Lá chegando, encontrei-a adormecida. Como um ser podia ser tão belo e mágico mesmo dormindo? Senti-me feliz ao olhar para seu focinho sereno, olhos fechados e queixo repousado sobre as patas dianteiras cruzadas. Sua boca formava um quase sorriso de satisfação e a respiração era leve como a brisa de um amanhecer primaveril.
Deitada de barriga para baixo sobre meu leito de preciosidades, as asas relaxadas pendiam soltas um pouco afastadas do corpo. Ela se encantara a primeira vista com meu precioso leito e logo dispensou as peles macias. Quem poderia culpá-la? Afinal é mesmo maravilhoso. Com
Acordei assustado em um pulo, ao minguar do sol. Os últimos raios sumiam no horizonte avermelhado. Minhas narinas ardiam com um odor que me perturbava há dias. O cheiro dela! A sentinela! Eu sonhara repetidas vezes com ela, e o odor agora me torturava cada vez que eu a sentia. Nos meus pesadelos, aquele cheiro queimava minhas narinas ao entrar e derretia meu cérebro ao lá chegar. Mas agora eu não sonhara. Como poderia farejá-la? Olhei para os lados instintivamente e cafunguei todos os cantos da pequena clareira. Não era possível! Eu estarialouco? Que insanidade era aquela que não me deixava em paz? Como eu poderia sentir o odor de alguém que provavelmente morrera? Sonhar é uma coisa, mas eu estava consciente. Tentei me acalmar e prestar atenção em meu faro: o c
Cheguei à noite e, ao adentrar à clareira, percebi de imediato que um orbe de luz flutuava entre as árvores. Uma mensagem deixada porWlynquando ali estivera.Utilizamoso orbespara deixar recados uns para os outros dispensando a necessidade de uma língua escrita como os humanos, elfos, anões e outras raças subdesenvolvidas têm. O que temos de mais próximo disso são os padrões de luz. Basicamente, lemos a luz. Há muito tempo, criamos uma série de padrões, ou “palavras”, por assim dizer, que podem ser reproduzidos com a simples irradiaç&at
Tomadopela surpresa, não conseguia ver através das várias construções para saber o que acontecera lá. Com florestas por todos os lados, por que um animal quadrúpede estaria caçando na cidade, em plena madrugada? Não fazia sentido algum. E menos sentido fazia, aagilidade do animal conseguindo capturar uma águia em voo tão alto. Inexplicável. Eu precisava saber o que se passava.Por outro ladoWlynera poderosa demais e daria um jeito de abatê-lo assim que chegassem ao chão. Precisaria assumir a verdadeira formae
Ao acordar, procurei semsucesso, indícios de queWlynestivera ali. Ademais, ela teria me acordado.Passara do meio dia e na cidade, no grande auditório acontecia um evento: execução pública de hereges na fogueira, pelo que pude perceber. Pelo menos dez piras ardendo com corposhumanos queimando. Parecia que a chamada “inquisição” fazia novas vítimas.Procu
Uma névoa densa cobria a cidade de maneira inédita. O céu coberto de nuvens e a temperatura alta, tornava o cenário perfeito para que ninguém pudesse me ver voar, mesmo como águia. Assim, sem mais paciência paraesperarWlyn, voei.Mesmo com os olhos de águia, inferiores aos meus, podia ver muita coisa, mas não quis perder tempo e fui direto para a janela marcada.Adentrei ao aposento escuro, pousei e mudei