Recuperei-me do porre que tomei e deu certo para viajarmos e em algumas horas estaremos em Austin e quando chegamos já tinha um motorista nos esperando e a minha vontade era de sair para badalar, mas como continuo recuperando-me do último porre, amanhã tem mais coisas divertidas para fazer inclusive rever alguns amigos e Yan observa-me.
— Por que me olha assim Yan? — Pergunto durante o caminho. — Estou pensando na reação quando a sua mãe souber que você está aqui! — Até eu queria ver, dona Elis vai se arrepiar dos pés a cabeça. — Você foi tudo de ruim mesmo Tarso? Recuso-me acreditar que você é tão temido por aqui, você tem várias passagens pela polícia, mas eu não sinto que você seja assim. — Não sou um santo, poucas pessoas conseguem enxergar a nossa alma, o nosso coração lembra de como nos conhecemos e viramos amigos, a gente só tinha sonhos e não era dinheiro, é por isso que até hoje somos amigos. Bato levemente no seu ombro e fomos para um hotel descansar e no dia seguinte saímos bem cedo para olhar a casa que comprei. Quando o carro se dirigia para o endereço lembro o quanto gostava de andar de skate com os meus amigos aqui nessas ruas quando criança e a casa que mandei comprar não é tão longe da casa da minha mãe e ao chegar em frente a casa, o carro para e entramos imediatamente na casa. — Aqui está a sua casa, precisa de uma reforma. — Yan fala. — Sim, pode marcar a reforma, agora preciso ir buscar o meu carro Porsche, preciso guardá-lo aqui. — Falo tranquilo. — E o quê Tarso? É isso mesmo que ouvi você mandou trazer aquele carro para cá que foi apreendido uma vez na outra cidade, você não vai inventar de praticar racha aqui não né. — Yan fala nervoso. — Relaxa Yan é só uma brincadeira. — Aquele maldito carro está no meu nome e eu pensando que você tinha aprendido a lição, já sabe que se pegarem você aqui praticando isso de novo vai ser preso e não a fiança nesse mundo que solte você. — Adoro ver você assim nervoso, estou com saudades de uma adrenalina. — Vai pular de paraquedas, saltar de avião, são esportes de testar o coração. Quer ver Yan nervoso é só falar em adrenalina para ele, mas no final ele sempre acaba cedendo às minhas exigências, mas mal sabe ele que o carro é outro modelo e zero. Entramos no nosso carro e fomos ver se o meu brinquedo conversível chegou e a cara do Yan ao ver o carro zero e modelo ultrarrápido. — Seja lá o que você esteja aprontando Tarso, não me meta em confusões esse carro está no nome de quem? — Yan pergunta aflito. — Em nome de ninguém, dei um jeitinho dele chegar aqui sem passar por fiscalização. — Você é o diabo, não dá para ser correto do teu lado, vou desistir de você está ouvindo né! — É bom ser errado às vezes! Entro no meu novo carro e deixo ele sozinho e fui para onde sempre fui bem-vindo na periferia e ao chegar na rua simples os olhares se voltam para mim e parei na oficina velha do antigo amigo o Kiko e ele ao ver-me. — Loiro Navarro é você cara? — Kiko pergunta sem acreditar que sou eu. — Sou eu mesmo brother. — Falo e o abraço. — Pensei que estava preso não tinha mais ouvido falar em você cara. — Estou solto, não tenho medo de cadeia! — Você não tem medo, mas a sua mãe, sim. Você sempre foi um riquinho da pá virada. — E como sou, mas tarde tem racha como nos últimos tempos? — Pergunto. — Não está tendo porque o rei tinha ido embora, mas como ele voltou podemos organizar um hoje, mas tenho medo de ser preso loiro, construí família tenho esposa e filho sabe como é. — Não sei como é, mas se formos presos soltarei toda a turma. — Loiro você é diferente demais da sua família, a humildade aqui nesse coração resplandece. Kiko fala e leva-me para falar com a galera e almocei com ele na sua casa, conheci a sua família, conversamos por horas e vejo o quanto a sua condição financeira é difícil, mas ele está de pé firme e forte vou falar com Yan para ajudá-lo e quando foi a noite fomos para uma festinha particular e lá encontrei outros amigos, bebi, dancei um pouco só não fiquei com as mulheres que aqui estão e após toda a nossa comemoração cada um entra no seu carro e fomos relembrar os velhos tempos, e ao chegarmos na pista tem uns playboys nos esperando. — Olha aí se não é o playboy da família Navarro. — Kell fala vindo na minha direção. — Sou eu, sim, está com medo de mim? — Não tenho medo do playboy mimado. — Se eu ganhar essa corrida o prêmio será essa sua, Ferrari? — Pergunto mordendo o lábio. — Negócio fechado Navarro e se eu ganhar? Kell pergunta e fui até o meu o carro e retiro a mala repleta de dinheiro e levo até a ele, o mesmo fica de boca aberta, e a sua turma o incentiva entramos nos nossos carros e ficamos pareados, e que adrenalina maravilhosa como é bom reviver isso, ouvir os barulhos dos motores e quando foi dada a largada pisei fundo no acelerador, se existir algo melhor do que dirigir um carro em alta velocidade desconheço emoção maior, olho rapidamente pelo retrovisor e o maldito do Kell eu nunca perdi um, racha na minha vida e não vai ser hoje que irei perder, mas a medida em que eu cantava a vitória por ganhar o seu carro, barulhos de sirene da polícia ecoavam vindos na nossa direção freamos de uma vez, mas era tarde demais fomos simplesmente cercados por viaturas da polícia. — Desçam dos carros os dois com as mãos para cima. Kell e eu descemos lentamente de mãos para cima e um dos agentes me reconheceu. — Ora, ora se não é um velho conhecido da polícia, Tarso Navarro, andava sumido, mas resolveu aparecer, não teve sorte hoje playboys todos presos. E para ficar pior do meu lado o outro agente da polícia achou o dinheiro na mala e quando chegamos na delegacia o restante da turma do (racha) estava lá, como não é a primeira vez que visito uma delegacia só me restou chamar Yan para soltar a galera e enfim amanhã estarei nos jornais para o infarto da senhora Elis Navarro por eu estar de volta.O bom de trabalhar nesse hospital é que não tenho tempo de pensar em mim, somente no próximo subo e desço nos elevadores resolvendo todo e qualquer problema burocrático daqui e das outras unidades depois da senhora Elis eu que respondo por tudo. Nunca sonhei em administrar tamanho hospital, mas com o tempo aprendi a amar e a entender que nem tudo na vida é como a gente quer e a minha realidade vem desde que eu sou criança. Vivo somente para ajudar os outros até o dia que Deus me permitir. Voltar para a casa sempre é maravilhoso, deito-me no sofá e estico as pernas e a campainha toca, bufo olho a hora no relógio e imagino que não possa ser Alicia uma hora dessas, pois ela está com o seu namorado, surpresa também não é, levantei com todo o sacrifício e ao abrir a porta deparo-me com Alicia aos prantos. — Minha irmã o que aconteceu porque está assim? — Pergunto aflita. — Castro terminou comigo? — Alicia fala chorando. — Mas isso não é tão ruim assim Alicia você é jovem, tem vi
Após ser preso tive direito ao menos um telefonema até porque no passado fui um visitante assíduo dessa delegacia e agora voltei, liguei imediatamente para Yan em plena madrugada quero ver se ele é o meu amigo é agora. O telefone chama, chama e enfim Yan atendeu. — Tarso, Alô? — Yan fala do outro lado da linha. — Estou preso Yan quero você aqui e agora. Ouvi só a sua respiração do outro lado da linha, e desligou o telefone e sem muita conversa alguns minutos foram necessários e ele finalmente chegou se identificando e ao ver-me ela põe a mão na cintura. — Você está aqui de propósito, não é? Yan pergunta. — Lógico que não Yan, aquela turma toda é para você defender pode pagar a fiança de todos. — Tarso, você é o homem mais louco que conheci na vida e o pior sem limites, sem rédeas. Sorriu debochando dele e Yan em plena madrugada começa soltando a turma, menos Kell porque a Ferrari é minha, na cela de frente para a dele Kell e eu discutimos devido à aposta e enfim chegamos
Passei um momento em choque após a senhora Elis exigir que me case com Tarso eu não estava acreditando levantei-me do sofá e fiquei em silêncio por alguns minutos e só assim a voz voltou. — A senhora está brincando, não é senhora Elis? é, eu e Tarso não temos nada a ver um com outro, não tem outra maneira. — Falo nervosa e a senhora Elis me interrompi. — Não tem Emília, o acordo foi feito anos atrás que um dia eu cobraria tudo o que investi em você e na Alicia e caso não aceite o que estou impondo, dê adeus ao seu cargo geral dos hospitais Navarro e Alicia, a sua residência em um dos melhores hospitais dessa cidade que você sabe muito bem que não há melhor do que o meu hospital. — Eu aceito, a senhora sabe da gratidão que tenho por apostar tão alto em mim e na Alicia e não serei ingrata a tal ponto, o que vou ter que fazer? Sabe que Tarso vai recusar o casamento como uma desconhecida. — Pergunto aflita. — Você é uma garota de ouro, Emília, você é meiga, linda, doce, educada, pa
Penso e repenso no que a minha mãe falou, bufo de raiva só em pensar que estou nas mãos dela, esmurro a parede, quem diabos é Emília, quem será essa mulher e o quanto ela recebeu para viver essa farsa do meu lado.Já estava com fome e não aceito comida daqui não posso confiar em ninguém, maldita hora que esse juiz foi se envolver com a minha mãe, pergunto-me por onde anda Yan não estou acreditando que pela primeira vez terei que ceder a ela.E enfim Yan aparece com uma marmita, ele olha-me desolado e fala.— Pelo menos consegui mais uma visita, sabia que a sua mãe conseguiu impedir a minha entrada aqui, subornei um pouco e aqui estou eu, odeio trabalhar assim, mas às vezes não tenho saída.— Estou morrendo de fome Yan, a minha mãe veio aqui. — Falo — Sério e aí o que conversaram? — Yan pergunta.— Ela quer que eu me case com uma mulher que nem sei quem é, segundo ela para tentar limpar a minha imagem e o nosso bendito sobrenome.— Sério isso? Casamento como uma mulher que você não co
Ao sair do hospital eu não andava, flutuava porque eu não me sentia bem, e no estacionamento Allan e Esaú os dois ao me ver vem na minha direção. — Emília! — Grita Allan. Olho para trás em silêncio e os espero, pelo semblante deles já sei que eles devem estar sabendo o que está acontecendo e os mesmos cercam-me. — Algum problema que eu posso ajudar? — Pergunto disfarçando um pouco a minha tristeza. — É você que irá casar com Tarso? — Esaú pergunta. — Sim, — respondo baixando a cabeça. — O que está acontecendo? Mamãe foi capaz de propor uma loucura dessa? — Allan pergunta. — Meninos sei que vocês estão sem entender nada, a única coisa que peço é que vocês me entendam e no momento certo vocês irão saber o porquê estou fazendo tudo isso, e só assim vocês poderão julgar-me. — Falo totalmente perdida. — Mas Emília. Entrei no meu carro e o dirijo completamente perdida, jamais seria capaz de pôr os filhos da senhora Elis contra ela, sei que se eles descobrirem um dia a verda
Deito-me na cela olhando a foto da Emília, estou sem acreditar que ainda vou ter que passar a noite aqui, mas enfim aguardarei até amanhã, Yan não voltou mais para me dar alguma notícia, e acabei adormecendo. No dia seguinte acordei com o agente policial chamando. — Acorda playboy está solto, o seu advogado está esperando. — Já era sem tempo, estou louco para tomar um banho. — Falo levantando-me. Saio de cabeça erguida e Yan já me esperava para conversar comigo e pelo que vejo parece que ele não dormiu bem também! — Tarso por favor venha vamos conversar procurei a sua mãe, ela quer que você case em dois dias, casamento tradicional, com tudo o que tem direito e mais ela quer o seu passaporte para ter a certeza que não vai fugir e nem causar mais uma vergonha, a sua carteira de habilitação está suspensa e não poderá se ausentar da cidade. — Um verdadeiro prisioneiro, quero muito ir para o hotel, tomar um banho e beber um café bem forte, já que estou livre, quero ir até à casa da m
Se já estava nervosa ao ver Tarso pessoalmente, mudei de cor quando ele falou sobre a lua de mel foi impossível os olhos não arregalar com tamanha ousadia do mesmo, mas Elis me garantiu que ele estava brincando e após conversarmos sento-me no sofá e a senhora Elis me olha. — O porquê está assim Emília, se acalme, Tarso não vai te fazer nenhum mal. — Senhora Elis como me sentir segura Tarso saiu da cadeia. — Falo preocupada. — Dou-lhe a minha palavra Emília e deixa de ser medrosa, vamos para a guerra, só se preocupe em estar pronta para esse casamento e com Allan e Esaú eu me entendo não fique se explicando para ninguém e vá para onde Tarso for e nade conforme a maré, um dia Tarso vai ceder a alguém. Fico mais insegura com as suas palavras ao entrar no carro, respiro fundo e lembro do sorriso do Tarso, lembro que pelo menos já comprei o vestido dirigi rapidamente para o trabalho e ao chegar imediatamente enviei uma mensagem para Mirtes para saber se Alicia já se levantou confesso qu
Quem pensava que eu não ia convidar os meus amigos da periferia estavam todos enganados, mandei convite para geral, roupa e tudo porque os conheço e sei que eles não viriam se misturar ao meu mundo real, a minha quase desmaiou quando pedi os convites para enviar a eles e se não causar impacto não sou eu. Se eu pudesse teria feito uma despedida de solteiro, a minha vida também não será um mar de rosas do lado da mulher correta que vive só para estudar e trabalhar. Acordei e Yan já me esperava ele estava mais perfeito que eu que sou o noivo. — Yan bom dia você vai casar também? — Pergunto porque sei como irritá-lo. — Você é demais Tarso, olha a hora! Fica estranho a noiva chegar antes do noivo. — É já eu fico arrumado e lindo, acordei de bom humor. — Falo. Como sempre bebi água e comi uma fruta, tomei banho e na hora de vestir-me pedi ajuda a Yan porque não sei nem como usar uma gravata. Ele vem até o meu quarto e começa a arrumar-me e no pequeno espelho olho-me passo a mão