Finalizo o quinto relatório que tenho que revisar e mandar para meu pai, para que ele possa apenas assinar. Confesso que prefiro a ação, a adrenalina de comandar o transporte das cargas, os leilões de mulheres e o prazer de matar os traidores. Porém, fazer a parte burocrática faz parte do meu treinamento para sub-chefe, e isso é algo que eu entendo e aceito de bom grado para um dia poder exercer meu desejado cargo, com excelência. Bufo, esfregando as temporas já com a vista cansada de tantas letras pequenas e da luz que o computador reflete. Minha atenção é roubada de meus próprios pensamentos por vozes que vem do lado externo da minha sala, sem aviso prévio, a porta é aberta e Angelina entra por ela sendo seguida pela minha secretária eufórica. —Senhorita...- trava na porta assim que me vê. — Me desculpe senhor, eu disse que não queria ser incomodado. - Se apressa em justificar, tomando o braço de Angelina. — Me solta! - sua voz doce tenta ser severa mas são quase como um
10:32AM18 de janeiro.Sabe quando o seu dia anterior é tão insano e inimaginável que quando você acorda no dia seguinte, acha que tudo foi um sonho? Foi o que aconteceu, acordar e ver Alessandro do meu lado após três segundos de olhos fechados achando que tinha vivido apenas um sonho estranho, me jogou de volta a realidade. O homem que estava do meu lado na cama foi simplesmente meu melhor amigo a vida toda, o qual eu brinquei, briguei, chorei, ri, e confiei. E agora confiei mesmo, o suficiente para entregar a coisa mais valiosa que eu tinha pra mim, minha pureza. Ele é muito bonito, não é algo que pode se negar só que eu nunca o vi com olhos de malícia e atração, o que me trouxe até ele ontem foi o desespero e ouso até dizer que o bom senso, porque, se eu tivesse escolhido qualquer outro para participar desse plano, eu estaria condenando um inocente a morte e tornando o que era um problema meu, o de outra pessoa também. E isso não seria justo. Foi incrível, não é algo que eu posso
DUBLIN, IRLANDA.20 de Janeiro.9:56AM- Não tem ninguém aqui?! - grito passando pelo hall e pela sala de estar, dou meia volta, deixando a mala de rodinhas na sala mesmo e ando até a sala de jantar onde acho eles tomando café da manhã. - Voltei. - respiro fundo, soltando o ar pela boca e sorrio.- Minha filha. - minha mãe se levanta para me abraçar.- Oi mamãe. Demorei quase um mês e meio...estava com saudades. - beijo seu rosto e depois vou até meu pai, sentado na cabeceira da mesa para dar um beijo em sua bochecha.- Está linda. - me abraço. - Como foi a viagem?- Cansativa.-Sente-se. - minha mãe chama para eu me sentar no lugar de sempre e eu o faço. - Deveria ficar mais em casa, eu morro sem você aqui. - acabo sorrindo carinhosamente de seu típico drama. Somos muito unidas e cúmplices, ela é como minha melhor amiga e eu não consigo esconder nada dela. Faz muita falta quando fico distante.- Vocês aproveitam muito sem mim, isso sim. - olho atrevida para os dois enquanto estou en
Dia seguinte....21 de janeiro, 09:12AMLargo todas as coisas que estava fazendo no quarto e me jogo na cama, atendendo o telefone que tocava insistentemente. - Bom dia! - digo para Alessandro, na Rússia agora são 11H mas aqui em Dublin são 9h, o fuso horário não é muito grande mas faz uma pequena diferença.- Bom dia... O que está fazendo? - Dá para saber que ele está sorrindo agora, pela maneira que sua voz soa.- Estava arrumando o closet, colocando minhas roupas de volta no lugar e todas as compras que eu fiz. - respondo ele também sorrindo. - E você? Como está? E o que está fazendo?- Estou indo para a sede. E não perca tempo desfazendo as malas já vai refaze-las em breve.- Ainda faltam alguns dias. - falo tentando parecer normal com essa ideia, e não preocupada como realmente estou. - O Peter falou com meu pai, foi reclamar do final do noivado, passou na minha frente. E eu...disse pro meu pai que o casamento acabou porque eu notei que não gostava do Peter, e pra justificar par
Rússia, Moscou 21 de janeiro, 08:20AMAssim que tomo meu lugar na mesa do café da manhã, me sirvo uma xícara de café puro, sem açúcar, do jeito que gosto. Encaro meus pais e dou um breve sorriso quando dizem "bom dia".- Tenho um comunicado a fazer. - anúncio sério.- É algo ruim? - Pergunta minha mãe, preocupada.- É bom não ser, notícias ruins no café da manhã não caem bem. - Meu pai interfere sério.- Não é nada ruim... É algo bom. Muito bom... Pra mim. - Dou um sorriso de lado com os pensamentos.- Então conta, filho. - sorri minha mãe, estimulando com o olhar mais leve. - Angelina está voltando para cá e vai ficar de vez... Agora ela é minha.O barulho do garfo do meu pai caindo sobre o prato, é o único som que se faz no ambiente, ele me olha surpreso. Já minha mãe, congela no lugar, ficando ainda mais pálida.- Alessandro...- Começa. - Ela aceitou isso?- Obvio que sim! - Arqueio a sombrancelha pra ela, ofendido.Meu pai acaba por abrir um sorriso. - Finalmente, meu filho. Já
16:35PMBato a caneta na mesa impaciente ouvindo Jhoana falar mas não presto atenção realmente, meus pensamentos como sempre estão naquela ruiva. Ela tinha realmente ir embora? Um lado da minha mente diz que sim, ela tem obrigações, mas o outro lado não aceita que ela fique longe de mim sequer um dia, não depois de ter sido minha.- Então vamos fazer a ligação entre a Itália e a Grécia... Mas os gregos estão impondo limites. Estão querendo mais dinheiro... - Bate na mesa. Jhoana para de falar e isso chama minha atenção. -Isso é um absurdo. - Digo sério, irritadiço.- Vou ligar e dizer para aquele velho que se ele não abaixar a crista, mato todos eles.Ela arregala os olhos, confusa. - Ei...calma, está tudo bem? Você não me parece normal esses dias... Está distante, desatento, estressado, chateado... O que está havendo Alessandro? Jhoana me conhece bem, somos amigos de longa data e ela sabe quando estou mal. Ela é minha parceira na sede e sempre está envolvida nos meus projetos. -
Dublin, irlanda1 de fevereiro, 12:25AM- Bom diaaa! - Digo animada entrando na sala de treinamento com uma corridinha e pulo no colo de Barry, o abraçando ao envolver minhas pernas em seu quadril. Ele segura meu corpo mas mantém uma distância segura do seu rosto com o meu, ele é assim, meio travado. Acho que tem medo de ser desrespeitoso, mas eu sempre fiz isso quando estava animada e ele sempre abre um belo sorriso ao ver minha alegria, e também fica triste e preocupado ao me ver triste.- Bom dia. - responde sorrindo ao me devolver para o chão com cuidado e dá um passo para trás. - Está feliz hoje, isso é bom porque temos muito o que fazer e você tem uma missão importante essa semana. - Ainda bem...estava tudo tão parado nessa questão. - comento. Nos últimos dias não teve missão para mim, e eu gosto de ir.- Vou te explicar tudo, mas antes...- retira um dardo do bolso e sorri.- Okay...vamos lá. - Pego de sua mão andando até a linha que coloca limite entre nós e o alvo. — Comece
Rolo no colchão para o outro lado, achando uma posição mais confortável para segurar o celular.- Coloca a Esther na chamada. - Peço para Nádia do outro lado. - Espera aí, vou pôr. - a inclui no grupo e a convida para chamada de vídeo.- Hola... - Ela atende sorrindo e nos cumprimenta em espanhol. - Angel, como está?- Eu estou bem...bem ferrada. E você?- Ferrada? Por que? - Pergunta curiosa depois de abrir um pouco demais os olhos por minha resposta. - Um cara aí, disse que eu sou dele.- Meu primo. - Nádia conta.- Agora tenho que voltar pra Rússia e resolver isso. Nunca ...nunca deixe um russo tirar sua virgindade. - aponto para tela, batendo a unha na mesma como se estivesse no rosto dela. - Alessandro Petrov? - Arregala os olhos ao perguntar. Então ela já o conhece, deve ser porque Nadia disse que se tratava sobre o primo dela. - Esse aí. Conheceu o Alessandro? - sorrio abertamente. - o que achou dele?Com certeza não deve ter achado algo ruim..- Ele foi gentil comigo... Ma