No meu próximo momento de consciência, imperavam a escuridão e o silêncio. Eu nada sentia, a não ser dor. Uma dor dilacerante que eu já sentira antes e que entrava por minhas narinas, queimando-as sem cerimônia. Era o cheiro dele que me enlouquecia mais uma vez. Aquela sentinela maldita que escapara e agora me assombrava e me atormentava cada vez com mais frequência, a ponto de eu já saber se tratar de um pesadelo. A dor, porém era real, como se ele estivesse ali, ao meu lado.
Então, a dor sumiu e restou o odor. Comecei a ouvir distantes passadas. Meu nariz sentiu outra vez o mesmo pú
Procurando mais evidências, notei que à volta do amontoado de palha existiam carcaças de animais. Em geral bois e búfalos provavelmente trazidos para alimentar o Draco que ali estivera. Os pequenos veios de água que escorriam doteto supriamestaa necessidade.Na parede oposta à porta de madeira, prolongava-se um imenso túnel escuro, além do salão rochoso, mas nada que atrapalhasse minha visão. Não conseguia ver o fim o que significava que era longo. O chão, misto de lama e pedra, me fez supor que haveria pegadas. Nem foi preciso procurar muito. Encontrei pegadas de um
Lenta e progressivamente penetrou em minhas narinas aquele odor tão peculiar. Um odor com o qual até já me acostumara. Sabia ser um sonho quando o sentia. O cheiro dele. Minha visão foi desembaçando e me vi dentro daquele castelo romano, noscalabouços queimados por mim mesmo. Nos odores misturados eu sentia o cheiro de queimado em toda parte. Cheiro de madeira carbonizada, de palha, de ossos, carne e cabelos queimados por toda parte.Mas o cheiro dele vinha de lugar específico: da minha retaguarda, próximo e desta vez minha visão funcionava, não estava incapacitado e minhas narinas não
Chegando ao vale do ancião, ele me aguardava.—Saudações, Mestre — falei, enquanto nos abraçávamos.—Seja bem-vindo, meu discípulo — respondeu demorando os olhos em mim, quando nos soltávamos do abraço. —Dryfr, — chamou-me o Mestre, recomposto, tirando-me de meus devaneios — creio quegostariasde saber alguns detalhes do progresso das outras frentes, não?—É claro... — exprimi reticente.—Serei o mais breve possível.Mbwyktrouxe deHellênia, a pedido deFyr, algumas42 - FRENTES
—Deixe-o entrarimediatamente — instruiu o ancião.E o jovem Amarelo retirou-se.—Coincidência ele chegar agora — concluiu o ancião segurando o queixo.<
Voltei o mais rápido que pude para Nova Roma e encontrei um orbe de luz deixado porWlynque pediapara eu enviar um sinal de luz quando voltasse. Assim o fiz: criei um orbe que piscou discreto por alguns minutos na copa de uma árvore. Algum tempo depois ela chegou voando veloz em sua já costumeira forma de águia e enquanto pousava, assumia seu corpo original entrando na mata e indo ao meu encontro.—Pensei que não voltarias mais — disse zombeteira. —Dryfr— eu ouvia a voz dela me chamando distante. —Dryfr—repetiu suave como o aroma das flores de primavera sentidas do cume da minha montanha.Aos poucos a luz tomou o lugar da escuridão e daquela luz surgiu o delicado focinho dela precedendo a agradável melodia de sua voz, chamando-me mais uma vez.—Dryfr.45 - WYRYN
Algum tempo depois que o sol se pôs,Wlynapareceu voando em forma de águia e em seguida transformou-se:—Vamos,Dryfr, não temos tempo a perder —disparou tãologo o formato de sua boca permitiu.—Concordo. Já que pensas assim, deverias ter me contado sobreTaramare sobre tua paixonite pelo h