BARRY O'CONELL Bato no sofá para que ele suba, a bola de pelos cinzenta obedecendo ao gesto solta um miado e esfrega a cabeça em meu braço. — Angelina não virá essa semana, ela tem muito trabalho. - Sorrio o pegando no colo para fazer carinho. — O que significa que terá mais espaço para você e eu na cama. - suspiro. — Eu tenho gostado muito de estar com ela, sabe que é o que eu queria há muito tempo. E por mais que eu goste de segurança e estabilidade, que eu quisesse uma esposa e uma mãe para os meus filhos, admito que estar ficando livremente com ela é algo que me agrada, sentir que eu não estou a prendendo a mim como outro fez, sentir que tudo é por obrigação ou por pena. - suspiro. Ele me encara por segundos, me fazendo rir. — Você não é um bom ouvinte, tem muito julgamento em seu olhar. - Ergo as sobrancelhas. — É...vai ser difícil achar um substituto para Camila. Se lembra dela? Eu falei muito dela pra você. Ela sim era boa em me ouvir e aconselhar...e tinha ótimas piadas..
CAMILA VASILIEV Olho pela pequena janela vendo as nuvens ao longe pelo céu azul. Aqui de cima tudo parece tão fácil, tão lindo... Como eu não queria mais descer. — Aperte o sinto, senhorita. Já vamos pousar. - A aeromoça chama minha atenção. Sorrio assentindo de imediato. Aqui estou eu, onde nunca pensei que estaria... Irlanda! Com toda a tensão na Rússia, os roubos de cargas e a separação do meu chefe, esquecemos que acima de tudo isso está a Salazar... Que tem relações comerciais com a Mafia O'neill. As importações de bebidas não podem parar mas, com os roubos precisamos traçar uma nova estratégia de logistica. Se Angelina ainda estivesse na Rússia, eles resolveriam isso rapidamente mas como não há nenhum representante deles lá, tivemos que vir. E também... é a melhor forma de dizer a ela sobre o divórcio que ela terá que assinar assom que chegar, eu iria dizer por telefone quando liguei para o Barry a procura do contato dela, mas com está nova obrigação, a
ANGELINA O'NEILL Meu reflexo no espelho me condena, é visível que não dormi direito. Mais um dia, ao acordar, retiro a aliança de casamento e coloco na caixinha vermelha. É um hábito que adquiri o qual eu não consigo abrir mão, sempre que durmo sozinha, durmo com minha aliança de casamento, não só a minha como a de Alessandro que é larga demais para meus dedos.Passo a mão por meu corpo, arrumando o vestido e calço sandálias de tiras pretas, deixando meu cabelo solto. Respiro fundo ainda encarando meu reflexo. — Esteja pronta, Angel....porque hoje você pode ouvir a pior das notícias. - digo a mim mesma.[...]— Ela chegou...- Me levanto do lugar na mesa reservada para três no restaurante. Barry escolheu o melhor e mais caro de dublin, ele gosta de surpreender...e eu gosto muito da comida daqui, espero que Camila também gosta.Confesso que a presença dela me deixa um pouco nervosa, não só porque nosso último encontro foi um pouco mal compreendido, eu não queria pedir para ela se a
BARRY O'CONELL— Desculpem....eu tenho que ir. - Olha hesitante de nós para o celular em sua mão pedindo desculpas com o olhar. — Se importa de levar ela, Barry?— De forma alguma, não se preocupe Angelina. Se precisar de algo, me ligue. - Me levanto depois de fazer um gesto para que o garçom traga a conta, e ele faz que sim a cabeça. — Obrigada. -Exibe um sorriso fraco de agradecimento. — Até mais, Camila. - Se aproxima de Camila que se levanta da cadeira para dar dois beijos em seu rosto. — Até mais, Angel... Obrigada pela estadia. - As duas se abraçam por um instante antes de Angel acenar para nós e sair de vista as pressas, quase correndo, o que me faz franzir o cenho em dúvida e preocupação. Assim que o garçom volta com a conta, retiro o dinheiro da carteira e coloco na pasta da comanda, entregando a ele com uma alta gorjeta.— Obrigado, Senhor. Volte sempre. Sorrio sem mostrar os dentes e retiro a chave do carro do bolso, a segurando entre nos dedos enquanto conduzo Camila a
ALESSANDRO PETROVJogo longe a foto de Angelina, a mesma maldita foto que venho encarando a mais de cinco meses todos os dias. A garrafa de vodka antes cheia, em questão de segundos fica pela metade enquanto tomo goles seguidos como se estivesse bebendo água. O álcool além de anestesiar a minha dor, ajuda a queimar em meus lábios e língua o gosto dos lábios dela que meu cérebro faz questão de simular só para me torturar, o gosto dos lábios que Barry o'conell deve estar beijando. — AAAAAAARGH! - rosno, jogando a garrafa de vodka no chão, a quebrando em vários pedaços. [...]— Ela é tão pequena... Tão frágil. - Meu pai diz dentro do quarto, balançando o bebê em seu colo e posso ver do corredor o encanto em seu rosto. — E muito linda...- A voz de minha mãe entrega que ela está com um sorriso no rosto, se sentindo completa. — Finalmente um bebê que se parece comigo...— Eu a amo tanto e muito mais por lembrar você. - Diz a ela. Os ver assim, tão felizes, tão unidos...me causa um pouc
Brentwood, Los Angeles, Califórnia. 19:34ANGELINAMeus pés são pinicados pelo gramado verde quando piso descalça no quintal. A casa tem metros de distância do mar, separados apenas por uma escada de pedras que leva até a areia.O vento forte sopra meu cabelo e ouvir o barulho do mar, da água batendo nas pedras e a lua refletindo nas águas é uma sensação indescritível.— Este é um dos meus lugares favoritos no mundo. - A voz de Barry vem de trás de mim, fazendo-me olhar para ele por cima dos meus ombros. — Também é para mim. — Bem...espero que o ar condicionado esteja funcionando. - Vejo ele olhar para dentro.Realmente está muito calor aqui mesmo com o vento forte. — Ah Barry...estamos na praia, vamos dar um mergulho. - Ando até ele, pegando sua mão e fazendo um esforço descomunal para o puxar em direção as escadas que dão acesso a areia da praia. — Agora? De roupa? - me olha sem acreditar. — Claro que sim! Não seja chato...vem! - Ele me segue e ao descer as escadas iniciamos
BARRY O'CONELL MOSCOW, RÚSSIAAngelina e eu trocamos um abraço forte e longo na calçada do aeroporto e nos separamos um braço de distância, nos encarando.— Boa sorte, Barry. - diz olhando nos meus olhos com um sorriso genuíno. — Obrigada por tudo...por tudo mesmo, por tudo que me ensinou e tudo que significou na minha vida, Obrigada por passar estes meses comigo e passar por todo esse processo de compreendimento comigo. Sabe que eu sempre vou te amar, sempre vou estar disposta por você no que precisar e te desejo tudo de melhor, que ela te aceite e te ame exatamente como você merece, e tenho certeza que ela não irá decepcionar. — Eu também te agradeço por tudo, Angelina, você é muito especial. E eu espero que agora que as coisas estão mais claras, você não esteja mais confusa.— Não, agora eu sei exatamente o que eu quero para minha vida. Quero falar com Alessandro, esclarecer as coisas e pedir desculpas por meus erros, e espero muito que ele tenha mudado, assim como eu. — E se nã
ANGELINA O'NEILL MOSCOW, RÚSSIAFico parada na calçada, encarando a faixada da casa de meus mais em Moscow. Não é uma mansão, é uma casa grande e confortável mas não luxuosa. Não a usamos com frequência por motivos um pouco óbvio, os Petrov sempre nos ofereceram estadia. Mas bom, agora eu jamais teria coragem de pedir a minha madrinha para me deixar ficar na casa dela, temo muito que ela me odeie pela forma com a qual eu saí da Rússia, pela forma que eu deixei o filho dela em pedaços. Ela talvez me compreenda por ter passado por algumas coisas similares, por ter avisado que tudo deveria ser diferente, mas não conto com isso porque eu sei que eu errei muito também, que mesmo que Alessandro tenha feito coisas quase imperdoáveis, eu mesmo sem querer, me vinguei a altura. Não era para ser uma vingança, eu jamais tramaria isso, porém ele teve de volta, Talvez em dobro, toda dor que causou. Eu também não iria ao apartamento que dividi com Alessandro, talvez ele tenha vendido, e também nã