ANGELINA O'NEILL Meu reflexo no espelho me condena, é visível que não dormi direito. Mais um dia, ao acordar, retiro a aliança de casamento e coloco na caixinha vermelha. É um hábito que adquiri o qual eu não consigo abrir mão, sempre que durmo sozinha, durmo com minha aliança de casamento, não só a minha como a de Alessandro que é larga demais para meus dedos.Passo a mão por meu corpo, arrumando o vestido e calço sandálias de tiras pretas, deixando meu cabelo solto. Respiro fundo ainda encarando meu reflexo. — Esteja pronta, Angel....porque hoje você pode ouvir a pior das notícias. - digo a mim mesma.[...]— Ela chegou...- Me levanto do lugar na mesa reservada para três no restaurante. Barry escolheu o melhor e mais caro de dublin, ele gosta de surpreender...e eu gosto muito da comida daqui, espero que Camila também gosta.Confesso que a presença dela me deixa um pouco nervosa, não só porque nosso último encontro foi um pouco mal compreendido, eu não queria pedir para ela se a
BARRY O'CONELL— Desculpem....eu tenho que ir. - Olha hesitante de nós para o celular em sua mão pedindo desculpas com o olhar. — Se importa de levar ela, Barry?— De forma alguma, não se preocupe Angelina. Se precisar de algo, me ligue. - Me levanto depois de fazer um gesto para que o garçom traga a conta, e ele faz que sim a cabeça. — Obrigada. -Exibe um sorriso fraco de agradecimento. — Até mais, Camila. - Se aproxima de Camila que se levanta da cadeira para dar dois beijos em seu rosto. — Até mais, Angel... Obrigada pela estadia. - As duas se abraçam por um instante antes de Angel acenar para nós e sair de vista as pressas, quase correndo, o que me faz franzir o cenho em dúvida e preocupação. Assim que o garçom volta com a conta, retiro o dinheiro da carteira e coloco na pasta da comanda, entregando a ele com uma alta gorjeta.— Obrigado, Senhor. Volte sempre. Sorrio sem mostrar os dentes e retiro a chave do carro do bolso, a segurando entre nos dedos enquanto conduzo Camila a
ALESSANDRO PETROVJogo longe a foto de Angelina, a mesma maldita foto que venho encarando a mais de cinco meses todos os dias. A garrafa de vodka antes cheia, em questão de segundos fica pela metade enquanto tomo goles seguidos como se estivesse bebendo água. O álcool além de anestesiar a minha dor, ajuda a queimar em meus lábios e língua o gosto dos lábios dela que meu cérebro faz questão de simular só para me torturar, o gosto dos lábios que Barry o'conell deve estar beijando. — AAAAAAARGH! - rosno, jogando a garrafa de vodka no chão, a quebrando em vários pedaços. [...]— Ela é tão pequena... Tão frágil. - Meu pai diz dentro do quarto, balançando o bebê em seu colo e posso ver do corredor o encanto em seu rosto. — E muito linda...- A voz de minha mãe entrega que ela está com um sorriso no rosto, se sentindo completa. — Finalmente um bebê que se parece comigo...— Eu a amo tanto e muito mais por lembrar você. - Diz a ela. Os ver assim, tão felizes, tão unidos...me causa um pouc
Brentwood, Los Angeles, Califórnia. 19:34ANGELINAMeus pés são pinicados pelo gramado verde quando piso descalça no quintal. A casa tem metros de distância do mar, separados apenas por uma escada de pedras que leva até a areia.O vento forte sopra meu cabelo e ouvir o barulho do mar, da água batendo nas pedras e a lua refletindo nas águas é uma sensação indescritível.— Este é um dos meus lugares favoritos no mundo. - A voz de Barry vem de trás de mim, fazendo-me olhar para ele por cima dos meus ombros. — Também é para mim. — Bem...espero que o ar condicionado esteja funcionando. - Vejo ele olhar para dentro.Realmente está muito calor aqui mesmo com o vento forte. — Ah Barry...estamos na praia, vamos dar um mergulho. - Ando até ele, pegando sua mão e fazendo um esforço descomunal para o puxar em direção as escadas que dão acesso a areia da praia. — Agora? De roupa? - me olha sem acreditar. — Claro que sim! Não seja chato...vem! - Ele me segue e ao descer as escadas iniciamos
BARRY O'CONELL MOSCOW, RÚSSIAAngelina e eu trocamos um abraço forte e longo na calçada do aeroporto e nos separamos um braço de distância, nos encarando.— Boa sorte, Barry. - diz olhando nos meus olhos com um sorriso genuíno. — Obrigada por tudo...por tudo mesmo, por tudo que me ensinou e tudo que significou na minha vida, Obrigada por passar estes meses comigo e passar por todo esse processo de compreendimento comigo. Sabe que eu sempre vou te amar, sempre vou estar disposta por você no que precisar e te desejo tudo de melhor, que ela te aceite e te ame exatamente como você merece, e tenho certeza que ela não irá decepcionar. — Eu também te agradeço por tudo, Angelina, você é muito especial. E eu espero que agora que as coisas estão mais claras, você não esteja mais confusa.— Não, agora eu sei exatamente o que eu quero para minha vida. Quero falar com Alessandro, esclarecer as coisas e pedir desculpas por meus erros, e espero muito que ele tenha mudado, assim como eu. — E se nã
ANGELINA O'NEILL MOSCOW, RÚSSIAFico parada na calçada, encarando a faixada da casa de meus mais em Moscow. Não é uma mansão, é uma casa grande e confortável mas não luxuosa. Não a usamos com frequência por motivos um pouco óbvio, os Petrov sempre nos ofereceram estadia. Mas bom, agora eu jamais teria coragem de pedir a minha madrinha para me deixar ficar na casa dela, temo muito que ela me odeie pela forma com a qual eu saí da Rússia, pela forma que eu deixei o filho dela em pedaços. Ela talvez me compreenda por ter passado por algumas coisas similares, por ter avisado que tudo deveria ser diferente, mas não conto com isso porque eu sei que eu errei muito também, que mesmo que Alessandro tenha feito coisas quase imperdoáveis, eu mesmo sem querer, me vinguei a altura. Não era para ser uma vingança, eu jamais tramaria isso, porém ele teve de volta, Talvez em dobro, toda dor que causou. Eu também não iria ao apartamento que dividi com Alessandro, talvez ele tenha vendido, e também nã
BARRY O'CONELLSeparamos nossos lábios após um beijo longo que me causou uma ereção não bem vinda, estou controlando todos os meus instintos mais selvagens para não fazer o que tanto quero com ela. Para isso tenho que esperar sairmos daqui, nosso vôo sai em pouco mais de uma hora, enquanto isso continuamos aquecidos e a sós dentro do carro. Seu celular toca na bolsa, fazendo com que troquemos um olhar. seus lábios mas paro assim que ouço meu celular toca.— Droga! - ela pragueja quando pega o aparelho, olhando na tela. — Eu avisei que ia começar a tocar. - meu sorriso morre com a expressão de medo que toma o resto dela. — Quem é? Já está tarde, talvez seus pais tenham sentindo sua falta porque ainda não chegou em casa. O nosso vôo sai em meia hora...se quiser falar com eles...—Não são meus pais... - Vira a tela para mim, mostrando no indicador de chamada o nome que faz meu estômago se dobrar "Apollo". Eu respiro fundo. —Eu acabei esquecendo. - Bate na testa. — Não estava indo par
BARRY O'CONELL [....]— É tão linda...- Diz num Murmuro, olhando envolta da sala com a vista aberta para a área externa, de frente para o mar. — Sinta-se a vontade, pode fazer o que quiser aqui, a casa é sua agora.- digo sorrindo até notar sua expressão que em um segundo de distração minha, se tornou perdida e incomodada.— Algum problema?— Nada. É que é visível que acabou de passar um período aqui. Quer dizer, você e a Angelina. Ela disse que a viajem foi muito especial... - Digo olhando em volta ainda Incomodada.— Sim...foi uma boa viagem e significou bastante para nós, porque como eu havia dito, colocamos as coisas no lugar e enxergamos que não nos amavamos da maneira que pensamos, enxergamos que nossos amores estavam em lugares diferentes e não um no outro. - acompanho seu olhar ao redor do cômodo.— É, Eu imagino. Imagino como fizeram para descobrir isso. - Seu olhar vai diretamente para o sofá, pairando por alguns segundos sobre o móvel até que ela fecha os olhos como se tiv