior, a senhora Ellis lembrou do documento que assinei sem ler. — O que será que está escrito nesse documento, acho que não é algo ruim Emília, se fosse ela não teria colocado nas suas mãos esse império de hospitais para cuidar e cuida de tudo com eficiência, você tem um coração humano e sensível, todos te amam aqui. — Às vezes penso como você Alicia, mas a cada vez que ela fala sinto uma energia nada boa, sei que não é algo bom. — Vamos almoçar juntas hoje — Alicia fala sorrindo e abraçando-me. Não consigo negar nada para esse sorriso dela, a minha irmã é a coisa mais importante da minha vida, a minha única família, sempre só tivemos uma a outra para nos ajudar nos dias tristes. Durante o horário do almoço, Alicia veio buscar-me para irmos juntas e conversamos sobre a sua vida pessoal e sobre o seu namoro com o Dr. Castro. — Alicia quando vai casar irmã? Já que se formou, quero ver você formando a sua e ter ao menos um sobrinho, aí, sim, ficarei satisfeita. — Falo seria. — O que é isso, Emília ainda verei você se casando primeiro que eu. — Alicia fala ao sorrir. — Alicia eu casando!? Quem casaria comigo? Nessas condições, já estou com 31 e nada. — Você é linda por dentro e por fora e eu tenho certeza que você vai encontrar alguém que te ame do jeito que você é. Alicia sempre me diz isso desde que somos crianças e até hoje estou solteira, o único traste que apareceu desiludiu-me de que alguém possa amar-me verdadeiramente como eu sou.Recuperei-me do porre que tomei e deu certo para viajarmos e em algumas horas estaremos em Austin e quando chegamos já tinha um motorista nos esperando e a minha vontade era de sair para badalar, mas como continuo recuperando-me do último porre, amanhã tem mais coisas divertidas para fazer inclusive rever alguns amigos e Yan observa-me. — Por que me olha assim Yan? — Pergunto durante o caminho. — Estou pensando na reação quando a sua mãe souber que você está aqui! — Até eu queria ver, dona Elis vai se arrepiar dos pés a cabeça. — Você foi tudo de ruim mesmo Tarso? Recuso-me acreditar que você é tão temido por aqui, você tem várias passagens pela polícia, mas eu não sinto que você seja assim. — Não sou um santo, poucas pessoas conseguem enxergar a nossa alma, o nosso coração lembra de como nos conhecemos e viramos amigos, a gente só tinha sonhos e não era dinheiro, é por isso que até hoje somos amigos. Bato levemente no seu ombro e fomos para um hotel descansar e no dia segu
O bom de trabalhar nesse hospital é que não tenho tempo de pensar em mim, somente no próximo subo e desço nos elevadores resolvendo todo e qualquer problema burocrático daqui e das outras unidades depois da senhora Elis eu que respondo por tudo. Nunca sonhei em administrar tamanho hospital, mas com o tempo aprendi a amar e a entender que nem tudo na vida é como a gente quer e a minha realidade vem desde que eu sou criança. Vivo somente para ajudar os outros até o dia que Deus me permitir. Voltar para a casa sempre é maravilhoso, deito-me no sofá e estico as pernas e a campainha toca, bufo olho a hora no relógio e imagino que não possa ser Alicia uma hora dessas, pois ela está com o seu namorado, surpresa também não é, levantei com todo o sacrifício e ao abrir a porta deparo-me com Alicia aos prantos. — Minha irmã o que aconteceu porque está assim? — Pergunto aflita. — Castro terminou comigo? — Alicia fala chorando. — Mas isso não é tão ruim assim Alicia você é jovem, tem vi
Após ser preso tive direito ao menos um telefonema até porque no passado fui um visitante assíduo dessa delegacia e agora voltei, liguei imediatamente para Yan em plena madrugada quero ver se ele é o meu amigo é agora. O telefone chama, chama e enfim Yan atendeu. — Tarso, Alô? — Yan fala do outro lado da linha. — Estou preso Yan quero você aqui e agora. Ouvi só a sua respiração do outro lado da linha, e desligou o telefone e sem muita conversa alguns minutos foram necessários e ele finalmente chegou se identificando e ao ver-me ela põe a mão na cintura. — Você está aqui de propósito, não é? Yan pergunta. — Lógico que não Yan, aquela turma toda é para você defender pode pagar a fiança de todos. — Tarso, você é o homem mais louco que conheci na vida e o pior sem limites, sem rédeas. Sorriu debochando dele e Yan em plena madrugada começa soltando a turma, menos Kell porque a Ferrari é minha, na cela de frente para a dele Kell e eu discutimos devido à aposta e enfim chegamos
Passei um momento em choque após a senhora Elis exigir que me case com Tarso eu não estava acreditando levantei-me do sofá e fiquei em silêncio por alguns minutos e só assim a voz voltou. — A senhora está brincando, não é senhora Elis? é, eu e Tarso não temos nada a ver um com outro, não tem outra maneira. — Falo nervosa e a senhora Elis me interrompi. — Não tem Emília, o acordo foi feito anos atrás que um dia eu cobraria tudo o que investi em você e na Alicia e caso não aceite o que estou impondo, dê adeus ao seu cargo geral dos hospitais Navarro e Alicia, a sua residência em um dos melhores hospitais dessa cidade que você sabe muito bem que não há melhor do que o meu hospital. — Eu aceito, a senhora sabe da gratidão que tenho por apostar tão alto em mim e na Alicia e não serei ingrata a tal ponto, o que vou ter que fazer? Sabe que Tarso vai recusar o casamento como uma desconhecida. — Pergunto aflita. — Você é uma garota de ouro, Emília, você é meiga, linda, doce, educada, pa
Penso e repenso no que a minha mãe falou, bufo de raiva só em pensar que estou nas mãos dela, esmurro a parede, quem diabos é Emília, quem será essa mulher e o quanto ela recebeu para viver essa farsa do meu lado.Já estava com fome e não aceito comida daqui não posso confiar em ninguém, maldita hora que esse juiz foi se envolver com a minha mãe, pergunto-me por onde anda Yan não estou acreditando que pela primeira vez terei que ceder a ela.E enfim Yan aparece com uma marmita, ele olha-me desolado e fala.— Pelo menos consegui mais uma visita, sabia que a sua mãe conseguiu impedir a minha entrada aqui, subornei um pouco e aqui estou eu, odeio trabalhar assim, mas às vezes não tenho saída.— Estou morrendo de fome Yan, a minha mãe veio aqui. — Falo — Sério e aí o que conversaram? — Yan pergunta.— Ela quer que eu me case com uma mulher que nem sei quem é, segundo ela para tentar limpar a minha imagem e o nosso bendito sobrenome.— Sério isso? Casamento como uma mulher que você não co
Ao sair do hospital eu não andava, flutuava porque eu não me sentia bem, e no estacionamento Allan e Esaú os dois ao me ver vem na minha direção. — Emília! — Grita Allan. Olho para trás em silêncio e os espero, pelo semblante deles já sei que eles devem estar sabendo o que está acontecendo e os mesmos cercam-me. — Algum problema que eu posso ajudar? — Pergunto disfarçando um pouco a minha tristeza. — É você que irá casar com Tarso? — Esaú pergunta. — Sim, — respondo baixando a cabeça. — O que está acontecendo? Mamãe foi capaz de propor uma loucura dessa? — Allan pergunta. — Meninos sei que vocês estão sem entender nada, a única coisa que peço é que vocês me entendam e no momento certo vocês irão saber o porquê estou fazendo tudo isso, e só assim vocês poderão julgar-me. — Falo totalmente perdida. — Mas Emília. Entrei no meu carro e o dirijo completamente perdida, jamais seria capaz de pôr os filhos da senhora Elis contra ela, sei que se eles descobrirem um dia a verda
Deito-me na cela olhando a foto da Emília, estou sem acreditar que ainda vou ter que passar a noite aqui, mas enfim aguardarei até amanhã, Yan não voltou mais para me dar alguma notícia, e acabei adormecendo. No dia seguinte acordei com o agente policial chamando. — Acorda playboy está solto, o seu advogado está esperando. — Já era sem tempo, estou louco para tomar um banho. — Falo levantando-me. Saio de cabeça erguida e Yan já me esperava para conversar comigo e pelo que vejo parece que ele não dormiu bem também! — Tarso por favor venha vamos conversar procurei a sua mãe, ela quer que você case em dois dias, casamento tradicional, com tudo o que tem direito e mais ela quer o seu passaporte para ter a certeza que não vai fugir e nem causar mais uma vergonha, a sua carteira de habilitação está suspensa e não poderá se ausentar da cidade. — Um verdadeiro prisioneiro, quero muito ir para o hotel, tomar um banho e beber um café bem forte, já que estou livre, quero ir até à casa da m
Se já estava nervosa ao ver Tarso pessoalmente, mudei de cor quando ele falou sobre a lua de mel foi impossível os olhos não arregalar com tamanha ousadia do mesmo, mas Elis me garantiu que ele estava brincando e após conversarmos sento-me no sofá e a senhora Elis me olha. — O porquê está assim Emília, se acalme, Tarso não vai te fazer nenhum mal. — Senhora Elis como me sentir segura Tarso saiu da cadeia. — Falo preocupada. — Dou-lhe a minha palavra Emília e deixa de ser medrosa, vamos para a guerra, só se preocupe em estar pronta para esse casamento e com Allan e Esaú eu me entendo não fique se explicando para ninguém e vá para onde Tarso for e nade conforme a maré, um dia Tarso vai ceder a alguém. Fico mais insegura com as suas palavras ao entrar no carro, respiro fundo e lembro do sorriso do Tarso, lembro que pelo menos já comprei o vestido dirigi rapidamente para o trabalho e ao chegar imediatamente enviei uma mensagem para Mirtes para saber se Alicia já se levantou confesso qu