CAMILA — Não, Barry... Eu não preciso de uma cartão. Eu não quero ficar torrando o seu dinheiro. - Digo para ele na mesa de chá.— Mas eu preciso que tenha um cartão, é a única forma de suprir suas necessidades sem ter que me pedir sempre, precisa da sua independência. - Me empurra o cartão na mesa quando seu telefone toca, o fazendo bufar. — Com licença... Eu já volto. É o Estevan.— Vá... - Maira gesticula no ar para que ele saia. — Morango ou camomila? - Pergunta oferecendo os bules de chá. Suspiro cansada, não quero parecer ingrata ou orgulhosa em não aceitar o dinheiro do Barry só que depois do que houve com meus pais não quero que ele pense que eu sou uma interesseira. — Ah... Pode ser camomila. Obrigada... - Sorrio quando ela me serve.— Esses biscoitos amanteigados estão tão duros que parecem parte da mesa. - Joga de volta no pires. — Um terror. - Limpa as mãos no guardanapo.Sorrio e olho para os biscoitos mas só de ver sinto repulsa fazendo um careta afastando o prato.O
BARRY O'CONELL Entro no quarto, a encontrando com uma expressão nada boa enquanto passa os canais de TV.— O que foi? Parece inquieta. - vejo ela tremer a perna.— Nao é nada. - Responde seca, apertando os botões com mais força. — Nada? - Entro no closet, pendurando o terno e volto para o quarto. — Se ouve algo eu quero saber, eu não tenho o dom da adivinhação.— Não estou pedindo para adivinhar alguma coisa, se eu disse que não é nada, e porque não é nada. - Mexe os ombros ao dizer como se fosse óbvio. Noto que não é a primeira vez está semana que ela está assim, provavelmente são os hormônios da gravidez a afetando, respiro fundo, afrouxando minha gravata até tirá-la, abrindo dois botões da camisa. — Levanta. - Ordeno.Ela me encara e franze o cenho. — Não... Quero ficar quieta.A encaro sério, sem dizer nada com meus braços cruzados. Ela tenta me ignorar mas meu olhar pesa sobre ela a cada segundo, fazendo ela desistir e se levantar, vindo até mim e parando a minha frente.— O
ANGELINA PETROV IRLANDA, DUBLIN Sorrio quando meu pai me abraça e todos aplaudem. Ele finalmente me passou o cargo, finalmente me deu o título de chefe da O'neill, e eu estou muito feliz por tudo que conquistei até agora, por ter meu marido, meu bebê que ainda está em minha barriga, por ter amigos e amigas tão bons, por ter uma relação tão forte e boa, por ter conseguido orgulhar meus pais e ter conseguido fortes parcerias para a O'neill por meu próprio mérito. Brindo com meus pais e Alessandro, indo até seus braços para receber os parabéns e depois devolvo a taça a ele.— Nada de álcool para mim. - pisco e ele sorri enquanto Assente, deixando um beijo em minha testa. — Estou orgulhoso, eu disse que seria a mulher mais poderosa do mundo, e você está se tornando, não por mim mas por seus próprios méritos, você é a melhor e está provando de que não precisa de homem algum. — Não preciso...mas é bom ter você ao meu lado. - o beijo e ergo a sobrancelha. — Na verdade, tem um homem que
Finalizo o quinto relatório que tenho que revisar e mandar para meu pai, para que ele possa apenas assinar. Confesso que prefiro a ação, a adrenalina de comandar o transporte das cargas, os leilões de mulheres e o prazer de matar os traidores. Porém, fazer a parte burocrática faz parte do meu treinamento para sub-chefe, e isso é algo que eu entendo e aceito de bom grado para um dia poder exercer meu desejado cargo, com excelência. Bufo, esfregando as temporas já com a vista cansada de tantas letras pequenas e da luz que o computador reflete. Minha atenção é roubada de meus próprios pensamentos por vozes que vem do lado externo da minha sala, sem aviso prévio, a porta é aberta e Angelina entra por ela sendo seguida pela minha secretária eufórica. —Senhorita...- trava na porta assim que me vê. — Me desculpe senhor, eu disse que não queria ser incomodado. - Se apressa em justificar, tomando o braço de Angelina. — Me solta! - sua voz doce tenta ser severa mas são quase como um
10:32AM18 de janeiro.Sabe quando o seu dia anterior é tão insano e inimaginável que quando você acorda no dia seguinte, acha que tudo foi um sonho? Foi o que aconteceu, acordar e ver Alessandro do meu lado após três segundos de olhos fechados achando que tinha vivido apenas um sonho estranho, me jogou de volta a realidade. O homem que estava do meu lado na cama foi simplesmente meu melhor amigo a vida toda, o qual eu brinquei, briguei, chorei, ri, e confiei. E agora confiei mesmo, o suficiente para entregar a coisa mais valiosa que eu tinha pra mim, minha pureza. Ele é muito bonito, não é algo que pode se negar só que eu nunca o vi com olhos de malícia e atração, o que me trouxe até ele ontem foi o desespero e ouso até dizer que o bom senso, porque, se eu tivesse escolhido qualquer outro para participar desse plano, eu estaria condenando um inocente a morte e tornando o que era um problema meu, o de outra pessoa também. E isso não seria justo. Foi incrível, não é algo que eu posso
DUBLIN, IRLANDA.20 de Janeiro.9:56AM- Não tem ninguém aqui?! - grito passando pelo hall e pela sala de estar, dou meia volta, deixando a mala de rodinhas na sala mesmo e ando até a sala de jantar onde acho eles tomando café da manhã. - Voltei. - respiro fundo, soltando o ar pela boca e sorrio.- Minha filha. - minha mãe se levanta para me abraçar.- Oi mamãe. Demorei quase um mês e meio...estava com saudades. - beijo seu rosto e depois vou até meu pai, sentado na cabeceira da mesa para dar um beijo em sua bochecha.- Está linda. - me abraço. - Como foi a viagem?- Cansativa.-Sente-se. - minha mãe chama para eu me sentar no lugar de sempre e eu o faço. - Deveria ficar mais em casa, eu morro sem você aqui. - acabo sorrindo carinhosamente de seu típico drama. Somos muito unidas e cúmplices, ela é como minha melhor amiga e eu não consigo esconder nada dela. Faz muita falta quando fico distante.- Vocês aproveitam muito sem mim, isso sim. - olho atrevida para os dois enquanto estou en
Dia seguinte....21 de janeiro, 09:12AMLargo todas as coisas que estava fazendo no quarto e me jogo na cama, atendendo o telefone que tocava insistentemente. - Bom dia! - digo para Alessandro, na Rússia agora são 11H mas aqui em Dublin são 9h, o fuso horário não é muito grande mas faz uma pequena diferença.- Bom dia... O que está fazendo? - Dá para saber que ele está sorrindo agora, pela maneira que sua voz soa.- Estava arrumando o closet, colocando minhas roupas de volta no lugar e todas as compras que eu fiz. - respondo ele também sorrindo. - E você? Como está? E o que está fazendo?- Estou indo para a sede. E não perca tempo desfazendo as malas já vai refaze-las em breve.- Ainda faltam alguns dias. - falo tentando parecer normal com essa ideia, e não preocupada como realmente estou. - O Peter falou com meu pai, foi reclamar do final do noivado, passou na minha frente. E eu...disse pro meu pai que o casamento acabou porque eu notei que não gostava do Peter, e pra justificar par
Rússia, Moscou 21 de janeiro, 08:20AMAssim que tomo meu lugar na mesa do café da manhã, me sirvo uma xícara de café puro, sem açúcar, do jeito que gosto. Encaro meus pais e dou um breve sorriso quando dizem "bom dia".- Tenho um comunicado a fazer. - anúncio sério.- É algo ruim? - Pergunta minha mãe, preocupada.- É bom não ser, notícias ruins no café da manhã não caem bem. - Meu pai interfere sério.- Não é nada ruim... É algo bom. Muito bom... Pra mim. - Dou um sorriso de lado com os pensamentos.- Então conta, filho. - sorri minha mãe, estimulando com o olhar mais leve. - Angelina está voltando para cá e vai ficar de vez... Agora ela é minha.O barulho do garfo do meu pai caindo sobre o prato, é o único som que se faz no ambiente, ele me olha surpreso. Já minha mãe, congela no lugar, ficando ainda mais pálida.- Alessandro...- Começa. - Ela aceitou isso?- Obvio que sim! - Arqueio a sombrancelha pra ela, ofendido.Meu pai acaba por abrir um sorriso. - Finalmente, meu filho. Já