BARRY O'CONELL______________________________________________Dia seguinte...Meu caminho se cruza com o da moça da noite passada, Camila, que anda apressada com pastas nas mãos e um sanduíche embalado.— Cuidado para não derrubar as coisas novamente. - digo com bom humor quando passo por ela.— Ah Barry... Oi. - Abre um sorriso.— Está melhor? - pergunto me referindo a noite anterior.— Ah, sim... - Soa envergonhada. — Me desculpe a propósito.— Não tem pelo que se desculpar. - Digo para acalma-la.— Horário de almoço? - olho do pequeno sanduíche embalado que ela segura de volta para seu rosto.— Ah, não. Eu só peguei alguma coisa para não desmaiar. Eu tenho muito trabalho, agora senhor Petrov tem mais responsabilidades e eu também. — Eu não chamaria "alguma coisa para não desmaiar" de refeição. - solto uma risada nasal. — Trabalha diretamente para o Alessandro Petrov? - pergunto curioso.— Sim, Eu sou a secretária dele.— Do que é o sanduíche? - aponto.— Nada demais... Pão integral
BARTY O'CONELLAssim que a abro da minha sala temporária, a encontro com uma expressão que parece feliz e tímida ao mesmo tempo. — Boa tarde...- cumprimento.Ela se jogar em meus braços a toda velocidade me pega de surpresa.— Obrigada...Ainda sobre o efeito da surpresa diante sua ação, lentamente acabo Retribuindo o abraço. — Pelo que? - sorrio de lado.— Me desculpe. - Pede ao afastar o corpo do meu, se recompondo e voltando a postura habitual. — Pelas flores... São lindas e minhas favoritas — Como sabe que fui eu que mandei as flores? - cruzo os braços olhando para baixo, devido a nossa altura ser muito distante uma da outra.— Porque só você teria a sensibilidade de lembrar que eu disse que nunca recebi flores na vida. Ninguém mais iria se importar.— Toda mulher merece receber flores, ao menos uma vez na vida...e eu não poderia ignorar isso. Que bom que gostou. - coço a sobrancelha envergonhado.Eu e Camila construímos uma boa amizade durante esses dias, e por afeto a ela e
ANGELINA PETROV — Aí meu Deus!.- ajudo a criança de cabelos ruivos até a altura dos ombros a se levantar, seu rosto é cheio de sardas e sua testa coberta por uma franja. sorrio quando ela sorri para mim em agradecimento com alguns dentinhos faltando e um brilho no olhar que apenas uma criança com toda sua inocência é capaz de oferecer, correndo de volta para o meio parque até sumir da minha visão. — Acho que esse é o quinto pote de sorvete que eu compro...vou ter que passar muito tempo na academia quando voltarmos para perder as calorias. Eu comi como um refugiado de guerra. - me sento ao lado de Alessandro, o oferecendo mais um sorvete.— Não se preocupe... Vai perder calorias de outra maneira. - Diz malicioso.Acabo rindo quando levo a colher a boca.— Viu aquela menininha? Era muito parecida comigo quando era criança.— Suas bochechas eram mais fofas. - Diz sorrindo e eu deito a cabeça em seu ombro em um gesto de carinho por um instante antes de voltar a postura. — Eu era uma g
ANGELINA PETROVSuspiro quando me levanto da cama, esticando os braços e tentando esvaziar a mente por um segundo. Hoje eu volto para o trabalho, hoje acaba minha paz, minha lua de mel...meu tempo e de Alessandro dedicados vinte quatro horas por dia um ao outro. O momento que eu tanto temia, chegou. Passo pelo quarto com um micro sorriso no rosto, é lindo e fico feliz ao pensar que vai ser meu para sempre. Faço o caminho até o banheiro da suite, ligando a banheira com água quente e deixo encher enquanto pego os sais de banho. Eu tenho que estar linda hoje, vou resolver muitas pendências...e a principal delas, é ela: Jhoana. Prometi a mim mesma quando fui para a lua de mel que ela nunca mais faria mal a mim e Alessandro, e vou cumprir isso. Hoje vai ser a última vez que ela cruza meu caminho.[...]Ao sair do banho enrolada na toalha, caminho até o closet a procura de uma roupa apropriada para o clima de hoje.Depois de passar quinze minutos abrindo e fechando gavetas e armários, op
ANGELINA PETROV Me abaixo no chão evitando encostar meu joelho na poça de sangue, meu rosto já está sujo o suficiente. Levo meu dedo coberto pelo líquido vermelho até o pescoço dela e vejo que sua pulsação não existe mais, e ao parar para reparar em sua cabeça, vejo que o estrago foi feio, o que me gera um incomodo tão grande que a careta de pavor e nojo que fiz se desfaz e se transforma em uma ânsia que me faz correr pela casa até achar um banheiro, me jogo de joelhos no chão e vomito tudo na privada. Pesco o telefone no bolso indo na chamada rápido e aguardo na linha enquanto tento recuperar a minha respiração.— Alô? — Mãe...mãe...- Digo ofegante e com a voz trêmula, quase chorosa. Eu nunca havia tirado uma vida antes, nunca me imaginei de fato fazendo isso, por mais que na realidade em que vivo isso fosse óbvio que aconteceria um dia, mas o plano era evitar o máximo e caso fosse necessário, terceirizar a tarefa. Não estou arrependida, apenas desnorteada.— Angelina? Você está
Alessandro PetrovMeus dedos passam por cima do rosto de Angelina por cima do vídeo que cobre a foto do porta retrato em cima da minha mesa. Ela vestida de noiva ao meu lado em nossa festa casamento...por mais que não tenha sido no melhor clima, foi o meu dia de grande vitória.Ela finalmente foi minha...a promessa que fiz a mim mesmo desde que me entendo por gente foi cumprida.ANOS ATRÁS...Me sento na cama, desistindo de ficar deitado.— Nádia? - Suspiro, tentando controlar minha irritação, já é a terceira ligação que fiz para ela, e só agora atendeu. — Oi? - Diz soando ainda mais irritada do outro lado. — Uma hora dessa...eu estava fazendo meu skin care noturno.— Vai ser rápido, não é com você que eu quero falar. Angelina não me atende, deve estar sem bateria...enfim, quero falar com ela, passe para ela. — A Angel não está aqui...Fico em silêncio por alguns instantes.— Como assim não está? Ela saiu daqui dizendo que ia na sua casa. — E ela veio, eu ajudei ela a se arrumar pa
ANGELINA PETROV — Demorou hoje...eu vim na frente porque estava um pouco cansada e tive que resolver algumas pendências com os empregados. - digo saindo do closet quando vejo ele entrar no quarto no quarto. Ele não me responde e bate a porta com força, fazendo um estrondo que me faz dar um pulo no lugar e arregalar os olhos em alerta. Sua pele está pálida, seus cabelos longos abaixo da orelha estão desalinhados, sinal que ele os puxou muito. Os lábios comprimidos mostrando preocupação. — Ei...- chamo sua atenção e vejo que seu rosto não está nada bom, o que me faz ir em sua direção e colocar a mão em seu peito, bloqueando seu caminho. — O que aconteceu? - desço o olhar por seu rosto avaliando.— Só quero que essa merda de dia acabe logo. - Passa por mim e eu me viro, o vendo ir até o frigobar e abrir uma garrafa de whisky.— Brigou com alguém?— O meu pai disse que não vai me dar o cargo de sub-chefe até que os roubos de cargas sejam resolvidos. Ele gritou comigo como se eu fosse u
ANGELINA PETROV.O barulho dos grilos é minha única companhia na noite escura iluminada pelos postes do jardim junto a lua pálida, que com sua luz contra o gramado verde( Que está em uma das poucas épocas do ano não coberto de neve) dão um clima perfeito para minha leitura.— Boa noite. Me assusto quando a voz grave atinge meus ouvidos. — Quando chegou em casa? - levo a mão ao peito, fechando o livro enquanto ele se senta ao meu lado no banco.— Faz alguns minutos. Eu pensei que chegaria que minha mulher estaria nua no quarto me esperando, mas ela está aqui... - fala num tom leve mas acusatório e insatisfeito.— Me perdoe, senhor...- Retruco com deboche e humor. — Eu vim me distrair...- ergo o livro. — Acho que estou cada dia mais rendida por um bom romance.— Deveria focar no nosso e não na ficção. Os romances literários não podem ser mudados. — Acho que está é a graça...os romances que eu escolho sempre acabam com o final feliz, e isso não pode ser mudado. O final é sempre o Mes